Do or Die escrita por LadyThyssa, Dr Hannibal Lecter


Capítulo 7
Capítulo 7 - Fase 1 parte 2


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde a todos! Mais um capitulo que acabou de sair! Divirtam-se.



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Serei rápida para contar o que aconteceu, porque estamos sem tempo a perder. Tudo começou quando a chamada Fase 1 teve inicio. Acordei com alguém me chamando e quando abri os olhos vi que era Tommy, o garoto de óculos, que me gritava desesperadamente.

– Pensei que nunca fosse acordar – Ele reclamou – Vamos, por que isso aqui está um verdadeiro pandemônio.

Tommy não parecia o tipo de pessoa que realmente se preocupasse com algo, mas seu semblante dizia o contrario agora. A fase mal havia começado, como ele me dissera, e já havia sangue para todos os lados e pessoas passavam correndo de tempo em tempo por perto de mim.

– E onde estamos exatamente? – Perguntou a garota suja de graxa, que só agora fui descobrir que ela se chamava Pamela – vulgo Pan.

Era um terreno lamacento, com cheiro forte de estrume. Eu havia acordado próxima a um trailer antigo, daqueles onde as pessoas que vivem em circos costumam morar, e Pan havia acordado por ali também. Tommy e mais três aliados nos encontraram enquanto ainda estávamos dormindo, e eles que já haviam explorado boa parte do mapa estavam em um péssimo estado, todos sangrando e com hematomas e cortes por todo o corpo.

– Isso é um circo. Estamos do lado de fora e temos que chegar lá dentro rápido – O rapaz alto que eu me lembrava de ter conhecido na fase anterior estava junto de nós agora, ele se chamava Alaric e carregava um arpão de metal no braço, com uma aljava de flechas nas costas – Cada um de nós tem 1 chip consigo, temos que juntar 4 chips para sair daqui, mas antes temos também que sobreviver ao espetáculo. É uma daquelas fases onde acontece o banho de sangue e a carnificina.

Tommy, o garoto de óculos, Pan, a garota ruiva suja de graxa – e agora de lama também – que tinha uma faca, Alaric, o garoto alto que agora tinha um arpão com uma aljava, eu, Layla, um garoto loiro e baixinho e uma garota com uma lança. Esse era o meu grupo de sobrevivência por hora, onde dois deles eram completos estranhos e um deles havia nos traído uma vez, roubando nossa chave e correndo na frente: Alaric.

Não tivemos muito tempo de conversa, discutimos sobre o que fazer agora por um tempo, enquanto eu olhava ao redor e me dava conta que ali perto dos trailers onde estávamos havia vários cercados típicos de animais de circo, onde havia três elefantes marrons, enormes, com olhos vermelhos e com presas afiadas perseguindo várias pessoas. Grupos de vários jogadores – jogadores: seria essa a palavra certa para quem participa disso? – com três ou quatro membros corriam para cima e para baixo, tentando derrubar os mamutes mutantes e ao mesmo tempo se matar.

Nosso grupo estava pronto para entrar no meio da carnificina logo à frente, onde pessoas de matavam e roubavam o chip umas das outras sem qualquer remorso, qualquer emoção. Era quase como se fizessem isso quase mecanicamente.

– Apenas tentem não ser derrubados e mortos. Protejam seu próprio chip e andem em formação. Tentem arranjar o máximo de chips que puderem, podem... – A voz de Tommy retomando o plano foi interrompida por uma sirene aguda e quase mortífera. Várias pessoas cederam e caíram no chão ao som daquela sirene, como se ela afetasse e derrubasse os menos preparados. Aqueles que eu assistia caírem no chão logo eram pisoteados pelos elefantes.

– Mas que droga, é um aviso para entrarmos! VAMOS LOGO PARA DENTRO! – Gritou Pan, e logo em seguida sacou a faca do cinto e saiu correndo em direção a entrada principal do espetáculo, da grande tenda de lona colorida que se estendia por uma região imensa: o circo.

Foi quando tudo começou.

Para não deixar qualquer um entrar, os elefantes malucos que citei acima começaram a correr em direção a porta também, e os três andavam de um lado para o outro, pisoteando qualquer um que tentasse passar por aqui. Grupos e grupos de jogadores chegavam, tantos que eu nem pude gravar o rosto de ninguém. A maioria, entretanto ficava presa com os elefantes e não conseguia entrar. Apenas uma dupla mais sortuda conseguiu passar e foi a primeira a entrar no circo.

