Bofes, Tanques Guerras e Amassos escrita por meehdotta, Brenda Vitoria


Capítulo 20
Cap.20 - Acidente.


Notas iniciais do capítulo

Se tiver algum erro desculpa.rum. Belinha, Gabi, Tuany, Tamara e Say. Você me mataram, então aqui está o capítulo. Olha o que eu faço por vocês. Iria escrever mais, mas o capítulo foi terminado muito tarde, então eu cortei. HÁ FICOU GRANDE SIM! Então curtam o capítulo.
Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43018/chapter/20

Aquilo rodava em minha cabeça. E algo me atormentava, algo me dizia que Caroline não parou de fazer planos contra agente, não parou de tentar se vingar. Ela apenas está começando.

 

Ash PDV.

A Mêeh não voltou, então acabamos deixando ela, grunhi, ela tem carro, que vá embora sozinha!

Desculpa, sei que estou grosseira hoje, mas é porque nada com nada aconteceu entre mim e o Douglas, era para ele estar pelo menos falando “Oi” para mim, mas não. Ele nem fala mais comigo. Acho que ele tem escondido algo e não quer me contar, pois no intervalo ele estava tão quieto.

 

Douglas, você está bem?”

Ah, Ash estou sim, é só, sei lá, problemas.”

Pode me contar se quiser.”

Não, você não vai entender.”

É claro que eu entendo!”

Não, não entende.”

Eu me assustei, como assim? Antes ele contava tudo para mim, quando digo tudo, é tudo mesmo! Fiquei olhando para ele, ele estava triste e só, o que será que está acontecendo com o meu Douglas?

Alguém que estava me cutucando me tirou de meus devaneios.

Cutucando nada, vibrando. Odeio quando meu celular faz isso.

Alô” - atendi nada animada.

Ash, sou eu o Douglas, er, desculpa por ter sido arrogante na hora do intervalo é que a minha vida está um inferno mesmo.” - Meu Deus, ele me ligou para pedir desculpas. OWN.

Ãn” - pigarreei - “Claro que te desculpo, entendo bem isso.” - sorri.

Ufa, pensei que você estava brava comigo.” - Como o que?

Você está doido? É claro que não estou. Você sempre foi meu amigo.”

Legal, bem, você poderia vir aqui em casa?”

Ah claro.” - OMG, ele me chamou para ir na casa dele!

Que bom, então, venha, eu vou te esperar.”

Okay. Beijos.”

Beijos.”

Ele desligou. Eu estava tão animada, mas percebi que tinha algo de diferente na voz dele. Mas o que? Dei um gritinho. Quem quer saber? Eu vou na casa dele! Tudo pode mudar.

Nem tinha percebido que ainda estava no meu carro, na frente do meu apartamento. Só entrei correndo, dei um “Oizinho” para a recepcionista e corri para o elevador, quando cheguei no apartamento, corri o mais rápido para o banheiro, tomei um banho rápido troquei de roupas, fechei “a casa” e desci correndo para meu carro.

Quando cheguei lá abri meu carro na maior animação, liguei-o e fui direto para a casa do Douglas.

-------------


Alguns minutos depois.
-------------


“Ding Dong” - Eta campainha que irrita.

“Espera um pouco.” - Ouvi Douglas gritar.

“Okay.” - gritei.

“Ash?” - perguntou.

“Não. A bruxa de Salém.” - disse rindo.

“Ah, claro, entre bruxa de Salém.” - ele disse rindo ainda mais.

Entrei na casa dele, que saudade daquele lugar, eu não ia lá a anos. Sério, a última vez que fui devo ter tido uns dezesseis anos? Agora tenho dezenove!

“Ash!” - ele disse me dando um abraço.

“Douglas.” - retribui. Que saudade daquele abraço amigo dele, acho que irei desmaiar naqueles braços. Não! Não quero dar uma de Brenda!

Soltamo-nos e ele tinha um sorriso no rosto, fraco, mas era um sorriso.

“O que foi?” - perguntei aflita.

Ele suspirou, o que me deixou mais doida - “Preciso te contar algo.” - Ai, meu Deus, o que será? Será que ele é Gay? Ah, para com isso Ash, o menino deve estar com problemas na família. Balancei a cabeça na esperança de aquilo fugir de meus pensamentos. Sentamos no seu sofá na sala, ele me olhou triste, o que fez meu coração bater mais forte.

“F-fale.” - estava tão nervosa que acabei gaguejando.

“Eu vou embora.” - ele disse em um sussurro.

“O que?” - congelei.

O que ele disse? Ele quer ir embora e me deixar?

