I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 18
As caçadoras vão a festa


Notas iniciais do capítulo

Quem ai quer nos matar por demorar tanto para postar? Okay, voces estão no direito! Motivos: 1- o nyah! parou de funcionar por um tempo, para quem não notou, e alias, parou bem no dia em que eu supostamnete deveria postar esse capítulo. Ué, Livia, por que voce não postou assim que o site voltou a funcionar? Essa pergunta nos leva ao motivo 2-Estou estudando feito uma condenada e completamente sem tempo para respirar, mas aqui estou para voces, seus lindos! E também temos o motivo 3- A Elisa está enrrolando o inferno para ler esses capitulos (isso mesmo, ler, eu tenho adiantado os capítulos para ela. Fui mais rapida ara escrever do que ela pra ler). E ainda temos um 4- eu estava meio que na esparança que mais alguem comentasse no capítulos anterior.... 4 comentários gente! Só 4! Quanta depressão! Se animem! Falme comigo, eu sou super gente boa (eu acho kkk).
Mas voltando ao capítulo! Para lhes compensar pela demora, temos um super ultra gigante capítulo! Essa festa vai render bastante, vamos variar os capítulos entre POV Annabeth e Percy, um capítulo de cada por uns 3 capítulos! Para quem sente falta deles! Mas no moemnto mantemos o PO Annie.
Leia mas notas finais! E boa leitura para voces, semideuses!



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Festa era uma palavra que muitas das caçadoras pareciam não ouvir a séculos, e para algumas eram séculos literalmente. Festa para garotas castas? Essa era uma novidade. Todas pareciam tentar se lembrar o que era uma festa de verdade, em sua maioria significava roupas bonitas, meninos bonitos, danças, diversão e risadas. Mas todas as caçadoras trajavam a mesma roupa, os meninos eram odiados, proibidos, as danças e as risadas não faziam parte do cotidiano, apenas a seriedade e a devoção. O que faríamos em uma festa se tudo que sabíamos fazer era caçar monstros e desprezar os homens? Meninos estariam espalhados pelo salão e os arcos seriam deixados no acampamento para que não houvesse brigas, o que seria difícil.

Quando todas nos desarmamos –com exceção de minha adaga, que vinha escondida, é claro –Ártemis criou um portal que de acordo com ela, nos levaria direto a barreira do acampamento meio-sangue. Enfileiradas e em perfeita ordem, passamos pelo portal, parando bem em frente ao pinheiro de Thalia, com o velocino de ouro preso a ela e o enorme dragão a protegê-lo. O dragão levantou a cabeça ao notar nossa presença, mas voltou a dormir em seguida, após uma referência a Ártemis, como se passasse a responsabilidade de nossa segurança a deusa.

Antes de passar pela barreira, vi Thalia correr seus dedos sobre a madeira, e em seguida olhar para a arvore com um ódio real nos olhos elétricos. Thalia chutou um punhado de terra no pinheiro, e seguiu em frente para se juntar as demais com punhos cerrados, sem nem ao menos olhar para trás.

Preciso evidenciar que o acampamento estava completamente irreconhecível. Nunca o havia visto fora do controle de Dionisio, contávamos sempre com horários de recolher e pouca tolerância, mas o acampamento parecia ter sido tomado pelo campistas. Sinceramente, estava duvidando da capacidade de liderança de Percy, mas ele fez muito bem.

A festa encobria toda a região central do acampamento, cobria toda a fogueira em uma área extensa que alcançava até a praia, ideia que só pode ser sido de Percy. A decoração fora bem planejada, deixando o lugar confortável, uma obra facilmente reconhecível como o do chalé de Atena, e com a beleza contagiante que só poderia ter vindo do de Afrodite. Do chão cresciam flores das mais variadas, e as arvores brotavam mesmo fora de época em um trabalho harmônico e perfeito de Demeter e Perséfone, incluindo também luzes negras que só poderiam vir das artimanhas do chalé de Nyx ou Hecate, possivelmente ajudadas por Hefesto. Apolo também ganhou pontos por mostrar tanto o talento quanto o bom gosto dos filhos da música, que provavelmente recusaram os CDs de Hermes para criar música ao vivo, o chalé parecia praticamente brigar entre si para decidir o próximo, como todo bom filho de Apolo, todos querem ir primeiro.

