No intervalo fomos para o pátio juntos, porque eu disse que queria conversar sério com ele, chegamos a um banco debaixo de uma árvore, sentamos e eu fui a primeira a falar:
- Não acha que eu mereço uma explicação não? Chega aqui do nada e me trata bem, eu sei que você não esqueceu como me tratou há alguns anos atrás... O que ouve? Tem haver com seu pai?
- Prefiro não falar disso com você Gianne...
- Ah - eu o interrompi - sabe o meu nome... isso é um bom começo.
- Sempre soube senhorita estranha - ele sorriu, mais voltou a ficar sério- esse é um assunto pessoal, e se me permite, prefiro não falar.
- Hum... mais pelo menos me diga porque está me tratando assim? Cumprindo uma promessa é? Todo educado, completamente diferente, eu me assustei se você percebeu.
- Bom, as pessoas mudam... você também mudou, eu mudei, tudo muda. É... posso ver seu celular?
- Para que!?!?!- respondi grosseiramente.
- Calma, só quero vê se pega internet, não tenho celular, e eu sei que isso parece estranho, mais não tenho.
- Tá, mais vai com cuidado, porque ele tá frescando hoje, e vai logo porque eu preciso dele daqui a pouco.
- Ok, ok...

Depois de um tempo, ele me devolveu o celular e saiu, não posso negar que senti falta dele nas outras aulas, já que a dele seria em outra sala. Ele tava mudado, será que eu ainda havia chance? Eu engordei um pouco, não tava tão magrela, nem tão nerd... Mas quase todas da sala gostaram loucamente dele, a primeira vista, inclusive Bia, então seria meio que impossível eu me aproximar dele.

De noite, o meu celular tocou, número desconhecido, como eu hoje tava feliz, resolvi atender.
- Alô? 
- Senhorita estranha?
- Jack!? Como conseguiu o meu número? Você tem celular? - lhe enchi de perguntas.
- Desculpa esfarrapada a da internet, não sei como não percebeu - ele ri- queria falar com você.
- Agora não... estou meio cansada, amanhã talvez?
- Tá bom, amanhã no café da manhã você se senta comigo, ok?
- Ok - sorri.

Desliguei o telefone e fui dormir, queria que amanhã chegasse logo, eu acho...