Kikyou entrou batendo a porta atrás de si, bufando de raiva jogou a bolsa em uma poltrona, jogos os saltos em um canto qualquer e se jogou na cama.

–pelo visto você não conseguiu encontrar seu “namorado” ontem. –Naraku saiu do banheiro vestia só uma bermuda, tinha acabado de sair do banho quando ouviu aporta batendo, sabia que só podia ser Kikyou.

–pelo contrario, passei o dia todo de ontem com ele. –esticou as pernas para Naraku, esse sorriu e sentou na beira da cama pegando seus pés para massagea-los. –isso quer me deixou irritada, aquele idiota está me evitando de propósito.

–por que você não termina com ele de uma vez, afinal você já conseguiu o papel no filme. –já estava casado de ver sua garota bancando a namorada daquele playboy, o quanto antes ela terminasse com ele melhor.

–você é tão ingênuo, hoje mesmo o diretor me chamou a atenção, pra eles eu não sou nada mais que uma novata, Inuyasha é a chave que vai abrir as portas pra mim, até eu não precisar mais dele, não posso deixar ele ir. –Naraku soltou seus pés e se levantou.

–confessa Kikyou, você tá gostando desse cara, não é? –Kikyou o encarou surpresa e logo começou a gargalhar.

–está com ciúmes? –ela se levantou e foi até ele, mas ele se afastou. –Naraku... não acredito que você está falando serio.

–não gosto de ser feito de otário.

–o único otário aqui é o Inuyasha. –ela o forçou a se virar para ela. –assim que eu não precisar mais me livro dele. Ele é descartável... você não. –ela o beijou, no começo ele não resistiu. –eu amo você. –sussurrou em seu ouvido, beijou seu pescoço, foi descendo para seu ombro, depois seu peito. Soltou um grito quando Naraku a agarrou e jogou na cama, logo se juntando a ela, ria enquanto ela a beijava e acariciava.

–repete. –disse com a voz rouca.

–o que? –perguntou confusa.

–o que você disse. –ele beijava seu pescoço, o que dificultava que ela conseguisse se lembrar, mas então sorriu.

–eu te amo. –disse segurando seu rosto entre as mãos. –eu te amo. –repetiu. –então o puxou para si.

–acho que você não devia levar esses saltos. –disse Kagome enquanto ajudava Sango a fazer as malas. –se você não se lembra é um acampamento, acho que não vai dar para você usa-los. –a amiga olhou com pesar para os saltos.

–tem razão, é que eu os comprei faz pouco tempo e ainda não tive tempo de usar. –voltou a guardá-los no lugar. –se eu leva-los podem acabar estragando, o que seria um desperdício. –olhou em volta vendo o que faltava guardar.

–é bem típico de você né, deixar para arrumar as malas no último minuto. –pegou algumas roupas em cima da cama e colocou na mala.

–é excitante, devia experimentar.

–não obrigada. –olhou para a amiga que estava distraída vendo qual dos xampus levar. –você não respondeu minha pergunta.

–qual pergunta? –perguntou distraída.

–se você vai ou não ligar para o Miroku. –Sango suspirou.

–por que esse interesse de repente?

–o Inuyasha comentou comigo que...

–então vocês já estão tão íntimos assim? –perguntou maliciosa.

–não começa Sango, e não tenta mudar de assunto. Eu sei que você ficou interessada nele, por que não ligou então?

–confesso que fiquei meio atraída. –Kagome levantou uma sobrancelha. –certo fiquei super interessada nele, mas ele é o tipo de cara que se tem que evitar a todo custo.

–por que ele é um mulherengo?

–porque ele não é um mulherengo comum Kagome. –respondeu dramática. –ele é um profissional. –disse dando ênfase a última parte. –tenho certeza que o número de garotas pra quem ele seu o telefone é maior que o número de dedos das suas mãos e pés juntos. –Kagome teve que se conter para não rir, sabia que sua amiga estava seria sobre isso, mas não deixava de ser engraçado. –pode rir se quiser, mas eu tenho muita experiência em caras como ele.

–Sango não é só porque um cara foi um cretino com você que todos os outros também vão ser, não é você mesma que disse que as pessoas não são iguais.

–mas a exceções. –disse terminando de fechar a mala.

