Herança escrita por Janus


Capítulo 9
Capítulo 9




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     - Vocês treinam todos os sábados?
     - Bem, quase todos. As vezes, tiramos o dia para passear ou caçar garotos. Mas avisamos antes o treinador.
     - Caçar garotos?
     - Hi maninha... – ela sorriu para ela – a gente cresceu, lembra?
     Hotaru acompanhava os passos de Anne com facilidade, mesmo elas estando andando no meio da floresta, com a pouca luz do dia que ainda nem tinha raiado direito. A mesma floresta que ela tinha atingido quando chegou no planeta. Estavam indo para uma área reservada, muito bem protegida e vigiada. Apenas umas poucas pessoas do exército sabiam quem ia para lá, de vez em quando. E, menos ainda sabiam quem eram estas pessoas.
     - Bom, é hora de nos transformarmos, apenas sailors podem passar pela segurança.
     Depois de feita a transformação, andaram por mais cinco minutos, até que, de repente, uma bola flutuante apareceu diante delas. Esta as iluminou por alguns instantes, e, logo em seguida, se afastou. Saturno tinha acabado de conhecer o sistema de segurança do perímetro. Continuaram andando mais um pouco até chegarem em uma clareira. Seria muito bonita, se não fossem algumas marcas no meio desta, algumas de crateras, outras eram cinzas de grama queimada. Depressões cobertas pela grama mostravam cicatrizes mais antigas. Mas qual seriam os poderes das meninas?
     - Oi titã! Atrasou desta vez.
     Já estavam todos ali. Cinco sailors e mais dois... como eram mesmo? Cavaleiros, isso mesmo, os cavaleiros de Marte. Estavam usando um tipo de armadura escura, parecida um pouco com a que o rei usava. Tinham capacetes nas mãos, e seus rostos estavam descobertos. Ela os reconheceu, realmente eram os filhos de Ray, Yokuto e Herochi. Nossa! Como eles cresceram bonitos! Ficaram lindos mesmo.
     - Os dois já tem compromisso – cochichou Anne em seu ouvido – e elas são bem ciumentas.
     - E quem são?
     - Vou deixar como surpresa. Bom, deixa eu apresentar você: Pessoal, esta aqui é a minha maninha, a Sailor Saturno, maninha, esta aqui, caso não tenha reconhecido, é a minha maninha sailor Ariel, esta é a sailor Miranda, sailor Europa, sailor Calisto, a sailor Terra que você já conheceu, e os dois são os cavaleiros de Marte, Deimos e Fobus.
     - Olá – disseram eles.
     - Prazer em conhece-los – disse se curvando ligeiramente – de novo.
     - Veio treinar com a gente? – perguntou Miranda curiosa.
     - Não – respondeu Titã – eu acho que hoje ela é nossa oponente.
     - O que? – perguntou Saturno assustada – como assim?
     - Bem... você foi a única que ainda não jurou atender a ordem da rainha de jamais lutarmos entre nós. Por que acha que Sohar convidou você para participar?
     - Será que foi por isso?
     - Não – respondeu uma voz forte e grave, vinda do topo de uma das árvores próximas. Saturno olhou na direção de onde vinha a voz e percebeu uma homem ali, deitado em um galho, de uma forma um tanto displicente – eu pedi para que ela viesse pois é a única que vocês ainda não conhecem, ou seja, vocês não tem a menor idéia do que esperar dela. Mas vocês não vão se enfrentar não – ele saltou do galho e pousou há poucos metros de distância – bem vinda, Hotaru.
     - Sohar... não te reconheci com esta roupa. Tem algum nome de guerreiro?
     Era a sua roupa de guardião, muito parecida com as dos cavaleiros de Marte, mas esta era azulada. e ele estava vestindo o capacete.
     - As crianças me chamam de treinador. Por falar nisso, estão todos prontos?
     - Eu estou!
     - Eu também!
     - Muito bem – ele pegou um tipo de controle remoto da sua cintura – vamos ver se o novo brinquedo de Orion vai dar trabalho.
     Ele pressionou o botão e uma estranha criatura saiu da terra, lançando dardos sem ponta na direção das crianças. Saturno notou que também era um dos alvos, e, tratou de se esquivar rapidamente, assim como Titã e as outras.
     - AI! ISSO MACHUCA!
