Acordei no meu já habitual horário: oito e meia da manhã. Levantei-me e fui ao banheiro, lavei meu rosto, escovei meus dentes e fiz um coque simples no meu cabelo. Fui até a cozinha, meus pais já estavam lá, seus nomes são: Lílian, mais conhecida como Lily, e Tiago.

Minha mãe estava fazendo o café e meu pai, lendo o jornal da cidade. Cheguei à cozinha normalmente, os cumprimentando:

_ Bom dia mãe! Bom dia pai! _ disse eu toda sorridente, mas algo estava estranho.

_ Bom dia querida _ disse minha mãe, me olhando e sorrindo, mas seu sorriso foi como se escondesse alguma coisa de mim.

Perguntei o que houve, mas não obtive respostas. Sentei-me, tomei meu café e fui me arrumar, encontrando meus irmãos na escada.

_ Bom dia! _ disse para eles.

_ Bom dia Giul! _ eles disseram em uníssono, dando os mesmos olhares e sorrisos de minha mãe.

Terminei de subir as escadas e fui para o meu quarto, peguei umas roupas e as coloquei na cama e fui tomar meu banho. Saindo do banheiro, me arrumei e desci, me despedi de minha família e fui para a escola.

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Na minha escola eu era um tantinho popular, pois era um pouco bagunceira e divertida, por isso tinha muitos colegas, alguns amigos e, dois melhores amigos: Pam, uma garota de cabelos negros e lisos e olhos muito azuis e brilhantes, e Paulo, um garoto de cabelos até os ombros, um pouco ondulados e negros e olhos cinza, que, sinceramente, eram profundos como o oceano, e eu amava mergulhar dentro deles.

Da minha turma, apenas Pam fazia parte, mas eu tinha amigos ali também, na verdade, eu conversava com a classe inteira, não tinha um dentro daquela sala com quem eu não falava. Após dois tempos de biologia, minha matéria favorita, e um tempo de inglês (uma aula um tanto quanto entediante, pois o nosso professor não fazia tanta questão de ensinar nem de ser legal com nenhum aluno, tampouco), fomos almoçar. Chegando ao refeitório, encontramos Paulo, que é de uma turma diferente da nossa.

Quando nos aproximamos, pude ver aqueles lindos olhos cinza, brilhantes como sempre, e, sem nem perceber, perdi completamente a voz, não consegui dizer mais nada para nenhum dos dois. Pegamos nosso almoço e nos sentamos em uma mesa que já era praticamente nossa, comemos tudo e depois eu e Pam fomos ao banheiro lavar as mãos e escovar os dentes.

Chegando ao banheiro, fui imediatamente ao espelho, e a primeira coisa que vi foram meus olhos verdes – vivo e meus cabelos ruivos, como os de minha mãe, que tinha o mesmo tom nos cabelos e nos olhos. Já meu pai e meus irmãos tinham os cabelos um pouco mais castanhos, e os olhos na cor âmbar, que em minha opinião, são lindos.

Fizemos tudo que tínhamos para fazer e voltamos para a sala, para ter um tempo de álgebra e dois de português, que é minha segunda matéria favorita, já que amo escrever.

O restante do dia passou e foi tudo normal, tirando o fato de que no fim da aula, Pam e Paulo saíram correndo da escola dizendo que tinham coisas importantes para fazer em casa ou em outro lugar, e eu, de nada desconfiei.

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Cheguei em casa após meia hora de ônibus e mais dez minutos a pé, mas estava tudo quieto demais. Abri a porta com cuidado e entrei. Assim que coloquei os pés para dentro da porta, as luzes acenderam, estava tudo colorido e decorado em azul e cinza, minhas cores preferidas. Estavam, a um quanto da sala, minha família, com meus pais segurando um bolo e meus irmãos de cada lado, amigos da escola e da rua também estavam, e em um quanto paralelo ao de meus pais, estavam Paulo e Pam, meus melhores amigos, segurando um presente para mim, com a embalagem azul e um laço cinza em volta, da mesma cor dos olhos deles.

Agradeci meus pais, depois fui falar com os meus amigos:

_ Parabéns Giulia! _ disseram os dois em uníssono.

_ Obrigada Paulo, e Pam _ acrescentei rapidamente ao ver o rosto dela _ Obrigada mesmo, aos dois. Mas, será possível eu ter esquecido o meu próprio aniversário? _ Nós três rimos e assim terminou a nossa noite: com uma festa surpresa que eu nem imaginava ter, por uma coisa que eu havia esquecido completamente.