–não era isso que você falava quando eu falava mal do Inuyasha.

–isso é isso e aquilo é aquilo. –se virou para a amiga. –mas ultimamente você não tem feito reclamações deles, vocês tem se entendido?

–temos tentado cooperar, afinal somos parceiros não é?

–sei... vamos dizer que é isso.

–Sango não tanta mudar de assunto, estamos falando de você. –disse tentando aparentar calma. –então o que você vai fazer se o Miroku vier atrás de você.

–isso não vai acontecer, caras como ele não vão atrás de garotas como eu. –embora aparentasse calma, tinha um certo pesar em sua voz, mas ela tratou de afasta-lo.

–se você acha. –decidiu mudar de assunto. –tem uma outra coisa que eu quero falar com você.

–é sobre a apresentação no ultimo dia, não é? –Kagome afirmou. –por que você não vê isso como uma chance de vencer esse seu medo de palco.

–eu tenho raiva de mim mesmo, só de me imaginar na frente daquelas pessoas eu começo a tremer. –disse se abraçando. –e se eu nunca conseguir superar isso... eu sou mesmo uma idiota né? Como eu posso ter vindo para uma escola de musica, sonhar e ser uma atriz de musical quando nem mesmo consigo cantar na frente de umas poucas pessoas.

–você não é idiota Kagome, todos têm seus medos. –ela se aproximou da amiga. –você acha que eu não fico nervosa? Que não fico insegura? Isso é normal, você só tem que aprender a lidar com isso.

–ficar nervosa é uma coisa, mas eu fico apavorada. –Sango a abraçou, sabia o que a amiga sentia, não era fácil lidar com um medo desses, foi então que teve uma ideia.

–por que não fala com o Inuyasha?

–Sango tá louca? –Sango riu da expressão da amiga.

–para e pensa, apesar de tudo que você acha dele tem que admitir que ele canta bem, e faz isso na frente de bilhões de pessoas o tempo todo, talvez ele possa te ajudar. –aquilo fazia sentido, mas o que não queria era ter que mostrar essa fraqueza pra eles. –você não tem se tornado amigos, então o que custa tentar?

–nós não somos... –parou de falar ao ver a expressão irritada da amiga. –ok vou tentar, mas não prometo.

–boa garota, merece um biscoito.

–Sango! –se fez de irritada, pegando um dos travesseiros na cama e acertando Sango, a outra fez o mesmo iniciando uma guerra de travesseiros.

Rin olhava hesitante para o telefone, pensará em ligar para Sesshomaru, mas desistirá varias vezes. Quando pegou o telefone outra vez ele tocou, era o número do Sesshomaru.

–oi Sesshy. –um sorriso se formou em seus lábios, como sempre acontecia quando ouvia sua voz. Ela não sabia como conseguia esconder seus sentimentos por tanto tempo, talvez pelo fato de Sesshomaru sempre a ver como uma amiga, mas a verdade é que era apaixonada por ele desde o colegial, na época ele namorava uma das lideres de torcida... Kagura, se lembrava bem dela, magra, linda... tudo que era não era na época. –agora? –deu uma olhada no relógio, tinha combinado de almoçar com uns amigos, mas ainda teria tempo. –está bem, vou chegar em uns minutos, bye. –suspirou, ela e Sesshomaru era amigos desde que se lembrava, frequentava a casa deles praticamente todos os dias, por isso decidirá guardar seus sentimentos para si ao invés de correr o risco de se declarar e perder sua amizade.

Quando chegou ao escritório de Sesshomaru Eri disse que ele já a estava esperando, tinha que admitir que estava curiosa para saber o que Sesshomaru queria, na verdade desde que voltara da turnê ele parecia que a estava evitando, pelo menos ele sempre arranjava uma desculpa para os convites que ela fazia.

–desculpa fazer você vim aqui assim de repente Rin. –ele se aproximou indicando o sofá para que ela se sentasse.

–eu estava sem nada para fazer mesmo. –com certeza isso era melhor do que ficar encarando o telefone decidindo se ligava ou não. –então o que tem de tão importante para me dizer?

–na verdade eu queria te pedir um favor... quero que me ajude em algo. –aquilo a surpreendeu, primeiro porque Sesshomaru não era de pedir ajuda e segundo porque estava pedindo a ela.