“Eu vou ter que embora.” - olhei para ele já sentindo meu rosto quente - “Eu precisarei ir para os Estados Unidos com meu pai. Ele precisa de alguém para seguir com o trabalho dele, Jenny não quis, então eu fiquei com o trabalho.” - ele disse de cabeça baixa.

“Porque Jenny não quis? Ela quer tanto ir para os Estados Unidos” - Meu Deus, essa família está doida, tentando tirar o meu amor de mim?

“Ela quer ir para os Estados Unidos, mas para trabalhar como designer e não como advogada.” - ele travou.

 

“E você quer isso?” - eu perguntei aflita. Ele apenas confirmou com a cabeça.

Eu olhei para o outro lado, na esperança de ele não ver que eu estava prestes a chorar. Porque ele faz isso comigo? Porque ele me faz sofrer?

“Não chora, Ash, ainda continuarei sendo seu amigo, só são alguns anos.” - ele parou de novo.

“Quantos anos?” - perguntei sem olhar em seu rosto.

“Acho que uns quatro.” - merda.

Quatro anos sem ver meu melhor amigo, meu confidente, meu amor. Então, é isso, Deus me odeia, ele está jogando uma praga em mim, é macumba agora?

Dessa vez virei o rosto para encará-lo, ele se assustou, mas tocou em meu rosto e eu percebi que sua mão estava úmida, por minhas lágrimas.

“Eu não queria te fazer sofrer, estou sofrendo também, muito. Eu quero trabalhar fora, mas não queria deixar você, nem ninguém daqui. Você acha que é fácil para mim?” - ele me olhava pensativo.

“Não, não acho nada, só acho que você deveria ter me avisado antes.” - ele olhou para baixo, sentindo a culpa.

“Eu estava decidindo e acabei por decidir ontem.”

“Quando seu pai te falou?”- perguntei com medo da resposta.

“Faz uma semana.” - O QUE?

“Uma semana, claro.” - murmurei, mas eu vi ele se encolher.

“Saiba que ainda te amo do mesmo jeito, você sempre será minha amiga, minha melhor amiga, parte da minha família.” - aquele filho de uma puta quer me machucar ainda mais.

“Essa resposta não funciona.” - disse brava.

“E qual resposta funcionaria?”

“Pode ser: “Ash, gosto de fazer você sofrer".”

Ele se encolheu e abaixou a cabeça. Sei que ele sofre, mas ele precisa saber o que sinto.

“Então é isso, você me odeia e nunca quer ver mais a minha cara.”- ele sussurrou.

“Não e sim.” - ele olhou para mim - “Eu te odeio.” - ele virou o rosto. “Mas sempre fui sua melhor amiga e sempre serei, você pode até acabar indo, mas ainda seremos amigos. Certo?”

Ele virou o rosto e sorriu. Um sorriso que não via à tempos em seu rosto.
“Claro. Pela eternidade.” - eu sorri.

Apesar de amá-lo, sempre serei a melhor amiga dele, ele pode não me amar desse jeito, mas me ama a ponto de quase desistir de seu futuro.

“Apesar de que, não quero que desista de nada que seja bom para você. Você merece o que tem e você tem que seguir seu futuro. E assim o destino, como sempre, dirá o que acontecerá.” - não sei como fiquei tão compreensiva, mas eu gostei do que falei e é verdade, é isso que sinto.

“Obrigado. Não existe nada como você. Você é única, sou o garoto mais sortudo do mundo!” - ele falou sorrindo.

Sorri. Não sou a garota mais sortuda do mundo, mas se ele está feliz, eu estou.

“Quando você vai?” - perguntei.

“Provavelmente sexta à tarde. Mas como serei transferido, não irei mais à escola, então pode avisar ao pessoal?”

“SEXTA A TARDE?” - eu gritei e ele deu um pulo. Virou os olhos, mas eu via pelo espelho na parede que ele iria chorar.

“Desculpa.” - sussurrei, depois de um tempo de silêncio ele me olhou. - “Vai ser tão perto. Não quero perde-lo tão rápido.”

“Não irá me perder, só não me verá tanto quanto antes.” - tive que rir disso.

“Claro, claro.” - sussurrei - “Apenas me prometa que nunca irá me esquecer, por favor?”

“Nunca irei te esquecer, eu prometo.” - ele levantou a mão em forma de promessa e eu ri.

Não pensei em mais nada, apenas o abracei, que retribuiu. Ficamos lá acho que por bastante tempo, mas quem espera o tempo passar quando isso acontece? Eu que não.

Soltamo-nos e percebi que nada mais podia fazer, levantei-me e fui indo em direção a porta.

