A Batalha escrita por Lola Carvalho


Capítulo 7
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Bom galera, dei uma corrida aqui para escrever esse capítulo, porque, como já disse, eu não vou poder entrar aqui nas próximas 3 semanas.
E lembram que eu tinha prometido um momento jisbon bem fofinho??
Aqui está ele!
Jisbons, "É nóis" rsrsrsrsrs

Boa leitura!



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Terça feira. Nada além de uma quente e entediante terça feira. Ao contrário do que muitos pensam, terça feira era o pior dia para Teresa Lisbon.

Não havia uma razão única, mas sim um conjunto de razões que fizeram Lisbon simplesmente odiar aquele dia da semana. Foi em um fria noite de terça feira que sua mãe fora atropelada por um bêbado ao volante. Foi em uma chuvosa terça feira que o seu pai decidira dar cabo de sua própria vida. Foi em uma ensolarada terça feira que seu primeiro namorado terminou com ela, partindo seu coração em pequenos pedacinhos.

Ela poderia citar todas as coisas ruins que aconteceram na vida dela neste dia da semana, mas já estava mal-humorada o suficiente, então iria fingir que hoje era qualquer outro dia... Quarta feira, talvez.

Levantou-se da cama, tomou um bom e demorado banho. “Patrick pode cuidar sozinho de Nicolas e Sarah pelo menos uma vez” pensou ela.

Se trocou preguiçosamente. Olhou no relógio, 9 horas da manhã, e se apressou para descer, afinal Patrick tinha que ir para a CBI e ele não seria louco de deixar a bebê Sarah sozinha.

– Finalmente Teresa! – exclamou Patrick – Até cheguei a pensar que você estava se arrumando para casar...

– Desculpe, é só que...

– Queria um tempo pra você, sem crianças – completou ele

– É, isso também... Não que eu não goste delas ou de estar aqui, é só que eu...

– Está meio cansada. – completou ele novamente

– Para de completar as minhas frases... Isso é irritante!

– Desculpe! – eles ficaram em silêncio por alguns segundos. Patrick formulava em sua cabeça como começar um pedido para um encontro, até que encontrou a forma perfeita – Sabe?! Eu estava pensando agora... Eu também estou cansado... Por mais que seja ótimo cuidar deles, eu estou sentindo falta de... Ter um momento para mim, sabe?! Então... O que você acha de chamarmos a Van Pelt e o Rigsby para tomarem conta das crianças hoje a noite, e aí nós saímos para dar uma volta?

– Eu e você? Uma volta?

– É, por que não?

– Tipo um encontro?

– Não “tipo” um encontro... Um encontro mesmo!

– Patrick, eu agradeço mas... Nós trabalhamos juntos e-

– Ah, Teresa, é só um jantar entre dois amigos... Que podem se tornar mais do que isso mais tarde... – ele sussurrou a última parte

– Viu? É exatamente disso que eu estou falando!

– Teresa! – ele chamou a atenção dela, e colocou as mãos em seus ombros – Você sabe que, depois que eu pegar o Red John, eu não planejo continuar trabalhando na CBI, não sabe?

– N... Não – gaguejou ela pela proximidade dos dois.

– Então... Eu tenho um pressentimento de que nós vamos conseguir pegá-lo logo. E depois disso... Eu vou ter uma vida inteira pela frente que vou poder aproveitar de verdade! E eu quero aproveitar essa vida com você, Teresa... Com você!

– Patrick eu...

– Shh – ele colocou o dedo em seus lábios – Não fala nada agora! Só aceite meu convite para hoje a noite, ok?! – ela balançou a cabeça positivamente e Patrick deu um beijo rápido em sua bochecha – Eu tenho que ir trabalhar agora... Vou falar com Van Pelt sobre hoje a noite. – Ele deu um beijo em sua testa, se despediu de Sarah, e saiu com um sorriso sincero nos lábios.

Teresa ficou parada na meio da sala de estar por uns dois minutos. Talvez mais, ela perdera a noção do tempo. Ela podia sentir suas bochechas arderem, seu coração palpitar rápido.

“Patrick Jane acabou de dizer que quer passar o resto da vida dele comigo!” pensava ela e um sorriso bobo se plantou em seu rosto.

Sarah começou a resmungar dentro do andador, e bateu com ele na perna de Lisbon, fazendo-a acordar de seu sonho.