–isso me deixou curiosa, o que houve?

–na verdade é ideia do meu pai. Parece que vai haver um acampamento no colégio do Inuyasha, ele quer que eu vá como supervisor e eu pensei que você poderia ir comigo. –Rin ficou calada, podia ser bobagem, mas tinha ficado emocionada de Sesshomaru pensar nela, era boba de se agarrar a essas pequenas coisas, mas se era tudo que podia ter dele, por que não se agarrar a isso?

–pode contar comigo. –disse sem pensar duas vezes. –mas agora eu tenho que ir, marquei de almoçar com uns amigos.

–eu te ligo mais tarde pra marcar tudo. –a acompanhou até a porta. –obrigada pela ajuda Rin.

–você sabe que pode contar sempre comigo. –sim ele sabia. Depois que ela saiu ele se jogou no sofá, era verdade que seu pai pediu que ele fosse como supervisor, mas não precisava necessariamente da ajuda de Rin, isso era uma desculpa esfarrapada que ele arranjará para mantê-la perto.

Foi até sua mesa e pegou o roteiro que tinha guardado antes de Rin chegar. Na verdade esse fora o principal motivo pelo qual convidará Rin para ir com ele. Takahashi tinha deixado claro que queria que Rin fosse a estrela de sua nova produção, claro que ela iria aceitar, ela adorava o que fazia e depois de conferir o roteiro, não teria duvidas de que aceitaria, com isso ele teria menos tempo com ela, já pelo contrario aquele diretor mulherengo passaria horas com ela. Já podia até imaginar que ele não perderia a oportunidade de dar em cima dela, e mesmo que Rin não estivesse interessada só de imaginar já o deixava irritado.

A situação não podia continuar assim, se as coisas continuassem assim ele temia fazer algo que pudesse estragar sua amizade com Rin... sendo assim por que não tentar mostrar a Rin que eles poderiam ser algo mais que amigos, claro que era uma ideia arriscada, mas era melhor que deixar as coisas como estavam.

–não custa nada tentar. –guardou o roteiro de volta na gaveta e pegou o telefone. –Eri preciso que remarque todos os meus compromissos das próximas duas semanas. – ainda tinha algumas coisas para arrumar, mas como ele só ia depois ainda dava tempo.

–como assim duas semanas? Miroku tinha praticamente invadido seu quarto, quando voltou da aula pratica daquela tarde ele estava deitado em seu sofá assistindo TV. –por que não me avisou antes?

–eu andei meio ocupado, Bankotsu está pegando no meu pé. –pegou um suco na pequena geladeira e se sentou no sofá, tirando o tênis e jogando longe. –por que todo esse drama, serão só duas semanas, você por acaso não consegue ficar esse tempo longe de mim? –implicou com o primo.

–quem liga pra você. –disse descartando o assunto com um aceno de mão. –se você não estiver aqui, que desculpa que eu vou ter pra vim ver a Sango.

–você tá de brincadeira comigo, não é? –Inuyasha não conseguiu conter o riso. –desde quando você precisa de uma desculpa pra dar em cima de uma garota?

–você mesmo disse que a Sango é diferente, to pensando em fazer uma abordagem diferente.

–hum... nisso eu concordo com você, então está pensando em fazer o que?

–não sei, mas se você não estiver aqui vai ser mais difícil.

–bom isso não vai ser problema, a Sango também vai para acampamento. –disse se recostando no sofá.

–tá de brincadeira comigo. –resmungou Miroku se jogando no sofá. –isso vai atrapalhar todo o meu plano.

–você tem um plano? –perguntou Inuyasha incrédulo.

–tenho pensado nele nos últimos dias, mas agora vou ter que fazer umas mudanças. –ele passou a mão pelos cabelos pensativo. –você sabe onde vai ser?

–mais ou menos... acho que fica perto de Hokkaido, por quê?

–quando chegar lá você me manda uma mensagem indicando onde fica. –ele se levantou rapidamente.

–o que você vai fazer? –perguntou desconfiado.

–você vai saber, tenho que ir agora resolver algumas coisas. –e saiu deixando Inuyasha confuso.

–talvez eu não devesse ter contado pra ele. –resmungou Inuyasha.