Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 9
Apenas Um Beijo


Notas iniciais do capítulo

Vim mais cedo... Tentaremos postar com mais frequência. Ok? preparem os coraçãozinhos sim? Obrigada pelos últimos comentários e bem vindos novos leitores



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– Olá – Ele disse me cumprimentando com um beijo no rosto. O cheiro do perfume dele era arrebatador. – A Meg tá aí? – Péra aí produção... Cadê o sotaque ridículo caipirês? (Eu sei que essa palavra não existe. Mas, que nome dar a um cara com cara de caipira só que sem voz de caipira? Sentiu o drama? Pois é.)

– Ela tá lá em cima. – Respondi fechando a porta e tentando cair em mim.

– Seu perfume é bom. – Ele falou sorrindo.

– Pensei o mesmo a seu respeito. – Confessei já sentindo minhas bochechas queimarem.

– Então você segue o senso comum? – Ele perguntou fazendo biquinho. – Não tinha isso na lista. – Eu o olhei confusa.

– Que lista?

– Do jogo. Os veteranos recebem uma lista sobre os nomes participantes.

– Você tem uma lista ao meu respeito? – Quis saber um tanto aborrecida com aquilo.

– Sim. Seu nome é Beatriz, tem longos dezesseis anos. Está aqui porque teve uns problemas pessoais em casa, com a mãe-monstro e é linda. – Eu ri.

– Bem previsível. – Bufei arqueando uma sobrancelha e mordendo o lábio inferior. Costume chato esse meu.

– Nada de presságio aqui. Baby... – Ele afirmou de um jeito extremamente sexy enquanto passava os dedos no meu queixo. Ele ia subindo as escadas, quando segurei em seu braço e o impedi.

– Sabe mais alguma coisa de mim? – Perguntei olhando-o nos olhos.

– Sei... Você está louquinha por mim e nem perguntou meu nome ainda. – Dito isto ele me mandou um beijo no ar e se soltando da minha mão, saiu me deixando rindo como boba.

POV Simon

– Ei Simon, - Mateus chamou se aproximando com uns colegas de classe – Tudo certo pro jogo?

– Sim, eu serei liberado daqui a pouco. Me espera aí. – Pedi saindo com uns livros. Encontrei a Sabrina no corredor com umas amigas dela.

– Oi Saisai. – Apelido tonto. Mas ela gosta, então...

– Oi Bina... Vai fazer o que agora?

– Nós íamos ficar tagarelando por aí. A não ser... Que você tenha outro plano sabe... – Ela falou puxando a gravata do meu uniforme.

– Que tal vocês... Irem a um jogo que realizarei na minha casa? – Convidei.

– Os jogos com garrafa da casa do Simon. Meu sonho participar deles! – Uma garota loura interferiu.

– Todo ano você faz esses jogos, Saisai... E nunca, jamais me convidou a um. O que mudou? – Ela perguntou agora cruzando os braços sob os seios.

– Agora somos amigos. – Argumentei.

– E antes não éramos? – Ela jogou.

– Você sabe que não. – Ela riu e assentiu com a cabeça.

– Eu perdôo seus anos de estupidez. Começo de faculdade... Todo calouro luta para a inclusão. Eu te entendo.

– Então você topa? – Ela deu de ombros e sorriu outra vez.

– Quem sabe, Saisai? Quem sabe... – Murmurou enquanto saía desfilando pelo corredor com as amigas.

– Garotas meu caro! Garotas! – Ed, meu melhor amigo, disse dando tapinhas na minha costa. Terminei de guardar os livros e saí com os garotos rumo à minha casa. As coisas já deveriam estar prontas.

POV Bia

Meg não parou quieta um instante sequer. A casa estava repleta de velas e escura em algumas partes. A área mais iluminada e enfeitada era, sem dúvidas, a sala de estar. Na qual havia várias almofadas no chão, um painel e a garrafa toda decorada que Meg aprontou mais cedo. O engraçado era ver que todos os sofás não estavam na sala. Andando pelos corredores, vi que os quartos estavam todos ambientizados de formas diferentes. Como se cada um deles fossem desempenhar uma função. Tudo aquilo era muito sinistro para mim. Meg não abria a boca um minuto pra me confortar. O silêncio estava me deixando em choque. O bonitão/atrevido/olhos azuis lindos, se trancou no quarto e não deu sinal de vida... Falando nele.

– E aí senhorita Bia? – Ele perguntou com um bocado de papéis na mão. – Tá sentindo o quê?

– Um imenso tesão por você. – Ele arregalou os olhos surpreso. – Bocó. – Zombei descendo as escadas e me dirigindo a sala de estar. Ao chegar, sentei no chão e Meg andava de um lado para o outro. – Aconteceu alguma coisa? – Inquiri curiosa.

– Simon está atrasado. – Mal terminou de dizer a porta se abriu e muitas vozes inundaram o ambiente. Todos chegaram e fizeram uma roda. Tratei de levantar. O negócio todo estava muito estranho. Tipo, reunião de centro de macumba. Não que eu já tenha participado de um, mas né...

– Estão todos aqui? – O gatinho misterioso falou.

– Faça a chamada Jake. – Meg falou com um ar de graça. Senti um clima de rancor no ar.

– Os veteranos: Margarida. Simon. Eduardo. Lilian. Filipe e eu. Todos presentes?

