Summer 68' escrita por Paperback Writer


Capítulo 2
Peter's Flashback


Notas iniciais do capítulo

Não teve nenhuma nota no outro capitulo, pois eu não achei que fosse preciso... Enfim...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/429629/chapter/2

Cambridge, casa n° 37 1/9/13 – 16:07

Narrador

Um garoto estava deitado na cama, num sono leve. O tórax subia e descia de acordo com sua respiração. O cabelo castanho batia em seu ombro, os olhos azuis fechados e os lábios minimamente entreabertos. Ele tinha um caderno aberto em sua escrivaninha, contendo cálculos. Uma caneta azul simples ao lado. Logo um som de acorde de baixo surgiu no ambiente, desencadeando uma música.

O garoto pulou da cama. Assustado. E se dirigiu até o celular, que continha a foto de uma garota com óculos fundo de garrafa, embora ela não usasse realmente óculos, cabelo ruivo, com uma franja que cobria boa parte de seus olhos verdes.

- Alô? – O rapaz disse.

- Hey, Dave! – A garota do outro lado da linha disse

- O que lhe da a liberdade de me ligar A ESSA HORA DA TARDE?

- Ah... A baronesa estava dormindo? Sinto muito. Mas existe uma coisa chamada “sua banda sem nome” e eles estão precisando de você AGORA na casa do Pete.

- E você, como uma boa groupie, me ligou?

- Calado, Davie. Mas... Vem... A gente ta com uns problemas técnicos...

- QUE PROBLEMAS? – O rapaz arregalou os olhos.

- Longa história. Não se preocupe. É com o Harvy.

-Ah... Ok então... Tchau groupie.

- Tchau gazela.

O rapaz olhou pela janela, a abriu e colocou sua mão pra fora.

- É... Não vai esfriar. – Disse, consigo mesmo.

Levando a guitarra, o rapaz colocou-a no fusca, deu partida e logo estava pela rua.

Cambridge, casa n° 208 1/9/13 – 16:07

Pete

- Aquela vadia Neandertal ainda vai demorar muito? – George Perguntou.

- Quem é a vadia Neandertal aqui mesmo? – Uma voz conhecia disse.

- DAVIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! – Maryann disse

- Então... O que aconteceu com o pequeno Harvy?

Harvy era uma caixa de som que usávamos nas apresentações

Ah, nossa, vocês chamam uma caixa de som de Harvy, o que mais tem nome?”

A lista é realmente grande.

- Bom... Nada. A gente só queria fazer você vir aqui. Entenda Dave. Em uma semana, nós vamos nos apresentar pra TODA a escola. E não são poucos os alunos. Alias... Já viu quem ta escrevendo a coluna semanal do jornal? – Eu disse

- Não... Quem?

- Prudence LV. Ela vai meter a boca em todo mundo...

Todos chamavam Prudence de Prudence LV por causa do seu infeliz primeiro ano.

Um cara veterano havia a chamado para sair, e ela, caloura, aceitou. O cara não levou ela pra um restaurante nem nada, levou ela pra casa. E eles iriam transar, mas ela saiu correndo pela rua, assim que ele tentou tirar sua camiseta. Ele contou pra toda a escola, e apelidamos ela de Prudence LV (Louca virgem) Bullying? Oh, sinto muito, mas o apelido pegou, e a chamávamos assim antes mesmo de nossa turma saber o que realmente significava.

Ouve uma vez, quando Richard ainda estava na banda (Ano passado.) Que iríamos cantar Brain Damage (Que trata sobre loucura e tal...) Do Pink Floyd. E Richard (Vocalista e harmônica naquela época.) disse: “E eu dedico essa música para Prudence LV. Afinal, o que seria de nós sem a nossa louca virgem?”

Uns três dias depois, Richard saiu da banda. Mas por outro motivo.

