Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 42
Ligação


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi de minha autoria, a tia Aylla nem o viu ainda.

Lógico que esse capítulo é mais do que dedicado à minha cara amiga Susannah (saca a intimidade né). Ela super recomendou a fic depois de travar na leitura... Atingimos os 500 reviews. Então...
Espero que goste! Agora posso dizer que estamos na reta final hehe...
Obrigada a todos que chegaram até aqui, por favor, comentem!

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/430806/chapter/42

E como eu esperei, realmente não houve mais nenhuma intervenção. Saí de lá radiante, mas ao mesmo tempo em que eu me encontrava feliz, fiquei triste. Porque queria dividir minha felicidade com ele e não poder me entristeceu. Katy tagarelava coisas sem sentido ao meu lado. Devia ser algo sobre o enxoval, a decoração do quarto... Parecia que ela ia ser a mãe. Dei um sorrisinho pensando nisso e logo depois me torturei por estar escondendo do Simon a gravidez. “Ele nunca se perdoaria se não vivesse com o filho dele” a voz daquela secretária soou no meu ouvido. Senti um forte cutucão e me deparei com uma Katy muito aborrecida.

– Você podia ao menos fingir estar me ouvindo? – ela falou torcendo um pouco os lábios.

– Desculpe. – murmurei

– Tava pensando em quê?

– Nada não.

– Vamos, fale. – ela insistiu estacionando o carro em frente da minha casa.

– Simon.

– Vai contar para ele?

– Ainda não mudei minha decisão – respondi pulando do carro antes de ser bombardeada por perguntas.

– Parece que você não está feliz. – ela gritou saindo do carro. Aquilo me fez parar e olhar para trás.

– Eu estou, Katy. Estou muito feliz. Tanto que palavras não saberiam descrever. Mas toda vez que eu estou feliz, ou quando passo por alguma coisa engraçada no dia-a-dia mesmo que seja a mais patética, eu quero dividir com ele. Daí eu fico triste outra vez. E então me lembro que se meu orgulho não fosse tão grande, ele estaria aqui e fico depressiva. – nessa altura eu já estava chorando.

– Olha para mim. Você vai ter uma menina. É tudo que você sempre quis. Você tem o Filipe aí. Ele vale muito. Ele te ama muito. E ele está disposto a amar essa criança mais do que ele já ama sem sequer tê-la visto. Se você não quer perdoar o Simon, tudo bem. Mas você sabe que vai sempre se lembrar dele e se torturar. Liberar o perdão não vai trazê-lo para perto, no entanto, vai te libertar. – eu a abracei e sussurrei:

– Não tenho mais o Pi também. – Katy me olhou como se fosse me matar e então sorriu.

– Até que durou. – eu sorri também – Escuta, entra na sua casa, lava esse rosto, vista o seu melhor sorriso, divida essa notícia com a sua mãe, escute-a fazer planos para a mini Bia, e depois corra tomar um banho porque virei te buscar para um jantar de comemoração. Te amo menina.

– Obrigada. – e então entrei. Mas ao fechar a porta corri para o telefone. Acho que essa opção não estava na lista de ordens de Katy, mas eu precisava disso. Chamou duas vezes até que alguém do outro lado atendeu. Reconheci logo a voz grave. – Pai?

– Bia? Filha, é você?

– Sim pai. Como o senhor está?

– Estou bem. Estou muito bem.

– E as coisas por aí?

– Estão boas. Querida, não acredito que é você! Por onde estivestes?

– Só aqui em casa mesmo – ri forçado. – Deu saudade daí.

– Por que a senhorita não veio no casamento da Meg?

– Não deu pai.

– Foi uma festa linda.

– O Pi me contou.

– Vocês ainda estão juntos?

– É complicado.

– Sei...

– O Simon está por aí?

– Sim, quer falar com ele?

– Na verdade quero muito. – admiti. – Pode passar para ele pai?

– Posso sim querida, vou chamá-lo.

– Não diga que sou eu.

– Pode deixar.

– Obrigada. Amo o senhor. Mande um beijo para Rose e para Soph também.

– Também te amo filha. Vou chamá-lo, beijos. – Fiquei na linha esperando por ele. Levou cerca de dois minutos até que eu ouvisse um suspiro pesado do outro lado da linha. – Alô?

– Simon? – meu coração de repente saltou. Até a mini Bia se mexeu dentro de mim. Um silêncio predominou. – Simon?

– Beatriz. – a voz dele então apareceu. Mas não era como uma pergunta. Era uma afirmação. Ele já sabia que era eu. E então eu já não sabia por que havia ligado. O som da voz dele me trouxe tantas recordações que pareceu que estavam tirando parte de mim. – Por que você ligou? – ele perguntou seco. Como se só eu sofresse com a falta dele.

– Não lembro – respondi.

– Para me matar mais um pouco? – ele perguntou cruelmente.

– Eu te matei?

– Uma parte de mim morre todos os dias com a tua ausência.

– Eu que deveria morrer! Eu fui a traída da história.

– Me ligou pra jogar na cara o motivo idiota que fez você ir embora?

– Idiota?

– Claro que foi. Esperava mais de você.

– Eu também esperei muita coisa de você, Simon. Coisas que nunca vieram.