– ok – Responderam em coro. Uma resposta bastante inadequada para a pergunta, mas as coisas por aqui estavam todas incoerentes mesmo. Como todos responderam juntos e entendi que era um sim, olhei em volta a procura do caipira do beijo bom. Ele estava ali. E me olhava. Corei.

– De acordo com a lista que o Simon me passou, os novos serão: Beatriz, Sabrina, Cristina, Luana, Mateus, Marcos e Derick. Todos aqui?

– Sim. – Respondemos juntos.

– A resposta sempre é ok. Sim ou não só quando o jogo começa. – Nos informaram – Margarida irá passar as instruções de como funciona o ritual.

– Ritual? – Sabrina indagou. Um leve tremor na voz.

– Não seja medrosa, queridinha. – Meg respondeu repleta de sarcasmo. – Sentaremos em círculo. A garrafa ao meio. Um conjunto de cinco dados decidirá quem será o rodador da vez. Quando a garrafa elege dois dos aqui presentes, o que tem a vez da pergunta retira dela duas listas. Uma com castigos e brincadeiras para a opção CONSEQUÊNCIA e outra com perguntas referentes a nossos participantes. Não se pode desistir no meio da brincadeira. E não pode mudar o percurso do jogo. É importante seguir as regras para que tudo acabe devidamente bem.

– E como serão os castigos? – Cristina, uma loura aguada, perguntou.

– Eles incluem desde beijos na boca a beijos em outras partes. Com registros. Isso é o mais íntimo por aqui. Não que vocês estejam proibidos de ir além. – Ela deu um sorriso safado e olhou na direção de Jake, desviando rapidamente o olhar quando ele a olhou. – Quanto ao quesito VERDADE, terão perguntas que foram criadas especificamente e algumas outras são para descontrair mesmo. As provas realizadas só podem ser aqui dentro da casa e o jogo acaba meia noite. E... Já ia esquecendo... Cada participante só tem dois minutos para realizar as provas. E as perguntas funcionam como questionário.

– Dê um exemplo. – Pedi a ela.

– Suponhamos que eu tenha retirado seu nome e, que você tenha escolhido verdade. A minha pergunta tenha saído: “Mudaria algo em sua vida se pudesse?”, você só pode responder sim ou não. De acordo com o que você responder, eu faço outra pergunta em cima. Tenho, nessa dinâmica, quatro minutos para te interrogar da maneira que eu quiser.

– Mais alguma dúvida? – Simon perguntou impaciente.

– Eu poderia beijar meu irmão? – Indaguei curiosa e todos me olharam. Meg sorriu estreito.

– Bia querida, não há parentesco no grande jogo.

– Todos sentados! Que comece o jogo. – Jake declarou. Sentamos todos de pernas cruzadas e sentia o olhar de Filipe sobre mim.

Fizemos aposta nos dados e Luana ganhou no número exato. Foi a única com essa sorte. Ela girou a garrafa a qual lentamente parou em Meg e eu. A ponta estava na direção dela. Ela tomaria o rumo da situação.

– Verdade ou Consequência? – Ela perguntou séria. Uma vela fazia sombra no rosto dela que tremulava de tempos em tempos dando a ela um aspecto macabro e sombrio.

– Toda verdade gera uma consequência. – Respondi seca.

– Bia, se você está participando do jogo, não fuja das regras. – Jake me advertiu. Até dando bronca o gostoso conseguia ser irresistível.

– Consequência.

– Hum, a princesinha quer arriscar. – Mateus me esnobou. Como se ele soubesse alguma coisa sobre mim.

– Vejamos o tamanho da sua sorte. – Ela anunciou desdobrando um papelzinho. – Dê um beijo de um minuto em alguém aqui que você já tenha ficado. – Eu congelei. Simon ou Filipe? Meu desejo? Beijar o Simon. Claro. Mas se eu fizesse isso todos saberiam, e seria muito estranho porque ele é meu irmão. É. Eu teria que beijar o primo/caipira/delicioso.

– Eu tenho que dizer com quem daqui eu já fiquei? –Mas e se eu não fiquei com ninguém? – Quis saber.

– Impossível. Se você não ficou com alguém, Jake jogará nos dados. E você não tem que dizer. Tem que ir até a pessoa e simplesmente beijá-lo. – Ela me informou olhando-me. – Você tem um minuto se não será castigada. – Olhei sutilmente para Simon e respirei fundo. Levantei e foquei meus olhos em Filipe tentando ignorar o restante. Tentando ignorar os olhos do meu amado irmão sobre mim. Eu andei até ele e o levantei pelo colarinho da blusa amassada, com força a qual não vinha de mim e o beijei.

Beijar o Filipe era sempre quente demais. Eu sempre me entregava demais. Claro. Eu só o beijei uma vez, mas é que é tão pessoal beijá-lo. Como se fosse normal. E de certo modo era. Foi o minuto mais longo da minha vida. Achei que morreria sem ar. Só havia beijado uma pessoa assim em toda a minha vida. E nesse momento ele estava fitando o chão e passando a mão no cabelo de segundo em segundo. Ele estava nervoso e eu? Apavorada.

Só estava no início.

[...]


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Digam que sim e comentem muito. Obrigada pela fidelidade. I loveiu's

~Keel