A Invasão da Terra escrita por Goldfield


Capítulo 2
Capítulo Segundo




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Capítulo Segundo

A fuga de Gorsk.

No complexo penitenciário Ronald Reagan, em Marte, havia uma grande agitação entre os prisioneiros. É que Gorsk Koskorva, que já estava ali há vinte e quatro horas, iria para a sala de tortura. Sim, é isso mesmo, para a sala de tortura. É que ele morreria na cadeira-elétrica e, para ter uma morte rápida e indolor, teria que já ir se acostumando com os choques da máquina numa cadeira-elétrica menos potente. Apesar de que todos queriam que Gorsk morresse da forma mais dolorosa possível, eram as normas do complexo e eles não podiam passar por cima do Código de Ética Penitenciária da Aliança.

Seis guardas armados com canhões laser vieram pegar Gorsk em sua cela. Otto, que já havia passado por isso, disse que era para ele fechar os olhos, pois, assim, não veria os raios elétricos passando por seu corpo nem o sorriso dos guardas...

Desceram por um elevador até o subsolo número quarenta. Era o andar onde prisioneiros de guerra eram torturados para falar e condenados à morte eram “preparados”.

Entraram por uma porta de ferro e ganharam uma sala toda de metal, com pouca iluminação e uma cadeira-elétrica de tortura no centro, além de um interruptor para acioná-la numa das paredes.

Dois guardas jogaram Gorsk na cadeira e o prenderam nela. Um oficial surgiu e disse:

–         Olá, senhor Koskorva. Meu nome é Igor Kraskrov, oficial que cuida da tortura nesta prisão e queria apresentá-lo a mais nova Cadeira-elétrica de Tortura modelo 5.7. É a melhor já feita, e o senhor morrerá eletrocutado no mesmo modelo para execuções. Acho que viu este interruptor na parede – disse, se aproximando do dito objeto. – Você pode ver que há uma alavanca com três níveis: um é a máquina desligada, o seguinte é a tortura leve, e, conforme se abaixa a alavanca, se chega à tortura extrema. Podemos começar?

–         Sim! – respondeu Gorsk, friamente.

O oficial ligou a máquina, que começou a dar choques leves em Gorsk. Ele apenas tremia um pouco. Como Otto havia recomendado, estava com os olhos fechados. Ainda não se via os raios elétricos passando por seu corpo.

Igor, então, aumentou um pouco a potência. Gorsk continuou tremendo da mesma forma, só que agora se via um raio elétrico ou outro passar por seu corpo.

O oficial olhou para os guardas, que consentiram algo com um sorriso. O oficial também sorriu e aumentou, de uma vez, a potência da máquina ao máximo.

Gorsk começou a gritar e a tremer bastante. Os raios passavam por ele e chegavam ao chão, até cerca de um metro de distância da cadeira. Os guardas, com medo, distanciaram-se. Era a primeira vez que a potência máxima era usada.

As veias de Gorsk começaram a ficar visíveis, tamanha era a força que estava usando para resistir. Começaram a sair faíscas da cadeira e do interruptor. Havia um botão de emergência nele, para parar a máquina imediatamente, mas Igor não conseguia alcançá-lo.

Nisso, a máquina explodiu e Gorsk foi arremessado para um canto da sala, inconsciente. O oficial e os guardas começaram a serem eletrocutados.  Dois guardas vieram ver o que estava acontecendo. O oficial, que, como os outros guardas, já estava completamente queimado, só teve tempo de dizer que havia sido um acidente com a cadeira, que explodiu novamente e fez o oficial e os guardas caírem, mortos.

Os dois guardas recém-chegados, então, viram Gorsk desmaiado num canto da sala. Eles o levaram até a enfermaria, onde ele foi medicado e, ainda desmaiado, jogado de volta à cela. Logo que acordou, ouviu a inevitável pergunta de Otto:

–         O que aconteceu?

–         Eu não sei... A máquina estava na potência máxima... Tudo explodiu...

–         Usaram a potência máxima em você, não? Eles nunca fizeram isso, mas tinha certeza que fariam com você. Se os inspetores da Aliança ficassem sabendo disso... Mas tenho boas notícias.

–         O que é?

–         Meus homens conseguiram escapar da prisão em Zamuria e estão vindo me resgatar. Você sabe que, nós, zamurianos, podemos nos comunicar por telepatia uns com os outros, e foi assim que fiquei sabendo da fuga. Além disso, informei aos meus homens também por telepatia que, quando eles invadirem a prisão, você vem junto conosco!

–         Ótimo. Depois, faremos Harper se juntar a nós com suas forças e poderemos executar o plano.

