O mistério da Ilha escrita por JuuhLS


Capítulo 20
Planos mirabolantemente mirabolantes


Notas iniciais do capítulo

Gente, MIL DESCULPAS. Eu sei que eu estou a quase quatro meses sem postar, mas eu estava sem computador e perdi todos os arquivos da história e tive que refazer os capítulos que eu já tinha deixado pronto. Eu espero que me entendam, e agora que as férias chegaram, se Deus quiser eu finalizo a história. Mil perdões mesmo gente. Me desculpem. Mas, por favor, não deixem de ler. Preparei uns capítulos especiais para vocês. Postarei em breve. Um beijão.
E Boa Leitura!



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Por Natalie:

Fui jogada no interior de um quarto pálido junto com Dan. A cama era dura e o colchão era tão fino que não fazia diferença ali. Havia apenas duas camas, um banheiro minúsculo e uma câmera no canto superior esquerdo. Sem janelas. Sem vida. Ótimo! Olhei para Dan e ele respirava e arfava rápido. Ele estava perturbado pela cena que havia visto. Eu também estaria. Se fosse com o Ian, eu não sei se aguentaria...

– Tudo bem? – perguntei e ele negou com a cabeça. Os cabelos castanhos avermelhados balançaram, com o movimento – olha só, me desculpe por ter falado, eu não queria que ela sofresse daquele jeito...

– Sério? – ele perguntou sincero e um pouco incrédulo – pensei que vocês nos odiassem, e odiassem qualquer tipo de vida humana.

Eu ri.

– Não aguentaria, se fosse com o Ian... – eu disse sincera – e eu entendo. Nós Lucian, somos frios, calculistas, perversos, trapaceiros, insensíveis, malvados... Mas, nem todos são assim – ele me olhou atento – pode haver um fraco dentre os Tomas. Ou um burro dentre os Ekaterina. Ou um zé-ninguém dentre os Jânus. Ou um guerreiro dentre os pacifistas dos Madrigal – minha voz virou um sussurro – ou um bonzinho dentre os Lucian.

Ele riu.

– Foi engraçado. O modo como definiu cada clã. Principalmente o seu. Como se ser ruim fosse à única “qualidade” de vocês – ele disse brincalhão.

– Pensei que vocês nos odiassem – eu disse, fazendo menção ao que o garoto havia acabado de dizer.

– E odeio. Como odeio. Mas, obrigado – ele disse sincero e sorriu pra mim – Amy teria ficado decepcionada e triste comigo, se eu tivesse dito algo.

– É, mas, ela não gosta mesmo de mim, então...

– Ela não te odeia. Ela só quer bater em você e arrancar todo o seu cabelo. Nada demais – ele riu muito e eu também... Espera?! Que droga é essa? Eu me dando bem com o Cahill? Eu só posso estar ficando louca. Como fiquei na ilha. Quando eu disse aquilo, que eu me importava com ele... É claro que eu não me importo. Salvei a Amy porque era o certo a fazer, também estou cansada de ser a vilã o tempo todo. É assim que o meu clã sempre se mostra. Como os vilões.

– Enfim – ele disse e se sentou ao meu lado – vamos deixar as rixas de lado, afinal, temos que sair daqui, e desunidos, ninguém se mexe.

– Olha, Daniel Cahill falou alguma coisa inteligente – disse com um sorriso zombeteiro – está evoluindo viu.

– Olha só Natalie Kabra me elogiando – ele disse – demonstrando afeto. Está evoluindo viu.

Outch! Essa ofensa doeu no fundo do meu coração. Mas bem no fundo. E é claro. Eu não deixei transparecer. Sou muito boa nisso.

Olhei para ele brava. E quando vi ele estava bem perto. Mais do que deveria. Seus olhos verdes estavam com um brilho diferente, como se ele estivesse com medo, mas ao mesmo tempo, surpreso com a situação em que estávamos.

– Não pense que eu esqueci o que você disse lá na ilha. Sobre mim – ele disse.

