Herança escrita por Janus


Capítulo 59
Capítulo 59




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     - Hã.. Anne...
     - Agora não, Miranda – Titã nem lhe deu atenção, e voltou a tentar convencer sailor Moon de que deveria partir dali. Que teimosa! Ela era a princesa, e uma das funções das Lunar Senshi era a de protege-la.
     - Mas...
     - AGORA NÃO! – bufou ela irritada – Serena... entenda, por favor! Se não for com o grupo um por bem, eu peço para eles te levarem a força!
     - Não ousaria!
     - Quer apostar? Sailor Terra, por favor...
     - EI! – berrou sailor Moon quando sua amiga de cabelos azuis lhe deu um abraço de urso imobilizando seus braços e a tirando do chão – isso não vale! Me solta!
     - Posso falar agora?
     - Não. Miranda! Não vê que estamos ocupadas? Princesa, guerreira ou não, nossa missão primordial é mante-la em segurança. As Asteroid não estão por aqui, e ninguém veio nos ajudar. Alguma coisa deve ter acontecido. Não podemos simplesmente.. Serena... SERENA NÃO FAÇA ISSO!
     Sailor Moon não tinha ouvido nenhuma palavra dita pela amiga. Ao invés disso ficou se concentrando, reunindo suas forças e energias, tentando se unir ao seu cristal de prata que trazia no interior de seu broche ornado no peito. Sua testa se iluminava com o símbolo da lua, e mesmo sailor Terra agora sentia dificuldade em manter a amiga presa.
     - SERENA! NÃO DEVEMOS LUTAR ENTRE NÕS!
     - Dá licença...
     - Mas o que é que você quer, Miranda? Não percebe.. hã...
     Ela olha na direção que a loira aponta e percebe que seu escudo estava enfraquecendo. Perderam muito tempo conversando e a vantagem conseguida foi desperdiçada. Que amadorismo!
     - Terra, solte ela. Vamos precisar de ajuda agora.
     - O que?
     Titã apontou para o escudo que tinha acabado de desaparecer, e um movimento de terra indicava que o seu inimigo estava se reconstituindo. A luta iria recomeçar, e Titã não poderia ficar fazendo escudos sem parar.
     - Mas essa coisa não desiste? O que podemos fazer ainda?
     - Vocês eu não sei – a princesa ergueu o seu cetro para o alto, segurando-o com as duas mãos – mas vou atacar...
     O cetro brilhou e ela lançou seu ataque máximo contra a criatura, a onda de gravidade lunar. Diante de seus olhos o corpo da criatura se distorceu e um buraco apareceu bem no meio dela, apenas para se fechar em seguida e a mesma recomeçar a andar na direção deles.

 

-x-

 

     - Até que é divertido...
     O Klartiano apenas grunhiu alguma coisa. Não tinham vindo ali para assistir aquela exibição infantil. Na verdade, ele achou a idéia de Laryhei uma idiotice, apesar de reconhecer que tinha seus méritos.
     - Já vi que você não considera as lutas um esporte – continuou a mulher que as crianças já conheceram como nome de Prismey.
     - Só luto para alcançar meus objetivos. E estou ficando entediado com esta farsa – ele olhou para o lado, para um ponto distante da pequena cratera no qual as jovens sailors lutavam desesperadamente contra aquele fantoche para observar o seu alvo – e acho que os nossos objetivos seriam melhor alcançados se capturássemos a princesa, não uma sailor.
     - Se fizermos isso, a própria rainha irá atrás dela, e teremos alguns inconvenientes no plano. Já escolheu o nosso alvo?
     - Já – ele estreitou os seus olhos que muito se assemelhavam ao dos felinos terrestres – deve deixar os defensores deste reino muito preocupados e os obrigará a dispensarem maiores cuidados com as crianças.
     - Espero que tenha razão. Laryhei quer brincar bastante com a vítima.
     - Então vamos parar de perder tempo.