“Já vai?” - ouvi-o perguntar.

“Já.” - fez-se silêncio, mas não me virei. - “Não tenho nada a mais para fazer, se eu quisesse sofrer mais estaria ao seu lado, mas não quero. Desculpa, mas preciso, necessito ir.”

Ele não falou nada e então abri a porta. Fui andando em direção ao meu carro e quando estava a prestes a entrar, ele me parou.

“Espera, por favor.” - ele estava atrás de mim.

“O que?” - perguntei ainda de costas para ele.

“Só me prometa que nunca irá me esquecer e que o seu coração tem um espaço para mim.” - o que?

“Okay, eu prometo que nunca irei te esquecer e o meu coração sempre teve um espaço só seu.” - Que é enorme, pensei.

Virei-me para ele e beijei sua bochecha. Ele corou mas não falou nada.

“Até mais Ash.” - depois de um tempo falou. Entrei no carro e falei.

“Até mais,, Doug.” - Não olhei no rosto dele, mas percebi que ele estava triste.

Liguei o carro e dirigi sem rumo, apenas pensando no que ele falou, que ele me amava e que nunca iria me esquecer.

Lágrimas caíram de meu rosto, só percebi depois que a casa dele sumiu do ponto de vista, só sabia de uma coisa só, uma coisa que me machucava mais ainda: ele me deixou e nunca mais será o mesmo depois da viagem, isso eu teria certeza.

 

Mêeh PDV.

 

Depois de ter fugido daquela budega de escola, corri até em casa ainda assustada. Entrei em casa rapidamente, mamãe estava trabalhando, que bom. Não precisaria falar nada para ela.

Douglas ter atropelado a Nicole. Douglas ter atropelado a Nicole. Douglas ter atropelado a Nicole. Meu Deus, isso não pode ser verdade! Deitei na minha cama pensando em tudo que tinha acontecido, olhei para meu caderno e tive uma idéia simples e eficaz. Escrever uma carta para a Nicole. ESPERA AÍ, para isso que existe o celular, dã.

Disquei o número da Nicole, e começou a tocar. No quarto toque, alguém atendeu.

Alô” - era ela.

Nicole, sou eu a Mêeh.” - disse

Oi Mêeh, o que foi? Nunca me ligou na vida” - ela começou a rir. Pior que era verdade!

Bem, agora é sério.” - falei com tom sério que fez as risadas pararem - “Preciso falar muito sério com você.” - falei.

O que?” - sua voz estava tensa.

Pode vir aqui em casa?” - perguntei.

Não sei, eu acho que não.”

Meu Deus, precisa vir. EU SEI QUEM TE ATROPELOU!” - gritei.

Um silêncio grande fez-se do outro lado da linha.

Meu Deus, Mêeh, estou indo para aí.” - ela disse desligando o telefone.

Ixi cadê o Tchau?

Esperei-a na varanda de casa, até que ela chegou. Seu rosto estava tenso.

“Pode me contar tudo agora, senhorita Melissa!” - eal disse ainda mais tensa.

“Sente-se, antes que tenha um ataque.” - provoquei.

“Claro.” - ela parou, e se sentou - “Me diz agora!” - ela falou.

Olhei para ela e como não tinha nada a perder, fui direta.
“Foi o Douglas que te atropelou.” - ela me olhou com os olhos arregalados - “O ex da Belinha” - completei. E ela mudou a expressão me encarando assustada.

“Como você descobriu isso?”

“Eu ia entregar meu trabalho, quando acabei ouvindo alguém falando com o Douglas, quando vi, era a Caroline, ela falava algo como Eu quero acabar com as meninas, preciso de sua ajuda..”- Tentei imitar a voz dela, mas não deu muito certo.- “Depois ela entregou ele falando Você quer que eu conte para todos seu segredo. E que você atropelou a Nicole - e então tudo se encaixou para mim Nicole. Ele não queria que seu segredo fosse revelado, então aceitou o que a Caroline lhe disse, deve ter sido um desses motivos para ele ter ido embora.” - continuei.

“Você tem razão, mas qual é esse segredo?” - ela me perguntou ainda congelada.

“Eu é que não sei.”

“Meu Deus, mas e agora?” - ela me olhou assustada, mas virou o rosto.

“Eu me faço essa pergunta todo o santo dia.” - ela me olhou acabada, como se o mundo caísse para ela.

“Então se a Caroline quiser algo dele, irá bajulá-lo, caralho, que porra, porque isso?” - ela estava doida.

“Calma Nicole, vamos fazer o seguinte, na escola, na hora da saída, vamos falar com o Douglas. Vai que assim tudo muda?”

