Confined In Me Was Your Heart escrita por abishop


Capítulo 5
Capítulo 5




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Alec foi “acordado” pelo barulho da campainha ressonando pela casa. Ele estava sentado à mesa da cozinha, bebendo café. Estava tão absorto em seus pensamentos que somente um barulho como a campainha conseguira tirá-lo deles. Joshua ainda dormia no andar de cima, e Lisa não estava. Levantou-se e foi atender.

– Imagino que você seja o Ross. - Uma mulher muito bonita e bem vestida estava parada a porta. Alec tentou lembrar-se de onde a conhecia, mas ai é que estava não a conhecia.

– Sim... A senhora é...? - Perguntou meio sem jeito.

– Grace Urie!-Falou num tom seco.

Alec ficou um pouco surpreso, deu um passo para trás:

– Gostaria de entrar?

– Não, não. Serei breve, obrigada!

Grace analisava o garoto. Ele estava de jeans, sem camiseta, deixando o corpo branco e magro à mostra. Era bonito de qualquer forma. Poderia entender que garotas se apaixonassem por ele. Mas Joshua... Justo ele... Não. Isso ela não conseguia entender ou aceitar.

– Onde está Joshua?

– O que você quer aqui? - Joshua apareceu atrás de Alec, passou os braços em volta da cintura dele, apoiando a cabeça em seu ombro. Alec deu um sorrisinho tímido, olhando para o chão, e segurou uma das mãos de Joshua.

Grace abriu a boca, mas se conteve. Respirou fundo:

– Josh, querido, podemos conversar?

– Claro. - Joshua.  –Pode falar.

– Mas... - Olhou Alec.

– Acho que o Alec pode escutar...

– Não, Joshua... - Alec soltou-se dele. - Converse com ela. - O olhou.

Joshua assentiu com a cabeça e Alec voltou para a cozinha. Joshua olhou para a mãe.

– Pode falar...

– Você não vai voltar para casa, querido?

– Não, mãe. Não vou.

– Mas por que não?

– Porque eu gosto do Alec. De verdade. E não estou disposto a deixá-lo.

– Joshua, por favor!

– Não, mãe. Vocês já me fizeram desistir uma vez, mas desta vez é sério. Eu tenho mais noção do que sinto e posso lutar por isso. Eu posso lutar pelo Alec. Vocês não vão me fazer deixá-lo.Sinto muito, mas se vocês não estão dispostos a aceitar, não há acordo algum que me faça voltar.

Ambos ficaram quietos.Joshua estava pronto para se despedir da mãe, quando essa falou.

– Aonde erramos com você. Aonde?

Joshua a olhou, balançando a cabeça negativamente e dando uma risadinha nervosa:

– Então é isso...? Um erro? Eu sou um erro...

– Não, nunca! Nós te amamos.

– Mas não me aceitam assim. Não aceitam que eu não siga a religião de vocês. Não aceitam que eu não faça a faculdade que você gostaria que eu fizesse. E além de tudo nunca aceitaram o que eu sou. Não aceitam que eu goste de garotos. Então, se para vocês isso são erros, eu sou um erro também!

– Joshua... - Os olhos de Grace encheram-se de lágrimas.

– Desculpe-me mãe. - Passou as mãos pelos cabelos. - Mas eu não sou nada do que vocês gostariam que eu fosse...

Joshua sem hesitar fechou a porta na cara de sua mãe, a deixando parada diante da porta sem reações.

Seus pensamentos estavam confusos agora, não entendia mais nada. Alec se aproximou o abraçando.

– Eu sei que você precisa conversar com alguém... - disse Alec ao seu ouvido - E eu sei que não sou eu.

– É, estou precisando desabafar - disse Joshua tristemente. - Mas com quem?


Alec levou Joshua até a casa de Debbie, surpreso Joshua não acreditava que Alec soubesse onde Debbie morava.

– Como você sabe que ela mora aqui?

– Quando você esteve muito mal, ela ligou lá para casa, mas você não podia atender ai então combinei de que quando precisasse traria você até aqui, foi ai que ela me passou o endereço.

– Obrigado. - beijou Alec.

Alec não queria atrapalhar Joshua, então decidiu voltar para casa.


– Joshua, entre! – Uma mulher muito simpática, estava à espera de Joshua. Sua casa era simples mais aconchegante. E Joshua se sentia bem ali.

– Debbie, quanto tempo, estava com saudades. - Joshua deu um grande abraço em Debbie, a qual não via desde que sairá de casa.

– Oh Joshua, soube que você estava com problemas com seus pais, sobre vocês.

– Realmente Debbie, meu pais estão tentando me fazer voltar para casa. - Joshua abaixou a cabeça por um tempo. - Mas você sabe, eu não quero que eles me obriguem a repetir aquela historia.

– Ah sim, estou lembrada... - disse Debbie num tom de confirmação. - Eles nem estão abrindo a cafeteria direito, estão muito deprimidos com tudo o que aconteceu, eles ficam se culpando todo tempo de você ter ido embora.

