Tinha sido mesmo muita sorte encontrar Inuyasha, pensou Kikyou andando pelo quarto do namorado esperando ele voltar. Tinha ido até ali sem muitas esperanças de conseguir alguma informação sobre onde ele poderia estar, estava claro que ninguém naquela família gostava dela, bom isso pouco lhe importava porque também não suportava nenhum deles. Mas não podia mais deixar as coisas desse jeito, não fala com Inuyasha a meses, claro que andou ocupada com as gravações do filme, mas sabia que ele a estava evitando também.

Depois do escândalo sobre ele ter usado sua influencia para conseguir um papel para ela no filme, Inuyasha simplesmente desaparecerá, havia conseguido falar com ele algumas vezes, mas isso se tornava cada vez mais difícil e agora era praticamente impossível e isso não era nada bom pra ela. Se perdesse o controle sobre Inuyasha as coisas ficariam difíceis, o papel que no filme era bom, mas não lhe renderia muitos frutos, mas estando com Inuyasha era certo que teria muito mais chances.

E para piorar, ainda tinha Naraku, estava cada vez mais difícil convencê-lo a continuar com a farsa. Já tinha ido longe demais, aturado muita coisa pra desistir agora. De repente a porta se abriu e Inuyasha entrou carregando uma bandeja com suco e alguns sanduíches.

–como você não avisou que vinha, minha mãe não teve tempo de preparar muita coisa. –disse colocando a bandeja na mesa de centro.

–isso é o suficiente. –disse a abraçando por trás, se tinha uma coisa que ela sabia sobre Inuyasha era o seu fraco por garotas bonitas, por isso era muito fácil seduzi-lo. –estava com saudades... faz tanto tempo que a gente não se vê. –ela se aproximou para beijá-lo, mas Inuyasha se afastou no mesmo instante, nesse momento ela ficou alerta.

–eu estive ocupado resolvendo algumas coisas. –disse se esquivando.

–como o que? –disse Kikyou forçando um sorriso. –eu posso te ajudar.

–é pessoal.

–eu sou sua namorada. –insistiu.

–não é nada importante, não precisa se preocupar. –aquele idiota, com certeza esta escondendo algo.

–Inuyasha o que esta acontecendo, você anda muito estranho. –disse cruzando os braços, já que o jeito de namorada bobinha não estava dando certo era ora de mudar de tática. –eu sinto sua falta. –disse passando os braços por seu ombro. –você não sente a minha.

–Kikyou eu não to com cabeça pra isso ta. –disse se afastando mais uma vez. –na verdade a gente precisa conversar. –ela ficou tensa, aquilo não era bom sinal, tinha que pensar em algo.

–com certeza a gente esta precisando conversar, mas fica pra próxima. –disse pegando sua bolsa em cima da cama.

–como assim, você acabou de chegar.

–é mas você não parece estar de bom humor, e eu tenho compromisso, a gente se fala. –e saiu o mais rápido que pode, tinha conseguido escapar dessa, mas estava na hora de tomar uma atitude, tinha que descobrir o que Inuyasha estava escondendo, antes que seus planos fosse por água baixo.

Depois que Kikyou saiu Inuyasha se jogou na cama, aquela tinha sido uma boa chance pra resolver as coisas com Kikyou, não tinha mais sentido ficar mantendo esse namoro, se é que dava pra chamar isso de namoro.

–posso entrar. –disse Sesshomaru parado à porta.

–desde quando você pede pra entrar?

–eu gosto de surpreender as vezes. –disse já dentro do quarto. –sua namoradinha já foi?

–acabou de sair. –de repente ele se levantou. –posso te pedir um conselho? –Sesshomaru o encarou surpreso.

–isso é novidade, desde quando você me pede conselhos?

–desde que estou desesperado. –ainda surpreso com tudo aquilo Sesshomaru puxou uma cadeira e se sentou de frente para o irmão.

–isso é realmente serio... o que aconteceu? –então pela primeira vez desde que tinha dez anos ele se abriu com o irmão, contou tudo, desde que decidira terminar com Kikyou, mas o medo de um novo escândalo o impedia, até mesmo os sentimentos confusos que vinha sentindo por Kagome. Sesshomaru não disse nada, apenas ouviu atentamente tudo que o irmão mais novo dizia e no final disse.–você é mesmo um idiota.

–eu não pedi sua opinião para ouvir isso.

–quer mesmo o meu conselho... pede logo a Kagome em namoro e para com esse drama todo. –disse se levantando e indo em direção a porta.