– Vem Sarinha! – ela retirou a menina do andador – Vamos brincar com o Bob.

Bob era o nome dado por Nicolas ao cachorro.

Na verdade, Nicolas dizia que o cachorro deveria chamar-se Bobo, porque era muito brincalhão, mas Patrick modificou um pouco, chamando-o de Bob.

A manhã e a tarde se passaram muito rápidas para Teresa e Sarah, e todas as vezes que Lisbon se lembrava do episódio da manhã, não conseguia segurar o sorriso. As terças feiras passariam a ter um novo significado para ela agora.

Teresa deu uma banho em Sarah, e estava preparando-a para tirar a soneca da tarde.

– Mama – disse Sarah. Teresa não sabia se chorava, se a abraçava, ou se tentava corrigi-la.

– Não bebê... Te-re-sa – falou pausadamente

– Mama, mama – falou Sarah novamente sorrindo sem parar, e desta vez Lisbon não aguentou o impulso de abraça-la.

– Eu amo você Sarinha! Como se você fosse minha filha de verdade... – dizia ela em meio algumas lágrimas.

Ela colocou Sarah dentro do berço, e a mesma adormeceu rapidamente.

Teresa entrou em seu quarto, se olhou no espelho, e por mais que estivesse feliz por ter sido chamada de mãe, se sentia culpada também. “E quando ela crescer e puder entender? Ela vai me odiar por confirmar que eu sou a mãe dela, sendo que eu não sou!” pensava ela, e começou a chorar descontroladamente. Tanto por estar feliz, quanto por se sentir culpada.

Deitou na cama de casal, e abraçou forte o travesseiro de Patrick. Aquele cheiro a fazia se sentir segura, tão segura, que acabou adormecendo em meio aos soluços desesperados de seu choro.

No escritório da CBI, Patrick pensava qual dos dois seria melhor abordar primeiro: Van Pelt ou Wayne. Quem seria a ovelha fraca?

Van Pelt tinha seu lado romântico, e sem dúvida ele poderia apelar para isso, por outro lado, Rigsby era facilmente chantageado.

Depois de muito pensar, decidiu falar com Van Pelt.

– Grace, tem um minuto?

– Claro... O que foi?

– É que eu preciso de um favou seu e o Wayne.

– Que favor?

– Quero sair com Lisbon, mas não podemos deixar as crianças sozinhas em casa – ele foi direto ao ponto.

– Ah, sim! Pelo disfarce, não é?! – ela disse, sem sinal de sarcasmo ou ironia

– Bom... Na verdade... Eu...

– Ai-Meu-Deus! Você e a Lisbon vão sair para um encontro de verdade?

– É, bem... Se isso pudesse ficar apenas entre nós...

– Claro! Eu falo para o Wayne que por causa do disfarce, ele não vai suspeitar...

– Isso significa que posso contar com você?

– Sem dúvida! – disse a ruiva entusiasmada.

Etapa um concluída. Agora é hora de ir à uma floricultura e encomendar as flores mais lindas, depois encomendar hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes para mais tarde, e por fim, ir para casa buscar Teresa.

Teresa despertou assustada e olhou no relógio, já eram 19:30 da noite, ela precisava correr, Patrick estaria lá em poucos minutos.

Como já havia tomada banho, foi direto ao seu guarda roupa para escolher uma roupa bonita para um encontro, mas também que não fosse muito fechada, porque estava muito calor.

Colocou um vestido laranja que ganhara de presente de aniversário de seu irmão, no ano passado. Nunca havia usado, não era muito seu estilo, mas até que ficou bonito. Aproveitou e colocou uma rasteirinha branca para combinar.

“Espero que Patrick não tenha planejado nada muito elegante” pensou.

Teresa ouviu a porta da sala bater. Patrick havia chegado. Ela desceu as escadas com Sarah, que havia acabado de acordar, e, para a surpresa dela, não foi apenas Patrick que chegara, mas também Nicolas, Grace e Wayne.

– Van Pelt, Rigsby...

– Oi chefe! –disseram ambos

– Teresa, eles vieram tomar conta de Nicolas e Sarah enquanto nós... Cuidamos do nosso disfarce – ele piscou com um olho para Teresa.