–         Eu não vejo a hora...

Na Terra, a nave com os bravos aventureiros em busca de Stelix ganhou o deserto improdutivo em que se havia transformado a Amazônia. A área ainda era protegida por um escudo de ozônio. Ele começava antes do início da área coberta por vegetação.

Eva, pela janela, observava a desoladora paisagem. Ela perguntou a Gerald, abraçada a ele:

–         Como uma floresta tão grande foi completamente devastada em trinta e dois anos?

–         Várias companhias madeireiras e indústrias petroquímicas de todo o mundo se instalaram na região com a internacionalização, e, a partir daí, o processo de devastação foi rápido. A erosão e a monocultura sem controle de palmito, feita pela empresa venezuelana Palmito Verde Ltda, acabou empobrecendo o solo. Hoje, a única e pequena região ainda coberta por mata equatorial é a de Stelix City.

–         O homem devasta toda a natureza... Às vezes eu acho que nós não deveríamos ter tido uma segunda chance para evitar que Koskorva usasse a bomba Apocalipse...

–         A raça humana é uma raça de parasitas que explora sem controle os recursos de um ser vivo, a Terra, prejudicando-o sem parar.

–         É...

Nisso, Pedro, que pilotava a nave, informou:

–         Estamos nos aproximando de Stelix City. Segurem-se, pois vamos pousar!

–         Eu já percebi! – disse Eva, vendo a floresta equatorial por uma das janelas da nave.

Pedro iniciou a seqüência de aterrissagem. A nave pousou devagar e perfeitamente, numa clareira no meio da floresta.

–         Esta sim foi uma boa aterrissagem – disse Pedro. – Peguem o equipamento e vamos explorar o lugar.

–         Espero que os componentes da perfuratriz não tenham quebrado – preocupou-se Eva indo checar o compartimento de carga, onde ela havia guardado a grande perfuratriz que usavam no Saara, desmontada. – O equipamento é caríssimo!

Peter ajudou Eva a retirar os pesados componentes da perfuratriz de dentro da nave. Pedro e Gerald, armados com pistolas laser, averiguavam se não havia ali nenhum animal ameaçador.

A perfuratriz, que era móvel, tinha quatro rodas. Eva e Peter montaram a base da máquina com as rodas, colocando as outras partes e o resto do equipamento em cima da base e, por controle remoto, começaram a mover o improvisado veículo de transporte.

–         Onde fica a cidade? – perguntou Wilson a Pedro.

–         Ao norte – respondeu o ex-militar, olhando uma bússola. – Vamos seguir por este caminho.

Pedro começou a seguir por um estreito caminho que seguia mata adentro. Os outros o seguiram. A base da perfuratriz, ou seja, o veículo de transporte, guiado por Eva, era mais largo que o caminho e o ia aumentando, derrubando as plantas ao redor.

Com um facão, Pedro abria caminho quando a mata fechava a passagem. Gerald, temendo algum animal como aqueles macacos sanguinários em Brasília, tinha sua pistola laser à mão.

Logo, eles viram uma placa coberta por trepadeiras, com a inscrição “Bem-vindo a Stelix City, mil e duzentos habitantes e um futuro promissor”. Pedro riu da ironia do destino, pois o lugar havia sido completamente abandonado devido apenas a suspeita de que os recursos estariam no fim.

Andaram mais um pouco e, numa ampla clareira, viram as primeiras construções da cidade perdida, envolvidas por trepadeiras: as casas eram em forma de iglus, com apenas uma porta, sem janelas. Havia uma perfuratriz completamente enferrujada caída no chão de concreto, além de uma escada que levava a uma plataforma quadrangular com um amplo buraco no centro, onde era a mina de Stelix.

Eva e Peter começaram a montar a perfuratriz na borda do buraco, colocando a grande broca e os perfuradores laser. O buraco não era muito fundo, levando em conta que o Stelix só era encontrado nas profundezas máximas. Não havia sido extraído muito metal líquido dali. Gerald, Pedro e Wilson começaram a armar as barracas onde ficariam. Depois de as terem erguido, os três foram ajudar os outros dois a montar a perfuratriz.

Logo que ela ficou pronta, Eva a ligou. A máquina começou a perfurar o buraco com a broca e os lasers.

–         Eu posso ficar manejando a máquina – disse Wilson. – Fazia isso no Saara.

–         Está bem – consentiu Eva. – Apenas tome cuidado!

Wilson subiu num pulo até o painel de controle e assento da máquina. A broca e, principalmente, os lasers, deixavam o buraco ainda mais fundo.

