Acordei sentindo beijos pelo meu rosto, sorri passando os braços pelo seu pescoço o abraçando apertado.

- Feliz aniversario princesa. – sussurrou Edward. – Animada?

- Obrigado. Muito. – respondi me sentando na cama, hoje eu completava 10 anos e como todo ano Edward me acordava com beijos. Esme queria preparar uma festa para mim, mas eu disse que não queria porque não tinha muitos amigos, então iremos apenas jantar no meu restaurante favorito e para mim estava ótimo.

- Vai escovar os dentes porquinha, estou sentindo seu bafo de onça aqui. – resmungou Edward.

- Nem to seu chato. – disse fazendo bico. Levantei indo para o banheiro Edward me abraçou.

- Brincadeira pequena, não esta brava não é? – perguntou Edward.

- Sai eu to com bafo. – disse emburrada, e Edward gargalhou.

- É brincadeira.

- Ta. – resmunguei o fazendo rir.

- Vamos descer nossos pais estão nos esperando para tomar café.

- Pode ir na frente que eu já vou. – respondi entrando no banheiro, tudo na casa estava adaptado para mim, já não tinha dificuldade nenhuma em andar por ela. Depois de um tempo Esme me pediu para chamá-la de mãe eu já a considerava, mas não tinha coragem de chamá-la assim quando ela me pediu fiquei feliz porque eu podia sentir o amor dela por mim e não pensei duas vezes. Edward com quinze anos agora ainda me protegia como quando nos conhecemos ele não deixa que ninguém fizesse mal a mim, apenas quando íamos para a escola que ficávamos separados, Edward saia mais cedo do colégio onde estudava para me buscar, e quando chegávamos ele me ajudava no dever de casa e depois íamos tocar piano ou brincar no jardim. Às vezes ficávamos desenhando, Edward desenhava mais forte para que eu pudesse saber o que era, mas ele desenhava muito mal e eu não conseguia saber, às vezes eu chutava, mas nunca era o que eu dizia. Apesar de ser cega Edward disse que eu desenhava bem. Terminei de fazer minha higiene e desci para tomar café, ao chegar à cozinha todos começaram a cantar parabéns eu corei, senti braços em volta da minha cintura me abraçando apertado ele me girou me fazendo rir.

- Parabéns de novo princesa, que você seja muito feliz. – disse me soltando. – E que eu esteja ao seu lado para desfrutar dessa felicidade também.

- Obrigado, se você estiver do meu lado eu serei feliz Edward.

- Então será eternamente feliz, porque nunca sairei do seu lado. – sorri e beijei seu rosto.

- Feliz aniversario querida.

- Obrigado mamãe.

- Fizemos um bolo para você, venha se sentar. – disse me puxando pela mão.

- Não antes de meu abraço. – disse Carlisle me abraçando. – Parabéns Bella. Tenho um presente para você.

- O que papai? – perguntei animada adorava os presentes de Carlisle. – Me dá. – disse estendendo a mão e ele me entregou, tateei era quadrado e leve franzi o cenho confusa. – O que é?

- Você nem abriu filha. – disse Carlisle. Rasguei o papel e passei a mão por cima percebendo um alto relevo. – É o seu primeiro livro querida.

- Um livro? – perguntei sorrindo, mas meu sorriso foi morrendo aos poucos – Não posso ler papai. – meus olhos lagrimejaram, estendi o livro para ele. – Desculpa.

- Ele esta em Braille querida, você pode ler sim. – disse Esme e meu sorriso voltou maior ainda, quando completei seis anos comecei a freqüentar uma escola própria para deficientes físicos, e lá aprendi a ler em Braille, mas nunca me passou pela cabeça que teria livros com esse sistema, Edward que sempre lia para mim, mas não era a mesma coisa gostava de quando estava na escola e os professores nos entregavam folhas para lermos, amava ler e agora poderia ler sem a ajuda de Edward.

- Obrigado papai. Eu adorei.