 

-x-

 

     - Estou impressionada – dizia Urano observando as imagens do pequeno monitor que tinha nas mãos – Não esperava por tal determinação da parte delas.
     - Mesmo? Pois saiba que estou começando a ficar cansado – reclamou Afonso de olhos fechados e se concentrando enormemente na sua habilidade telecinética – e ainda não sei o que Suzette fez para escapar daquele soco.
     - Amy deve ter razão... ela deve poder anular poderes psíquicos. Por isso que seu pai não pode entrar em contato mental com ela, e nem você usar seus poderes nela – ela esboçou um meio sorriso – ela é imune aos seus poderes... e parece que Anne já está querendo apostar nisto.
     - Ai... tomara que ela não pule... droga!
     Urano sorriu divertida com a irritação de seu colega. A sailor dos ventos tinha acabado de pular em direção a criatura para lhe dar um golpe, e acabou atravessando-a novamente, abrindo um buraco nesta. Sailor Terra aproveitou a abertura e lançou uma daquelas bolas ali, fazendo a criatura literalmente explodir em pedaços, apenas para começar a ser reconstituída novamente pelo poder de Afonso.
     - Quanto tempo elas podem agüentar?
     - Não sei, guardião – Urano voltou a observar o monitor mais seriamente – eu não esperava por tal determinação da parte delas, e, acima de tudo imaginava que a portadora do broche já deveria ter se manifestado. Que tal ser mais duro?
     - Estou fazendo o que posso. E devo lhe lembrar que nem você conseguiu resistir por tanto tempo naquele teste que fizemos na semana passada.
     - Eu sei... é por isso que estou impressionada. Elas não estão atacando constantemente ou em desespero. Estão confiando em suas líderes de grupo... é isso! Avance para sailor Terra!
     - Ela é muito rápida para uma "criatura" destas poder alcançar...
     - Esqueça as regras – Urano o observava sorridente – Eu quero essas crianças desesperadas.
     - Quem está começando a ficar desesperado aqui sou eu! Toda vez que Titã, Terra ou Ariel atacam a criatura eu estou recebendo uma retrocarga. Já está começando a doer...
     - Chorão... um dos mais poderosos guardiões com medo de umas crianças inexperientes...
     - Ta bom... mas isso vai me esgotar mais...
    

-x-

 