– Não pense que... Eu não me importo. Eu estava louca. Sem tomar banho e minhas roupas estavam sujas. Eu estava pirando – menti. Eu me escondia atrás dessa fria e mimada garota. Para exatamente, garotos como ele se manterem longe. Garotos legais. Eu sou uma Lucian, minha mãe... Quer dizer, Isabel, sempre disse: “Quem ama, tem fraquezas. E os Lucian não têm fraquezas”. Ela com certeza não amava meu pai. Ela não amava ninguém. Era uma Lucian perfeita. E malvada.

Ele olhou para meus lábios e ficou confuso. Talvez ele estivesse tanto quanto eu. Nós nos odiamos. Não dá para deixa assim, destino?

– Até parece – ele disse e depois zombou – você é louca por mim.

– Se você tivesse algo que me chamasse atenção, talvez eu fosse. Óbvio. Se você nascesse de novo – eu alfinetei. Bingo!

– Prove então.

Então ele me beijou. Assim. Do nada. Fiquei tentada a lhe dar um chute no meio das pernas. Mas, eu não consegui me mexer devido ao susto. Lógico, apenas por isso. Sua boca era quente. Ele era um garoto de treze anos, porque ele beijava tão bem, mesmo? Argh! Ele devia ser menos... Bonito. Isso ajudaria muito.

Não sei quanto tempo ficamos ali. Mas paramos subitamente, assim que a porta fora aberta.

– Ora vejam só – Paola disse – uma Lucian e um Madrigal. Que bonitinho – ela fingiu excitação – vocês não dão certo. Pode esquecer Daniel. A Natalie é uma Lucian, eles não sentem nada além de raiva. E claro, vontade de acabar com todo mundo. É um amor impossível. Que bonitinho gente – ela disse e olhou para nós entediada.

– Quem é você para falar de amor? Você, sua vaca, foi trocada na maternidade. Devia ser uma Lucian também. Porque você se encaixa direitinho nos pré-requisitos – eu disse com raiva.

Ela se aproximou e me deu um tapa no rosto. Depois o segurou com as mãos, para me fazer olhar para ela.

– Você e o seu irmãozinho não sentem nada. São tão frios quanto Adolf Hitler. Não iluda esse pobre garoto – ela disse, mas ela não tentava proteger Dan, ela queria nos virar uns contra os outros.

– Cala a boca – Dan disse e (eu rezo para que fosse apenas isso) tentou apenas me proteger – você não tem nível para falar assim com ela.

– Ora claro que tenho – ela disse – porque não sou eu que estou trancada nesse quarto.

– Onde está minha irmã? – Dan perguntou duro.

– Está bem. Até demais. Está com o outro Lucian narcisista. Porque é só isso que eles são. Ian. Eles estão tão apaixonados – ela disse, mas estava na cara que era para provocar Dan e a mim.

– Amy não cederia – Dan disse e eu concordei com a cabeça.

– Mas é claro que sim – Paola sorriu friamente – eles – e apontou para mim – são manipuladores. E a Amy é um tanto fraca. Peguem a namoradinha do Cahill – ela disse apontando para mim enquanto falava com os guardas – vamos ver se você não vai falar agora.

– Pensei que estava bom por hoje – Dan disse com raiva e ódio no olhar.

– É mas, eu mudo de ideia rápido – e assim que ela disse isso, dois guardas me seguraram pelos braços.

Por Sinead:

A minha cabeça brilhou com a ideia.

– Hamilton? – eu o chamei e ele se levantou da cama.

– Sim? – ele disse cansado.

– Tenho um plano – eu disse e ele se alarmou.

– Não. Não fale. Aqui tem uma câmera. Eles podem nos ouvir.

– Eu também achava, mas, reparei na câmera, ela não grava áudio, apenas vídeo – eu disse olhando para a mesma e desviando o olhar para o Hamilton.

– E porque eles colocariam câmeras, se não gravam áudio, e poderíamos armar um plano? – ele perguntou incrédulo.

– Porque eles acham que a prisãozinha deles é invencível e impossível de se escapar. Mas eu tenho serias dúvidas – eu dei um sorriso diabólico.

– Sou todo ouvidos – ele disse, tão animado como eu.

