Magia Dursley escrita por Triz
Duda nunca esperou isso. Havia tido uma péssima experiência com isso quando era mais jovem. Todas aquelas cartas voando a sua volta... E subitamente, uma delas apareceu quando o carteiro deixou as cartas.
Se isso era verdade mesmo, como nunca reparou no filho? Como pode ignorar todos os sinais em todos esses onze anos? E agora a realidade era jogada na sua frente:
-Sophie? Oliver recebeu uma carta! – A esposa correu da cozinha ao encontro de Duda. Era uma mulher pequena com tufos de cabelo negro escapando do coque. Era uma mulher bonita com grandes olhos azuis.
-Não me diga que ele puxou o meu lado da família! – A mulher abriu um sorriso.
-Seu lado da família?! – Disse confuso. Não seria possível que nem isso ele havia reparado. O sorriso de Sophie desapareceu e seu rosto tomou um olhar sério.
-Por que você não se senta? – Ela sugeriu docemente.
-Não preciso. Eu já sei de todas essas... Coisas. – Ela foi quem se sentou.
-Como você sabe? Tenho certeza de que me casei com um trouxa... Oh... Quer dizer, trouxa na minha linguagem significa...
-Pessoas que não podem usar magia, eu sei. – Ele a interrompeu. – E respondendo sua pergunta, meu primo é Harry Potter.
Agora ela parecia realmente chocada.
Os dois estavam tão entretidos na conversa que nem perceberam o garoto entrar na sala. Ele vestia pijamas listrados.
-Quem é Harry Potter? – Ele perguntou de mansinho. Seu cabelo loiro estava amassado do lado esquerdo.
-Explicamos isso depois. Que tal tomar café da manhã enquanto anunciamos uma ótima notícia!
E, enquanto o menino comia cereal, Sophie contou que ele mudaria para uma nova escola. Mas não parou por aí. Ela revelou todo o segredo da magia. O garoto, no início, ficou intrigado e triste, mas ao decorrer do dia, começou a ficar mais animado com a ideia.
Cada vez que o garoto perguntava como as coisas eram resolvidas para a mãe, Duda parava para escutar. Quando vivia com Harry, seus pais o convenceram de que ele era um estranho, uma aberração. Mas, ouvindo as histórias, ele vê que tudo o que sentia era inveja, Harry era especial e ele não.
Uma semana depois, Sophie os levou para o Beco Diagonal. Duda nunca tinha visto magia propriamente dita e ver todas aquelas pessoas usando roupas estranhas carregando objetos estranhos, ele estava tão maravilhado quanto o filho.
-Bruxos usam libras? – Ele perguntou confuso.
-Não. Por isso vamos ao banco fazer uma retirada. – Duda não sabia, mas havia casado com uma bruxa muito influente. Sangue legítimo e puro.
Assim que saíram do banco, ela levou-os por todas as lojas e compraram tantas coisas que Duda mal reconhecia sua esposa.
Ela deixou o melhor para o final: a compra da varinha.
Entraram e encontraram a loja vazia. Sophie encorajou o menino a dar um passo a frente quando um senhor apareceu por trás de uma das estantes.
-Oh. Bem-vindo. – Ele sorriu. Sophie agarrou a mão do marido.
-Esta é a melhor parte. – Cochichou. Os dois olharam enquanto o velho passava várias varinhas para a mão do garoto. Sempre que ele tocava o cabo, ele murmurava um pequeno “não” e trocava.
-Tente esta.
-Como? – Dava para ver a confusão em seus olhos.
-Balance. – Ele o fez e sentiu um calor irradiando da varinha. O vendedor sorriu. – São 10 galeões madame.
Os três deixaram a loja. Antes que Oliver pudesse perguntar, Duda o fez por ele:
-O que aconteceu lá dentro?
-A varinha escolhe o bruxo. – E se recusou a responder todas as perguntas que eles fizeram depois.
***
O dia de ir chegou rápido.
O menino descia as escadas com euforia. Havia acordado cedo e arrumado a mala pelo menos três vezes. Somente ficou calmo quando chegaram à plataforma.
-Já vim aqui várias vezes buscar meu primo, mas eu nunca soube onde a tal plataforma era.
-Estão vendo a coluna entre os números 9 e 10? É lá que entramos.
Antes que eles processassem a informação, ela pegou-os pelo braço e correu em direção a coluna. Os dois fecharam os olhos e quando abriram, um lindo trem vermelho estava parado diante deles.
-E este é o expresso de Hogwarts. – Ela anunciou feliz.
Oliver relutou em embarcar, vendo tudo aquilo na frente de si era assustador.
Enquanto a mãe o convencia, Duda olhou ao redor e não acreditou no que viu. A poucos metros a sua frente, ele viu a silhueta de Harry. Conversava com um garoto que o lembrava muito quando tinha 11 anos. Duda concluiu que era seu filho.
Passou pela sua cabeça de ir lá e surpreender o primo, mas logo desistiu da ideia. Não teria coragem de dar nenhum passo perto dele. Não sabia o que sentia em relação a ele, e essa dúvida só aumentou depois de todos os anos que passaram sem se falar.
Foi tirado de seu devaneio pela voz de Oliver:
-Papai, eu estou indo. – Ele sorriu para o garoto e ambos se abraçaram. – Mãe... De que casa você era, quando estudava lá?
-Corvinal. Mas não sei se você irá para a mesma. O Chapéu Seletor irá decidir. Mas não importa para qual casa você vá, será o nosso orgulho. – Ela sorriu e o menino se virou e caminhou lentamente até a entrada do trem. Assim que subiu, o trem começou a se mover.
***
Haviam passado uns bons dez minutos que o trem havia partido e Oliver ainda não havia achado uma cabine vazia. Por todas que passou, parecia que todos se conheciam e já eram amigos. E ele não conhecia ninguém.
Estava quase chegando ao final do trem quando achou uma cabine desocupada. Ou quase, apenas uma garota estava lá. Ele resolveu entrar:
-Posso me sentar aqui? – A garota olhou para ele. Tinha pele tão branca que parecia um fantasma. O que fazia contraste com seus longos cabelos vermelhos. Ela sorriu docemente.
-E por que não?
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