Caroline não entendeu o que estava acontecendo, como Stefan poderia estar atacando aquela garota? Não conseguiu pensar direito, num instinto de preservação quebrou o pescoço dele pra salvar a moça que estava quase desacordada.

− Sério, Stefan?! Sério?!

Ele caiu no chão e ela conseguiu pegar a garçonete, dando um pouco de sangue e a fazendo esquecer. Caroline colocou Stefan no carro e seguiu em direção à sua casa. Ela o despejou no sofá e ficou aguardando ele acordar, andando de um lado a outro da sala.

Stefan finalmente acordou, zonzo, sem entender o que aconteceu e onde estava. Logo avistou a amiga.

− Caroline... o que...

− “O que” pergunto eu! Sério?!?! Onde você estava com a cabeça? Ou será que perdeu o juízo completamente? O que te deu pra atacar aquela garota, Stefan?

− Eu...

− É, você estava quase matando a moça. Você estava controlado, o que houve? - Caroline parecia alterada, e com razão, ele sabia disso. Ela passou meses o ajudando a superar o vício e no entanto, no primeiro momento, ele cedeu.

− Caroline, se você se calar eu explico! - Stefan tenta mais uma vez.

− Ok, calei, agora fala! - e cruzou os braços aguardando a explicação, batendo o pé no chão.

Stefan tentou encontrar respostas lógicas, mas, não as tinha. Não há lógica nenhuma na fome que sentia.

− Então, tô esperando! - ela diz, furiosa.

Ele ficou sem palavras diante da impaciência dela. Se levantou e pensou em ir embora. Mas ela era a única pessoa que sempre esteve ao seu lado. Sempre o apoiou. Não podia ignorá-la.

− Eu não tenho uma razão. Não tenho explicação. Desde ontem estou sentindo uma fome desesperadora que está me consumindo. Exatamente como antes. Não sei lidar com isso de outra forma. - Ele leva as mãos ao rosto, num gesto desolador.

Caroline se aproximou, tentando consolar o amigo.

− Não, Stefan, você é melhor do que isso! O que houve ontem? Elena não tomou a cura? Não ficou tudo bem?

Então, ele contou tudo para a amiga. Do momento que voltaram da formatura até o ataque a garçonete, inclusive da noite se divertindo no Club, deixando a amiga perplexa.

− Foi por isso que você não me atendeu ontem? - Ela perguntou, com um ar de ironia.

− Eu... você me ligou? Não vi... hmmm... Não sei onde está meu celular. - Ele diz, procurando nos bolsos.

− Aqui! – ela entregou o aparelho - Com algumas chamadas perdidas. Estava no chão do carro. Você realmente ficou fora do ar ontem. - Caroline brinca, debochando.

Stefan lembrou imediatamente de Adrienne e sorriu.

− Caroline, preciso pegar minhas coisas na mansão, preciso ir para longe daqui.

− Para onde Stefan? Você não pode fugir agora, não assim, sem controle.

− Eu não posso ficar aqui! Não suporto ver Elena com Damon. Por mais que eu queira a felicidade dela, me dói muito vê-la com ele.

− Ah! Mais um motivo! Você e ela, épico! Ela e ele, não! Uma hora Elena vai cair em si e perceber que fez a escolha errada. E você, estará longe?

− Não posso ficar esperando isso. E se nunca acontecer? Preciso me distanciar. Não posso, Caroline.

− Ah, Stefan... - Ela desiste, sabia melhor que ninguém como é ter seu amor distante.

Ela simplesmente abraçou o amigo, e o acompanhou até a mansão para ajudá-lo a pegar o restante das suas coisas. Os dois conversaram muito no caminho, ele estava decidido a partir, mas tentaria se manter no controle. Prometeu à amiga que entraria em contato frequentemente, e nunca a deixaria sem notícias. Então, chegaram na mansão Salvatore.

Stefan saiu do carro, parou em frente a porta de entrada. Olhou a paisagem, viu a mansão enorme, respirou fundo e entrou, pela última vez, naquele lugar que, por muitos anos, chamou de lar.