What Is Love ? escrita por Beija Flor


Capítulo 22
O meu mundo está desabando de novo.


Notas iniciais do capítulo

Oooii :) Querem me matar agora não é ? Tudo bem,eu me rendo. Mas sério, eu nunca tive semanas tão complicadas como essas últimas. A nerd aqui não é mais nerd. Tive as piores notas da minha vida,tive que estudar pra caramba, fiquei em recuperação em TUDO o que vocês possam imaginar, além de estar passando por tempos difíceis e ter ficado sem internet. (Tipo, quando eu tinha, o Nyah! não estava funcionando, pra me ajudar.) Mas as coisas estão voltando ao normais, ou ao mais normal que podem ser. Ahn, digamos que esse foi um dos meus capítulos preferidos de escrever *-*
Eu lamento novamente a demora, mas espero que vocês não tenham se esquecido de mim. E sim, obviamente eu senti saudades de vocês, my loves *--* A gente se fala lá em baixo ^^
ENJOOOOOOOOOOOOOOOOY !! :D



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Pov. Ally

O carro dobra na rua da Marino High School.

Dou um suspiro pesado enquanto Lindsay parece brincar em frente ao volante. Dois meses. Já tinham se passado dois meses desde a última vez que nos vimos e ela parecia exatamente a mesma pessoa.

Não que eu tivesse pensado que ela mudaria ou algo assim,mas desde ontem, quando dei de cara com minha irmã depois de também reencontrar meu pai, percebi que eu estava diferente. Talvez não muito. Mas o bastante pra perceber que nada é igual para sempre.

Acredito que eles esperariam que eu gritasse,fizesse birra ou algo assim,mas depois que o momento de choque com os meus olhos mais arregalados do que o normal passou, eu apenas agi com a mesma frieza de sempre. Lindsay ainda era a mesma. Lester também. Mas tinha algo de diferente em mim que não aceitava o fato deles ainda estarem do mesmo jeito de sempre.

– Você não falou nada desde ontem - Lindsay comenta -, nem mesmo comeu a pizza que encomendamos de noite. Estava boa. - Ela falou com desdém,como se eu realmente me importasse com isso.

Minha resposta foi o mesmo silêncio. Ela parou o carro em frente a escola,mas travou as portas para mim não descer.

– Ah, Ally, pra que tudo isso ? Não é tão ruim assim. Você só está morando com a gente. - Ah,e ainda tinha isso. O principal. Minha recente mudança de residência não tinha me agradado. - Qual o problema com isso ? Estamos em Miami. Pra ficar com você. Aposto que é melhor do que morar com aquela cobra. - Lindsay disse,se referindo a Kira. Elas se conheceram ontem enquanto eu arrumava minhas coisas. - Ela é uma vaca. - Eu concordava com isso,mas continuei quieta. - Por favor, mana, fala alguma coisa!

– Não me chama assim. - Falei e ela sorriu,feliz por eu ter falado alguma coisa. - Aliás,por que você travou as portas ? Isso é um sequestro ?

– Não. Mas eu odeio silêncio. Você sabe disso. - Sim,claro que eu sei. Uma das nossas grandes diferenças, ela simplesmente não consegue calar a boca, ou sequer pensar em alguma coisa quieta. Pelo menos,uma música tem que estar tocando no rádio. Mas aqui no carro, - que eu nem fiz questão de perguntar aonde Lester conseguiu - eu não deixei sequer uma estação ligada. Ela ligava, e eu desligava. O caminho todo.

– Tá. Tá,eu sei. Preciso entrar, será que dá pra me deixar sair ?

– Não. - Lindsay disse. - Não antes de conversarmos como pessoas normais.

– Errado. Nunca conversamos como pessoas normais. Geralmente uma das duas saía pelo menos com um corte na testa. - Ela riu, e acabei rindo também.

– Tudo bem, isso é verdade. Mas vamos lá, não tem nada que você queira saber ?

Eu queria saber sobre o carro. Sobre meu pai. Queria saber como e por que eles tinham se mudado pra Miami. E também queria saber quem era Angela, a mulher sobre qual os ouvi falando ontem a noite. Mas de todas essas coisas, escolhi a mais idiota em qual eu poderia pensar agora:

– Você ainda está namorando com o Jake ?

Ela sorriu, se acomodando no banco do carro.

– Na verdade,sim. - Disse ela com um entusiasmo presente na sua voz. Eles costumam ter um relacionamento perturbado desde os 16 anos.