O local também fora coberto por uma lona, dividindo o refeitório agora coberto da parte de fora da festa, onde ninguém se encontrava, na verdade, por isso não fomos notadas até que de fato entramos no refeitório, pegando todos que ali estavam de surpresa.

Todos os campistas pareciam vestir suas melhores roupas, como se o chalé de Afrodite houvesse vestido todos eles. Mas era obvio que o traje não fora planejado, muito menos era uma exigência, mas também era óbvia a diferença dos que foram ajudados de alguma forma, os obrigados e os que os ignoraram: alguns andavam com roupas belas, meninas balançando saias no ritmo da música e remexendo uma cintura fina de anos de treinamento destacada por uma blusa mais justa, e também os meninos que toda a hora arrumavam a gola da camisa e meninas que se atrapalhavam ao tentar arrumar a altura da saia ou andar com saltos, claramente desconfortáveis, e, é claro, haviam os campistas provavelmente de Ares ou Hefesto, que ignoraram totalmente qualquer proposta anteriormente feita pelo chalé, e que usavam roupas simples, contudo, raros eram os casos que se vestiam as blusas do acampamento, todos pareciam tentar variar o estilo de alguma maneira.

Com tantas roupas diferenciadas, o destaque das caçadoras foi evidente, assim como a surpresa geral. Bocas eram abertas e olhares tanto confusos como preocupados foram trocados. Filhas de Afrodite olhavam algumas em desaprovação, outras com receio, quase medo, e os filhos de Apolo trocavam olhares confidentes com Hermes, o que sempre foi um mal sinal.

Foi um filho de Hermes o primeiro a se aproximar, indo em direção a uma dupla de caçadoras ao nosso lado, uma dupla que eu tinha consciência estar na caçada a mais de décadas, deveriam ser mais velhas que meu pai... Mas eu tentei não pensar no assunto.

–Caçadoras em uma festa do acampamento meio sangue? –perguntou o garoto. –estão em dia de folga, meninas?

–Não se tira folga da caçada, filho de Hermes. –disse secamente. –volte para seus irmãos antes que eu o obrigue a tal.

O menino não pensou duas vezes antes de recuar alguns passos para traz, olhar para a quantidade de meninas que o encaravam raivosas e voltar ainda de costas para seus irmãos, que caçoavam dele.

A cena parecia se repetir de várias maneiras diferentes, campistas pareciam apostar quem seria o “tal” a tirar a castidade de uma caçadora. Mal sabiam no que se meteriam, coitados. Contudo, ninguém mexeu nem com Thalia nem comigo nem mesmo com Effy, que saia-se com sorte estando entre nos duas. Todos conheciam a história de Thalia, ninguém nunca incomodava a filha de Zeus, nunca! E a mim... Eu era um caso à parte, meninos e meninas me olhavam apenas de longe, como se eu brilhasse feito ouro. Meu melhor chute? Primeiramente, eu era a garota que convivera com aquelas pessoas a maior parte da minha vida e a deles também, era aquela que ninguém nunca havia dado em cima por tamanha seriedade e que não começaria agora, era aquela que se tornou caçadora sem motivos conhecidos e sem aviso prévio. E assim de tudo, eu era a caçadora casta que de alguma maneira estava presa em um rolo amigável/amoroso com Percy Jackson, que além de deus, era agora seu líder.

–Annie. –Effy me deu uma cotovelada, chamando minha atenção, e apontando com o queixo para um grupo de sátiros, um em especial, que tinha as mãos dadas com uma ninfa de pele esverdeada e que me encarava fixamente com um certo assombro, ele também usava uma gravata perfeitamente arrumada no pescoço. –quem s....