– Eu não acredito que eles realmente estejam arrependidos, devem estar fazendo cena, eles nunca se importaram com o que eu sentia ou queria. - disse Joshua começando a ficar com raiva.

–Eu sei querido, eu sei... -Debbie tentou consolá-lo. - Eu acredito que eles realmente estejam arrependidos, pois você é o único filho deles...

– Já que sou o único, porque não me deram um pouco mais de atenção em vez de pensarem só neles?

– Eu acho melhor você parar e conversa sério com os seus pais, não só uma conversa rápida toda vez que eles tentam ir te buscar... Tente um dia falar tudo o que está engasgado, e tudo o que sente... Tudo o que você é.

– Posso contar com você?

– Claro Josh, sempre. - Debbie agora abraçava Josh, que estava pensativo.

Será que realmente valera a pena conversa com seus pais? Será que eles iram ouvi-lo?Joshua não queria perder seus pais, muito menos Alec.


– Alec... - Joshua falou baixinho.

– Hum...? - Alec estava com a cabeça no colo dele, de olhos fechados.            

– Eu decidi que vou conversar com meus pais.

Alec sentiu um nó na garganta, não falou nada. Joshua continuou:

– Acho que a Debbie está certa... Eu deveria ao menos conversar com eles... Dizer tudo o que sinto. Não sei se eles vão me ouvir, mas acho que devo tentar.

– Se você acha que é o certo a fazer, tem todo meu apoio. - Alec sentou-se.

– Eu não quero te perder... - Joshua passou a mão no rosto de Alec. - Mas eles são meus pais... Eu os amo e...

– Joshd... - Colocou o dedo sobre os lábios dele. - Você num precisa se explicar.

Joshua concordou com a cabeça.

– Eu vou estar com você, independente da sua decisão.

Joshua deu um sorriso leve e o beijou longamente, como uma forma de agradecimento. Sentia-se bem só de saber que sempre poderia contar com Alec.


– Joshua, o que faz aqui? – Boyd.

– Resolveu voltar, filho? - Grace levantou-se, esperançosa.

– Não… - Joshua começou. - Eu vim conversar.

– Sobre? - Boyd.

– Tudo...

– Sente-se. - Grace. - Deixe-o falar, Boyd.

Joshua sentou-se, pensando em como começar. Não olhava para os pais, apenas olhava para suas mãos entrelaçadas.

– O Julian foi o primeiro garoto que eu gostei… - Começou.

– Por favor... – Boyd pareceu um pouco irritado.

– Sou eu quem lhe peço, ”por favor,”.- Joshua o olhou.- Deixe-me expressar o que sinto ao menos uma vez.

Grace olhou o marido, que se encostou ao sofá, bufando.

– Ele foi o primeiro, mas eu já sentia interesse por outros. Eu tentava ignorar, porque sabia que vocês iam se decepcionar, não era o que vocês queriam para mim. Porém quando eu o conheci, eu não pude mais guardar isso para mim. Minhas suspeitas só se concretizaram quando vocês descobriram. Vocês fizeram de tudo para que eu esquecesse isso, volta-se para o “rumo” certo. Eu tentei… - Pausa. -Mas eu não podia mais. E o quando o Alec apareceu... - Ficou mudo. Alec. Não sabia se conseguia falar dele com seus pais. - Eu não posso mais guardar isso. Eu sei que parece estranho, mas é possível... É igual... Só que... – Ele deu um sorriso. -Eu não consigo descrever...

– Você gosta dele... - Grace falou meio que se forçando.

– Não haveria outro motivo para enfrentá-los. O Alec... Ele é incrível... - Voltou a sorrir pelo simplesmente pensamento de Alec. - Eu não queria que vocês entendessem, mas aceitassem que... Eu não posso lutar contra isso e que sou feliz assim. Eu não nasci assim.

– Joshua, aonde erramos com você? - Boyd falou.

– Vocês não erram. Eu não errei. Não é um erro. É simplesmente isso... Vocês não têm que se culpar. E também não podem tentar me mudar... Porque nada vai mudar mesmo.

– Joshua, você não segue nossa religião, você não faz uma faculdade... - Boyd começou inconformado.

– Primeiro: Eu não vou seguir uma religião que eu não gosto, e que, na verdade, eu nem acredito. Sinto muito. Eu não me encaixo nela. Segundo: Eu não faço uma faculdade porque vocês querem escolher por mim. Eu não vou estudar para seguir uma profissão que não quero. E não nasci para ser advogado e pronto.

– Não acho que musica vai lhe dar dinheiro.

– Certo, mas ao menos vai me fazer feliz! Você nunca entendeu isso: O que vai me fazer feliz e o que não vai.

– Ser... Ser o que você é te faz feliz?

– Sim, eu sou feliz sendo bissexual obrigado. - Joshua levantou-se. - Qual é o problema nisso? É por causa da religião? Ou pelo o que vão falar? Que se danem, sou eu quem vai beijar e transar com um garoto, e ninguém tem nada haver com isso.

