Os Contos de Esther escrita por cwhiteway


Capítulo 2
#2 A ruiva




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Mais tarde, naquele mesmo dia ensolarado de Setembro, eu tinha aula de informática no segundo andar do enorme prédio da escola. Quando sai do vestiário coloquei meus fones de ouvido no volume máximo e fui andando para a sala. Subi as escadas, andei pelos corredores. Mesmo com tudo aquilo para me distrair eu continuava com aquela imagem de Daniel na cabeça. "Ele é bonito demais para você, Esther", pensava. Mas que mal tem? Imaginar não gasta dinheiro nem machuca ninguém.

Quando entrei na sala, a brisa do ar condicionado tocando meu rosto, fechei os olhos e sorri. Disse bom dia para o professor e me sentei no lugar de sempre, encostada na parede perto da janela que dava para o jardim da escola. Informática era uma das minhas aulas preferidas porque não preciso fazer contato social que, por acaso, eu gosto muito de evitar.

Estava me preparando para fazer o trabalho do dia que o professor havia especificado no quadro negro quando ouvi. "Psst". Imaginei que não seria nada. "Psst". Me virei para ver o que era e me deparei com ela. Maldito foi o dia que eu cruzei o caminho daquela garota. Tábita era o terror da escola, por assim dizer. Ela fingia que gostava de mim mas me tratava como lixo pelas minhas costas.

– Oi? - falei, no tom mais doce que pude encontrar.

– Me ajuda? Não sei como fazer esse dever estúpido.

– Chame o professor, Tábita. Não sei como posso ajudar.

– Mas você é a queridinha dele, sempre sabe o que fazer.

Aqueles cabelos de fogo pareceram ficar mais vermelhos por um instante e, eu podia jurar que ela estava ficando estressada comigo. Então me levantei até sua cadeira e a ajudei em seu trabalho. Melhor ser amigo do que cativar inimigos, é o que meu pai sempre diz.

O sino que indicava o fim da aula tocou. Com um suspiro me levantei para pegar meus materiais. Tábita segurou meu braço e sussurou em meu ouvido: "Não se meta com MEU Daniel. Ou você vai se ver comigo". Apenas assenti. Não queria me meter em confusão. Então ela largou meu braço e saiu em disparada pela porta da sala.

Meu dia feliz já estava no fim. Ela tinha conseguido o que queria.

"ZZZZ. ZZZZ." O celular vibrava no meu bolso.

– Alô? - atendi.

– É a menina bonita? - disse a voz do outro lado da linha

– Hã? Quem é?

– Daniel... - ele disse o nome como se tivesse muito mais para dizer, o que me fez ficar com um nó na garganta.

– Ah... Oi. Sua namoradinha acabou de me ameaçar de morte e você me liga? Espera aí! Como conseguiu meu número?

– Tenho meus contatos. E ela não é minha namorada e... Ok. Agora vem aqui em baixo, queria conversar com você. Desde que te vi hoje mais cedo não consigo parar de pensar em como pedir desculpas por te surpreender de roupão no vestiário e...

– OK - interrompi - só me diz que a Tábita não vai saber disso, por favor. Tenho planos para o futuro. - e ri. Ele também riu, uma risada espontânea que me deu arrepios.

– Prometo. - e desliguei o telefone. Desci as escadas e fui para meu "encontro". "Acho que estou gostando desse garoto...", pensei.


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