Katherine achou melhor não aborrecer ninguém, dos seus amigos, com a suposta perseguição. Damon não tinha conseguido descobrir nada, e Jeremy não sentiu nenhum sinal de vampiros na redondeza. Apenas ficaram atentos aos movimentos externos e ela evitava sair sozinha.

Trocou poucas mensagens com Adrienne, pra saber como estava sendo a ambientação e o namorico com Stefan. Mesmo decidida a aceitar, ainda não conseguia evitar sentir ciúmes. Mas, a presença constante de Damon, e a atenção voltada pra ela, a fazia esquecer.

Inesperadamente, estavam se dando muito bem. Conversavam muito sobre o tempo em que estiveram separados, e ela teve tempo de se explicar. Ele ainda demonstrava a mágoa por ter sido enganado, mas, conseguia manter a conversa sem acusações.

A semana passou mais rápido do que percebeu, e logo, Elena estaria de volta, pra passar o fim de semana com o namorado. Katherine não estava disposta a facilitar a estadia.

* * *

Os novos estudantes chegaram ao último dia de ambientação com uma ressaca ostensiva. Acordaram, grogues, no apartamento de Daniel, sem saber muito bem como tinham chegado até lá. Daniel pediu café forte, enquanto as meninas se trocavam.

Elena foi uma das primeiras a sair do quarto, e Stefan ofereceu uma bolsa de sangue, seguida de uma caneca de café. Bonnie veio, logo depois, tonta, tentando lembrar quais ervas ajudariam na ressaca. Caroline saiu do outro quarto, onde estava com Adrienne, atrás do cheirinho de café.

Stefan entregou a caneca dela, perguntando por Adrienne e ela apontou pro quarto, dando um gole longo.

— Procurando as sapatilhas. - respondeu, engolindo.

Stefan riu e foi ajudar. Elena ainda não tinha conseguido se acostumar com essa convivência, e a cada vez que pensava ou via os dois, sentia uma pontada no fundo da alma, que ela sabia que era ciúme, mas, que gostaria de parar de sentir. Ouviu as risadas que vinham de dentro do quarto, e do ângulo em que estava, conseguia ver os dois, numa sintonia que invejava.

Stefan pegava as sapatilhas, e brincava com Adrienne, colocando-as no alto pra ela pegar. Com a notória diferença de altura entre os dois, ela dava pulinhos e mal alcançava o cotovelo dele, que se divertia com a galhofa. Adrienne passou para trás dele, subindo em suas costas, ele acabou descendo as mãos, pra segurá-la na garupa. Os dois gargalhavam, e Stefan saiu do quarto assim, com ela nas costas, de cavalinho, descalça.

Elena se controlava como podia, tentando se concentrar em várias coisas, inclusive em sua escolha por Damon. Estava feliz com o namorado e realmente não conseguia entender tanto ciúme pelo ex. O sorriso e felicidade dele eram insuportáveis pra ela. O pensamento fixava: “Como ele pode me esquecer assim?” E, ao mesmo tempo, ela tentava ficar feliz por ele ter seguido em frente.

Caroline deu a deixa, já estava na hora de voltar pro campus, logo estaria na hora das palestras e ainda precisavam de um bom banho e trocar de roupas. Tinham ido no carro de Stefan que também precisava se arrumar, aguardaram alguns minutos, e ele mesmo as levou de volta.

Chegando no dormitório, Adrienne ficou fazendo companhia pra Stefan na área comum do dormitório, enquanto as outras subiram. Caroline decidiu ir antes, pra que o amigo não ficasse muito tempo sozinho, aguardando. Desceu pronta, e percebeu os dois conversando no sofá da sala de estar.

Stefan estava com o braço apoiado no encosto, confortando a cabeça de Adrienne, que se apoiava entre braço e o ombro dele. Estavam com as mãos entrelaçadas, e se olhavam, com um sorriso doce. Caroline ficou parada observando por alguns minutos, contente, antes de interromper o papo.

— Bonnie já está se arrumando, e Elena já entrou no banho, se quiser subir, pode ir, eu faço companhia pra ele.

— Ah, oi. Tudo bem, vou indo. - Adrienne respondeu, quase se justificando pra Stefan, que sacudiu a cabeça afirmando.

Assim que ela saiu, Caroline se sentou ao lado dele, com um sorriso aberto. Olhou pra trás, pra conferir a saída da outra e deu uma leve cotovelada nas costelas do amigo, dizendo:

— Então, como está isso aí?

Ele riu, sem graça. - Bem... tudo bem, eu acho.

— Como assim, acha? Vocês não se largam mais, e já nem conseguem esconder os dentes!

Stefan ruborizou com a afirmação. Estava mesmo contente em estar com Adrienne, e nem queria mesmo esconder, mas, não achou que era tão visível assim. Caroline percebeu e continuou o questionamento - Vocês estão namorando ou o quê?

— Bom... - ficou sem saber o que dizer.

— O que foi? Não estão?

— Não sei, não falamos nisso ainda.

— Como não? Vocês estão nesse agarramento há uma semana e você ainda não sabe se estão namorando?

— Bom, Caroline, nós não tivemos nenhum encontro, ainda, e...

— O quêêê? Stefan, como vocês não tiveram um encontro? Quantas vezes vocês já saíram juntos desde que se conhecem?

— Como casal, nenhuma. Nós saíamos sempre como amigos, eu... Bom, eu nunca a convidei pra um encontro de verdade.

— Mas isso é um absurdo, sabia?! Você precisa convidá-la pra sair! Hoje!!! Stefan, você precisa resolver isso logo! Vocês são tão perfeitos juntos, precisam de um encontro. Eu vou resolver isso, até o fim do dia, vou pesquisar os melhores lugares aqui da cidade e... Já sei, vou pedir ajuda ao Danny, ele deve saber os melhores restaurantes da cidade. Vou ligar e fazer a reserva, e então, vamos arrumar algo pra você vestir, e... Você trouxe algum terno pra cá? Ah, não importa, a gente compra um, ou aluga, sei lá. Mas, o que vamos dizer a ela? Podia ser uma surpresa, imagina! Mas, aí como ela saberia o que vestir? Huuum... Precisamos pensar em alguma desculpa...

Enquanto Caroline fazia planos, num monólogo interminável, Stefan sorria, concordando com a cabeça. E pensava que ela até tinha razão, eles, realmente, precisavam de um primeiro encontro de verdade. Porém, ele não queria que fosse um encontro convencional. Não com a garota mais extraordinária que ele conheceu. Se ele precisava fazer algo, seria diferente como ela. Pensou em todas as vezes que saíram, e todos os momentos especiais. Lembrou de coisas que ela contou, e decidiu.

— Caroline, hey, psiu, Caroline! Eu não vou a nenhum restaurante. Vou precisar da sua ajuda, mas, vai ser do meu jeito, ok?!

Ela concordou, ansiosa e curiosa. E quando ele ia começar a contar a ideia, todo mundo desceu.