– Vou dar um jeito de sairmos daqui. E assim que sairmos, vamos libertar os outros. Prestei bastante atenção no percurso até aqui. Vi que as “celas” são longes umas das outras, então os outros guardas não nos viram chegando.

– Ok, mas só podemos libertar os outros com aquele cartão que os guardas tem e... – ele parou e percebeu o obvio – vamos roubar esses cartões não é?

– Sim – eu disse e olhei para a porta – e eu já sei como.

Por Ted:

Madison dormia tranquilamente na cama ao lado. Os guardas haviam batido nela, mas ela aguentou até que aquelas portas fossem fechadas. Seus cabelos loiros caiam por sua testa e eu não sei quanto tempo fiquei observando-a. Madison, assim como todos os Tomas, era do tipo, valentona. Por isso, a maior parte das vezes você está prestando atenção pra ver se ela não vai bater em você, do que na beleza dela. Mas ela dormindo, tão serenamente, fica explicito como ela é bonita. E também, aquela quantidade de exercícios, ajudaram muito a formarem o corpo dela... Tipo, uau!

– Babar faz bem a saúde, mas tudo que é muito faz mal – uma voz preencheu o quarto e eu olhei para seu rosto. Ela sorria.

– Ah, desculpe – eu pedi – não foi minha intensão.

– Ah, foi sim – ela disse e se levantou.

Há quanto tempo ela sabia que eu a observava?

– Qual é a sua? – ela perguntou e eu me assustei.

– Como assim?

– Você e eu brigamos muito na ilha. E agora... Isso? Você precisa que eu chame o controle de animais. Você pode estar doente ou com raiva, sei lá – ela disse zombateira.

– Deve ser por isso que vocês, Holt, nunca conseguem pensar em nada numa hora dessas. E depois reclamam por serem taxados de burros – eu disse e me arrependi no segundo seguinte.

Ela se levantou rapidamente e me levantou da cama, me puxando pelo colarinho da minha camiseta.

– O que foi que você disse mesmo? – ela perguntou furiosa.

– Você ouviu – eu disse e ela me olhou incrédula – pode me bater, não vai mudar minha opinião. E eu não chamei os Holt de burros, só que, vocês são brincalhões demais, e isso atrapalha numa situação difícil, quando se precisa armar um plano.

Ela me olhou e me estudou. Eu disse algo certo, ou ela está decidindo como me matar?

Ela me soltou na cama e disse:

– Ninguém nunca falou algo assim sobre nós – ela disse – nós sempre somos, os valentões sem-cérebro.

– É um estereótipo ridículo – eu disse concordando com ela – nas vezes em que vocês tiveram oportunidade, se mostraram inteligentes. Vocês só não são ouvidos sempre, ai vocês não tem oportunidade. Como eu. Todos olham pra mim quando há uma pergunta, como se todos os Ekaterina tivessem que ter as respostas sempre, pra tudo. É ridículo.

Ela riu. Uma risada gostosa.

– Tá, eu nunca ouvi isso na minha vida – ela me olhou sincera – obrigada pelo elogio. Mas, se você quer saber. Eu fiz um teste. Conseguimos roubar umas provas dos Ekaterina há uns anos atrás, sobre conhecimentos gerais e biologia. Eu me dei muito bem. E outro dia, resolvi junto com o Hamilton e a Reagan, uma prova de física de Harvard, da irmã de uma amiga minha.

Ela confessou e eu fiquei surpreso. Nossas provas eram dificílimas e as de Harvard também.

– Uau –eu disse ela sorriu.

Nos encaramos. Por um bom tempo. Talvez eu não odiasse Madison Holt tanto assim. Se é que vocês me entendem.

Por Reagan:

Ned andava de um lado para o outro dentro do quarto.

– Garoto – eu disse – estou ficando tonta de tanto que você está andando.

– Precisamos fazer alguma coisa Reagan – ele disse – e rápido.

– Ok, mas o quê? – eu disse – é quase impossível de...

Fui interrompida por um bip estranho. Como o de um detector que achou o que procurava.

– O que raios é isso? – eu perguntei – será que colocaram uma bomba para explodir a gente?