Effy não terminou sua frase, pois eu corri em direção de Grover, abraçando-o pelo pescoço com um pulo cheio de saudade. Ele permaneceu assustado por um tempo, como se não esperasse minha reação, e em seguida gargalhou de sua forma meio bode de costume, e me abraçou de volta, chegando até reclinar seu corpo para trás afim de tirar meus pés do chão.

–Grover! –soltei seu abraço.

–Quanto tempo, menina! Você parece mais alta?

–Eu não cresço mais, menino bode –eu ri. –além do mais não faz nem uma semana! Você deve ter encolhido.

–Todo o tempo longe de você é uma eternidade, milady –ele brincou e eu ri, e em seguida me virei para Juniper.

Poderia se esperar que qualquer namorada tivesse tido ciúmes da cena, mas não Juniper, ela nos conhecia a tempo demais para não gargalhar com nossa cena e me encarar com algo que não fosse divertimento e saudades. Com uma troca de sorrisos, nós nos abraçamos também, e logo depois Thalia repetiu meus atos, mas com menos espontaneidade do que eu.

–Hum.... Annie? –Grover chamou, apontando desconfortavelmente para a meninas dos cabelos morango.

–Ah, sim! Grover, Juniper, essa é minha amiga Effy. –apresentei. –Effy, esse é o meu amigo-desde-sempre, Grover, e essa é Juniper.

Effy os analisou com cuidado, principalmente a Grover por ser uma garoto, mas ao notar a namorada a seu lado e, bem, os cascos, relaxou e ofereceu-lhes um sorriso e uma mão estendida.

–Muito prazer. –Disse Effy, que recebeu um aperto de mãos de Grover, que ao que me parece, parecia querer distancia de uma caçadora que não fosse eu mesma. Já Juniper pulou em Effy e a abraçou pelo pescoço, em seu jeito divertido de ser.

–O prazer é todo nosso, querida! –Effy, apesar de estática por um tempo, sorrio e a abraçou de volta, mesmo que relutante em seu jeito tão reservado, e que agora eu entendia o porquê.

–Bem, tudo é lindo e divertido mas a pergunta que não quer calar é, -Grover disse, assumindo uma postura mais séria. –o que você e as caçadoras estão fazendo aqui? Por que eu juro que isso não foi ideia do...

–...Percy –completei. –eu sei, eu e Effy ouvimos uma conversa. –Thalia nos olhou com curiosidade. –não conseguimos contar para você, Thalia, por que logo em seguida Ártemis nos convocou. Bem, Ártemis nos trouxe por que Apolo...

–Ah, Apolo, só podia ser. –Grover revirou os olhos, pude ver um resquício de ciúmes pelo amigo, mas eu não disse nada, pois Juniper o reperdeu com um cutucão em seguida.

–Enfim, estamos aqui, e ao que me parece, ninguém nos esperava.

Grover fez que não com a cabeça, e foi então e foi então que eu o vi. Entrando no salão com sua típica camiseta do acampamento meio sangue, com os cabelos negros bagunçados e calcas jeans e all star, as únicas peças de roupas que diferenciavam o tema “festivo” de apenas mais um dia comum, mas era justamente sua costumeira simplicidade que o destacava dos demais. Vendo-o de longe, distante de todas as formas possíveis, noto como Percy cresceu, e como ele já é um homem, com os cabelos negros ainda bagunçados mas agora com os centímetros a mais que a alguns meses pedi para cortar, mas esse havia negado com uma careta. Agora tinha o corpo jovem magro e com os músculos que os anos de semideus lhe garantiram, mas sem acréscimo algum com os poderes divinos poderiam trazer, o que que qualquer um em seu lugar teria usado, mesmo sendo dono de uma beleza pura e inegável. Poderia jurar que era o mesmo, o mesmo Percy Jackson. Mas não era. E o que o denunciava era não apenas o brilho que parecia saltar de sua pele bronzeada, mas sua companhia, Percy andava acompanhado de Apolo, e os dois pareciam conversar seriamente. Bem, Percy parecia interessado em conversar seriamente, mas Apolo não parecia dar lhe muita atenção, caminhando de forma desleixada e com um sorriso zombador no rosto. Era estranho ver Percy como aquele que fala sério.

