Dulce Antidoto Para Olvidar escrita por Miaesposito


Capítulo 12
Capítulo 12




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A levaram a um quarto onde haviam outras pessoas com a mesma bata que ela, sem maquiagem e assim como ela, com o mesmo olhar perdido, tal vez alguns ainda sob efeito das injeções e remédios.

Não se sentia cômoda, não. Os homens a olhavam com o olhar obscuro, as mulheres do mesmo modo, outros ao se deram conta de sua presença. Dois homens se aproximaram e um lhe acariciou as bochechas.

Quinn tremeu.

– me deixe!-

Se escutou dizendo em voz alta antes de sair correndo pela sala e se apoiar em uma parede afastada de onde estavam os homens de bata branca.

Os homens não tinham outra intenção que do que fazê-la se sentir bem, mais Quinn não confiava em ninguém. A vida a tinha ensinado isso.

Deslizou pela parede ate ficar sentada no chão quando o ar começou lhe faltar.

Um homem da segurança que estava na porta do que seria a sala de estar a olhou e chamou uma enfermeira que chegou acompanhada de outro homem, que trazia uma mascara de oxigênio. A única coisa que puderam fazer, por nela uma mascara de oxigênio para que regularizasse sua respiração. Mais ela não precisava disso, precisava de Lupe... Ou pior ainda, precisava urgentemente de Rachel.

Com a respiração já controlada, foi novamente a seu quarto e a deixaram a sós por la. Alguns minutos depois entrou outra enfermeira, de cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo e um sorriso no rosto.

– melhor?-

Quinn a olhou estranhando. Não era fria, não tinha esse olhar obscuro e duro como os demais deste lugar. Só afirmou com a cabeça para em seguida desviar seu olhar para as janelas com as cortinas abertas.

– o que houve?-

A mulher levava uma maleta em suas mãos, e ao que tudo indicava iria anotar tudo o que ela falasse ali.

– quem é você?-

A mulher levantou uma sobrancelha se sentou em uma cadeira, próximo à cama.

– sou psiquiatra-

Quinn rio ironicamente.

– não me diga-

A mulher sorriu divertida.

–não estou louca-

Disse Quinn voltando o olhar para a mulher.

–não sei por que estou aqui-

– eu sei, si estivesse ouça não teria essa conversa comigo. Só se afastaria, pensaria que eu te machucaria, gritaria e quebraria tudo, como todos os pacientes daqui fazem.

– então?

– não é uma paciente como os outros. Só esta aqui para controlar-se para que não fique louca completamente depois de tudo.

– completamente? Já te disse que não estou louca!-

– Ok, acalme-se.-

A médica deixou a prancheta e se aproximou mais.

– sei de seu trauma, tenho falado com seus pais. Sei que tem ido a sessões psicológicas e não conseguiram te ajudar-

– é que não fui o suficiente, já que me trancaram aqui-

– só queremos te ajudar-

– porque aqui? Quero sair deste lugar. Me amarraram, me encheram de agulhadas de injeções, me trataram mal.-

– não voltará a acontecer... Tiveram que te medicar. Não se lembra de nada?-

Quinn não respondeu.

– em meio a seus ataques quis machucar seu pai-

– eu jamais o machucaria-

Se defendeu.

– mais quase o faz. E como seu pais não souberam como te controlar tiveram que te trazer aqui-

– quero sair daqui-

Disse com um tom suplicante.

– logo sairá. Mais primeiro tem que ficar bem, nunca sabemos que pode chegar a ocasionar-

Lhe respondeu sinceramente.

– quero ver alguém.-

– a quem quer ver? Seus pais?-

Quinn negou.

– irmãos?-

Voltou a negar.

– sei que a única que conseguia te acalmar era uma senhora. É ela quem quer ver?

– não. Quero ver Rachel.

– quem é ela?-

Perguntou a mulher logo sorriu.

– sua amiga?-

– não. Minha namorada. Preciso vê-la, por favor.-

– não creio que seja possível. Nos primeiros dias não permitimos visitas, não ate que...

Se calou.

– você não é como os outros, então... -

Suspirou e olhou nos olhos chorosos de Quinn.

– farei o possível para que possa vê-la na semana que vem.-

– quero ver ela agora-

Choramingou olhando para a mulher que estava a seu lado.

– por favor-

– com sorte poderá vê-la na semana que vem, antes não. Sinto muito.-

Quinn se levantou e tomou a cabeça com as mãos.

– quero vê-la! Preciso vê-la! Quero que me diga que tudo ficará bem, que ela está comigo e que vai me tirar daqui! Preciso vê-la.-

– tudo o que você precisa é estar aqui. Ficará bem aqui Quinn -

A mulher se levantou e se aproximou lentamente a Quinn, como ate de reflexo Quinn se afastou, ate que se chocou em uma mesa que havia próximo.

– calma. Aqui não te machucaremos.-

– não me toque!-

Gritou colocando as mãos para cima, para que a mulher não se aproximasse mais.

– está Bem, não te toco, mais fique calma sim?-

– eu não preciso estar aqui.-

Disse com o olhar perdido.

– não quero ficar trancada outra vez, não quero que voltem a me fazer dano.-

A doutrora se aproximou um pouco mais, já que Quinn não estava mentalmente ali. Notava em seu olhar, estava perdida.

– Quinn.

– eu sei que aqui me farão dano. Não quero que voltem a fazer isso. Já foi o suficiente!

Gritou entre soluços.

– o que fiz para merecer tudo isso?-

Seu olhar voltou, agora olhava com os olhos cheios de lágrimas para aquela mulher loira.

– já te disse que aqui não te faremos mal algum. Aqui não te faremos dano Quinn.

Se aproximou mais e a tomou suavemente pelos braços.

– não...

Tentou se afastar.

– não me toque.-

A médica tirou as mãos dela e concordou.

– quer sair daqui?-

A moça afirmou.

– então me diga, me conte tudo o que viveu, tudo o que te fizeram e que ainda te assusta. Eu poderei fazer muito por você, posso te ajudar a sair em um abrir e fechar de olhos. Eu poderei te curar.

– por que me tratam como uma louca? Não estou.-

– mais tem algo que se chama paranoia, e não pode viver com isso! precisa de ajuda.-

Levantou a voz.

– eu te ajudarei se você se deixar ajudar.-


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Notas finais do capítulo

comentem....



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