Francesca (narrando):

Será que eu não posso ter paz nem quando estou dormindo? Serio parece que o mundo esta contra mim nessas ultimas semanas, eu me machuquei muito nas aulas estúpidas de balé, serio moça? Eu tenho cara de acrobata do circo de solei? No primeira dia eu já estava pedindo arrego, ao contrario da maiores das mulheres no mundo eu não tenho equilíbrio nem flexibilidade, isso é só o começo, parece que todos meus “amigos” não querem saber de mim, eu estou praticamente sozinha no mundo, para piorar eu perdi totalmente o contato com o Leon, eu sabia que não daria certo! No começo nos falávamos todos os dias, era uma coisa melosa, mas, ao passar o tempo não conversávamos muito, eu não tinha assunto e ficou uma coisa chata até pararmos de nos falar, o Studio esta chato, todos os alunos são novos e só tem o André conhecido, eu tenho tempo de sobra então ocupei ele fazendo aulas de balé (que é uma merda!) e de japonês, me diz quando eu vou usar essa língua minha gente? Eu também só fala as partes negativas, meu vizinho agora é um cara muito gato! Serio vocês não tem noção ele é um Deus Grego! Seu nome Anthony, ele é super gente boa, gentil, lindo, simpático, seu sorriso é encantador.... Também fiz amizade com Barbara uma menina que veio da Índia e estuda no Studio o nome dela não é esse é um muito difícil de dizer então ela se renomeou; ontem mesmo fugimos de uma velha rabugenta que queria bater na gente por termos estragados as lindas hortênsias dela, esses dias passei muito deles com André... Mas o assunto principal aqui é meus pesadelos, tipo assim meu dia esta influenciando os meus sonhos, uns são legais outros nem tanto sempre mudam de cenas e é muita coisa misturada, cheia de pessoas estranhas, tem sonhos que eu acordo e esqueço, aí como queria minha mãe aqui comigo... Levantei e olhei no relógio da minha cômoda 3:12, acordei assustada e fui beber um copo de agua, voltei para a cama tentando dormir, até isso virou uma missão impossível, eu gira para um lado, mudava de posições diversas vezes sem consegui pregar os olhos, a noite não estava tão quente dessa forma, eu escutei um barulho (era só o que faltava) vindo de fora, desci as escadas silenciosamente na inútil tentativa de não mostrar presença, estava com a mão na maçaneta quando o bendito celular toca, serio? Minha reação foi dar um grito, com a mão tremula peguei o celular e vi o numero da Naty, o que teria acontecido a essa hora da madrugada?

Maxi (narrando):

Pedi para a Naty ligar para Francesca, eu estava muito nervosos para falar com qualquer pessoa, era para eu estar desse jeito? Cami estava acordando, pelo menos é o que acho, tem um monte de médicos no quarto e ninguém fala nada, meus ataques começaram e eu estou sendo dopado por uma enfermeira, minha pressão caiu e meus batimentos estão muito acelerados eles me deram uma dosagem forte de analgésicos e eu apaguei, as lembranças dos últimos dias vieram a minha mente:

–Senhor, o namorado da senhorita Torres sumiu do mapa, não o encontramos em lugar algum...

–Então foi ele?

–Não sabemos, não faz sentido, o que ele queria com isso? O outro delegado se manifestou, seria Brodway o culpado? Ele amava Camila mas do que tudo! O delegado estava certo, não faz sentido!

***

Natalia sorriu fracamente para mim, o que houve? Ciúmes, era isso que ela senti por Camila? Me descontrolei como ela poderia me proibir de ver a Cami? Ela estava quase morrendo, uma raiva enorme tomou conta de meu corpo, as palavras que saiam da boca de Naty não fazia sentido, mas, ela tinha razão eu gostava de Cami e muito e sei reconhecer esse amor que não passa de amizade, espera! O que seria amor? Temos vários tipos de amor? Amor doentio pode ser um amor? Aquele que machuca, que mata, não dá liberdade? Isso é amor? Já não escutava mais Naty meus pensamentos foram aprofundando tão rápido quanto uma ancora, já não tinha como voltar com as palavras ditas, o que sentirá não tinha sentido não passava de emoções presentes em minha mente, como eu estava perdi de mim. Não sabia mais nada, tudo é confuso como uma mente de um drogado e eu posso dizer que sou um...

***

–É você?

–Quem mais seria? A doce voz de Camila se fez presente no ambiente onde me encontrava, onde estava alias? Tudo era branco, tão claro quanto a luz a minha frente a figura de uma mulher de cabelos ruivos sorria com o olhar profundo e sem brilho, não aquela não era Camila.

–Quem é você? Perguntei desconfiado e com um ponto de raiva na voz.

–Ora você sabe quem eu sou Maxi, sou a Cami!- Por que? Por que não conseguia acreditar? Seria extinto? Eu podia sentir aquela não era a Cami e jamais seria uma raiva incontrolável substitui meu sangue cerrei meus punhos e dei um soco na mulher em minha frente que se tornou um vulto preto e depois se transformou novamente, minha boca se abriu automaticamente, eu estava surpreso e com medo, como poderia ser? Minha mulher, quem eu amo se tornado um demônio, era Nathalia com seus cabelos negros compridos até metade da coxas, sua aparência era horrível seus olhos não refletiam nada, nenhum sentimento, tentei toca-la mas a mesma me feriu com suas enormes garras.

Acordei suado e tremendo ao meu lado se encontrava Naty de cabeça baixa, eu estava com medo, medo daquele monstro que vi em meus sonhos, medo da mulher disfarçada ao meu lado...