“Certo. Bem, agora preciso mesmo ir. Minha vó não sabe que vim aqui, então se ela saber, eu irei ouvir boas coisas.”

“Claro. Amanhã arrumaremos isso.”

Ela acenou um sim com a cabeça e correu para o carro, Nicole estava abalada, acabada. Também, olha o que acabei de falar para a menina!

Estava quase anoitecendo, percebi que minha mãe chegaria logo. Entrei em casa e fui para o banheiro, tomei um banho, troquei de roupa e deitei na minha cama. Fiquei pensando no que falar com o Douglas, fiquei pensando no que ele ia fazer, aquele menino era doido, ele atropelou a Nicole! Só se o segredo dele for terrível mesmo para ele ter feito isso. Quando percebi estava tudo escuro, tinha adormecido.

 

Acordei toda suada, gritei, odeio calor, ainda mais quando está muito quente. Olhei, estava com uma coberta, claro, era por isso. Olhei no relógio, era 6:00, que bom, acordei cedo.

Levantei e fui tomar banho, estava sem sono, tomei um banho gelado e gostoso e voltei para trocar de roupa. Então desci para a cozinha, mamãe estava dormindo, provavelmente. Não iria acordá-la.

Comi um pão com queijo derretido e tomei um pouco de Coca-cola. Estava bom. Escrevi um bilhete para minha mãe, avisando que saí mais cedo, para ela não se preocupar e fui para meu carro.

Ai, meu carro, que lindo, não é. Eu tenho um carro! Entrei nele e fui direto para a escola, que estava vazia quando cheguei. Fiquei no carro ouvindo música e quando deu 6:30 o povo começou a chegar, bendito seja, já tinha ouvido uns 30 CD's meus!

Saí do carro e fui direto para o refeitório, lá não tinha ninguém do meu grupo, exceto, o Douglas. Decidi não falar com ele, Nicole deveria estar junto comigo. Esperei uns 5 minutos e a Ash e a Cahzinha chegaram, todas emocionadas porque cheguei cedo.

Depois chegou a Belinha, o Tay, a Tatinha, o Federico, a Nicole, que me olhava pensativa, e a Melody. Ficamos conversando, rindo e nos divertindo como sempre, até que bateu o sinal. Só seis aulas Melissa, seis aulas.


Cahzinha PDV (uhuul!)

 

Suspirei, raiva, bateu o sinal e o Edu nem tinha chegado, que saco!

Ash estava triste, ela me contou o que aconteceu com o Douglas ontem, quase quis matar o menino, mas fazer o que? Bem que ela deveria ter beijado ele! Bufei enquanto ia para a classe, que já estavam todos nos lugares. Fiquei passando o olhar nas mesas para ver se tinha sobrado alguma para mim e quando olhei só tinha duas vazias, então sentei. Ninguém sentou ao meu lado, bendito seja, o pessoal tem medo de mim.

A professora estava passando a lição de português, a que por incrível que pareça, eu estava copiando. Até que ouve-se um barulho, como se algo tivesse caindo. Um baque na porta, ela sendo aberta, todos olharam.

“Desculpa, professora.” - Edu disse.

“Tudo bem Edu, sente-se no lugar vago ali e tente não chegar atrasado, de novo.” - de novo? Vixi, que dó dele. Eu só tinha dois dias de aulas com ele, então não o conhecia bem, sabia que era simpático e fofo, mas não sei de seus podres.

O legal era que o único lugar vago era o meu! Quando ele passou os olhos pela cadeia vaga, suspirou, quando olhou para mim, seus olhos brilharam. Acredita? O menino está apaixonado por mim? Ri mentalmente por causa disso. Ele se sentou ao meu lado, parecia nervoso.

“Oi.” - falei.

“Olá, quanto tempo.” - sorriu.

“Não é? Ontem nos vimos, muito tempo!” - ele riu.

“Chega de conversinhas. Já escrevendo!” - A professora falou. Joguei uma borracha na direção dela, mas caiu na lousa. Edu começou a rir baixinho e eu também.

As aulas foram simples, só mesmo a de Ciências que me tirou do sério. Juntar dióxido de carbono com nitrogênio, não dava muito sério, não entendeu? Ué! Sou apaixonada por Ciências. Hello!

Chegou no intervalo, bufei, estava muito zen. Cadê as brigas de antes?

Fui andando até o refeitório quando um menino passou por mim, bateu na minha bunda e falou no meu ouvido:

“Gostosa, vem cá que eu te pego todinha.” - Nossa, eu mereço isso, Deus?

Pelo menos teria briga. Olhei para ele com uma cara safada, que o deixou todo se sentindo. Sorri e falei.