– Não acredito que você ainda está namorando com aquele drogado.

– Ele não é drogado!

– Tá. Então, por que o nariz e os olhos dele parecem estar sempre vermelhos ? Por acaso ele fica gripado 365 dias por ano ?

– Cala a boca. - Ela resmungou,um pouco brava,mas logo riu. - E você ? Está namorando ?

– Não.

– E o que são essas marcas no seu pescoço ?

– Abre essa porta. Agora. Eu tenho aula. - Ela gargalhou ridiculamente, mas enfim destravou a tranca.

Saí do carro com pressa, no meu relógio, faltava apenas 1 minuto para o sinal tocar. Corri pelos corredores quando ouvi o barulho do sino. Esbarrei em alguém, um simples encontrão com o ombro, - que assim que vi quem era,me fez pensar que foi de propósito. Kira. Sorrindo cinicamente.

– Você deveria olhar pra onde anda. - Ela disse,com sua voz irritante, parecia ficar o eco de suas palavras enjoativas na minha cabeça.

– Você também. - Falei, antes de bater novamente no seu ombro, dessa vez, por que quis, e saí em disparada para minha sala.

Cheguei quase junto com o professor e me sentei no fundo da sala. Vi o primeiro período passar praticamente voando e os outros também. Não estava indo mal nas matérias nem nada, mas pela primeira vez, aquele foi o dia em que eu com certeza não entendi nada. Estava pensando nas milhares de perguntas que tinha que fazer, mas me faltava coragem. Porque,na verdade,tenho até medo das respostas.

Não estava mais trabalhando no Aquário Municipal por mais que eu quisesse e gostasse daquele emprego. Eu comecei nele para ajudar minha mãe com o dinheiro para comprarmos um apartamento. Bom, agora, estou mesmo morando num apartamento. Mas sem ela. E sim com meu pai e minha irmã.

Talvez eu volte a ajudar minha mãe na livraria. Eu realmente gostava de ficar cercada de livros por toda parte. E até era legal ficar jogando Paciência naquele computador de lá. Embora eu não entendesse o objetivo do jogo.

E agora, era aula de educação física. Bom porque Trish fazia essa aula comigo. Ruim porque a Kira também.

– Ei, garotas - a professora soprou o apito chamando a atenção de todas. Estava amarrando os cadarços do tênis,mas voltei o olhar pra ela. Aquele tipo de uniforme de ginástica era estranho, e incomodava. Odeio essa aula. - Vão jogar o que ?

Elas, qualquer coisa. Mas eu, provavelmente nada.

– Podemos jogar vôlei. - Uma garota baixa e ruiva cujo eu não sabia o nome falou.

Kira sorriu e a incentivou. Queria que ela fosse igual as patricinhas das histórias que não sabem jogar nada e tem medo de quebrar as unhas. Tudo bem, ela não era a melhor. Mas Cassidy - sua fiel escudeira, empregada,ou sei lá - era.

E ambas não gostavam de mim. Pensei que, eu poderia me esforçar para dar pelo menos uma bolada na Kira. Eu podia fazer isso. Não era ruim, só não gostava de jogar. Eis a diferença.

Trish, ao meu lado, suspirou. Ela parecia estar entendiada,provavelmente esperando o jogo começar.

– Tudo bem, a rede está ali. A bola. - Ela a jogou para Cassidy,que a pegou no ar.

Os times foram divididos, mas eu nem estava participando de nada. Apenas fiquei do lado contrário que Kira e do mesmo que Trish. Meus braços estavam firmes ao lado do meu corpo quando a partida começou. Não, de jeito nenhum que eu iria me meter no meio daquilo. Fiquei no canto da quadra,observando tudo. Trish jogava bem. Kira não parecia estar no seu melhor dia. Na verdade,ela parecia brava.

Observei a professora se virar para o canto pra atender um telefonema. Foi nesse pequeno momento de distração que senti alguma coisa quase empurrando minha cabeça. Só fui ver que era a bola de vôlei quando a vi picando no chão depois de acertar minha cabeça.

Kira estava rindo junto com suas discípulas e pensei que, a ideia de dar uma bolada nela deveria ter sido executada primeiro. Num ato de pura raiva,agarrei a bola do chão e a joguei, em uma mira perfeita e com o máximo de força que eu pude bem no nariz dela, que estava distraída enquanto ria de mim. Bem, agora eu podia rir dela. E era exatamente o que eu estava fazendo.