Gerald e Eva entraram numa barraca. A vaqueira perguntou:

–         Por que se divorciou de Bárbara, Gerald?

–         Por muitos motivos. Primeiro: ela se transformou completamente após o casamento. Ficou agressiva e se achava a melhor mulher do mundo porque era casada com o salvador da humanidade e tinha um memorial em Nova York. Segundo: meu filho não gostava dela. Hoje ele já está totalmente na adolescência. Na última rara vez em que nos falamos, ele disse ter uma namorada. O nome dele é James, um garoto que vale ouro.

–         Mas como a Aliança deu a guarda de James à Bárbara?

–         Ela contratou um cineasta falido que fez um andróide igual a mim, e este assaltou um restaurante em Nova York. Pensaram que era eu, fiquei três meses detido na prisão de Nova Alcatraz, na megalópole de Los Angeles, até ser contratado pela Stelix, o que garantiu minha liberdade, mas perdi a guarda de meu filho.

–         Que história triste... Mas o importante é que você está livre e de algum modo ainda conseguirá a guarda de seu filho!

–         Assim eu espero, minha querida Eva... Assim eu espero...

–         Você, sua esposa e Pedro têm versões congeladas, não?

–         Sim, pois, com a viagem no tempo, surgiram dois Gerald’s, duas Bárbaras e dois Pedros. As outras versões estão em câmaras de criogenagem em alguma base militar ultra-secreta nos Estados Unidos do Norte. Se pudesse, descongelaria a versão antiga de Bárbara para tentar recomeçar tudo...

–         Eu já disse... Não viva do passado, meu amigo!

Eva sorriu. Gerald também sorriu, concordando. Saíram da barraca para observar o trabalho da perfuratriz: tudo corria bem.

Peter aproximou-se deles, perguntando a Gerald:

–         Hei, você é aquele herói da humanidade, não?

–         Sim! – respondeu Gerald.

–         Ah, é... Que cabeça a minha... Você é aquele sujeito que foi atrás da expedição perdida em Éden, viajou para o Egito Antigo e descobriu toda a conspiração de Koskorva.

–         É isso aí. Posso fazer uma pergunta?

–         Claro.

–         O que houve com sua mão?

–         Ah, isto? Foi durante a batalha da Guatemala. Lembro-me que Eva estava desesperada. Caíam granadas em volta de nós e os russos atiravam com metralhadoras giratórias de mira laser, pois naquela época ainda não haviam sido inventados os canhões laser. Todos do nosso batalhão haviam morrido. Lembro-me daquela jovem de dezessete anos chorando. Eu a conhecia desde o primário, e assim, fiquei comovido e disse que a tiraria daquele inferno. A puxei, com minha mão já perdida, pelo braço, saindo de trás da trincheira onde estávamos escondidos. Começamos a correr. Eu a puxava e ela, desesperada, estava quase desmaiando. Nessa altura do campeonato, um russo jogou uma granada perto de nós, mas não vimos. A explosão arrancou a minha mão que segurava o braço de Eva, que ficou queimado e até hoje ela deve ter a cicatriz.

–         De fato, ela tem – disse Gerald. – Eu já a vi.

–         Conseguimos escapar por muita sorte e coloquei uma mão mecânica no lugar da que havia perdido. Ela é boa. O único incômodo é que sempre tenho que lubrificá-la com óleo, ou ela enferruja.

–         Eu detestaria ter uma mão assim...

Nisso, Pedro informou:

–         A perfuratriz está funcionando perfeitamente. Creio que logo encontraremos Stelix.

–         Que bom – respondeu Eva. – Vamos explorar este lugar!

A vaqueira entrou dentro de uma das casas em forma de iglu. Dentro só havia plantas. Gerald e Peter, que a seguiam, também entraram na construção tomada pela selva.

Nisso, Eva viu um computador portátil preso em meio às plantas. Ela informou o que havia visto a Gerald com um gesto e este último, com sua pistola laser, fritou as plantas que envolviam o computador. Eva pegou a máquina e a ligou. Ela se surpreendeu ao ver que ainda funcionava.

–         Pegue-o para você, Eva – disse Gerald. – Encontrar um computador portátil deste modo é muita sorte.

–         É o que vou fazer – respondeu a vaqueira. – Mas eu acho que é melhor não entrarmos na Internet, pois o computador é da Stelix e ela rastrearia o sinal.

–         Você está certa.

Os três saíram da casa e Eva começou a mexer no computador. Pedro aproximou-se. A vaqueira, averiguando se não havia nenhuma mensagem arquivada, encontrou um vídeo com a figura de um homem desesperado, que gritava:

“Socorro! A cidade foi invadida por macacos sanguinários! Todos estão sendo mortos! Oh, não... Um está entrando aqui... Socorro!”.