- Mas cara! O Richard nem ta mais na banda... Ainda acham que ela vai lembrar disso? – John disse

- John... Ela É louca. Não por causa do que aconteceu aquele dia, mas ela é como a Carrie White! Ela sofreu de certa forma, bullying, e nós contribuímos. – Maryann disse

- Ok. Nada de Brain Damege então.

------------------------------------------------x----------------------------------------

Cambridge, cemitério. 1/9/13 – 18:30

Narrador

Um vulto estava parado na frente do cemitério. Ele entrou silenciosamente, passando por vários túmulos. Até chegar a um especial

- Eu sinto muito. – O vulto sussurrou. Depositando uma flor na lapela. – Se eu soubesse...

Uma brisa passou, levando a flor consigo.

- Imaginei mesmo...

Ele caminhou até outros dois túmulos, um do lado do outro

- Quem fez isso vai pagar. Eu juro minhas queridas... Quem fez isso vai se arrepender profundamente...

Ele se aproximou de mais um tumulo.

- Eu queria tanto ver você crescer, meu querido... Você não imagina quanto... Eu me culpo todos os dias por ter parado pra conversar com eles... E te deixado sozinho...

O vulto fungou uma vez, e limpou as lagrimas.

----------------------------------------x----------------------------------------

Cambridge, casa n°126 1/9/13 – 20:50

Maryann

“There is someone in my head, but isn’t me”

Eu ouvia Brain Damege na minha cama tranquilamente, era uma das coisas que eu mais gostava de fazer, sabe? Relaxa.

Olhei para a tela do notebook, havia uma chamada no skype

“Dave”

Aceitei.

AHOY! – Ouvi a voz de Dave

E ai, Davie, tudo bem?

Sim… Mary querida… Diga-me... Você viu o Richard passar por ai?

Davie querido, eu não fico o dia todo na janela.

Sei que não. Mas hoje na saída, eu o vi com uma faca.

SAIDA DO COLÉGIO?

É.

Davie... Você tem certeza do que viu?

Sim, o Keith e a Lea também viram

Davie... Você tem certeza? – A garota disse incerta.

Você sabe o que aconteceu da última vez... Eu realmente não sei o que ele fez agora. Mas ele pode parar na cadeia. Ele já maior de idade.

MARYANN! – Minha mãe chamou. – Está tarde! Venha comer!

Até Davie. – Eu disse, desligando o Skype antes do mesmo dizer “até”

------------------------------------------x------------------------------------------------

Cambridge, Cambridge High School 2/9/13 – 6:30

Narrador

Uma rapariga se sentava no banco da escola, ela havia saído mais cedo de casa, não pegando carona com os colegas.

Seus olhos cinzas se mantinham fixos no relógio de pulso que ela carregava.

Ontem seu amigo havia dito que ela havia sumido, obviamente, ela havia apenas ido com a mãe no mercado, e sua mãe no mercado...

Ela sentiu um braço passar por sua cintura, e olhou para o dono do braço

- Davie. – Ela sussurrou

- E ai, Lea?

- Que idéia foi aquela? Eu só estava no supermercado!

- Eu sei. Mas você tinha que ter visto a cara da Maryann e do Keith!

- Você é o maior idiota que eu já vi em toda a minha vida. Sabia?

- Você me ama.

Eles observaram uma garota loira passar por eles conversando apressadamente no celular

- Alo? Ah, oi Kathy! Você o que?! Ele o que?! Meu deus... Kathy escuta aqui... ELA O QUE? EU VOU MATAR A LV!

- Prudence... – Dave sussurrou em seu ouvido

Keith chegou irado até eles, com um jornal nas mãos.

- Então, quem quer ver os cornos, os namorados e as vadias da semana? A Prudence escreveu hoje. Tem noção do que ela escreveu?! Dave tem noção do que ela vai escrever sobre a nossa banda?!

- Pela sua cara, Keith, não é nada bom... – Pete disse

- Me da aqui! Deixe-me ler... – George disse, e logo John se acomodou no banco.