     Um pouco distante dali, as candidatas a nunca mais serem chamadas de "juniores" continuavam tentando o impossível: Derrubar uma criatura feita de poeira. Até Diana as vezes tentava fazer algo, mas todos os seus instintos lhe diziam que não havia nada ali para ser enfrentado. Absolutamente nada. Não farejava nada diferente, não via nada diferente – exceto um monte de poeira se movendo – e acima de tudo não sentia a criatura realmente se mover. Era estranho, muito estranho aquilo.
     - Mas o que é preciso para derrubar esta coisa? – berrava Miranda que já soprava sua nevasca fazia alguns minutos, conseguindo, quando muito, arrancar apenas alguns nacos de poeira que compunham a fisionomia da criatura e substituí-la por sua neve.
     Praticamente todos atacavam ao mesmo tempo, e Ariel começando a perceber que parecia ser imune àquela coisa começava a agir se preocupando cada vez menos com sua segurança. De fato, a criatura parecia começar a ignorá-la.
     Pelo menos, até pela pegar uma grande porção de rochas do solo e arremessar na sua direção. Aquilo a pegou tão desprevenida que a sailor ficou estática, e só se moveu depois que as rochas bateram em uma parede invisível na sua frente. Quando observou melhor viu sua irmã de criação ao seu lado com as mãos erguidas. Seu escudo a tinha salvo.
     - Acorda Suzette! – disse ela irritada – ele não precisa te tocar para atingi-la.
     - O-obrigada... – murmurou ela em resposta.
     Uma rocha de razoável tamanho tinha acabado de atravessar o corpo da criatura, e ambas seguiram a sua direção de origem e viram sailor Terra ali. Ela estava começando a arfar um pouco, e a demonstrar um certo esforço nos olhos. Ela estava ficando fraca de ficar usando seu poder sem se recuperar, e logo teria que se afastar pois não mais poderia ser útil.
     - Muito bem... – Titã acionou seu visor para se comunicar com todos – cavaleiros de Marte, tentem... essa não.. – murmurou ela arregalando os olhos com o que houve a seguir.
     A criatura estendeu a sua mão e esta se esticou como se fosse de borracha, pegando sailor Terra entre seus descomunais e deformados dedos. Considerando como ela gritou quando foi agarrada, ela devia estar apertando muito.
     Fobos foi o primeiro a agir – na verdade, ele simplesmente ignorou tudo quando viu a namorada na situação perigosa – e lançando fogo pelas mãos se impulsionou em direção a criatura. Um cilindro de fogo se formou no seu braço, e ele pretendia fazer novamente o golpe que tinha tido resultados inesperados antes, mas desta vez o alvo era o braço da criatura, não a sua cabeça. Ele esperava poder libertar sua amada assim.
     Infelizmente ele não considerou o fato da criatura ter dois braços.
     Fobos foi atingido violentamente pela outra mão da criatura e esmagado contra o solo rochoso. Uma pessoa normal teria sido esmagada e já estaria morta, mas para sua sorte, ele não era normal. E aumentando essa sorte um pouco, sua armadura feita por Orion era muito resistente.
     No entanto, o guardião que estava secretamente animando o "monstro" que as crianças enfrentavam notou que alguma coisa a mais estava agindo ali. Algo que a princípio ele não entendeu.
     Afonso não precisava ver as coisas para usar seu poder telecinético, pois podia perfeitamente "sentir" tudo com ele. Assim sabia onde estava cada uma das crianças e o que cada uma delas fazia. No momento em que animou a mão da criatura para atingir o cavaleiro que foi salvar a "donzela em apuros", percebeu uma coisa inesperada.
     Assim que ele atingiu o solo, ele simplesmente desapareceu de seus sentidos. Podia ainda sentir sua armadura, mas era só isso. Herochi simplesmente sumiu para ele.
     Sailor Terra que ainda gritava horrorizada com o que tinha visto acontecer com seu namorado cerrava os seus punhos e tentava de todas as formas conjurar o seu poder para escapar dali. Mas perdeu a sua concentração quando uma enorme explosão ocorreu onde Herochi tinha sido prensado contra o solo, uma explosão de chamas que apagou totalmente a mão da criatura e revelou algo inesperado para ela.
     Herochi estava ali, no meio de uma depressão do solo com a configuração de seu corpo, mas tinha uma diferença...
     Sua armadura... ela...
     Ela estava diferente...
     Parecia que havia uma outra armadura por cima da dele, uma toda amarelada e brilhante. E além disso parecia que sua testa brilhava com alguma coisa.
     Mas tinha sido tão rápido que assim que ela piscou os olhos não viu mais nada de diferente nele, exceto o de seu namorado se levantando com certa dificuldade, provavelmente abalado com o golpe que tinha recebido. Logo depois, ela se viu livre, e a criatura que a prendia estava simplesmente desmoronando no solo. Como se fosse apenas poeira que tivesse caído de um prédio.
     Herochi.. ele... ele destruiu a criatura?

 

-x-

 