– Joshua olha a linguagem! - Grace falou rispidamente.

– É verdade, mãe! Todo mundo faz sexo, não sei por que esse drama! Eu vim aqui com a melhor das intenções, para tentar fazer vocês me entenderem um pouco, já que vocês ficaram tão maus com a minha partida, mas pelo jeito não adianta muito conversar com vocês. Nunca adiantou. - Saindo da casa.

– Joshua! - Grace o chamou, mas apenas escutou o barulho da porta batendo.


Joshua preferiu não ir para casa de Alec ainda, precisava ficar um pouco sozinho com seus pensamentos. Ficou vagando pelas ruas calmamente, pensando um pouco.


– Boyd como você pode falar uma coisa dessas? - Grace continuava sentada no sofá conversando com o marido que andava de um lado para o outro

– Você não vê que esse não é o nosso filho? Ele é uma desgraça, todo o amor que o demos e ele joga tudo para o alto...

– Querido, você tem que pensar na felicidade do nosso filho, no que ele quer no futuro dele, e não no que você quer que ele seja...

– Eu não acredito que ele tenha dito tudo aquilo como se fosse algo comum...

– Mas para ele é Boyd, para ele é... - Grace abaixou a cabeça por um instante e olhou de novo para o marido, que continuava a andar - Eu agora acredito que ele realmente goste daquele rapaz, e acredito também que o outro gosta de Josh... Se os dois se amam, não poderemos nunca lutar contra se não...

– Se não o que Grace? - Boyd já estava meio irritado, com seus próprios pensamentos.

– Se não nunca mais veremos nosso filho, você não viu que ele ainda acredita na gente...

– Sei, sei, eu ainda acho que isso tudo é rebeldia para nos deixar bravos.

– Eu ainda acredito que não, Boyd, isso está muito real para ser só uma rebeldia... Mas já que você não acredita no Joshua...

– Não tem como acreditar... Eu não sei

– Tente conversa com Josh, só vocês, mas deixe-o falar e se controle - Grace agora saia da sala e ia para seu quarto, deixando o marido confuso.

Grace agora meio que acreditava em Josh, mas preferia conversar com ele as sós para saber realmente o que está acontecendo, ela amava demais seu filho para perdê-lo assim.


Perto do anoitecer Joshua apareceu em casa.

– Josh... Por onde você esteve?

– Eu resolvi que precisava pensar um pouco... Desculpa... - Se aproximou de Alec.

– Está tudo bem?

Joshua o envolveu pela cintura e o beijou:

–Está... Eu só estou cansado... - Deu um sorriso.

– Vamos você tem que descansar. - Alec o puxou.

Joshua mal caiu na cama e já adormeceu... Seus sonhos giravam em torno de Julian, Alec, seus pais e a conversa. Ele não conseguia tirar aquela conversa da cabeça, parecia uma praga, parecia que a conversa não tinha acabado.

Alec ficou sentado do lado dele, o observando. Aqueles problemas com os pais do Joshua o assustavam, além disso, ele não queria que o Joshua ficasse mal com tudo aquilo. Mas era algo inevitável.




– Joshua, vem! - Julian sorria, o puxando pela mão.

Joshua sorria também, deixando ser guiado. Observava os cabelos lisos e loiros do amigo. Ele era simplesmente lindo. Nunca conseguiria descrever o que seus olhos azuis lhe passavam. Ou o que seu toque lhe causava. Ele apenas sentia. E tinha medo daquilo. Mas sabia que era o que queria.

Subiram as escadas externas do colégio, chegando ao segundo andar, entrando numa sala vazio. Julian fechou a porta atrás deles e encostou Joshua na parede e começou a beijá-lo, devagar. Eles estavam fazendo a mesma coisa no ultimo mês. Sempre se arriscando mais. Poderiam ser pegos, mas não haviam sido até agora. E não iam parar enquanto não fossem...

– Eu gosto tanto de você, Josh... - Sussurrou.

– Eu também gosto de você... - O olhou. - Promete que não vai me deixar.

– Nunca... - Voltou a beijá-lo.

– Urie! Miller! - Uma professora os pegou.

Joshua acordou num pulo. Suava frio. Olhou em volta. Alec estava adormecido do seu lado. Voltou a se deitar. Fechou os olhos com força. “Foi um sonho, Joshua”, falou para si mesmo. Mas sabia que havia sido real, afinal, tinha passado por aquilo. E ainda estava vivo em sua memória como se houvesse acontecido há pouco tempo, não há quatro anos. Depois daquilo apenas lembrava-se de estar chorando no carro, enquanto seu pai lhe passava um sermão e dizia que era para ele se afastar “daquele mau exemplo”.

– Julian, pai! - Falou irritado.

– Não diga o nome dele! Como eu pude deixá-lo freqüentar minha casa todo esse tempo? O que ele pode ter feito com você...?

Joshua balançou a cabeça, tentando afastar aquelas palavras.

– Já passou... - Sussurrou. - Já passou…


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