De repente, os olhos antes mirados em Apolo e que vez ou outra se desviavam para girar o ambiente e as mãos que antes gesticulavam a medida que ele andava, com os movimento hiperativos que sempre o acompanharam, pararam. Pararam por que os olhos verde-mar sempre em movimento pararam ao encontrar os meus, e se arregalaram com o mesmo olhar assombrado e surpreso que os meus fizeram.

Percy parou no lugar que estava, fazendo que Apolo trombasse em seu ombro, o que fez com que o deus parasse seus próprios passos para notar o que assombrou o amigo, e ao me ver, abriu um sorriso, e disse algo, em seguida coçou a nuca. Foi atingido por uma cotovelava no estomago em seguida e por uma bronca notada mesmo que de longe, mas que eu não pude ouvir.

E, para a minha surpresa, Percy virou-se novamente para onde estava, e em seguida até mim, até nós, por que por um momento éramos as únicas pessoas naquele salão lotado. Apolo nem se quer ameaçou segui-lo.

Por algum motivo, imaginei que talvez Percy me ignoraria, evitaria o meu olhar, talvez por rancor ou magoa, ou pelo constrangimento, já que da última vez que nos encontramos o resultado foi um beijo. Quando ele já estava próximo, e parou a alguns passos de mim, esperava tudo dele, o início de uma nova briga, uma cara feia e fechada, tudo, menos o sorriso amigável que Percy me ofereceu. O sorriso amigável, quase tímido, como se temesse dizer ou fazer besteira, mesmo sorriso que ele me oferecia a cinco anos atrás, quando eu o cobrava de histórias mitológicas que ele desconhecia. Na época, era um sorriso bobo e infantil, mas agora é um sorriso tão aconchegante quanto uma noite no acampamento meio sangue. Não pude conter meu próprio sorriso.

–Olá, Annabeth. –ele disse, ainda coçando a nuca, e em um tom tão sem jeito e tão formal, que é como se não nos conhecêssemos a anos.

–Olá, Percy. –respondi, e notei que Effy, Thalia, Grover e Juniper nos encaravam como se assistissem a um torneio de tênis. –Ah, essa é Effy, uma amiga minha da caçada. Effy, esse é o Percy.

Percy deu uma passo em direção a Effy, esticando o braço para um aperto de mão, mas com um passo de Percy, Effy recuou dois. Ele parou, olhou para mim e Thalia e em seguida para Effy, confuso.

–Perseu Jackson. –Effy disse em tom refinado, abaixando a cabeça para Percy em uma referência clássica. Percy olhou para mim, Thalia e Grover em pânico, como se pedisse ajuda, como se a menina curvada fosse tenebrosa, como a implorasse com os olhos que parasse de o referenciar. Percy nunca fora o tipo que gosta de atenção, muito menos referencias. Lia em seu olhos as palavras: Me ajuda aqui!

–Ahn, Effy, não precisa disso. –eu disse, tocando as costas dela. –Percy é um amigo, não precisa de formalidades.

Effy ergueu a cabeça, uma mecha avermelhada caia da trança em seus olhos negros.

–Isso, eu sou um amigo. Sem formalidades para mim. –disse Percy, dando-lhe um sorriso. –sou só um amigo de Annabeth e Thalia.

Ele esticou o braço novamente, agora oferecendo um sorriso amigável. Effy o encarou ainda com a cara fechada. Finalmente cedeu, e apertou a mão de Percy.

–Ahn, sem querer mesmo sem indiscreto ou algo do tipo mas... –Percy começou. –o que vocês e as caçadoras estão fazendo aqui? Eu sinceramente pensei que Ártemis me odiasse.

–Na verdade acho que você é o caso de homem que Ártemis menos detesta. –disse Thalia, entrando na conversa.

–O caso é com Apolo. –eu disse. –Ártemis e Apolo apostaram o quão longe você iria como deus, parece que seu amigo apostou em você e venceu.