– Só que eu esperava um pouco mais de confiança. A gente passou por tanta coisa para ficarmos juntos. Nós enfrentamos até o tempo. Nosso amor prevaleceu apesar da distância, apesar dos obstáculos, apesar dos empecilhos, apesar de nossos pais não aprovarem e aí... Na primeira armação você vai embora. Sem sequer esperar explicação. Você deu motivo pra riso para aqueles que queriam ver nosso fim. Me diz se não foi bem idiota?

– Acabou?

– Na verdade não. Quer que eu adicione no meio você ficar com o Filipe assim que pôde?

– Não foi assim que eu pude. Levou certo tempo, beleza?

– Agora me responda: ligou pra quê?

– Pra dizer que sinto saudade. – dito isto, desliguei. Não quis saber se ele sentia minha falta também. Não esperei pelo “eu te amo” que tanto quis ouvir. Notei que ele guarda muito rancor. E que fui bastante tola. Não sei se ele está bem. Queria muito saber, mas pelo que puderam notar ele não queria muito ter um diálogo saudável comigo. E com toda razão.

Você esqueceria o amor da sua vida?

Narração

Passaram-se algumas semanas. Beatriz se animou mais com a ideia de ter uma menina. Katy e Oli estavam tão felizes que agora até passaram a considerar a ideia de ter um filho. Margarida e Jake viviam em uma infinita lua-de-mel. Simon estava indo bem nas provas. Ele havia estudado muito. Filipe estava sentindo algo por alguém. Algo bom.

As coisas estavam boas. As coisas sempre estão boas até que a noite chegue.

Por que parece que a noite é nostálgica. Ela te traz lembranças e recordações. Se recordações são boas, porque doem? Você passa o dia todo fingindo felicidade. Colocando no rosto aquele sorriso encantador, e depois você vai pra casa. E você fica sozinha (o), e já não precisa mais fingir. Você chora. Chora por saudade, por angústia, chora às vezes do nada. Mas esse nada vai te trazendo motivos e você percebe como tem sido forte. Porque aparecem quinhentos motivos que você passa o dia todo fingindo não existirem. Pode até ser fácil fingir felicidade, mas só sabem o quanto é difícil colocar um sorriso no rosto e sair por aí dando risada e achando graça em tudo sem achar graça em nada, quando passam por isso. E uma hora ou outra, eles passam mesmo. Você sabe né, tudo tem o seu tempo.

Simon

– Oi Mon – Luana cumprimentou-me sentando-se à mesa do refeitório. – Ouvi dizer que você foi bem nas provas.

– Não teria ido sem você. Muito obrigada. – ela sorriu e balbuciou alguma coisa inaudível. - Não entendi.

– Não se anime tanto. Ainda tem a prova final.

– Eu sei, eu sei. – mudei de assunto – Sabe o que eu ouvi dizer?

– O quê? – ela perguntou com os olhos expressivos.

– Que a senhorita vai trancar a faculdade.

– É, isso não é boato. – confessou. – Viajo dentro de dois dias para o Rio.

– Não ia me dizer nada?

– Faz tempo que não vejo você. Estava na semana de prova e você ficou tão centrado em estudar.

– Vou aceitar sua desculpa. – brinquei. – Vai viajar por quê?

– Vou atrás de uma pessoa.

– Homem? – perguntei vendo-a corar.

– Talvez.

– Ah, sua danadinha! Quem é?

– É só alguém que eu conheci e meio que estou muito apaixonada. Achei que passaria, mas não paro de pensar nele.

– Que sortudo. – ela abaixou a cabeça e mudou de assunto:

– E você?

– Eu?

– É. Você. Esqueceu a Bia?

– Esquecer a Bia... Não é lá a coisa mais fácil do mundo. Eu amo ela.

– E porque não vai atrás dela?

– Por que ela está bem sem mim.

– Como pode ter certeza disso?

– Eu não tenho certeza. Foi apenas um palpite. – então contei a ela: - ela me ligou.

– A Bia? – Luana perguntou admirada.

– É.

– O que ela queria? Contar sobre a gravidez? – ela perguntou roendo a unha.

– G-gravidez? – gaguejei espantado.

– Eu não devia ter comentado sobre isso. – ela falou rápido ao perceber que não foi exatamente sobre isso minha conversa com a Bia.

– Mas comentou Luana! Você comentou. – acusei.

– Achei que você soubesse. Achei que finalmente ela houvesse te contado.

– Ela não contou. Gravidez? Ela está grávida do Filipe?

– Por favor, eu não posso falar nada. Não me faça falar, por favor... – ela quase implorou.

– Por que não pode me dizer?

– Gostaria que eu dissesse seus segredos? Precisa compreender.

– Você viaja quando?

– Daqui dois dias, já disse.

– Vou com você.

– Não vai não! Daqui dois dias tem a prova decisiva. Precisa se concentrar nisso.

– Como?

– Vai saber como. Agora preciso ir. Tchau. – e ela se foi mesmo. Deixando-me numa pilha de nervos.

[...]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? uhuhu... Simon agora sabe da gravidez ^^ Awnn que romântico :D

Keel



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coisas do Acaso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.