A transmissão acabava aí. Eva, Gerald, Peter e Pedro ficaram pasmados. Pedro disse:

–         Agora eu sei a razão da Stelix ter abandonado esta cidade! Foram os macacos! Ainda deve haver muito metal líquido aqui, pois o motivo que eles apresentaram para justificar o abandono da cidade era mentira! Aqueles paspalhos...

–         E agora? – preocupou-se Eva. – E se esses macacos voltarem? Pior: e se já souberem que estamos aqui?

–         Meu Deus! – exclamou Gerald. – A nave! Ela está pousada naquele mesmo lugar! Quem vem comigo para ver se está tudo em ordem com ela?

Pedro e Peter deram um passo à frente. Eva ia fazer o mesmo, mas Peter disse:

–         Fique aqui, Eva e, por enquanto, não fale nada sobre isso a Wilson!

–         Certo Peter – respondeu a vaqueira. – Minha boca é um túmulo!

–         Ótimo.

Com Pedro à frente, os três partiram até a área onde estava a nave. Para o alívio deles, tudo estava bem. Pedro pilotou a nave até a cidade e a pousou no centro da mesma.

Pedro desceu do veículo espacial e disse a Gerald:

–         É melhor termos cautela. Se a Stelix abandonou esta cidade por causa desses estranhos macacos, eles ainda devem estar por aqui!

–         Mas, na minha visão, esta área é grande produtora do metal e...

–         Gerald! Pedro! Venham aqui! – gritou Wilson. – Encontrei Stelix!

Todos subiram a plataforma e pararam na borda do buraco. Wilson, em cima da máquina, pulava de contentamento. De fato, o compartimento de reserva de coleta da perfuratriz estava cheio do metal líquido prateado, que saía do buraco através de tubos sugadores ligados à máquina.

Porém, a alegria não durou muito: eles contaram a Wilson o real motivo do abandono da cidade. Ele, que queria ficar ali para extrair o máximo de Stelix possível, mudou imediatamente de idéia:

–         Vamos sair daqui imediatamente! Não quero terminar como aquele andróide-piloto!

–         Calma – disse Eva. – Também não é assim...

Wilson continuava pulando, agora de nervosismo.

–         Vamos sair logo daqui! – gritou o operador da perfuratriz, desesperado.

–         Você nem parece um ex-soldado – disse Pedro. – Acalme-se!

–         Eu não quero morrer! – gritou Wilson.

–         Calma! – gritou Gerald.

Wilson colocou as mãos na cabeça e, após um instante de silêncio, Eva perguntou:

–         Você está mais calmo agora?

–         Agora estou – respondeu Wilson. – Eu preciso tomar um calmante imediatamente.

Pedro o levou até sua barraca e lhe deu um calmante.

No complexo penitenciário Ronald Reagan, Gorsk e Otto estavam ansiosos esperando pelo ataque das forças rebeldes zamurianas.

O russo perguntou ao ser esverdeado:

–         O que fazia antes de se tornar um soldado?

–         Traficava escravos do planeta Globônia.

–         Globônia? O planeta que a Aliança devastou e fez seus habitantes de escravos?

–         Exatamente. Era um negócio lucrativo, mas logo a fiscalização descobriu que não tinha licença. Fiquei algum tempo preso e fui libertado graças a um bom oficial de justiça zamuriano, que, com uma pequena propina, fez de tudo para me inocentar.

–         Esses oficiais de justiça... São todos manipuláveis. Minha sentença demorou cinco anos para sair graças a algumas manobras judiciais e financeiras. Eu tinha uma grande reserva de riquezas na Terra, mas agora tudo deve ter sido congelado nos bancos ou remetido para fundos comunitários...

–         É a vida... Mas, pelo menos, é bem melhor que a morte!

Gorsk estremeceu e colocou a mão na cabeça.

–         O que houve? – perguntou Otto.

–         É estranho, mas, desde o acidente com a cadeira-elétrica, sinto uma enorme fonte de energia contida em mim, querendo sair.

–         Como assim?

–         Eu não sei explicar. Sinto-me forte, cheio de algo...

Nisso, ouviram uma explosão e o som dos canhões laser de defesa antiaérea disparando.

–         Eles chegaram! – gritou Otto.

De fato, cerca de cinqüenta naves-caça zamurianas e uma nave de transporte de tropas atacavam o complexo.

As naves-caça se dividiram em dois grupos de vinte e cinco unidades. Um deles destruía os canhões de defesa, e o outro atacava o complexo em si.

