Já era cedo, o despertador me acordou como se costume. Levantei com calma e vesti meu roupão enquanto ia em direção a cozinha preparar o café. Deixei a mesa um par de canecas, quando escuto passos vindo do corredor.

  -Bom dia xerife. -Disse Vi, coçando seu olho esquerdo enquanto bocejava.

  -Bom dia... -Respondi normalmente, servindo  o café as duas canecas e me sentando à cadeira na ponta da mesa.

  Vi se sentou a minha frente. Era estranho vê-la sem suas luvas mecânicas e sua roupa de trabalho, mas até que eu estava quase me acostumando, apesar de ela já viver a praticamente um ano em minha casa.

  -Vou sair mais cedo do que o de costume hoje, ajeitar uma papelada na delegacia... -Falei, tomando um gole do café em seguida, segurando a caneca com as duas mãos, fitando o líquido negro dentro dela -As pichações na cidade estão aumentando.... Isso é um problema.

  - Tudo bem... -Ela passava manteiga no pão que encontrara perdido em um saco na mesa, olhando fixamente o que fazia -Vou chegar no mesmo horário de sempre, mas qualquer coisa é só me ligar que eu apareço por lá.

  Fiz que sim com a cabeça e me levantei em seguida, andando em direção a pia com a caneca vazia em mãos, depositando-a lá. Fui até meu quarto, abri meu armário com calma, peguei meu uniforme de trabalho, vestindo-o e arrumando meu cabelo logo depois.

- Em algum canto da cidade de Piltover - 

  Jogada na cama, ela bocejava e se espreguiçava, rolando de uma borda a outra, resmungando algo incompreensível.

  -Yaaaaargh! -Resmungou e se espreguiçou novamente -Bom dia Fishbones. -Sentou-se na cama, estalou o pescoço dos dois lados e se levantou.

 Foi em direção ao banheiro, abriu a porta com a mão direita, enquanto coçava o olho com a outra e bocejava. Ela se olha no espelho, abre a torneira encarando seus olhos escarlate sob o reflexo e sua franja completamente bagunçada. Segura uma pequena quantia de água em suas mãos, o pouco de água que escorria por entre seus dedos. Levou as mãos ao rosto, molhando-o. Balançou a cabeça, respingando água no chão e no espelho.

A pequena, pálida de olhos escarlate, cabelos consideravelmente longos (até o tornozelo quando preso) de cor meio indefinida um azul esverdeado, magra de mostrar a curvatura dos ossos sob a pele. Seu sorriso era algo de outro mundo, tão bonito e ao mesmo tempo tão assustador, por culpa de sua expressão psicótica e também paranoica. Poderia tanto dar um certo medo, quanto deixar alguém completamente louco.

 Ela saiu andando pela casa vazia, parecia procurar algo que nem ela sabia o que era. Pegou aquele canhão disfarçado de tubarão (o qual apelidara de Fishbones por sua aparência diferente) e colocou em um suporte nas costas. Prendeu sua metralhadora rosa com orelhinhas de coelho em seu cinto, e sua pistola de choque em um suporte feito de cinto em sua coxa. Levou sua mão lentamente ao rosto sorrindo daquele jeito psico-maníaco que só ela conseguia sorrir e com o dorso da mão jogou sua franja para cima, que caiu sobre o olho direito.

 - Vamos Fishbones... -Disse ela, apoiando o canhão em seu ombro esquerdo - É hora de explodir tudo. -Seus olhos brilharam.

 E saiu andando, rindo freneticamente. Aquela risada bizarra e assustadora.