“Sonhe com os anjos.” - ele me olhou confuso.

“O que...” - nem o deixei terminar de falar, apenas dei um soco na cara dele, nada de mais.

“Eu só disse para sonhar com os anjos.” - falei rindo. As meninas na mesa me olharam assustadas.

“Aê, é isso mesmo Cahzinha, toca aê!” - Ingrid disse. Bati na mão dela.

Sentei na mesa e começamos a falar nada com nada, tipo estava um saco aquele dia, muito normal. Desde quando dias na Martines são normais?

Depois das duas últimas aulas, fomos direto para o refeitório. Não sei por quê.

“O que estamos fazendo aqui?” - Melody perguntou.

“A diretora falou, voada, que era para irmos para o refeitório.” - Voada, Mêeh e seus apelidos.

“Voada seu cu.” - Melody disse. Mêeh mostrou a língua para a Melody, que riu.

Sentamos na nossa mesa de sempre, esperamos uns cinco minutos e nada de diretora-ninfomaniaca-atacadora-de-crianças-inocentes aqui.

“Gente, peço a atenção de vocês por um momento!” - disse alguém.

Olhamos para onde via a voz e deparamos com uma Caroline, subindo a mesa para dizer algo. Xiiii fudeu.

 

Ash PDV.

"Bando de gente desconhecida, preciso falar algo." - Caroline gritou subindo na mesa. Merda.
"Fala logo, sua sebosa dos infernos" - Mêeh gritou.
"Vai tomar no cu." - Caroline rebateu.
"Vai você. Tem mais experiência." - Mêeh disse despreocupada. Caroline fervia.
"Bem, o que vou falar é o seguinte." - ela parou - "Alguém aqui nesse refeitório tem algo para dizer, que vocês têm que saber."
"Eu não vou dizer porra nenhuma!" - Douglas gritou do lado da nossa mesa.
"Tudo bem. Se não quer ter a honra de falar, eu falo. Só quero que saiba, que eu avisei Douglas. Não mexa comigo." - Caroline disse em uma forma assustadora.
"Era só isso?" - Perguntei.
"Não." - ela respirou. - "Se me deixar falar, porque respeito se tem em casa, ops, esqueci que você nunca ouviu falar em respeito mesmo" - estava já com raiva. Mais essa eu a mato.
"Merda, fala logo isso!" - Bebeh disse.
"Claro." - Ela parou. quase a esganei - "Só quero que saibam que o Douglas é adotado!" - Todos fizeram "OOH!" e ficaram chocados, mas o que mais me chocou foi o que veio a seguir.

Douglas correu em direção a Caroline e falou algo que não entendi para ela. Depois saiu correndo, mas antes olhou para o refeitório, o medo transparecia em seus olhos quando ele olhou, eu sabia que ele estava com medo de nossa reação. Ele correu para fora, enquanto todos ainda estavam chocados, ouvi um barulho e olhei para o lado, vi a cadeira da Ingrid caída, e ela correndo, merda, tudo está dando errado hoje.

 

Mêeh PDV.

Filha de uma puta. Eu vou socar aquela Caroline, vaca dos infernos.

“Belinha, você sabia disso?”- perguntei.

“Sabia.” - ela só falou isso e botou-se a correr atrás do Douglas. Taylor olhou para ela correndo e depois para mim.

“Corra atrás dela, vá cuidar dela, eu vou cuidar daqui.” - ele acenou e saiu correndo. Fazendo a cadeira dele também cair.

Olhei para a Caroline, que olhava feliz para o que tinha feito. Percebi que o segredo do Douglas era idiota, mas que era também sério, ele tem razão quanto ao medo que sente, pois ouvia murmúrios de várias pessoas contra ele. Subi na minha cadeira e gritei.

“CHEGA, TODO MUNDO!” - todos me olharam assustados. - “Vocês nunca viram uma pessoa adotada na vida? Ficam contra o menino, sendo que ele que merecia estar aqui, feliz e contente! Vocês deveriam pensar no que falam, no que pensam, pois ninguém é ou será perfeito, ele não tem pais de sangue? Não! Mas tem gente que o ama e que quer ele bem, ele é diferente? Sim, mas não por causa disso. Ele está com medo da reação de vocês e ele tem razão, pois vocês não pensam no que ele está passando, só estão pensando que, como ele é adotado, ele é diferente de mim, então ele é estranho. Pode ser que nem todos estejam pensando assim, então desculpa, mas a maioria sei que está. E isso é preconceito!” - todos me olhavam de olhos arregalados. Eu iria terminar com um Pronto, falei mesmo. Mas vi que não era para essa ocasião.