     - Não pode ser... – murmurou Urano com os olhos arregalados para o monitor.
     - MAS O QUE DIABOS AQUELE GAROTO FEZ?
     Afonso estava sentado no chão e apertava seus ombros com os braços cruzados no peito. Tinha recebido um impacto reflexo enorme, como se seu corpo tivesse sido atingido pelo que quer que tenha causado aquela explosão na criatura que ele animava. Não chegava a sentir dor, mas uma estranha sensação de descontrole. Como se seu poder tivesse sido rechaçado violentamente.
     - Tudo bem com você?
     - Tirando a sensação de ter sido chacoalhado por um gorila no cio, sim...
     - Estranha escolha de palavras... – Urano olhou de uma forma comedida para ele.
     - Mina costuma falar isso as vezes...- explicou ele ficando levemente corado.
     - Há... – a sailor pos as mãos na cintura e sorriu brevemente – Acha que pode continuar com o projeto?
     - Não sei... – ele começou a se levantar pegando a mão dela estendida – mas quanto tempo acha que demora até elas mandarem um grupo para a cidade procurando por ajuda?
     - Hum.. – ela levou a mão ao queixo – eu não contava com toda essa resistência... talvez...
     Foi a sua experiência e instintos. Não fosse isso, ela teria sido atingida em cheio. Em um instante andava lentamente e com a mão no queixo, no seguinte pulava para o lado e girava o corpo para contra atacar. Seu pé de moveu de forma rápida e certeira, colidindo contra seu misterioso oponente que atacara de surpresa.
     O resultado foi uma onda de choque que fez Afonso perder o equilíbrio por alguns instantes, mas ele se recuperou a tempo de erguer uma barreira para evitar ser atacado por outro oponente. Este reconheceu imediatamente pelos relatórios. Era o klartiano que tinha aparecido na Lua e atacou Diana.
     Ele sabia que não podia arriscar contra tal criatura, e teria que se igualar em velocidade e agilidade para poder enfrentá-lo, assim concentrou-se em seu poder e envolveu o seu corpo em um campo telecinético. Desta forma poderia ter uma força enorme e ser muito resistente a golpes. Infelizmente não poderia manter isso por muito tempo, ainda mais depois de se esgotar tanto mantendo a farsa para enganar as crianças.
     Urano tinha seus próprios problemas. Seu golpe não fez nada na sua oponente – era uma mulher. Ela tinha bloqueado sua perna com o braço, e não se abalou nem um pouco com toda a força que tinha usado – e que tinha causado aquela onda de choque como se fosse uma explosão – o que indicava que ela devia ser bem forte, talvez tanto quanto ela.
     - Ridículo – murmurou ela com o olhar frio e inexpressivo – esperava mais da poderosa sailor Urano...
     Ela girou o corpo e levou seu punho diretamente para a sua barriga. Urano mal teve tempo de bloquear o golpe, e surpresa percebeu algo totalmente inesperado...
     Não adiantou nada bloquear... mesmo assim ela foi simplesmente arremessada pelo ar e rolou no solo alguns metros depois. Quando começou a se erguer, sua oponente abria as mãos e algo como se fosse uma onda de choque foi na sua direção. Parecia inicialmente com o poder de Nicholas, mas ela logo percebeu que não era a mesma coisa. Era como se fosse um sopro de ar que afetasse somente as rochas do solo.
     O que quer que fosse, quando a atingiu foi como se um trator passasse por cima dela, causando-lhe dores por todo o corpo e a arremessando mais longe ainda. Só uma vez ela teve uma sensação similar... quando Afonso e ela lutaram uma vez. Isso indicava que talvez aquela mulher tivesse o mesmo poder de telecinese de Afonso, e que talvez fosse ela quem tinha atacado sailor Vênus.
     Afonso do seu lado não estava tendo melhor sorte. Mesmo atingindo o klartiano, não conseguia um bom golpe – ele se esquivava fácil evitando a maior parte do impacto. E ainda precisava tomar cuidado para não ser atingido por aquelas garras cheias de veneno.
     Como se o veneno fosse sua única preocupação... Aquelas garras podiam cortá-lo em pedaços não fosse sua telecinese. Notou pelo canto do olho que Urano estava com problemas, e enquanto pulava por cima de seu oponente julgava se seria uma boa idéia trocarem de inimigos. Pelo menos talvez ele tivesse uma chance melhor contra a mulher, e vice versa.
     Um novo golpe no seu queixo a vez ver estrelas enquanto sentia o seu rosto ser esfregado no chão. Não conseguia conceber que aquela mulher pudesse ter tal força e a arremessasse tão longe com aquela facilidade. Ainda escorregando, ela girou o corpo dando uma cambalhota e assim que pos os pés no chão, impulsionou-se em direção a mulher lançando o seu ataque junto. A mesma apenas cruzou os braços e como se surgisse uma parede invisível, a bola de energia que tinha lançado foi simplesmente rechaçada. Logo depois ela própria colidiu contra a tal parede, e levou um soco direto no peito a lançando novamente longe.