– Não, isso é... É o meu anel – ele disse e olhamos para o mesmo. Uma luzinha vermelhar piscava dentro do aro de metal do anel.

– Ok, agora para de olhar pro meu anel e vamos fingir que nada aconteceu, eles podem perceber essa nossa agitação – ele disse e nós deitamos nas camas e fingimos tédio – Sinead tem um plano.

– Como você sabe isso apenas por uma luzinha?

– Bom, criei isso há uns três anos atrás. Dois anéis, um para mim e um para Ted e uma pulseira para Sinead. Nós podemos nos avisar por ele. A luzinha vermelha significa, eu tenho um plano. A verde, que estamos bem. A azul que recebemos a mensagem e a cinza que estamos em apuros – eu estava com a boca aberta, surpresa.

– Tudo bem – eu disse – e como sabe que é da Sinead e não do Ted?

– Pelo tamanho – ele disse e eu estava mais incrédula ainda – a maior sou eu. A média é o Ted e a pequena é a Sinead.

– Uau – eu disse, ele é incrível. Espera... FOCO REAGAN HOLT – vocês pensam em tudo.

– E ela ainda tem uma micro câmera que grava até vinte minutos de vídeo – ele disse e me olhou.

– Ok, não da pra saber qual é o plano? – perguntei.

– Não, mas a Sid vai dar um jeito – ele disse – ela sempre dá.

Por Hamilton:

Droga, isso não vai dar certo! Mas, não custa tenta né... Tomara que a Sinead esteja certa.

– Socorro – ela gritou – alguém me ajude.

Dois guardas abriram a porta e eu me encolhi para não dar o ar da minha presença atrás da porta.

– O que aconteceu? – um deles perguntou.

– Eu estou com muitas dores – ela disse – de cólica e preciso rápido de absorventes. Quando chega essa época, eu tenho tonturas e eu... – ela fingiu um desmaio e caiu nos braços de um dos guardas.

– Espera - o outro guarda disse - onde está o outro Cahill?

Foi a minha deixa.

Uma vez, tive aulas de como desacordar o inimigo, discretamente e rápido. Pulei em cima do guarda desocupado e tapei sua boca. Depois dei uma chave de braço com a mão livre e com a outra mão, dei um soco em um ponto estratégico do seu pescoço. Ele desmaiou. O outro tentava se desvencilhar de Sinead, e quando eu terminei com o guarda o outro conseguiu. Ele partiu pra cima de mim e eu fiz a mesma coisa que fiz com o outro. Foi tão fácil. Eu e Sinead conseguimos desacordar dois guardas em dois minutos.

– Muito bom – ela disse e fizemos um hi-5 (um aperto de mãos).

Olhei para a câmera. Lá estava a pulseira de Sinead que ela usara para contatar Ted e Ned. A pulseira tinha uma camerazinha e uma entrada compatível com a da câmera. Ela nos gravou andando pelo quarto por mais ou menos vinte minutos. Depois ela conectou ali e o vídeo na pulseira está sendo repassado pela câmera até a sala de vigilância. Ou seja, quem quer que esteja nos observando agora, está nos vendo andando pelo quarto, e não desacordando guardas.

– Bom, vamos logo – ela disse e olhou para o relógio – temos dezoito minutos e muitos outros familiares para ajudar.

Pegamos os cartões nos bolsos dos dois guardas e saímos.

– Vamos lá – eu disse e brinquei – estou doido para desacordar alguns guardas.


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Notas finais do capítulo

POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS INICIAIS. Enfim, mas uma vez, peço desculpas. Se vocês tiverem alguma ideia, ou algum conselho sobre como vocês acham que deveria ser os próximos desenrolamentos da história, podem falar comigo, pelos comentários ou por mensagem, sem problemas. Obrigada a todos os que recomendaram a minha história, que favoritaram, que comentaram e que acompanharam até agora. Vocês são demais. Um beijão, comentem o que vocês acham que vai acontecer com a Natalie, ou se o plano de Sinead vai dar certo até o final, ou o que eles vão fazer com a Paola, ou o que vão fazer com Isabel. Eles vão conseguir sair dali? Por favor comentem.