Already Fallen escrita por lmbrasileiro


Capítulo 10
Diversão no galpão.


Notas iniciais do capítulo

-Miaaau...



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Me arrependi instantaneamente do meio segundo que passei olhando para Daniel, ele quase me custou um dente. Levei um soco no nariz, dei tres passos para tras, respirei fundo, balancei a cabeça e armei guarda.

Defendi o primeiro soco que veio depois disso, desviei do segundo, vi uma abertura em sua defesa e ataquei. Nao gosto de me gabar, mas foi O chute, girei apoiada no pé esquerdo (sim sou canhota), quando meu pé acertou sua cabeça, a garota desfaleceu, o som do rosto dela batendo no chão foi abafado e para mim, gentil. Venci o desafio.

Talvez seja melhor explicar o que aconteceu antes disso. Depois de ter meu almoço interrompido fui levada para aquele galpão. Meu sorriso parece ter irritado o que descobri ser o "clube D" (Ai jesus! Que ridiculo!). Elas me rodearam e me encararam por um momento, a primeira me atacou por tras, nunca gostei de golpe baixo.

Desviei dando um mortal para frente. E cai no chão como um gato, dobrando o máximo os joelhos para que o impacto fosse minimo para meu corpo. Devagar me agachei até tocar o chão com a ponta dos indicadores.

–Miaau. - Falei imitando a atuação de Haley Barry em CatWoman.

O susto as deixou sem ação por um momento, ate que uma garota, que eu elegi como a maior e mais feia de todas, surgiu do meio de todas aquelas meninas me propondo um desafio. Eu deveria derrotar o grupo das mais fortes entre elas, se o fizesse elas me deixariam em paz. Como pensei no inicio, diversao pura.

E ali estava eu, derrotando a ultima delas, com Daniel nos fundos me assistindo. Quando a garota caiu fez-se um silencio sepulcral, exceto por uma risada abafada ao fundo. Interpretei como sendo o som da vergonha, nao me contive e gargalhei alto.

Com passos timidos, Daniel se aproximou, vi em seus olhos o medo e tenho certeza que corei, porem o sangue que escorria da minha testa nao deixou transparecer minha vergonha. Nao pude sorrir com medo de ter perdido algum dente, então só abaiei a cabeça.

Ele tocou meu braço, hesitei por um momento, ele examinou cada corte em meu rosto. O medo tornou-se tristeza, deixando seu olhar de um violeta acinzentado, depois a tristeza, de alguma forma, virou raiva, uma raiva cintilante, de um violeta puro. Que diabos de olhos eram aqueles? Ele me puxavam.

–QUEM TE DEU PERMISSÃO DE DESTRUIR ESSE ROSTO FEIO?! - Ele disse bagunçando meu cabelo já bagunçado e sujo de sangue. Seus gritos me assustaram, ele respirou fundo. Prosseguiu com um tom de voz doce e suave. -Mas o que se pode esperar de uma inutil?

Ele acariciou meu rosto, tocou no corte em minha testa e seus olhos ficaram mareados

–Estupida... - Ele disse baixinho.

Meu coração bateu tao rapido que pensei que fosse explodir em meu peito. Nao conseguia respirar direito, tentei responder aos seus insultos com a mesma voz suave que ele usou comigo, mas so o que consegui foi um tom alto, quase um grito:

–VOCE SE ACHA MUITO B...- Minha vista escureceu e quase cai no chao, nao fosse por Daniel segurar minha cintura.

–Sinceramente, nocauteia o clube de boxe inteirinho mas não aguenta ficar na minha presença... Voce realmente me ama nao é? - O tom de voz foi muito, MUITO mais grave que o normal e os olhos dele... Me chamaram.

Nossos rostos ficaram proximos, e mais proximos, e mais. Ate que eu o empurrei com os braços, Daniel ficou corado, e pareceu chateado, mas se recompos depressa. No fundo ouvi uma risada de escárnio.

–Ela precisa ir para a enfermaria - Disse Cameron. Naquele momento me perguntei quando ele havia chegado e o quanto ele teria visto, seu tom de voz parecia estressado. - Sempre assim... Saco.

Han? De alguma forma eu nao imaginava Cameron segurando vela (nao que ele estivesse fazendo isso comigo e com Daniel, nao. NAO!). Me perguntei como seria Cameron longe da escola. Me perguntei como seria Daniel longe da escola...

–Voce so traz problemas! - Disse Daniel tentando me carregar no colo. Recusei, mas aceitei a oferta de seguir apoiada em seu ombro. E ele nao mancava mais.

–Seu pé... - Falei interessada no milagre.

–Minha preocupação com uma certa idiota me curou. - Ele disse num bufo.

–Me agradeça entao. - Eu falei altiva e ele segurou o riso. Por que ele sempre tomava a atitude que eu menos esperava?

Ao chegarmos na enfermaria, encontramos o prof. Sebatian sentado em uma maca com um corte no braço. Era fato que toda semana o professor recebia um curativo, e era fato que toda semana ele tinha um motivo bizarro. A verdade sobre o machucado ninguem sabia de verdade, mas corriam boatos. O mais famoso (e o meu preferido) era que ele chefiava uma famosa gangue, passei a gostar mais dele.

Quando nos viu foi logo dizendo:

–Um esquilo me atacou - Daniel deu uma risadinha, mas Cameron permaneceu encostado no batente da porta com um olhar mais que sombrio.

A enfermeira entrou e pediu aos garotos que voltassem para a sala, Daniel se despediu perguntando se iria a aula particular, respondi que sim. Antes de sair, Cameron olhou para o professor e disse em um tom ameaçador demais para um adolescente de dezessete anos:

–Sebastian... - Os olhos cintilavam num verde assustador. Senti meu peito esfriar.

–Fui atacado por um gato... - Sebastian falou como se confirmasse uma informação. Nao havia sido um esquilo?

–Nao diga nada desnecessario Nefil! - Mais tarde, interpretei aquilo como sendo a primeira pista, mas naquele momento me preocupei em perguntar-me o que seria um Nefil? E logo peguei no sono, pensando em em Cameron e nas cicatrizes que ficariam no meu rosto...


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Notas finais do capítulo

Aaah! Eu disse hoje a noite, mas acabou sendo de madrugada... heheh, ainda vale né? Aproveitem!



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