Percy ficou a princípio confuso, mas então sorriu levemente,

–Eu sabia que tinha alguma coisa a ver com Apolo, só ele para pedir a Ártemis trazer as caçadoras aqui. –disse, ainda coçando a nuca. –Annabeth, posso falar com você por um instante?

Ele fez um sinal com a cabeça para um canto, e eu segui na direção que pediu, e fui seguida por ele, quando finalmente paramos, distante da multidão e dos olhos curiosos, Percy me olhou de uma forma preocupada e aliviada, ele parecia se segurar para não me abraçar.

–Eu estou tão feliz por você estar bem, Annie. –ele disse, e em seguida desviou o olhar, como se se culpasse pelo simples fato de usar um apelido, em um uso informal que ele não parecia se achar no direito. –Annabeth.

–Você pode me chamar de Annie se quiser, eu não vou começar a chama-lo de Perseu. –ele sorriu.

–Por favor, não chame. Já tem gente de mais me chamando assim.

–Sobre eu estar bem... –mordi o labios inferior, temendo minha própria pergunta e a gravidade dela. –lady Ártemis ameaçou me matar, não é mesmo? Por causa do nosso... beijo, da última vez.

Enquanto voltava a mordiscar o lábio inferior em nervosismo, lembrei-me do gosto de seus labios os meus. Percy tinha gosto do próprio mar, salgado e ritmado como as ondas, mas ao mesmo tempo conseguia ser doce, de um jeito contraditório em um paradoxo que apenas Percy Jackson é capaz de criar com tanta perfeição. Me culpei no exato momento que me peguei pensando naquele beijo, na decisão impensável que cometi como quem comete um crime, eu sabia, mas não conseguia me livrar da sensação que simplesmente não poderia tê-lo evitado, muito menos queria.

–Sim. –ele respondeu, com um rosto tão cheio de culpa que era simplesmente indisfarçável. –Sim, ela ameaçou.

–Como ela soube?

–Ártemis disse que tinha uma certa ligação com as caçadoras a partir de seus juramentos, algo que as ligava a elas, e de certa forma ela sentiu a quebra do juramento.

–Jura que ela pode fazer isso? –perguntei, abismada.

–Serio, passei alguns dias tentando digerir a ideia que indiretamente eu poderia ter beijado Ártemis. –ele fez uma careta, e eu não pude deixar de rir da comparação de Percy. –Vai, pode rir, mas não foi voce que viu o olhar de ódio de uma deusa furiosa.

–Ela deve ter ficado mesmo. Como fez para convence-la? –Percy deu de ombros.

–Do mesmo jeito que resolvo todos os meus problemas.

–Um plano suicida e idiota que as vezes funciona?

–Exato. –novamente eu sorri. –Anna... Annie, posso lhe perguntar uma coisa?

–Claro. –respondi.

–Voce... voce está feliz? –ele perguntou, com os olhos cheios de uma preocupação tão grande.... Quase tão grande quanto meu arrependimento por causa-la. –com Thalia, essa nova garota, Effy...

–Estou levando. –dei de ombros. –talvez um dia eu acabe me acostumando com a falta de tudo isso.

Disse tentando ocultar o quanto gostaria de acrescenta-lo na frase, o quando gostaria de dizer, de demonstrar do fundo do meu coração e alma o quanto sinto sua falta, e como sempre sentirei.

–Aquela garota, Effy –ele perguntou. –ela não parece gostar muito de mim, é pelo simples fato de eu ser um garoto ou....

–Na verdade, acredito que seja mais pelo fato de voce ser um deus. –ele ergueu as sobrancelhas. –ela tem conflitos com sua mãe olimpiana, não acredito que ela confie muito em deuses fora Ártemis.

–Quem é a mãe dela?

Antes que eu pudesse responder, um estrondo ecoou pelo salão, todos os campistas e caçadoras viraram-se bruscamente, cada um procurava sua arma para uma possível batalha, e via caçadoras xingarem pela falta das suas. Minha adaga estava presa em minha coxa por uma faixa que Thalia havia me arrumado para esconde-la sem que os demais vissem, minha mão já estava na minha coxa em busca da adaga, mas fui parada por um grito de Percy.