     - Presta mais atenção, Miranda, o treinamento começou – disse sailor Terra do Alto – vamos lá, assumam os seus grupos, Titã, eu tomo conta da retaguarda.
     Ela ficou do lado do treinador, que estava mais afastado observando os jovens guerreiros lutarem. Percebeu que eles se organizaram em dois grupos. Miranda, Titã, Fobos – ela achava – e Europa em um, Terra, Calisto, Deimos e Ariel no outro. O grupo da sailor Terra se afastou, tentando contornar a estranha criatura – parecia ser um urso, mas com cabeça de lobo – enquanto que o grupo de sua "irmã" começava a chamar a atenção dela.
     Trabalho em equipe, pensou ela. E estava sendo bem feito. Mas o que era aquilo? Titã deliberadamente se jogou na frente da criatura, e esta parecia que ia fatia-la com suas garras.
     Sentiu um impulso de ir até lá ajuda-la, afinal, ela era parte de sua família, mas conteve-se quando viu que ela foi envolvida em um campo de força, que impedia que a criatura a atingisse. Isso a deixou distraída para que Miranda lançasse um ataque de luzes contra ela, que era ampliado por anéis de fogo que Fobos estava lançando – será que este era mesmo o Fobos ou seria o Deimos? – que, por sua vez, viravam vapor com... era mesmo uma nevasca que Europa estava lançando? Nossa! Que incrível!
     Estava mesmo impressionada com elas. Agora era a vez do grupo da sailor Terra, que, aparentemente estavam em posição. Calisto lançou – ela ficou de boca aberta – um jato de lava no solo em que a criatura estava pisando, fazendo com que ela finalmente parasse de tentar esquartejar Titã. Ela tentou pular, mas uma bola de energia branca a atingiu enquanto estava no meio do pulo, arremessando-a para o lado. Ela tentou se levantar, mas um tornado – foi aquilo que Ariel lançou? – a fez perder o equilíbrio novamente. Agora os dois cavaleiros de Marte estavam atacando juntos, de mãos dados. Por alguns instantes, parecia que estavam fazendo o mesmo ataque do fogo sagrado de sailor Marte. Tinha a mesma intensidade, ao menos.
     Agora ela percebeu o que era a criatura, um robô. Podia ver suas partes metálicas aparecendo por entre o couro destruído pelos ataques. Podia ver que já estava bem danificado também. Não ia durar muito.
     - Anel de Destruição de Titã!
     Agora ela ficou de boca aberta mesmo. Aquilo... aquele poder... era...
     - Igual ao seu, não? – disse Sohar ainda observando atentamente a cena – mas ela ainda não consegue controlar isso muito bem.
     Aquilo era igual a sua Devastação de Saturno. E o que ela tinha feito antes, aquele tipo de campo de força, também era muito parecido com o seu Anel de Saturno. Anne tinha praticamente os mesmos poderes que ela... mas como isso era possível se elas não eram realmente parentes genéticas?
     Ela ficou um bom tempo tentando controlar aquele poder. Muito tempo mesmo, tanto que os outros tiveram que tentar segurar o robô para que não saísse de sua mira. Então, ela o lançou – era evidente a dificuldade que tinha para controlar aquilo – mas acertou o alvo. Uma explosão que gerou uma grande onda de choque que tirou o equilíbrio de todos os que estavam próximos ocorreu, e, do robô, não sobrou praticamente nada, a não ser mais uma cratera enorme na clareira.
     - Sete minutos – murmurou Sohar – sete minutos para destruir o mais poderoso robô de ataque que temos. Eu não tenho mais o que ensinar para eles.
     - Estou impressionada – disse para ele – elas são muito mais poderosas do que éramos nesta mesma idade. Muito mais mesmo.
     - Entende agora porque eu disse que vai ser difícil forçar uma situação da qual elas não possam encarar? Não acho que o aquilo que Haruka sugeriu vá dar certo.
     - Porque sailor Moon não está aqui? E nem Diana?
     - Sailor Moon não é uma júnior, e Diana é apenas a conselheira deles.
     - E então? Como foi? – perguntou Titã se aproximando deles.
     - Razoável. Você ainda não consegue controlar seu poder.
     - Ora... antes de irmos ao passado, eu nem conseguia mirar. Agora já consigo acertar o alvo, pelo menos.
     - Escolham um par e treinem artes marciais, vou preparar a próxima luta.
