A Seleção-Interativa escrita por Alice Zahyr


Capítulo 3
Capítulo 3




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Pelo pouco que pude ver, ele ainda usava a mesma roupa com a qual estava de dia. A calça social e uma blusa social desabotoada até a metade - mostrando seu peitoral, e que peitoral - e os cabelos bem bagunçados. Nem parecia o Maxon do dia em que o vi pela primeira vez, com aquelas roupas engomadas e pomposas demais - e pela primeira vez, por mais estranho que fosse, achei-o atraente a ponto de querer beijá-lo.

Alcancei a mão ao criado mudo para acender o abajur, mas Maxon sussurrou um "não" para mim. Achei que estava delirando, quando ele por fim entrou no meu quarto. Eu estava tão cética pelo fato do ato porque nunca imaginei que ele, reservado e cavalheiro do jeito que era, pudesse entrar em meu quarto durante a noite. Mas quando caí em si tive que despertar. Havia algo de errado naquilo.

Depois que ele fechou a porta, abri as cortinas e deixei que a luz da Lua, que por sinal estava bem forte, entrasse para iluminar o quarto um pouco. Maxon apontou para a poltrona e eu assenti, claro.

Quando ele se sentou, rapidamente pus-me a sentar na beirada da cama.

– O que há? - perguntei aos sussurros.

Ele olhou bem nos meus olhos, e logo após apoiou as mãos nas duas pernas e pôs a cabeça entre elas. Eu não sabia o que fazer - não sabia o que estava acontecendo, exatamente. Até onde minha razão permitia, pra ser sincera, aquilo não poderia passar de um sonho, uma alucinação resultante de meu dia com May no hospital. Mas só percebi a realidade da situação quando comecei a ouvir soluços - e não era eu quem estava chorando. Mal pude acreditar quando pus a mãos no rosto dele e senti as lágrimas rolando. Eu tinha que fazer algo - mas o quê? Nunca o havia visto em tamanha vulnerabilidade. Até agora, na verdade, eu era a vulnerável diante dele. E não havia razões, pelo menos para mim, para ser o contrário. Ou havia?

– Maxon, - eu chamei, tentando segurar suas mãos - me conte o que aconteceu.

Exatamente me arrependi do que fizera. Ele colocou o rosto molhado em minhas mãos e começou a chorar - chorar como uma criança. Eu estava ficando aflita - começava a entender o que ele sentia em relação ás lagrimas. O desespero tomou conta de mim e, quando vi, já havia feito.

Eu o beijei.

E ele retribui.

Maxon segurou meu rosto com tanta ternura que logo não soube mais quem estava vulnerável ali. Talvez os dois. Não sei porquê fiz aquilo, depois de prometer a mim mesma parar de beijar duas pessoas ao mesmo tempo. Mas daquela vez era diferente. Eu tive que agir. E talvez tenha dado certo, já que quando ele parou de me beijar, não achei mais que estivesse chorando.

– O que aconteceu? - eu perguntei, confusa e aflita.

Ele continuava a olhar no fundo dos meus olhos, como que me convidando para entrar em seu mundo e sentir o que ele sentia - como se palavras não servissem naquela hora. Esse pensamente já bastou para que eu entendesse que não era de dar explicações- então o abracei. E ficamos um longo tempo assim. Abraçados. Na escuridão do meu quarto na luz da Lua da madrugada.

Por mim ficaríamos assim para sempre.

Porém, não durou mais que alguns minutos.


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Notas finais do capítulo

VAI MELHORAR!!! >>>



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