–espera um minuto, quem disse que eu quero namorar a Kagome? –disse não muito convincente. Seu irmão o encarou com uma sobrancelha arqueada.

–só uma pergunta... você decidiu terminar com a Kikyou depois de ter conhecido a Kagome? –apesar de hesitante ale acenou positivo. –você pediu o meu conselho então aqui está. –a seriedade com que Sesshomaru o encarou o surpreendeu. Para de perder tempo, porque você pode se arrepender mais tarde. –sabia que o irmã estava falando por ele mesmo também.

–você e a Rin se entenderam, não é?

–mas não foi fácil, eu estava sendo cabeça dura e teimoso, assim como você está sendo agora. –Inuyasha o encarou emburrado. –vamos ser sinceros irmãozinho, você está apaixonado pela Kagome, só não quer admitir.

–olha quem fala.

–eu pelo menos admitia para mim mesmo. –voltou a se sentar. –para e pensa... você se pega pensando nela o tempo todo, se perguntando onde ela está, o que esta fazendo. Quando ela esta perto você fica nervoso e ansioso ao mesmo tempo e quando ela não está você sente falta.

–você sabe que esse seu lado romântico e meio assustador, né? –perguntou fazendo careta.

–não to nem ai, a Rin gosta.

–como ela agüenta você?

–do mesmo jeito que a Kagome te agüenta.

–pois está enganado... a Kagome gosta daquele idiota do Kouga. –disse desanimado.

–o que é isso que estou vendo, seria ciúmes? –o tom divertido com que Sesshomaru disse fez Inuyasha pegar um dos travesseiros na cama e jogar em sua direção, o outro claro desviou com facilidade. –eu devia pegar a câmera pra gravar esse momento.

–cala boca Sesshomaru, não sei o que eu tinha na cabeça pra pedir um conselho pra você.

–talvez porque eu sou mais inteligente, mas experiente e mais bonito que você. –Inuyasha revirou os olhos, com certeza seu irmão não conhecia a palavra humildade. –aqui vai outro conselho, para de perder tempo, falo isso por experiência própria. –e saiu deixando Inuyasha sozinho pensando no que o irmão acabará de falar.

–você vai sair com o Kouga.

–Sango não grita. –disse olhando para os lados, por sorte não tinha muitas pessoas no refeitório naquele horário.

–Kagome sério não entendo o que você tem na cabeça. –disse voltando a se sentar.

–eu que não estou entendendo você. –disse confusa. –você sabe que eu gosto do Kouga desde o primeiro ano.

–não... você gostava do Kouga, nós duas sabemos perfeitamente disso.

–Sango você vai continuar insistindo nessa historia maluca do Inuyasha.

–maluca coisa nenhuma, você sabe disso, bem lá no fundo você sabe que gosta dele, só não quer admitir.

–Sango eu já disse, Inuyasha e eu somos só amigos, por que é tão difícil entender?

–porque eu vejo nos seus olhos. –aquela afirmação surpreendeu Kagome. –apesar da pouca implicância que você ainda tem com ele, mesmo negando sempre, eu posso ver nos seus olhos... o jeito que você olha pra ele, o jeito que você fica quando vocês estão ensaiando alguma musica, por isso eu não posso ficar parada vendo você agindo assim por um medo bobo.

–bobo... medo bobo? –disse irritada, não com a amiga em si, mas com o fato de Sango estar certa. –como você pode falar de medo quando você mesma vive com medo. –Sango a encarou surpresa. –o Houjo te traído, eu sei foi horrível e consigo entender que você não queira se arriscar outra vez, mas você se fechou de tal maneira que não deixou mais nenhum garoto se aproximar. –ela nem pensava mais no que dizia, só colocava tudo pra fora. –mesmo agora é exatamente isso que você esta fazendo... o Miroku está claramente a fim de você e ele parece ser um cara legal e ao invés de aproveitar, de curtir você já decidiu que ele vai ser igual ao Houjo e foge. Ele pode te trair, você vai se machucar de novo? Isso pode acontecer, como também pode não acontecer e tudo isso por que... por medo. Então não venha me falar de medo. –quando terminou já estava sem fôlego. Mas quando olhou para a expressão de surpresa e choque de Sango se deu conta do que havia feito, levou a mão a boca como se isso pudesse apagar tudo que tinha dito. –Sango... eu... eu não...