- Não precisa agradecer. Vamos comer agora. – nos sentamos e começamos a comer o bolo era de chocolate com morango e estava deliciosa, ao terminarmos – por ser sábado e não precisarmos ir a escola – eu subi para meu quarto abraçada com o livro deitei na cama e comecei a ler, ele se chamava “A marca de uma lágrima”, não sei porque papai me dera esse livro, mas mesmo assim comecei a ler, com uma semana terminei o livro contava a vida de uma menina – Isabel - que estava passando por conflitos adolescentes – insatisfação com seu próprio corpo e problemas familiares. Depois de ser convidada para a festa de aniversario de seu primo – Cristiano - a partir desse momento a vida de Isabel vira de cabeça para baixo, ela se apaixona pelo primo que não via há anos e mergulha em mais um conflito interno: Sua melhor amiga – Rosana – começa a namorar seu primo. Sua amiga pede para que Isabel escreva cartas para Cristiano e ela aproveita o momento para colocar em palavras tudo o que sente pelo primo, fazendo com que ele acreditasse que era Rosana que a escreveram.

Quando terminei o livro desci correndo as escadas e abracei papai.

- Obrigado papai, amei o livro.

- Já terminou querida? – perguntou espantado.

- Sim e eu adorei, quero outro. – disse sorrindo.

- Irei comprar muitos livros para você.

- Eba obrigado. – disse pulando e ele começou a fazer cócegas em minha barriga. – Para papai. – disse gargalhando. – Socorro Edward. – gritei ao ouvir seu riso, ele me pegou no colo e começou a andar, agarrei em seu pescoço ainda rindo. – Aonde estamos indo?

- Para o jardim. – sussurrou. – Já terminou o livro?

- Sim e eu amei. – disse animada. Nos sentamos na grama e ele pegou minha mão.

- Quer ler algo para mim? – perguntou e eu corei negando. – Por quê? Se você gostou do livro tem uma parte favorita certo?

- Sim. – respondi corando Edward acariciou meu rosto.

- Então leia para mim.

- Ta. – disse e abri o livro na pagina em que tinha marcado e comecei a ler para Edward.

“Ah, tormento que eu não posso confessar...

O que eu escrevo é a verdade, eu não minto,

eu declaro tudo aquilo que eu sinto,

e é a outra que teus lábios vão beijar...”

Quando terminei Edward que não disse nada, abaixei a cabeça com o cenho franzido. Repassei em minha mente o que tinha lido e corei arregalando os olhos, não sei o que ele estava pensando, mas eu não deveria ter lido aquele verso para ele. Não sei quanto tempo passou em que ficamos em silencio ate que eu o quebrei.

- O que foi Edward? Não esta dizendo nada.

- Não é nada pequena, não se preocupe. – sussurrou e eu podia ouvir a confusão em sua voz.

- Não está chateado comigo não é? – perguntei sentindo o nó se formar em minha garganta apenas o fato dele não falar comigo me deixava desesperada, desde que nos encontramos na rua não desgrudávamos um do outro mesmo ele sendo cinco anos mais velho do que eu, Edward sempre que saia com seus amigos voltava antes da hora marcada e dizia que ficou com saudades, ouvi um dia Esme conversando com Edward, apenas lembrar deixava meus olhos marejados.

Estava com sede e desci para beber água, Edward tinha saído com os amigos para jogar bola ou algo assim, fiquei no meu quarto lendo para não sentir tanta falta dele. Ao chegar à cozinha escuto Esme conversando com alguém, franzi o cenho confusa Edward tinha saído com os amigos e Carlisle estava no trabalho.

- Você não pode viver por ela Edward, isso é errado, tem que ter sua própria vida e ela a dela, quando você for à faculdade acha que será fácil para ele e para você se continuar com estão. Precisa se afastar um pouco filho, pelo seu bem e o da Bella. – Esme não estava brava apenas apreensiva. Lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto ao ouvir que Edward ia para a faculdade, e me deixaria ali. – Sei que quer protegê-la, mas não você não estará aqui para sempre Edward, uma hora você ira formar uma família e Bella também.