Parece que foi ontem mesmo que Klaus Best e John Jones foram pegos se beijando na arquibancada logo depois do jogo de basquete. Vocês devem se lembrar da cara de Julia Martins ao descobrir que seu namorado tinha a traído... Roger Powell, não? E ele não estava numa banda com o “assassino” Richard? Um pouco depois o tal Richard saiu da banda. Pois bem, há quem diga que viu namorando a Sam Willians! Isso mesmo, a hippie do segundo. E a boatos que a Maryann Cooper estava namorando o John Young Mas ele não estava namorando a Suzana? Como se não bastasse, há quem diga de Eleanor Roberts Está grávida do capitão do time de basquete. Pelo menos teve bom gosto!”

“Não vamos esquecer certas histórias antigas, como o dia em Mary Phelps foi pega aos arredores da escola com cocaína. A história com drogas é longa nesse colégio. Quem se lembra dessas:

“Henry Sullivan foi pego colocando ecstasy na água da professora. Teria dado tudo certo, se a Rachel Monroe não tivesse visto.

Patrick Jamie foi “estuprado” aos arredores do colégio. Culpando Brian James pelo ocorrido. Poderia dar certo, mas Brian James já estava nos USA a essa hora do campeonato, impossibilitando a acusação.

Essa é uma de minhas favoritas. James Daltrey e Richard Kepler acharam que seria fácil levar um pouco de maconha na escola, E USA-LAS aqui mesmo (Usaram na arquibancada, que tecnicamente não pertencia á escola). Seria uma pena se ambos fossem denunciados para a diretoria. Lembro-me até hoje deles falando: “Nós não! Nós nunca traríamos cocaína pra cá!” Infelizmente os olhos vermelhos, o cheiro da roupa e trocarem maconha por cocaína os denunciaram. Mas como a arquibancada era apenas usada pela escola, não foram expulsos.”

George riu um pouco do último caso, pois se lembrava muito bem dele. Mas ao virar a última página, seu sorriso desapareceu. E todos olharam para a foto na última página.

Havia uma foto de um antigo baile da escola, com uma banda tocando. A banda não era a deles, mas ao olhar mais de perto, reconheceram as gêmeas americanas.

A foto era em preto e branco, mas ainda se percebia como elas estavam vivas e felizes. Uma das gêmeas tocava guitarra, e a outra, bateria. Ambas cantavam. Havia os outros integrantes da banda. E com um grande pesar, todos olharam pro tecladista.

Peter Green. O mesmo Peter sentado ao lado deles.

Ninguém se lembrava desse detalhe. Estranhamente, ninguém. Nem ele.

Todos os olhares se dirigiram a ele. E o mesmo apenas disse “Eu ouvi alguém me chamar” Se retirando logo em seguida.

- Pete! - Ele ouviu chamarem o seu nome, mas o único pensamento era ficar longe de tudo isso.

Ele se sentou num banco que ficava perto do pequeno bosque da escola.

A escola só tinha um bosque por causa dos biólogos que freqüentavam o lugar. Ninguém o procuraria ali.

O rapaz dos olhos azuis estava realmente espantado pelo fato dele mesmo não lembrar daquilo.

Foi como se um tipo de flashback acontecesse com ele.

Duas pessoas andavam pela rua calmamente. O mais velho, com aquele ar rebelde, segurava a mãozinha do mais novo. Que saiu em sua frente, o mais velho dizia para ele voltar.

O mais velho chegou a uma esquina enquanto o mais novo já estava no meio da rua, o mais velho olhou para o lado, e viu uma luz chegando. Um farol de carro. Ele correu até o mais novo, tirando – o do caminho do carro. Mas quem tiraria o mais velho?

Um choro, uma freada e o duro asfalto. Até ele apagar.

------------------------------------x--------------------------------------------------


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários? Na verdade... Eu nem sei se alguem está realmente lendo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Summer 68'" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.