– Dawson! - Sra. Carter gritou. Ela veio na minha direção com o celular já desligado e com uma expressão carrancuda. Obviamente ela tinha visto que eu tinha jogado a bola de propósito na Kira. - Por que fez isso ?

– Meu nariz tá sangrando! - Kira gritou do outro lado da rede. A professora agora mantinha os olhos arregalados.

– Ela jogou a bola primeiro em mim. - Disse,tentando me defender.

– Isso é mentira. - Cassidy falou. - Estava todo mundo jogando certo quando ela fez isso,por nada.

– Isso não é verdade. - Trish disse,tentando me ajudar.

– Só pode ter sido um plano de vocês duas! - Kira falou,com a voz alterada e o sangue nas mãos que mantinha no nariz.

Sra. Carter se apressou em acompanhá-la até a enfermaria,e mandou Trish e eu a esperarmos. Aparentemente, ela tinha acreditado na história. Tentei não parecer muito brava, mas assim que elas saíram, atirei a bola com raiva contra a parede. Ninguém ao menos,além de Trish,teve coragem de ir contra a Kira,e contar o que tinha acontecido de verdade.

Dez minutos depois, a professora voltou com um pouco de alívio presente no seu rosto, afinal, não era qualquer aluna que tinha se machucado, e sim Kira Starr. Ela apenas nos deu uma advertência. Trish tentou explicar o que tinha acontecido de verdade pra ela,mas Sra. Carter não deu a mínima.

Já estava na hora do intervalo, então, assim que tiramos aquelas roupas rídiculas de ginástica,fomos para o refeitório.

Parecia que o mundo todo tinha parado porque a Rainha da Escola se machucou. Ela tinha ido pra casa,é claro. Mas a maioria das suas discípulas me encaravam com nojo e desprezo. Algumas, realmente bravas. E não eram as únicas.

Avistei Austin em uma mesa com Dez. Automaticamente me lembrei de que talvez,eu deveria explicar pra ele sobre meu pai. Já que ele estava comigo quando fui terrivelmente surpresa com a volta de Lester.

Então,me perguntei: Quando foi que eu comecei a me importar com o que Austin Moon pensa ? Quando que comecei a dever explicações pra ele sobre a minha vida ?

Saí do refeitório. Todos os olhares pareciam estar virados pra mim e eu não iria suportar isso. Trish me chamou enquanto eu ia depressa para a saída, mas nem sequer me virei de volta pra ela.

Entrei no banheiro feminino da escola, e me olhei no espelho. Algo estava errado. Algo em mim. Eu já tinha percebido o quanto eu parecia diferente,mas isso talvez começasse a me incomodar agora.

Liguei a torneira e espirrei um pouco de água no meu rosto. Precisava acordar. Acordar pra realidade. O que vem acontecendo comigo nos últimos meses ? Sequei meu rosto de qualquer jeito, e saí dali determinada a ser quem eu era antes.

Eu não posso ser tão idiota de novo. Eu não posso; eu não posso; eu não posso.

– Ally ? - Austin me chamou. Continuei andando, só que devagar. Logo ele já estava ao meu lado.

Boa parte do problema era ele. Eu me sentia mais fraca quando estava com ele.

– O que foi ? - Perguntei, hostil demais.

– Você quebrou o nariz da Kira ? - Ele perguntou.

– Não sei. Só ... Eu só vi que estava sangrando. - Respondi,depressa.

Não quero voltar pra aula. Não quero ir para o apartamento do meu pai. Não quero nem mesmo voltar pra essa escola algum dia. E nem quero ter que encarar a Kira de novo. O simples fato de eu não sentir nenhum remorso por ter talvez,quebrado, o nariz dela, talvez me fizesse uma pessoa pior ainda.

E eu não dava a mínima pra isso.

– Por que fez isso ? Ela parecia mal. - Austin disse. Ele me olhava interrogativo, julgando minha atitude como se fosse completamente errada. Ela tinha jogado uma bola na minha cabeça,e quer saber ? Está mesmo dolorido.

– Está com pena dela agora ? - Parei no meio do corredor,tinha apenas umas três pessoas,e estavam um pouco longe da gente. - Kira sempre fez de tudo pra minha vida ser um inferno,e eu sempre ignorei tudo. Mas isso cansa. E daí que ela quebrou o nariz ? Isso não é tão ruim assim. - Suspirei,frustrada.