     Ela se ergueu logo em seguida, ignorando os avisos de dor de seu corpo e de algumas de suas costelas quebradas. Sua oponente estava em clara vantagem e no controle da situação, e parecia saber muito bem disto. Quando ela ergue a cabeça, viu que precisava cruzar os braços diante do corpo para amortecer mais um impacto. E aquele doeu tanto quanto os outros.
     Urano girou o corpo para tentar atingi-la com a perna, mas para sua surpresa, a mulher apenas ergueu o braço e a segurou firmemente a poucos centímetros de seu rosto. Ela sorria com certo desprezo e maneava a cabeça, indicando que não estava nem um pouco satisfeita.
     Com raiva, Urano tentou com o seu braço atingir o seu rosto, mas para a sua surpresa a mulher simplesmente levantou vôo ainda segurando a sua perna. No ar ela sentiu ser atingida por vários golpes que pareciam vir de toda parte. Mal conseguia ver ela se movendo para atacar. Logo depois foi arremessada para o chão novamente, sentindo muito mais dor em seus pontos vitais.
     Ela... ela sabia onde atingir. Atingira seus pontos fracos e seus tendões de forma a dificultar seus movimentos. Na verdade já poderia te-la matado. Talvez só estivesse se divertindo com ela. Seja como for, estava no chão e não podia ficar ali por muito tempo, portanto, tentou se erguer.
     Mas percebeu que algo estava errado... ela... ela se sentia muito pesada. Demais! Seus músculos deviam estar mais danificados do que tinha imaginado a princípio. Mesmo assim ela se esforçou para se levantar. Virou a cabeça para o lado e viu a mulher se aproximando lentamente e devagar, sem demonstrar pressa. Conseguiu colocar um joelho para se apoiar, e quando o usou como apoio sentiu uma grande dor nele, como se muitas toneladas estivessem pressionando-o.
     Mas o que estava acontecendo? Não era para ficar assim tão fraca de repente. Não era! Fora atingida violentamente, mas mal tinha começado a lutar. Porque não conseguia se mover direito? Porque?
     - É minha cara... parece que a diversão já acabou... que pena, eu queria me exercitar mais – ela parou diante de seu rosto, porém a uma distância segura para evitar um ataque de surpresa – acho que devia ter pego o guardião ali – ela apontou com o dedo na direção em que Afonso enfrentava o klartiano – com certeza ele seria bem mais interessante de se enfrentar com sua habilidade. Bom.. é isso.
     Ela pegou algo que estava preso na sua cintura. Era estranho, mas só agora notou como ela estava vestida. Parecia usar um tipo de armadura com placas metálicas, com uma saia, ou melhor, uma meia saia que contornava apenas a parte de suas costas. Usava duas botas que iam até o joelho e pareciam ser também metálicas pelo seu brilho. Foi então que percebeu.. ela... ela estava usando uma roupa bem parecida com a que viu em uma das estátuas da lua, a daquela amazona estelar... a amazona estelar da Lua!
     - Você é uma amazona estelar? – perguntou em um murmúrio de assombro.
     - Ora, ora... pensei que minha época já tivesse sido esquecida... que bom ver que alguém ainda se lembra de nós – ela sorriu por um momento, mas logo depois ficou séria – mas isso não muda nada.
     Nas suas mãos estava um tipo de anel que brilhava um pouco e parecia ser feito de cristal. Ela apertou algo nele e o mesmo foi direto para o seu pescoço, se fechando como se fosse uma gargantilha. Imediatamente sentiu algo começar a envolver seus braços e pernas, e no instante seguinte estava estirada no chão totalmente imobilizada.
     - Djogor – disse ela agora totalmente inexpressiva – pegamos nosso alvo. Vamos embora...
     Ela não terminou a frase. Apenas deu um salto para trás e uma grande explosão ocorreu onde ela estava momentos antes. Assim que pousou se pos em guarda e cerrou os punhos, encarando fixamente na direção de onde veio o disparo.
     Urano se contorceu para poder olhar para o lugar e ficou apavorada. Ali, bem na colina estavam aparecendo as juniores. Deviam ter percebido os sinais de combate e vieram investigar.
     E se ela não teve a menor chance contra esta mulher, que chance as crianças teriam?
     Não obstante, a mulher não parecia compartilhar do temor da sailor. Ela apenas observava as dez crianças se aproximarem com os olhos apertados. Duas delas tinham um poder que, mesmo fraco comparado ao seu, tinham uma característica...
     Ela não podia obliterá-los. Se aquela sailor Albina usasse seu escudo para prendê-la, não poderia escapar. Não podia correr riscos. Mas matar uma daquelas crianças poderia atrapalhar seus planos.
     - Está mesmo encarando elas com medo? – exclamou a sailor cativa, agora percebendo o semblante dela.
     - Ao contrário de você, minha cara, eu não sou arrogante. Mas não posso perder tempo com essas crianças.
     Ela abre as mãos e a mesma onda de choque que a atingiu antes foi lançada, desta vez em direção as crianças. Crianças ainda inexperientes demais para enfrentar tal tipo de oponente. Tudo o que ela podia fazer era se contorcer mais e mais para tentar se livrar das amarras que a prendiam.


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