–Esperem! Se acalmem! –disse Percy para o salão em pânico, mas foi abafado quando pela fumaça criada pelo chalé de Hecate, de onde saiu Afrodite, a própria Afrodite, usando um longo vestido rosa com tudo que a deusa do amor tinha direito. Desviei meu olhar dela ao notar que a via com cabelos negros e olhos verde-mar.

–Dite! –gritou Apolo, que cumprimentou a deusa com um abraço amigável. –agora sim a festa começou!

Afrodite tinha adotado também um corpo adolescente, assim como Apolo, mas ambos se destacam na multidão, e o pior é que caminhavam em direção a Ártemis, que tinha os braços cruzados e cara fechada para os deuses.

–Oh, merda. –Percy olhou para mim, e desviou os olhos em seguida ao notar que eu ainda tinha as mãos na coxa, levantando o vestido para segurar a adaga ainda embainhada.

–Afrodite –disse, colocando uma mecha de meu cabelo atrás de orelha apenas para fazer outro uso de minha mão, e foi quando Percy voltou a me encarar novamente. –ela é a mãe de Effy.

–O que? –ele parecia confuso e surpreso.

–Não conte para ninguém.

Foi então que me toquei, virei-me para trás para ver Effy ainda com Thalia e os outros que não estavam assim tão longe. Ninguém notou, mas a garota tinha o rosto pálido feito papel, e suas mãos temiam em puro pânico junto com os olhos arregalados.

–Eu tenho eu ir. –disse ao mesmo tempo que Percy, ele olhava em direção aos deuses, que pareciam prestes a uma enorme briga, a medida que eu olhava para Effy. Ambos tínhamos caminhos diferentes a seguir, novamente, mas ambos tínhamos a mesma expressão também, exaustão.

Corri em direção a Effy, e olhei para trás apenas para ver Percy, que saio correndo em direção aos deuses que não lhe davam atenção, saio correndo sem se importar se podia ou não usar o teletransporte, ele continuava a correr e a gritar com os deuses.

Me virei novamente para os demais, que me encaravam assustados, e ainda mais a Effy, já que a essa altura havia notado seu pânico, mas continuava sem entende-lo. Effy estava com os olhos arregalados de terror. Não era ódio e nem era tristeza, era puro terror e assombro, era puro medo. Effy encarava Afrodite, suas mãos pareciam tremer a envolviam as pontas de seu cabelos avermelhado, como se esperasse que eles se tornassem ainda mais vermelhos do que já eram. No mesmo momento peguei Effy pelo pulso, e me adiantei para Thalia quando ela fez menção de nos seguir.

–Fique aqui, se Ártemis der por falta diga que procuramos um banheiro. –ela concordou, eu fiz um sinal com cabeça dizendo que explicaria depois. Virei-me para Grover e Juniper, que permaneciam confusos. –Diga a Percy que eu sinto muito mesmo, por tudo.

Peguei Effy pelo braço e a tirei de dentro do salão, passado por cima de todos os campistas a nossa frente por tempo o suficiente pra que o restante deles nos desses passassem. Por pura conveniência e costume, fui para o chalé 6 para encarar a porta e finalmente notar que eu já era mais bem vinda dentro dele, não era mais uma campista. Então virei-me para a caçadora atrás de mim.

–Effy, se acalme. –ela estava parada feito uma pedra, sem se mexer, apenas pálida e com os labios tremendo.

–Não.... Eu não posso voltar para lá, ela não pode fazer isso. Se ela me ver, ela me reconhecerá, e as caçadoras irão saber de onde vim, irão saber por que estou aqui.... Annabeth, não me faça voltar para lá. Eu não tenho medo de mais nada na vida, por que a vida que levei não permitiu medo. Mas a única coisa que assombra meus sonhos todas as noites e assombrou minha vida durante toda a minha existência está lá dentro, e eu não vou voltar.