     - Tudo bem – disse ela voltando para junto dos outros.
     Satuno reparou que a sailor Terra e um dos cavaleiros estavam... se abraçando? Será que...
     - Pode me acompanhar um pouco?
     - Claro.
     Seguiu andando com ele, imaginando o que ele iria falar. As crianças já estavam praticando lutas marciais, mas notou que nenhuma delas estava disposta a ser o par da sailor Terra.
     - Anne tem razão, você não recebeu ordens de não lutar contra elas.
     - Esta sugerindo...
     - Estou pedindo – ele parou e a encarou – você é quem decide. Você viu as capacidades delas. Isso me deixa com um problema... elas estão muito confiantes, acham que podem enfrentar qualquer coisa. Acha que consegue derruba-las?
     - Sinceramente? Não sei. Mas... posso tentar. Tem que ser para valer?
     - Evite tentar quebrar algumas costelas, mas tome cuidado com Joynah, ela é a mais forte, logo seguida de sua irmã.
     - Acho que vai ser divertido.
     - Não aposte nisso...
     - Quando quer que eu comece?
     - Quando quiser.
     - Então, pegue seu camarote, eu já estou indo.
     Sem dizer mais nada, ela pulou para um galho de árvore próximo, e observou os oito treinando. Reconheceu o estilo imediatamente, todos deviam ter aprendido com Nicholas. Eram rápidos, e se esquivavam bem. Mas era apenas um treino, não era a sério. Podia reparar como evitavam aproveitar-se de brechas deixadas pelo adversário, especialmente os dois cavaleiros – que deviam ser os melhores em lutas corporais. Só a sailor Terra é que era mais estranha. Ela estava lutando contra Titã, e esta parecia que a atacava de verdade, com muita determinação.
     Ela se concentrou e materializou a sua alabarda() em suas mãos. Avaliou o melhor local, e, sem aviso, deu um salto, fazendo um arco descendente com ela, emitindo assim, um tipo de raio branco, em forma de semi círculo, que cortou a terra bem no meio dos lutadores, causando uma grande e assustadora explosão.
     ()similar a uma lança, mas com uma lâmina de gume duplo na ponta. Não sabia que este é o nome daquela lança da sailor Saturno? Fanfic também é cultura!
     - Ei! Pensei que papai tinha dito que você não ia lutar com a gente! – exclamou sailor Calisto.
     - Ele mudou de idéia – ela sorriu – vamos ver o que vocês conseguem fazer com um oponente de verdade.
     Ela cravou a ponta afiada de sua alabarda no chão, e uma rachadura seguiu em direção a sailor Calisto, que pulou antes que a atingisse. Momentos depois, o local em que ela estava explodiu, lançando pedras e terra por cima de todos.
     - É para valer é? Muito bem!
     Sailor Terra voou por cima dela, e sailor Miranda ficou nas suas costas.
     - Caleidoscópio de Miranda!
     Ela rebateu o ataque dela com a alabarda, em direção a sailor Terra, que desviou-se deste. Logo depois, precisou desviar de um jato de lava que Calisto tinha lançado. Estava quente aquilo. Antes mesmo de seus pés tocarem o solo, ela teve que girar no ar, para escapar de bolas de fogo que os cavaleiros lançaram. Eles estavam lutando bem, tinha que reconhecer. No entanto, percebeu que não estavam se empenhando muito. Teria que força-los a perceber que não seria um simples treinamento, e que, se não tomassem cuidado, iriam se machucar muito. Era melhor começar com Titã.
     Girando a sua alabarda na sua mão direita, ela formou um círculo brilhante, e o arremessou contra ela. Ela formou o seu escudo, acreditando que seria o bastante para se proteger. Para a sua surpresa – e também de sailor Saturno - foi o bastante, mas o resultado assustou a todos ali.
     Quando o seu ataque atingiu o escudo de defesa dela, ele se partiu em dois pedaços, sendo que cada um atingiu o solo, há poucos metros depois da separação, causando duas enormes bolas luminosas, cujo deslocamento de ar deixou todos desequilibrados – incluindo a voadora sailor Terra, que começou a cair. Aproveitando-se daquela situação, ela saltou em sua direção e lhe deu um poderoso chute em suas costelas, na região do estômago. Teve que reprimir um grito de dor, pois parecia que tinha chutado uma pedra.