“Olha quem fala!” - me virei e Caroline me encarava brava - “A menina sem pai! Que triste.”

“Pelo menos meu pai me amava. Pode não estar aqui comigo, mas sei que sempre me amou, diferente do seu, não é Caroline. Você acha que pode me atingir como atingiu o Douglas, mas não sou fraca, sei muito mais coisas suas do que qualquer um daqui.” - sabia até mais que a Nicole, pois infelizmente vivi muito tempo com Caroline, mais que qualquer um dessa escola, eu era a melhor amiga dela.

Ela me olhou assustada, sabia que era difícil para ela essas coisas, pois depois que ela começou a mudar, eu que acabei com a amizade, ela ficou puta comigo, com raiva, mas decidiu não brigar, pois eu sabia demais sobre ela.

“Ele não é o único adotado aqui não é?” - eu parei e ela me olhou com um olhar vingativo, não me deu medo - “Nem preciso dizer que seu pai foi adotado e que você tem vergonha disso, não é?” - ela continuava me olhando, enquanto o refeitório fazia “OOH” de novo por causa de mais uma revelação.

“Ele é adotado sim, mas não me deixou por medo, não me deixou porque me odeia!”

“Meu pai me deixou porque me ama!” - falei.

“Ah claro, ele te deixou porque te ama, sei, então porque foi? Se fosse porque te ama, ele voltaria não é? E claro, é por causa da sua mãe, ela é tão diferente que fez seu pai sumir, sua família não te ama e não te quer. E você sabe disso.” - suas palavras me acertaram como punhaladas. Odiava aceitar que meia parte disso poderia ser verdade. Mas minha mãe me ama e disso eu sabia. - “Apesar de que, seu pai não amava ninguém mesmo, ele só pensava que essa família daria lucro, e só, quando parou ele a deixou de lado e deve ter ido procurar outra.” - aquilo me machucou intensamente.

Desci da cadeira, todo me olharam congelados, eu nunca ouvira nada do tipo, fui andando em direção à porta de saída.

“Vai ir embora?” - Caroline falou - “Sua fraca.”

“Estou indo sim e não sou fraca, estou indo embora para não te rebaixar mais do que já está rebaixada, seus podres sempre foram os piores e sempre serão, estou indo sabendo que você só está fazendo isso para me machucar, coisa que conseguiu fazer, mas não por muito tempo.” - olhei para ela que me olhava chocada por minha declaração. Nenhuma palavra saía de sua boca, ela apenas se abria e se fechava. Olhei para o chão e as lágrimas começaram a sair, nesse instante, comecei a correr.


Ingrid PDV.

Porque aquela vaca filha de uma puta, falou isso? Porque o inútil do Douglas saiu correndo? E porque eu estou correndo atrás dele? A última pergunta, sei a resposta, porque eu quero o bem dele, não estou afim de perdê-lo outra vez.

Douglas corria muito rápido, tive que botar toda a energia para meus pés e ainda assim tive de gritar.

“DOUGLAS! DOUGLAS!”

Ele parou e se virou para mim, comecei a correr mais rápido até que consegui alcançá-lo.

“Espera um pouco... Esse... Negócio... De... Ficar correndo... Cansa! Espere... Um segundo...” - estava arfando, nunca corri tanto na minha vida.

Segurei o braço dele para me apoiar e para ele não fugir, quando consegui recuperar o fôlego, olhei em seus olhos e ele me deu um sorriso, mas seus olhos denunciavam o medo e a vergonha. Isso doeu, abaixei minha cabeça para não olhar mais aquele Douglas. O Douglas que eu não conhecia e que eu não queria conhecer.

“E então, posso ir?” - ele perguntou.

“Não! Você não vai embora! Não de novo.” - sussurrei o final. Ele me olhou triste e abaixou a cabeça.

“Porque saiu correndo? Onde pensa que vai?” - eu perguntava freneticamente.

“Calma, uma pergunta e cada vez! Primeira, porque eu queria sair dali o mais rápido possível, segunda, eu não sei, qualquer lugar que me deixe longe daqui.”

“Por quê?” - minha voz estava alterada.

“Por quê?!” - ele alterou a voz - “Você viu como todos me olhavam, agora nunca será a mesma coisa. Agora eu sou o menino estranho adotado!”

“Mas aquela cara foi o choque das palavras da Caroline, eu nunca imaginei que ela soubesse disso.” - ele me olhou confuso.

“Ah, claro, como se ninguém estivesse com pena de mim agora.”