Eu precisava aguentar a Kira. E as loucuras que sequer ainda nem descobri envolvendo meu pai e Lindsay. Desejei estar com a minha mãe agora.

Por incrível que pareça,ele riu.

– Acho que você está estressada hoje. - Falou.

Apressei o passo para conseguir fugir dele. Mas parece que ele gosta de me seguir. Ainda tem mais três aulas hoje,mas eu vou embora de qualquer jeito. Não estou com vontade de ficar aqui, no meio dessa gente que me odeia.

Austin agarrou meu braço me puxando, acabei batendo de cara no seu peito. Me afastei um pouco,mas ele ainda não tinha me soltado.

– Me solta. - Pedi.

– Você tá estranha. O que aconteceu ? Tem a ver com seu pai ? - Seus olhos castanhos me olhavam apreensivos e compreensivos. Uma parte de mim adoraria lhe contar tudo o que estava acontecendo, adoraria que ele me abraçasse e ficasse comigo igual naquele outra noite, que parecia ter sido a muito tempo atrás. Mas eu não podia fazer isso.

Esse era o problema de tudo. Era ele.

– Isso não importa. - Puxei meu braço com força e ele finalmente me soltou.

– Na verdade,isso importa sim.

– Mas não é da sua conta. Nada do que acontece comigo é. - Resmunguei.

Ele franziu a testa. Um pouco chocado com as minhas palavras,acredito eu. Limpei a garganta.

– Ally, eu só quero te ajudar. Sou eu, lembra ? - Ele. Era apenas ele. Me senti encurralada naquele momento. Era só ele. Eu precisava dele, não precisava ? Não. É claro que não. Eu não queria fazer isso, eu queria poder me lembrar das coisas que Emma me disse naquele dia, mas nada me vem a mente. Eu não queria magoá-lo. Mas também não queria continuar com isso entre nós dois. Seja lá o que nós temos.

– Por que você precisa ficar se metendo na minha vida ? - Falei, alto. Eu precisava terminar com isso agora,de qualquer jeito. - É a minha vida,lembra ? Você não é nada meu, não precisa saber de nada.

Aquelas mesmas pessoas que estavam no corredor nos olhavam interessados. Uma delas foi embora,talvez pensando que precisássemos ficar a sós,mas ainda tinha os outros dois ali. Apenas observando.

– Que droga, garota. - Ele bufou,e talvez estivesse bravo agora. Embora eu nunca o tivesse visto sem um sorriso no rosto. - Você por acaso faz ideia do que eu sinto por você ?

Ignorei isso. Ou pelo menos, fiz de tudo para parecer que sim.

– Para com isso! - Gritei. - Você não consegue me deixar em paz ?

– Você ... - Ele começou,mas o cortei.

– Me deixa em paz! - Gritei de novo, e saí correndo dali.

Precisava respirar,precisava de ar, e precisava ficar o mais distante de tudo. Corri pelas ruas sem mesmo pensar na direção que eu estava tomando. Talvez eu seja muito idiota mesmo. Mas eu preciso organizar meus pensamentos. Preciso me encontrar de novo. Mesmo que eu ache que, na verdade,eu nunca soube direito quem eu sou.

Parecia que o chão estava tremendo de baixo de mim,mas ignorei isso. Eu não estava com vontade de chorar,mas sim,de gritar. Não podia fazer isso no meio da rua, com carros passando e pessoas caminhando. Mas eu sentia, sentia de verdade como eu estava me sentindo mal de novo. Eu odiava isso. Odiava ser assim. E o meu mundo ? O meu mundo está desabando de novo.


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Notas finais do capítulo

Sinto muito por esse final. Culpem a Trix - é o nome que eu coloquei na minha criatividade, ignorem isso. Já tenho o próximo pronto e postarei conforme os reviews. Eu sei que fiquei sumida, mas ainda somos amigos,certo ? Não me abandonem. Não me lembro se respondi os reviews do capítulo passado, mas li todos e amei. Muito obrigado por tudo :33 Em relação as minhas outras histórias: Eu tenho ideias,mas preciso organizar e já tá mais do que na hora de dar um jeito em Stuck On You. Me digam tudo sobre o capítulo: o que acharam, opiniões, críticas, TUDO. Vamos conversar, juro que sou legal.
Mil beijos e Até :33
XOXO



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