–Effy, espere, se acalme, tudo bem? –disse para ela, que tentava respirar novamente. –tudo bem.

Foi então que eu vi um garotinho passar pelo chalé, um garotinho baixo e de olhos grandes e castanhos.

–Hey! Hey! Você, garoto! –eu chamei, e o garoto se virou para mim e Effy, examinou nossas roupas antes de falar.

–Vocês são caçadoras de Ártemis?

–Sim, nós somos.

–Você não é a Annabeth, namorada de Percy Jackson?

–Se eu sou caçadora não sou a namorada de Percy Jackson, sou amiga dele. –disse, um pouco grossa demais com o garoto, que se encolheu para longe. –sinto muito, sim eu sou Annabeth, qual o seu nome, amigo?

–Eu sou o Sheldon! –finalmente reconheci o nome e a voz curiosa do menino, o menino que havia parcialmente salvo Percy na floresta junto a Clarisse.

–Sheldon, pode chamar a deusa Ártemis para mim?

Sheldon se encolheu novamente e negou com a cabeça.

–Não, historias contam que Ártemis e perigosa, e que não gosta de menino como eu. –negou novamente. –meus irmão do chalé de Dionisio mandaram eu não entrar na festa também. Não, não. Eu não posso entrar lá.

Suspirei e olhei para Effy, já me desculpando.

–Sheldon, você pode ficar aqui com a minha amiga? Não deixe que ela saia daqui. –olhei para Effy novamente, que tinha os olhos raivosos em mim. –você não vai fugir desse acampamento, não sozinha. Você não sabe para onde ir e não podemos sair sem Ártemis permitir, voce sabe disso. –voltei-me para o menino sem esperar uma resposta ou reação. –O nome dela é Effy, se ela tentar fugir, grite o mais alto que puder.

–Annabeth... –Effy começou a dizer, mas eu já corria em direção a festa. Já podia ouvira música alta preencher meus ouvidos novamente quando ouvi o grito de raiva de Effy atrás de mim.

Parei de correr imediatamente.

Parei de correr por que do lado de fora da festa, encostado contra uma parede estava Percy, e esse prendia uma menina contra a parede, ele a prendia e a beijava, segurando-a pela cintura e pela cabeleira ruiva alaranjada. Rachel. Ela vestia uma blusa simples, deixando seus braços expostos a não ser por uma jaqueta sobreposta sobre seus ombros, vestia uma saia, variando os jeans costumeiros, sua saia tinha uma calda até a cima do joelho, era verde e tinha manchas de tinta no mesmo, mas Percy não parecia reparar nelas enquanto puxava Rachel para si, e enquanto ela o retribuía.

Senti tudo vir de uma vez só. A raiva, o sentimento de traição, tristeza e tudo que tinha direito e o que também não tinha. Ele havia dito que fora um engano, ele disse que gostava de mim, ele me beijou primeiro, ele disse que ela não significava nada. Mas eu estou na caçada, e ela não está. Eu estava procurando por meu caminho, e Percy procurou o seu. Eu me perdi em meus passos pela segunda vez, em quanto ele se enrolava com Rachel contra uma parede.

A única coisa que parecia redimir todo o meu carinho, arrependimento e culpa era saber que ele sentia o mesmo. A única coisa que impedia que meu amor fosse fatal, que meu amor parecesse tão erado quanto era, era o fato dele sentir o mesmo. Por que eu o amo, e pensava que presença as palavras não ditas, nos olhares silenciosos e cheios de ternura escondiam um amor.... Mas um amor não pode ser esquecido assim, pode? Eu não consegui esquece-lo, eu era aquela quem deveria esquecer por que meu juramento me proibia de senti-lo, mas mesmo assim não fui capaz de dar as costa

Mas se eu não fui capaz de esquecer, como pode ele ser? Por que vi em seus olhos os esmero e o amor, o arrependimento e a felicidade por me ver, e tristeza do pesar ao mesmo tempo, exatamente o mesmo que eu sentia, como posso ter visto essa olhar a minutos atrás e, agora, vê-lo com outra? Vê-lo com Rachel! Poderia ter sido um amor de sua parte realmente? Um amor assim tão volúvel? De repente as palavras e os olhares tão firmes se tornaram tão frágeis novamente.