“Cala a boca, seu moleque idiota, até parece que não conhece mais seus amigos, podem até ter sentido pena, mas ninguém dali iria te tratar diferente, se fosse assim a Mêeh estaria no seu estado!”

Ele me olhou confuso de novo. Esqueci que ele não sabia.

“Para eles, você continuará sendo o Douglas que todos amam!” - tentei contornar a situação. Um brilho diferente apareceu em seu olhar, aquele Douglas dos olhos verdes que eu conhecia.

“Você me ama?!” - ele falou com um sorriso. Eu não queria que o sorriso dele sumisse, mas ele me interrompeu quando ia falar. - “Isa! Desculpe, por eu ter terminado contigo, achei que você tinha contado para o pessoal essa história, então achei que não poderia mais confiar em você e por causa disso não conseguiria ficar com você, mesmo te amando.” - As palavras dele vieram como pequenos canivetes acertando um único ponto. O meu coração.

“Como, Douglas? Como você pode duvidar de mim desse jeito? Se você me contou algo para guardar segredo, é claro que eu guardaria, para sempre.” - O ódio tomou conta. - “Você acha que sou tão cruel a ponto de te fazer sofrer?” - as lágrimas inundaram meu rosto, percebi que elas caiam no chão.

“Agora, eu vejo que não, que você não falou isso para ninguém, você nunca iria me fazer sofrer. E eu queria poder fazer o mesmo, queria parar de fazer você sofrer. Sou um idiota mesmo!” - ele se sentou em uma pedra que tinha perto da calçada da escola.

“É, você é um idiota, pelo menos nisso concordamos! E sabe, eu deveria ter contado mesmo, assim o motivo de você ter terminado comigo seria real!”

Ele me olhou e seus olhos brilharam, como ele pode ter esperança ainda? Ele abaixou o rosto e foi quando vi que não era brilho de esperança. Eram lágrimas.

“Desculpe, Isa, por favor!” - ele implorou ainda olhando para baixo.

Pelo que eu conhecia o Douglas, ele não imploraria se não estivesse muito arrependido, por um momento pensei em desistir e falar que nunca o perdoaria, mas ele ia pegar o carro e fugir dali.

“Douglas, não consigo te perdoar, pois você me fez sofrer muito, mas te desculpo a ponto de te fazer feliz, sempre serei sua amiga, mas me prometa que sempre cofiará em mim!”

“Prometo!” - ele falava me olhando, as lágrimas ainda escorriam por seus olhos, mas o sorriso dele denunciava sua felicidade. Eu agachei a ponto de ver seu rosto, com a parte de cima da minha mão, sequei suas lágrimas e ele sorriu, e ficou vermelho, naquele momento vi que não o amava mais como antigamente. Antes, eu iria amar aquilo e iria beijá-lo. Agora eu só tinha vontade de confortá-lo. Estava certa que estava apaixonada pelo Taylor e que o Douglas seria meu melhor amigo. E só.

“Isa?”

“O que foi?”

“Será quer... Er...” - ele não conseguiu terminar.

“Fala logo, Dougie!” - só eu o chamava de Dougie.

“Ah, voltou a me chamar de Dougie?” - ele perguntou.

“Você não gosta?” - perguntei dramática.

“Não é isso. É porque só você me chama de Dougie”

“E só você me chama de Isa!” - falei acusando-o. Ele deu risada.

“Não muda de assunto! O que quer?” - perguntei já irritada.

“É que eu queria saber se nós dois.” - ele parou - “Se temos ainda chances de voltar.” - E agora? Como vou responder ele?

“Eu, não sei se percebeu, mas eu estou com o Taylor!”

“Que Taylor?” - ele perguntou.

“O menino que você chamou de segurança quando você voltou.”

Ele ficou pensativo.

“Meu Deus. Aquele menino. Como foi isso?” - ele perguntou irritado.

“Foi amor a primeira vista.” - eu ri - “É, sei que eu não acreditava, mas sei lá, foi isso que aconteceu.” - Ele olhou para mim indignado.

“Mas, se você gosta dele, porque está comigo?” - ele estava alterado. - “E se você gosta de mim, o tanto que fala, por que se apaixonou pelo primeiro que você viu?”

Deus, quer mais um aí contigo? Isso me irritou. Chamou-me de Selena da vida, posso ser tudo, menos puta!

“Primeiro, quem terminou comigo foi você! Segundo, sofri durante meses. E terceiro, não foi ontem que você terminou comigo, foi há SEIS meses, eu tenho o direito de ter minha vida de volta!”

“Ah, claro, só porque faz seis meses você tem o direito de se apaixonar de novo?”