- Eu nunca vou deixar a Bella mãe, nunca. – disse Edward alterado.

- Não estou dizendo que irá deixá-la Edward, apenas que você precisa ter sua vida e quando for à faculdade vocês irão sofrer se continuar tão apegados uns aos outros.

- Irei fazer faculdade aqui mesmo. – resmungou Edward.

- Aqui em Forks? Não sabia que tinha universidade aqui? – disse Esme irônica.

- Então não faço faculdade e pronto.

- E seu sonho de ser Advogado?

- Não vou deixar a Bella que droga. – gritou e eu ouvi um baque e percebi que Edward tinha levantado subi as escadas correndo quase tropeçando nos degraus entrei no quarto batendo a porta e me joguei na cama chorando, não queria que Edward fosse embora e me deixasse aqui, mas ao mesmo tempo não queria que ele desistisse de seu sonho por minha causa. Senti o colchão mexer, mas não ergui a cabeça. – Princesa? – chamou Edward, mas eu não olhei, ele deitou na cama e me abraçou. – Não irei deixar você, prometo.

- Você não pode desistir do seu sonho Edward. – funguei. - Mas também não pode me deixar.

- Não irei pequena, não irei.

- Você vai à faculdade né? – perguntei ainda chorando. – A mamãe ficara brava comigo se você não for.

- Claro que não. Essa é minha escolha se eu não quiser ir ninguém vai culpar você.

- Mas você vai. – disse convicta me levantando e enxugando meu rosto. – Quero que você vai a faculdade e eu irei ficar aqui te esperando. – sorri. – E quando você voltar me leva com você, ta bom?

- Princesa não vou deixar você.

- Ta bom Edward? – perguntei de novo.

- Bella. – suplicou ele.

- Promete anda. – disse cruzando os braços em frente ao corpo e fechei a cara. – Vamos.

- Ta Bella, eu prometo. – disse depois de um longo suspiro.

- Promete o que?

- Eu prometo que irei à faculdade e voltarei para te buscar. – disse contra gosto, soltei um gritinho e pulei nele beijando seu rosto. – O que eu não faço por você. – resmungou e eu gargalhei enchendo seu rosto de beijos. Edward me jogou na cama e começou a fazer cócegas em mim que gargalhava e pedia para ele parar, quando estava ficando sem ar ele parou e beijou meu rosto. – Não sei como consegue me convencer tão facilmente.

- Eu sei. – disse convencida. – É a minha doçura.

- Não, são seus olhos. – sussurrou e beijou cada um deles.

- Meus olhos são sem vida. – resmunguei.

- Ai é que você se engana, são os olhos mais vivos e brilhantes que eu já vi. – sussurrou acariciando meu rosto. – Amo seus olhos pequena.

- Eu amo você – disse sorrindo.

- Eu também te amo Bells.

- Claro que não estou chateado com você princesa. Nunca poderia. – disse e me puxou para seu braço, me aconcheguei nele. – Adorei o verso. Bem bonito.

- Obrigado eu também achei. – disse sorrindo. – Você vai sair hoje?

- Não por quê?

- Vamos tocar piano? – perguntei animada.

- Claro que vamos. – sorri me levantando e puxei Edward e fomos para a sala de musica, sentamos no banco e começamos a tocar, Edward compôs para mim uma canção de ninar a muito tempo e sempre tocávamos ela, depois que terminamos eu afastei a mão dele do teclado e comecei a tocar a que eu tinha composto para ele.

- Essa eu não conheço Bella. – disse Edward.

- Eu compus – sorri. – para você.

- É linda Bella. – disse me abraçando – Adorei princesa. Agora sempre terá que tocar essa musica para mim.

- Todo dia. – sussurrei. – Para sempre.

- Para sempre.