A nave de transporte de tropas se aproximava lentamente do complexo. Ela era envolvida por um escudo magnético, o que a deixava invulnerável aos disparos dos canhões.

Por telepatia, Otto começou a se comunicar com seu homem em que mais confiava, o general Zamur, que estava na nave de transporte no comando da missão:

–         Zamur. Está me ouvindo?

–         Sim, Vossa Excelência. Em que minha fraca mente pode servi-lo?

–         Eu posso ver algo... Eu vejo algo... Sim! Há um gerador de energia a oeste do complexo, numa edificação em forma de esfera. Ele gera energia para as armas de defesa. Mande algumas naves destruírem-no e poderá lançar nossas forças para o combate sem problemas!

–         Sim, Vossa Excelência.

Zamur contatou as naves:

–         Aqui é Zamur. Mande que algumas naves ataquem uma edificação em forma de esfera, a oeste da base!

–         Sim senhor! – respondeu o chefe do grupo de naves-caça, o tenente Zork, conhecido como “Barão Verde”.

Seis naves-caça destruíram a edificação, deixando as armas de defesa fora de ação.

–         Bom trabalho – disse Zamur. – Vamos invadir com as tropas!

Saíram várias naves menores, também de transporte, da nave maior, carregando as tropas terrestres. Eram cerca de quinhentos homens.

As naves pousaram no amplo pátio da prisão, soltando as forças invasoras, que não precisavam de máscaras de oxigênio, pois os seres de Zamuria se adaptavam a qualquer tipo de ar, ao contrário dos humanos, mas a longo prazo precisavam respirar gás carbônico.

Os zamurianos com seus canhões laser acabaram com os guardas do pátio e rapidamente entraram dentro da prisão. O próprio Zamur estava entre as forças invasoras armado com uma pistola laser, de acordo com seu posto de comando. Cruzando um corredor e atingindo alguns guardas na cabeça com sua excepcional mira, ele e mais cinco zamurianos desceram o elevador na direção do subsolo dez.

Um disparo laser, atingindo uma criatura sem a devida proteção, queimava uma ampla área da mesma.

Logo que ganharam o corredor da morte, Zamur eliminou todos os guardas ali presentes, com extrema frieza. Um deles caiu atirando com seu canhão laser e atingiu um prisioneiro dentro de uma das celas.

Zamur e os outros cinco zamurianos, então, pararam em frente à cela onde estavam Otto e Gorsk. O general atirou na tranca da grade e a abriu.

–         Vossa Excelência, nós temos que sair imediatamente daqui antes que os terráqueos mandem reforços! – disse o general de Otto.

–         Sim, mas ele vem conosco! – exclamou Otto, referindo-se a Gorsk.

–         Esse humano? Por quê?

–         Você vai saber, mais cedo ou mais tarde.

O som da batalha na superfície não cessava. Os oito subiram o elevador. Zamur e os cinco soldados zamurianos não olhavam amigavelmente para Gorsk.

De volta ao pátio, os últimos guardas do complexo eram eliminados. De repente, um oficial apontando uma pistola laser apareceu na frente deles, pronto para atirar. Antes que os zamurianos pudessem fazer o mesmo, Gorsk apontou um dos dedos indicadores para o inimigo. Um raio elétrico saiu da ponta do dedo do russo, eletrocutando o guarda.

–         Como fez isso? – perguntou Otto.

–         É a energia contida em mim... Agora entendo...

Os outros zamurianos ficaram espantados.

Numa nave de transporte os fugitivos foram transportados até a nave maior. Logo que Otto chegou seguro à nave, as forças invasoras também voltaram. Não haviam tido nenhuma baixa.

Zamur perguntou a Otto, que já estava na sala de controle da nave, se ele desejava mais alguma coisa. O líder rebelde perguntou se eles ainda tinham as armas nucleares roubadas de um comboio megatopiano. O general respondeu afirmativamente e ainda mencionou que elas estavam na nave. Otto, então, disse algo no ouvido de Zamur, que foi preparar algo. Gorsk observava tudo calado.

Pouco depois, a nave lançou um míssil nuclear contra o complexo, que explodiu. Otto disse a Gorsk:

–         Agora nunca mais correrei o risco de ficar preso novamente nessa prisão nojenta... E agora?

–         Vamos falar com Harper, como o combinado.

–         Tomara que ele aceite, mas eu duvido disso...

–         Ele vai aceitar...

E a nave, tendo suas turbinas supersônicas ligadas e entrando na velocidade de anos-luz, partiu na direção de Megatópia, planeta quase igual a Terra e com habitantes idênticos, local de nascimento do general Ernest Harper...

Continua... 


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