–tem razão Kagome, eu estou com medo, e por isso sempre acabo fugindo, mas é exatamente por isso que não quero que você cometa os mesmos erros que eu. –a tristeza e pesar na sua voz eram tão evidentes que Kagome se sentiu culpada. –não quero que você se arrependa mais tarde ou se sinta frustrada porque não teve coragem de se arriscar, não quero que perca essa chance porque esta com medo... por favor Kagome não faça isso com você mesma. –disse e se levantou, Kagome não conseguiu dizer nada estava tudo muito recente, ainda não acreditava que tinha dito todas aquelas coisas, por que estava agindo assim, o que estava acontecendo com ela afinal? De repente pensou em Inuyasha, não o tinha visto desde que ele saiu correndo da aula de manhã e ele nem foi assistir as práticas a tarde.–‘ não quero que perca essa chance porque esta com medo’ –as palavras de Sango ficavam se repetindo na sua cabeça.

Sesshomaru gostava do seu trabalho, de verdade, mas tinha que admitir que as vezes era estressante. Passar as ultimas duas horas trancado com advogados discutido sobre o rescisão do contrato com um dos artistas da companhia não era fácil, mas essas medidas deviam ser tomadas, afinal ele quebrou as cláusulas do contrato e ultimamente dava mais prejuízo que lucro.

Quando chegou em frente a sua sala viu a mesa de Eri fazia, o expediente dela já havia acabado, algumas pessoas realmente tinha sorte, ele gostaria de estar em qualquer lugar menos no escritório naquele momento. Pensou então em Rin, será que ela já teria terminado os ensaios? Talvez eles pudessem sair para comer alguma coisa, mas para sua surpresa quando entrou em sua sala se deparou com Rin sentada em sua cadeira. Assim que ela o viu, um largo sorriso surgiu em seus lábios.

–surpresa.

–o que você está fazendo aqui?

–não era a reação que eu esperava. –disse fazendo beicinho. –pensei que você fosse ficar mais feliz.

–eu estou feliz... acredite por trás da cara de surpresa estou pulando de felicidade.

–não precisa exagerar. –disse rindo divertida. –os ensaios terminaram mais cedo, então vim aqui para que pudéssemos sair juntos, mas quando cheguei a Eri me avisou que você estava em reunião. –ela saiu de trás da mesa e se aproximou. –então pensei em ficar e te esperar, você com certeza sairia dessa reunião estressado e estou aqui para te relaxar.

–já estou bem relaxado. –ele passou a mão pela sua cintura e a puxou para si. –muito relaxado. –e tomou seus lábios, ela passará anos querendo beijá-la que agora parecia que nunca era suficiente, sempre queria mais. –e gostei muito da surpresa, você poderia fazer isso mais vezes.

–vou pensar. –então o puxou pela mão, fazendo com que ele se sentasse em sua cadeira. –porque agora vou te fazer uma massagem.

–desde quando você sabe fazer massagem?

–se esqueceu que eu já fiz papel de massagista em um filme? –ela começou pelos ombros, como ela imaginou estavam bem tensos. –na época eu fiz um curso pra parecer mais real, bem útil, não acha?

–bastante. –respondeu Sesshomaru já sentido os músculos relaxarem. –eu estava pensando em levá-la para comer alguma coisa, mas isso aqui está bem melhor.

–pois está enganado se pensa que vai ser de graça... vou querer comida chinesa.

–qualquer coisa. –e a pegou de surpresa a puxando pelo braço, fazendo-a cair sentada em seu colo. –faço qualquer coisa por você. –a intensidade que ela sentiu naquelas palavras fez seu coração se apertar.

–eu ainda penso que isso é um sonho, que eu vou acordar a qualquer momento e descobrir que nada disso é real... só mais um sonho meu.

–não é um sonho Rin, é real e eu vou te provar isso, quantas vezes forem precisas. –ele acariciou seu rosto. –fui um idiota por demorar tanto em dizer isso, mas agora você esta aqui comigo, nos meus braços... eu amo você Rin.

–Sesshy. –as lagrimas caiam sem ela se importar em conte-las, será que era possível ser tão feliz assim? Sem conseguir dizer nada ela só o beijou, um beijo cheio de amor e carinho.

–ora, ora, ora... o que temos aqui. –surpresos eles se afastaram rapidamente. –Sesshomaru e Rin... Rin e Sesshomaru, por que será que isso não me surpreende?

–o que você quer Kagura? –perguntou Sesshomaru irritado. Kagura estava parada a porta com os braços cruzados e um sorriso presunçoso nos lábios.