“Claro que sim! E mesmo se fosse uma semana, eu teria o mesmo direito, como você também tem!” - ele me olhou assustado - “E, além do mais, o Taylor nem me conhecia direito e me ajudou muito. Eu tenho a certeza de que ele me ama, diferente de você que eu namorei por um ano e não sei se me amava.” - Ele me olhava incrédulo.

“Então você acha que eu não te amei?”

“Pelo jeito que terminou comigo, não, não me amou!”

“Merda. Eu não te amei, Isa, EU TE AMO AINDA!” - ele gritou.

“Douglas, eu também te amo.” - ele sorriu em esperança - “Mas não do jeito que você quer” - o sorriso dele apagou - “Eu te amo como amigo, como um melhor amigo, alguém que eu possa confiar.”

“Porque você não faz uma forcinha e transforma isso em algo mais?” - eu ri.

“Douglas, você sabe muito bem que nosso amor saiu voando e sumiu. Eu estou apaixonada pelo Taylor e estou feliz com ele, obrigada!”

“Ah!” - ele jogou as mãos para cima - “O que ele tem que eu não tenho? Se for os músculos eu vou para a academia, sem problema!”

“Você sabe que não tem nada a ver com o físico.”

“Então é o que?” - ele estava sem expressão alguma.

“É pelo simples fato que ele é legal, fofo, simpático e gosta de mim!”

“Ah! Mas eu também sou tudo isso!”

“Mentira. Você mudou demais!”

“Eu sei.” - ele passou a mão pelos cabelos.

“Eu quero saber, porque mudou tanto?” - eu disse.

“Não te interessa” – ele se levantou e foi se afastando - “Se você não me quer, acho melhor ir embora.”

Ele saiu correndo em direção ao seu carro, eu não quero perdê-lo de novo!

“Não, Dougie!” - gritei - “Fica, por mim. Não quero te perder!” - Ele nem olhou, entrou no carro e saiu disparado, comecei a procurar a chave do meu carro na minha bolsa. Acabei achando, saí correndo direto para meu carro, mas acabei sendo puxada e alguém me beijou, pelo beijo já percebi que era o Taylor, o beijo dele era único. Não queria sair dali, mas precisava para o Douglas.

Empurrei-o e ele me olhou confuso.

“Você não quer me beijar?”

“Não, não é isso. É que eu preciso ir para o Douglas!”

“Por quê? Eu sou seu namorado, não ele!” - ele gritava.

“Jake, não é questão de ser ou não namorado, ter ou não ciúmes! Eu preciso ir atrás dele, você não sabe do que ele é capaz!”

“Okay. Entra no carro eu dirijo!”

Entrei no carro e ele entrou no lado do motorista, ligou e saiu correndo.

“Ai, meu Deus, vamos mais rápido, ele é doido, saiu muito rápido!”

“Eu sei.”

“Como você sabe?” - perguntei confusa.

“Er... É que...” - eu olhei brava - “Okay, eu estava ouvindo a conversa, por isso que te beijei, pois agora tenho a certeza que você me ama e também te amo!” - ele deu o meu sorriso.

“Sorte sua que não estou com tempo para te bater. Claro que te amo, mas também o amo, você querendo ou não!” - falei.

Ele ficou quieto.

“Fazer o que? Você o ama. Tenho que aprender a dividir, mas a maior parte é minha!”

Sorri e dei um selinho nele e ele aumentou a velocidade, eu estava tão aflita que nem tive medo da velocidade. Um aperto forte começou a corroer meu coração, algo ruim iria acontecer.

“Taylor, acelera mais!” - gritei.

“Calma, não dá...”

“ACELERA!” - Ele me olhou e viu minha expressão de pânico, olhei pela janela e vi que a chuva começara a cair e ele acelerou mais, nem sabia que meu carro corria tanto!

Aquele aperto ficou mais forte e mais forte, parecia que o meu coração ia explodir, foi quando escutamos uma freada e um barulho, como o de uma explosão, muito alto.
"DOUGLAS!" - Gritei. O Taylor freou, mas nem estava ligando, abri a porta o mais rápido possível.
Fui correndo em direção a explosão, ao ver o carro ali, capotado, olhei para o Taylor com os olhos marejados...
"É o carro dele!" - Taylor apenas confirmou com a cabeça, o que eu já sabia.
"Não." - falei em um sussurro.

Nisso, caí no chão ajoelhada, sentindo a chuva me molhar, enquanto meus olhos estavam mais molhados pelas lágrimas, braços quentes me cercaram, vi que o Taylor se ajoelhou com seus braços em volta de mim...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Coemnte.
Please!

Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bofes, Tanques Guerras e Amassos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.