– Ah... Muito obrigada aos dois! Sarah tem que comer daqui a pouco, e Nicolas... Bem, é só pedir uma pizza que está tudo bem, não é? – ela olhou para Nicolas e ele apenas riu

– Que horas é “daqui a pouco”? – perguntou Van Pelt

– Ah, vocês vão saber... Ela vai começar a chorar, e a mamadeira dela está pronta na geladeira, é só esquentar... Se ela continuar com fome vocês podem dar frutas ou a papinha que tem no armário.

– Pode deixar amor... – disse Wayne para Grace – Eu já passei por isso, lembra?! – todos riram diante ao nervosismo de Grace

– Bom jantar para vocês dois! – disse Grace

– Obrigada, e obrigada por cuidar deles – agradeceu Teresa

– É meu prazer ficar com essa coisinha fofa aqui – ela apertou a bochecha de Sarah

– E eu vou ensinar uns truques para conquistar as “gatinhas” para o Nicolas – disse Wayne.

– Ah, agora sim eu vi vantagem nisso! – brincou Nicolas

Patrick levou Teresa até uma praia perto dali. A noite estava um pouco quente, mas a brisa fazia com a temperatura ficasse agradável.

– Por que paramos aqui? – perguntou Teresa

– É que me deu uma vontade de fazer esse encontro parecer aqueles dos adolescentes dos filmes... – ele abriu a porta, e ela ainda não havia entendido até vê-lo, após tirar um buque de rosas brancas e uma sacola de papel do banco de trás do carro, colocar tudo em cima do capô do carro, e se sentar sobre ele – Vem! – convidou-a para sentar-se ao lado dele, e ela o fez – É para você. – ele deu as rosas para ela – Brancas... Significam pureza e paz. Igual à você “Santa Teresa” - ele disse lembrando-se do apelido que ela recebera após prender um criminoso, no início de sua carreira

– Obrigada Patrick... – ela corou – O que tem na sacola?

– Sua comida favorita à todas as outras...

– Hambúrguer! Então aquela “brincadeirinha” do Nick era para isso?

– É... Ele ofereceu ajuda, eu não podia recusar... Ele torce por nós!

– Eu sei... – ela parou por algum tempo, mudando sua expressão de felicidade por uma mais séria – Patrick?

– Teresa, eu sei o que você vai falar, então poupe seu discurso. Eu sei que trabalhamos juntos, e-

– Mas não era isso que eu ia falar...

– Não?

– Não! Eu ia falar sobre uma coisa que aconteceu hoje...

– O que aconteceu hoje querida?

– A Sarah... Ela falou. – ela disse quase chorando

– O que ela disse?

– “Mama” – Teresa não se conteve de novo e começou a chorar e a soluçar.

– Mas isso é... Lindo, Teresa! Por que você está chorando?

– Patrick, eu juro que eu tentei corrigi-la, mas ele continuou me chamando de mãe, eu só... E se ela crescer e ficar furiosa comigo? E quando essa missão acabar?

– Ei, ei... – Patrick sentou-se mais próximo dela e a abraçou – Calma, Teresa... Nada disso vai acontecer ok?! Vai ficar tudo bem! – Patrick tentava consolar a agente, mas a cada vez que parecia que o choro ia cessar, ele recomeçava. Demorou, mas depois de algum tempo as lágrimas pararam de sair dos olhos de Lisbon.

– Patrick? - ela disse se apartando do abraço e olhando nos seus olhos.

– Sim?

– Você acha que... - "será que eu devo mesmo perguntar isso?" ela se questionava mentalmente, até que não resistiu e perguntou - Você acha que eu seria uma boa mãe?

– Claro! Você seria a melhor mãe de todas. Na verdade, você será a melhor mãe de todas!

– Obrigada Patrick – ela sorriu timidamente, enquanto olhava para os olhos dele. Ela viu suas pupilas dilatadas, mas não por muito tempo, pois a distância entre eles fora se tornando pequena, até não existir mais, e seus olhos se fecharam segundos antes de seus lábios se tocarem.

Não foi um beijo demorado, como aqueles dos filmes. Tampouco foi um beijo desesperado. Porém foi um beijo calmo e apaixonado.

– Eu te amo Teresa!

– Eu também te amo Patrick...


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Notas finais do capítulo

E aí? O primeiro beijo do casal
O que acharam??

Até dia 16 de dezembro seus lindos. Obrigada por todos os favs e os comentário cute-cutes de vocês