Contra as Regras escrita por Nina Malfoy


Capítulo 2
Capítulo I - Metrô de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Obrigada pelos reviews e pelas pessoas que estão acompanhando! :D

Boa leitura!



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- Essa é a nova detetive, Stella Bonasera. – ele sorriu para a fileira de pessoas. – Srta. Bonasera, esta é a nossa equipe.

Uma pequena festa de boas-vindas improvisada que só contava com meia dúzia de donuts da cafeteria mais próxima foi o suficiente para Stella simpatizar com todos da equipe e ficar ainda mais nervosa com a presença daquele homem. Ele não percebeu que seus joelhos tremeram quando ela foi cumprimentá-lo.

Ele havia levado Stella até uma sala onde todos os da nova equipe estavam em pé, prontos para a primeira impressão. Apesar dos olhares masculinos terem a feito querer não ter vindo de vestido, o clima nos escritórios era incrivelmente familiar.

O detetive Taylor a entregou o novo distintivo para a novata segundos antes de seu celular tocar.

- O que acha de começar com um caso na Wall Street?

- Incrível.

- Avise Sid. – Mac disse para Sheldon apontando para o homem grisalho que caminhava pelo corredor.

...

- A vítima é desconhecida, sem causa da morte aparente. Talvez possa ter sido causas naturais. – disse Don Flack enquanto levava Mac, Stella e Danny para o local do crime.

Uma mulher de aparentemente 20 anos estava caída no chão da sala de um escritório na Wall Street, sem nenhuma fratura ou sangue por perto.

- Causas naturais, senhor? – Stella questionou, Don assentiu.

- O que você acha, Srta. Bonasera? – Mac chegou perto do corpo.

- Talvez... Overdose por cocaína, combinação de medicamento com álcool ou... envenenamento.

- Sem indícios de que foi forçada a tomar algo. – Mac observou – Sem álcool, medicamento ou cocaína por perto, mas todas são plausíveis.

Danny recolheu uma amostra de saliva da vítima – Positivo para álcool. Mas negativo para medicamentos derivados de ácido barbitúrico.

- Teoria número 2 fora. – Stella franziu a testa.

- Sid vai analisar as digitais no corpo da vítima e a urina. – Flack disse distraído, olhando para uma pasta em mão. – Achei. – gritou.

Todos os olhos se voltaram para ele.

- A vítima é Samantha Clayton. Foi presa por tentativa de sequestro no ano passado. Sabia que já a tinha visto. – completou sussurrando.

Flack passou a foto para Mac, que confirmou que a mulher era a mesma morta.

- Srta. Bonasera, o que acha de ir ao laboratório? Danny e Flack podem cuidar da cena do crime. – Mac tirou as luvas – Sid vai precisar de ajuda.

- Claro, senhor. Vai ser bom ver como as coisas funcionam em Nova York.

Mac abriu a porta da viatura e acenou para Stella entrar.

- O que te traz a Nova York, Srta. Bonasera?

- Confusões no trabalho antigo.

- Muito pessoal?

- Extremamente.

- Devemos mudar de assunto. Porque se interessou pela ciência forense e investigação criminal?

- Meus pais são policiais, então eu meio que fui puxada para esse lado. Mas eu amo o que faço, senhor. Não é porque foi influenciada que eu não goste.

Mac sorriu.

- Você fez o curso de ciência forense quando?

- Eu tinha 24.

- E quantos anos você tem? – ele perguntou levantando as sobrancelhas.

- 31. Passei muito tempo em Salt Lake, senhor. Mais do que o necessário, por assim dizer.

- Eu... Não, não acho certo fazer esse tipo de pergunta.

- Você ia perguntar o que realmente aconteceu em Salt Lake, senhor? – ele assentiu constrangido – Digamos que eu me envolvi com meu supervisor e o trabalho se tornou insuportável.

- Entendo.

A resposta de Mac deixou muito vaga a real resposta, se ele entendia como o trabalho poderia se tornar insuportável ou se ele entendia porque ela havia se envolvido com o supervisor. Também, ele pensou, com aquele vestido... Mac tirou o pensamento da cabeça, aquilo não era certo.

Mac acompanhou Stella até o laboratório, onde o corpo estava sendo recentemente colocado sobre uma das mesas de metal.

- Este é Sid, nosso legista. – ele apontou para o homem que olhava curiosamente o corpo. – Como vai Sid? Essa é a Srta. Bonasera, nova detetive.

- É um prazer conhecê-lo, senhor.

- Igualmente, igualmente. Bem, o que temos aqui? – Sid encarou o corpo. – Não acho que você gostaria de ver isso, Srta. Bonasera.

- Sem problemas. – sorriu.

Sid recolheu uma amostra de urina e entregou a Mac, que a entregou a Sheldon, e em seguida vasculhou cada canto do corpo da vítima à procura de digitais. Stella virou o rosto quando o legista abriu o corpo e resolveu sair da sala, mas antes de poder colocar um pé para fora, Sid a chamou.

- Achei uma quantidade excessiva de cobre no organismo. – disse balançando um tubo de ensaio com uma pequena quantidade da substancia. – A teoria de Flack pode estar certa.

- Doenças hepáticas, esquizofrenia, leucemia e várias doenças malignas estão entre as consequências do excesso de cobre. - Mac franziu a testa.