–vim lhe entregar isso, afinal você mesmo disse que queria que eu lhe entregasse um relatório com o andamentos dos preparativos para o show.

–pode deixar em cima da minha mesa, e na próxima vez não entre ser anunciada.

–eu até poderia ter feito isso, se a sua secretaria ainda estivesse aqui.

–se era só isso pode ir.

–tudo bem... mas então vocês finalmente se entenderam, até que demorou mais do que imaginei, pensei que quando você terminou comigo ia correndo pros braços dessa ai.

–é melhor você ir Kagura.

–eu nunca entendi o porque de você ter começado a namorar comigo, se era claro que era dela que você gostava, mas bem eu não tinha do que reclamar, um namorado rico e bonito e as nossas noites eram bem...

–já chega Kagura. –explodiu a agarrando pelo braço, não ia deixar que ela fizesse isso com Rin. –é melhor você ir embora... agora.

–tudo bem já estou indo. –deu uma ultima olhada em Rin e saiu.

–me desculpe por isso. –disse Sesshomaru ainda de costas para Rin.

–você não tem culpa se a Kagura é desse jeito. –ela o abraçou por trás, sabia que Kagura tinha dito aquilo para atingi-la e uma parte dela estava doendo agora, mas não demonstraria isso.

–mas eu meio que sou culpado, afinal que ela disse é verdade. –disse se virando para ela. –eu comecei a namorar com ela mesmo gostando de você. Foi uma tentativa idiota e inútil de tentar te tirar da minha cabeça.

–serio? –aquilo a surpreendeu, ela havia dito que gostava dela a tempos, mas não imaginava isso. –você tinha tanto medo assim de gostar de mim?

–eu tinha medo de confessar o que eu sentia e você não corresponder, eu preferia ter você só como amiga ao te perder por completo.

–sei bobo. –ela deu um leve beijo em seus lábios. –na verdade somos dois bobos, porque eu me sentia do mesmo jeito.

–somos dois cabeças duras, não é? –ela respondeu com um sorriso. –acho que então devemos recuperar cada segundo perdido.

–estou ansiosa.

Ele com certeza não esta reconhecendo a si mesmo, parado ali na frente do dormitório esperando Sango aparecer. Ele não se lembrava de ter corrido atrás de nenhuma garota, então por que fazia isso por Sango?

Tudo bem, ela era diferente das outra garotas, isso ele não podia negar. Ela era engraçada, madura, e muito mais inteligente do que qualquer garota que ele já conheceu... tirando Rin é claro. Mas em compensação ela era bem difícil, sempre que ele pensava que estava conseguindo se aproximar ela fazia questão de colocar um abismo entre eles, mas então por que ele continuava insistido, estava óbvio que ela não queria nada com ele.

–Miroku? –a voz surpresa de Sango o despertou de seus devaneios, ela perecia surpresa e nervosa em vê-lo.

–oi. –foi tudo que ele conseguiu dizer, como sempre acontecia sempre que estava perto dela ele se sentiu nervoso. –eu estava aqui por perto e pense...

–por que você continua aparecendo? –a pergunta o pegou de surpresa, mas que mais o surpreendeu era que Sango estava chorando. –será que você não entende o quanto é difícil pra mim ter você por perto. –mordeu o lábio tentando conter as lagrimas. –sempre que você esta por perto eu fico querendo algo que eu não posso ter, eu não consigo... não consigo confiar em você, não consigo parar de pensar que você vai ser igual a ele e me machucar, eu simplesmente não consigo. –Miroku a encarava atônito. –por mais que eu queria eu não consigo, estou cansada de ficar sentindo esse medo... cansada de ser covarde, mas sempre que você aparece é assim que eu me sinto eu... –mas antes que ela pudesse dizer algo, Miroku avançou em sua direção e tomou seus lábios, não foi delicado, foi forte, exigente, apaixonado, mas mesmo assim carinhoso.

–vou fazer o que você quer. –disse sem fôlego, seus lábios a centímetros dos dela, um podia sentir a respiração do outro. –me desculpe se te causei todos esses problemas não foi a minha intenção, mas agora... quem cansou fui eu. –a intensidade com que ele a encarou e a seriedade de suas palavras fizeram Sango sentir seu corpo ficar gelado. –adeus Sango. –foi tudo que ele disse antes de se afastar com paços firmes e decididos e tudo que Sango conseguiu fazer foi ficar para ali se sentindo a pessoa mais idiota do mundo.