     Sailor Terra, por sua vez, não reprimiu nada, ela gritou de dor mesmo enquanto seguia o resto do caminho até o chão, abrindo uma depressão com o formato de seu corpo neste. Quando estava para tocar o solo, teve de dobrar o seu corpo como se fosse fazer um salto mortal de costas, para escapar de um jato de ar muito forte que foi lançando em sua direção. Devia ser de sailor Ariel. Ela comandava o elemento do ar, o que significava que devia ser bem poderosa.
     Assim que tocou o solo, fez um arco horizontal com sua alabarda, lançando novamente um semi círculo brilhante, desta vez, na direção de Ariel. Se ela não se desviasse, iria ficar muito machucada mesmo. Não pôde ver o que ela fez, pois teve que se desviar logo em seguida. Para sua surpresa, uma totalmente recuperada sailor Terra a estava atacando com bolas luminosas – como ela conseguiu se recuperar tão rápido? Nem Urano poderia fazer isso – desviou-se de duas ao mesmo tempo, sendo que a segunda tinha sido lançada com mais força que a primeira.
     Antes mesmo de planejar para onde seguir, ela já tinha percebido algo de errado. Ela tinha sentido, muito mais do que raciocinado. A segunda bola luminosa estava mais rápida que a primeira, o que significava que ambas iriam colidir...
     A explosão a pegou de surpresa, bem como a onda de choque resultante dela. Sua sorte era que estava de costas, ou teria ficado cega por alguns momentos. Não que isso a ajudasse muito, ela tinha sido arremessada em direção a sailor Terra, que já preparava um soco direto para a sua cara. Protegeu o rosto com as mãos, e avaliou, nos instantes que a separavam do golpe, que aquilo iria doer.
     E como doeu! Ela desviou de sou rosto protegido com os braços e acertou o seu peito, em um arco para cima. Sentiu o ar ser expelido de seus pulmões, ao mesmo tempo em que seu corpo era lançando para o ar, com a força do golpe. Tinha sido tão potente, que acabou largando sua alabarda. Olhou para baixo, ela estava já atingindo a altura máxima – coisa de dez metros – e notou que tanto Miranda quanto Europa estavam lado a lado, provavelmente para lançar um ataque combinado. Será que já podiam fazer isso? Seja como for, estava indefesa agora, a não ser que...
     - Brilho gelado de Europa – disseram as duas juntas, com as mãos abertas, praticamente coladas, uma na outra.
     Uma bola de luz – parecida com as de sailor Terra – saiu de suas mãos, só que esta lançava raios de luz conforme avançava em sua direção, e era bem maior.
     - Anel de Saturno – gritou ela, depois de se por em posição.
     Um círculo azulado se formou em suas mãos, da mesma maneira que ocorria com sailor Titã – que ficou surpresa ao ver aquilo – protegendo-a do impacto daquela bola lançada. Quando ambos colidiram, ela foi lançada para mais alto ainda, mas seu escudo resistiu bem. Ela viu que Calisto e Ariel também estavam lado a lado, e Ariel estava girando o corpo. Ela sabia que iria lançar o seu tornado em breve, e, seu escudo não poderia protege-la dele. Assim, ela o lançou em sua direção, de forma que envolveu as duas em um cilindro, prendendo-as do lado de dentro.
     - Ariel, pare!
     Tarde demais, Ariel não conseguiu evitar de lançar o seu ataque, que não conseguiu sair do cilindro – que era praticamente igual ao anel de defesa de Titã – atingindo a ambas, forçando-as a girar violentamente no meio do tornado, para, logo depois, caírem no chão, totalmente tontas e fora de combate.
     Dois fora de combate, faltavam ainda seis. Estava mais difícil do que esperava. Quando estava para tocar no solo de novo, foi agarrada por trás. Alguém tinha posto seus braços por baixo dos seus ombros e prendido as mãos em sua nuca. Alguém muito forte, diga-se de passagem. Seja quem for começou a apertar com força, causando-lhe uma dor enorme. Ela não conseguia escapar. Olhou para frente e viu Titã e Europa, lado a lado. Titã estava com um anel brilhante da cor amarela nas mãos, e Europa estava lançando sua nevasca de Europa através dele, que parecia ficar muito mais potente assim. Titã podia fazer isso? Podia aumentar os ataques das outras?