Eu não tenho direito a ciúmes, tenho? Não, eu não tenho. Percy não é nada meu, por culpa minha, minha e puramente minha. Mas ele também não deveria ter nada com Rachel, pois foi isso que ele havia me jurado pouco antes de me beijar... Da mesma forma que ele a beijava agora. Não, nem se quer era da mesma forma. Nosso beijo fora tão desesperado, tão triste, tão... Só. O beijo que presenciava era um beijo calmo, apesar de intenso, era calmo como se nada pudesse atrapalha-los. Por que, na realidade, nada podia. Eu não podia.

Eu o tinha beijado primeiro, mas quase fui morta por isso. Rachel poderia beija-lo quando quisesse. Ninguém parecia se importar, além de mim mesma, é claro.

Mal podia dizer-me trocada, já que nunca estive com Percy Jackson, e nem nunca estarei. Mal podia dizer-me em um triangulo amoroso, pois o único casal estava a minha frente, eu jamais seria incluída. Como pode alguém sentir-se tão traída? E como se não bastasse o sentimento da traição e magoa, vinha junto a culpa por não dever senti-la.

Virei-me de costas e abracei meus braços, fechando os olhos para não ver, mas o próprio vento frio que desarrumava minha trança parecia sussurrar em meus ouvidos, o vento parecia chorar para mim, parecia chorar comigo. Quando a imobilidade era quase tão insuportável quanto o sentimento, eu decidi correr, correr para tentar escapar de um sentimento inescapável, que eu me via constantemente presa.

Na verdade, eu não corri muito, pois trombei com Effy, que corria até mim, e que me olhava com raiva, e atrás de seu ombro eu via Sheldon tentando alcança-la, mas ele era pequeno demais tinha pernas curtas demais. O semblante de Effy mudou ao ver o meu, olhou por tras do meu ombro, onde ainda era possível ver o novo casal se beijando, sem dar a mínima para o que acontecia a sua volta, sem ao menos notar.

Foi a vez de Effy me puxar pelo braço, nos tirando da festa, nos tirando dali. Eu queria fugir do mundo e ao mesmo tempo não queria fugir novamente, eu queria correr e ao mesmo tempo sentar-me e chorar. Eu queria esquecer, e ao mesmo tempo voltar no tempo, voltar atrás. Eu sempre quis.

E mesmo assim, novamente, tudo que fiz foi correr, sem saber ou me preocupar para onde ia, só sabia que estava me afastando, estava afundando.... Cada vez mais. Quais mais armadilhas o destino estaria armando para mim?


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Notas finais do capítulo

Quem shippa Perachel? Ningem? Okay.
Quem ai quer me matar? Nos matar, né? Com licença, na hora da morte eu gostaria de lembrar que a Elisa e eu somos coautoras! kkkk Continuam querendo nos matar? Ah, serio? Legal... Vou lá fugir pra colinas!
Não nos matem! Voces ainda precisam de autoras pra continuar isso!
Acho que esse é o ponto da fanfic em que voces olham o bolo de confusão que a gente fez e se perguntam: como é que essa erda pode ter um fim feliz pra alguem? Nao se preocupem que nos sabemso o que fazemos (será?).
Perguntinha basica: Por que e como voces acham que Perachel aconteceu? Vamos lá, oraculos! E mais uma coisa: O que voces acham que vai acontecer em seguida com a Annie, Percy e Rachel? Deixem-nos saber o que passa pela mente de voces....
Alias, pra voces que odiaram perachel.... Fiz um video Percabeth pra voces! Estrelando Avril Lavigne! https://www.youtube.com/watch?v=-Kb6P53_B34
Um paradoxo, escrevo Perachel e fiz uma montahem Percabeth... Fazer o que?
Até daqui duas semanas, semideuses!