- Mas e as marcas nas pernas? – Stella indicou.

Sid virou de leve a cabeça. – Sim. Sim, sim. Hiperpigmentação dos membros inferiores.

- Doença de Wilson. Causa excesso de cobre no organismo e Hiperpigmentação. – Stella se aproximou do corpo e abriu o olho da vítima – Anel de Kayser Fleischer, com certeza a vítima tem doença de Wilson.

Sid franziu os lábios – Isso excluiu morte por excesso de cobre. Vamos ter que esperar o resultado da urina.

...

- Música indiana? – disse Mac entrando na sala de Stella.

- Faz bem para a alma.

Mac balançou a cabeça e tirou os fones dela. – Conseguiu alguma coisa?

- Ah, sim. Esse pingente que achamos na cena do crime é personalizado de umas das lojas perto da cena do crime. Não havia digitais além das da vítima. Mas, segundo uma vendedora antipática que me atendeu no telefone, a joia não foi encomendado por Samantha Clayton, mas por Victor Graham. Victor trabalha na loja e encomendou a joia há quatro dias. Ele é o namorado de Samantha.

- Algo mais?

- Infelizmente é isso.

Todos estavam na sala de Mac quando Sheldon apareceu com os resultados dos exames na mão.

- Negativo para cocaína e quaisquer outras drogas. MAS positivo para cianeto. A vítima foi envenenada.

- Como o assassino pode ter conseguido o veneno? – Danny questionou.

- Victor não trabalha em uma loja de joias? – Lindsay perguntou, Stella assentiu.

- Joias caras ou bijuterias? – Mac entendeu aonde Lindsay queria chegar.

- Um pouco dos dois. – respondeu Stella.

- Sais de cianeto... – Mac começou.

- São usados para... – Lindsay completou.

- Limpar a superfície das bijuterias. – Sheldon finalizou.

- Avise Flack, Victor é o principal suspeito.

Segundo Mac, Stella tinha que mostrar se era boa em interrogatório, então ela e Don entraram na sala onde Victor Graham estava. Ele batia os dedos na mesa de metal e frequentemente encarava o vidro espelhado. Flack ficou parado na porta, enquanto o sapato de Stella fazia um barulho estridente enquanto ela caminhava, o que parecia incomodar muito Victor. Ao perceber isso ela resolveu dar umas voltas pela sala.

- E então, Graham, como e porque você e Samantha terminaram?

- É difícil de falar, considerando que ela está morta. – o rapaz cuspiu – Mas, considerarei a pergunta se parar de andar.

Stella se sentou em cima da mesa.

- Certo, detetive. O relacionamento estava passado. Não dava mais.

- E por isso você decidiu mata-la? Não parece um bom motivo.

- Eu não matei Sam! Por Deus! Eu a amava.

- Se a amava porque terminaram?

Victor bufou – Olha, eu a amava. Sam terminou comigo.

- E você mudou a história inicial. Porque ela terminou com você? Ela tinha um caso?

- Não. – ele encarou o vidro espelhado novamente – Eu tinha.

- Samantha foi morta por cianeto. Você conhece muito bem isso, estou certa? – Victor começou a bater os dedos na mesa novamente, Stella recomeçou a andar. – Você tem contato direto com a substância quase todos os dias no seu trabalho. PORQUE VOCÊ A MATOU?

- EU NÃO A MATEI!

- Repita.

- EU NÃO A MATEI!

- Só mais uma vez.

- O que você está fazendo?

- Repita.

- EU... – ele fechou os olhos com força – Samantha ficou insuportável de uns dias pra cá. Era presentes caros e exigências.

- E a melhor maneira de acabar com isso era MATÁ-LA?

- Sim. – ele sorriu cinicamente.

Flack acenou com a cabeça e dois policiais entraram na sala e prenderam Victor.

- Você é boa.

- Fiz a lição de casa.

...

- Srta. Bonasera! – ela ouviu Mac chama-la – Vai de metrô para casa?

Stella não sabia se mentia ou não. A ideia de ir para casa com o homem que mais cedo havia feito suas pernas tremerem parecia terrível. Ela demorou alguns segundos para assentir.

- Aceita companhia? Acho que não é uma boa ideia ir de metrô sozinha às duas da manhã.

Ela assentiu novamente, mas não tinha certeza se ser assaltada iria ser pior do que mais meia-hora na companhia daquele homem.

- Mas o senhor não tem carro?

Mac balançou a cabeça – Mais cedo eu percebi que os freios estavam falhando.

Stella sentiu remorso em ter ficado no laboratório até tão tarde vendo como funcionava o sistema e conversando com Sid e Lindsay. O metrô ficava a quase dois passos do prédio e estava completamente vazio.

- A sua passagem, senhor. – Stella apontou para o ticket caído no chão.

- Ah, sim. E não me chame de senhor, por favor. Mac está bom.

Ela assentiu, ela não gostava de ser chamada de senhorita, mas qualquer leve indicio de intimidade era arriscado. Ela pensou um pouco, mas acabou falando - Então não me chame de senhorita, é desconfortável. Stella. Ou Stell se preferir.

- Certo, Stell, você...

O metrô estava extremamente lerdo quando parou na estação. Mas o mais estranho não era isso. Era a cabine do maquinista totalmente coberta de sangue.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? :P



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