     Ela só tinha alguns segundos para agir. Erguendo os seus pés, ela atingiu os joelhos de seu ainda misterioso captor por trás, fazendo, de surpresa, eles se dobrarem, e também deixando a pessoa perder a concentração por um instante. Foi o suficiente para ela contorcer os ombros e se libertar, deixando esta pessoa levar o golpe destinado a ela. Foi um brilho muito forte, logo substituído por uma estátua congelada. Era a sailor Terra. Ela ficou congelada naquele ataque. Mais uma fora, faltavam ainda cinco. Mas como ela era forte...
     Um som de alguma coisa rachando chamou sua atenção. Ela olhou para sailor Terra de novo, e aturdida, viu que ela estava escapando! Mais alguns instantes e a fina casca de gelo se rompeu em pedaços, e ela – sem demonstrar nenhum calafrio – sorriu.
     - Surpresa! O frio não me afeta.
     Ela juntou as duas mãos e um brilho muito maior apareceu nestas. Saturno apenas engoliu em seco, sem saber o que fazer agora. Notou que os outros já estavam se aproximando. Ela ia perder! Não podia acreditar, iria perder para as crianças.
     - Já chega! – gritou Sohar há uma certa distância. Podem parar. Joynah, vá comer alguma coisa.
     - É para já! – disse ela voando para umas caixas que estavam embaixo de uma árvore. Deviam ser suprimentos.
     - Titã – disse ele agora do lado delas – cuide das duas tontinhas lá.
     - Anel de cura de Titã – gritou ela, lançando um anel branco em cima das duas desacordadas. Ele formou um cilindro ao redor delas, e, logo depois sumiu. As duas começaram a se levantar logo em seguida.
     - Você... tem muitos recursos – disse para Titã, ainda impressionada.
     - Pois é... – ela pressionou sua tiara e um visor igual ao de sailor Mercúrio apareceu diante de seus olhos – mais do que imagina.
     Sailor Saturno se sentou na grama, ofegante. Tinha lutado com todas as suas forças, e, não tinha sido o bastante. Claro que eram oito contra um, mas, mesmo assim, não podia deixar de se recriminar por ter subestimado eles. Isso não iria acontecer de novo.
     - Você está bem? – disse um dos cavaleiros de Marte trazendo sua alabarda.
     - Estou cansada e dolorida, mas estou bem. Obrigada!
     Ela pegou a alabarda, e se concentrando, a fez desaparecer.
     - Haruka vai ter um trabalhão neste torneio – comentou ela para ninguém em especial – por mim, vocês já são lunar senshi, com toda a honra.
     - Eu sou uma inner – disse a sailor Terra se aproximando, mastigando alguma coisa. Essas daí é que são júniores ainda.
     - EI! – reclamou Miranda – já acertamos isso. Nunca mais vão nos chamar de júniores.
     - Só depois do torneio – disse Sohar com voz séria. Bem crianças, por hoje já está bom, vão se divertir.
     - Oba! Vamos fazer o nosso piquenique.
     Viu que todos foram em direção as caixas. Também notou que a sailor Terra estava voando e carregando um dos cavaleiros nos braços.
     - Sohar, aqueles dois...
     - Estão namorando – respondeu ele – e bico calado. A Ray não sabe de nada. Eu acho.
     - Acha que vou ser louca de contar? Especialmente agora, que sei o que elas podem fazer? Não sou louca não. Ai! como dói meus ombros. Sua filha é muito forte.
     - Eu sei. mas tem um calcanhar de Aquiles. Não pode manter esse ritmo por muito tempo. Precisa se alimentar para repor as energias gastas. Por isso parei a luta.
     - Como ela conseguiu escapar daquela geladeira?
     - Ela não é afetada pelos elementos. Fogo, água, terra ou ar não a afetam. Ela é imune a ataques baseados neles. Deve ser algo relacionado ao broche da sailor Terra.
     - Não parece que você acredita muito nisto.
     - O que eu acredito não importa, o que importa é que eu sei que ela não é a portadora do broche estelar. Quem você acha que é?
     - Eu estou apostando na Titã. Sabe porque ela tem praticamente os mesmos poderes que eu?
     - Suas sementes estelares – disse ele distante – são praticamente gêmeas. Quer participar do piquenique delas? Serena deve chegar logo.
     - Pode ser.
     Ela não quis perguntar mais sobre o que ele disse, mas achou estranho ele afirmar aquilo como se estivesse falando de algo banal.


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