Pan corria em linha reta sozinha bem à frente. Demorou um pouco para que eu e o outros quatros do meu grupo corrêssemos para alcança-la. Era muito perigoso avançar sozinha por ali, principalmente sendo Pan que não era lá muito instável. E realmente não demorou muito para um garoto estranho começar a persegui-la logo à frente. Mas que droga, pensei. Ele tinha uma faca um pouco maior do que a maioria das facas deveria ser, e logo percebi que era ligeiramente mais fina e afiada também: uma adaga.

Pan era porém, uma pessoa esperta. Ela conseguiu se virar rapidamente e ainda derrubar o garoto com um único chute. Eles brigaram e se debateram e depois eu pude ver que ele havia feito cortes profundos em várias partes do corpo de Pan. Até que Alaric chegou e interferiu. Ele atirou com seu arpão: um único tiro de longe, bem calculado que derrubou o garoto na hora. Ele ainda estava vivo quando os outros do nosso grupo – o garoto loiro e Tommy – avançaram e começaram a cortar o pulso direito dele. Sangue escorreu para todos os lados enquanto eles perfuravam a pele com pressa, até conseguir retirar um pequeno pedaço de metal esverdeado, não muito maior do que uma noz: o chip dele.

– Eles colocaram o chip em pontos vitais para que você não consiga retirá-lo sem morrer – Alaric me explicou, enquanto recolhia o chip das mãos de Tommy e o guardava no bolso. Quem havia votado nesse cara como líder, afinal? Quem havia dito que ele podia ficar com os chips? Ele já nos traíra uma vez, não poderia fazer de novo? Nem quanto Alaric retirou a adaga afiada da mão do cadáver e entregou para mim, ainda quente e suja de sangue, me senti melhor a seu despeito. Guardei adaga relutante entre meus dedos e a apertei com força.

Eles começaram a correr, meu grupo começou a correr até que apenas Alaric – que tinha a perna machucada da fase anterior – e eu ficamos um pouco mais para trás do que os outros. Olhei ao redor e para frente, onde Tommy, Pan e os outros dois corriam em direção à entrada. Não havia mais os elefantes ali para impedir que as pessoas entrassem: um dos elefantes estava morto e os outros dois tinham sido mais afastados da entrada pelos outros jogadores. Na porta agora, o que impedia a entrada eram seres humanoides montados em biciclos que corriam de lá pra cá jogando correntes nas pessoas e as derrubando.

– Que diabos... – Reclamou Tommy logo a nossa frente.

Tommy, Pan, o outro garoto e a outra garota correram em direção a esses monstros humanoides que mais pareciam macacos. Alaric custou a segui-los, mancando.

Foi então que eu o vi. Era um garoto alto, diferente. Ele tinha uma tatuagem em forma de ‘V’ no pulso tão visível dali onde eu estava, a menos de oito metros, de onde ele estava sendo encurralado por um rapaz alto e loiro com uma besta. Algo sobre aquele pulso. Algo sobre aquele símbolo. Algo sobre aquele rapaz. Havia algo nele, algo sobre ele que eu me lembrava. Mas por mais dormente e cansada que a minha menta estava, eu não conseguia me lembrar. Apenas sabia que era um sinal valioso demais para deixá-lo para trás. Para esquecê-lo com tanta facilidade. Para ignorar aquele leve ar de uma lembrança querendo voltar. Algo que eu queria me lembrar. Mas algo que também bloqueava esse avanço. O garoto iria morrer, logo, pensei, observando a situação. Dei-me conta que parecia uma idiota no meio da carnificina ao meu redor, e Alaric percebeu isso porque ele voltou correndo e tentou me puxar em direção ao circo, mas eu não cedi. Não ainda. Não até descobrir sobre aquele rapaz.

Corri em direção ao rapaz loiro com a besta, percebendo Alaric mancando em meus calcanhares. Custei a avançar, preparei a adaga. E ataquei quando ele entrou no meu alcance. Foi um golpe certeiro por trás, ele nem viu o que o havia atingido. Apertei a adaga contra suas costelas por trás, entre seus ossos. Depois retirei a lâmina e o golpeei em seu ombro e deslizei o corte profundo por seu pescoço. Ele tentou se virar para mim, tentar ver sua assassina, pelo menos ter um vislumbre de quem tirara sua vida. Mas nunca viu. Ele caiu no chão em um baque surdo, sem vida. E logo, três chips caíram no chão aos meus pés. Alaric avançou, apoiou o arpão no chão e abaixou, pegando os três chips com a mão trêmula.

Eu o observei, minha pele soava frio. Minha mão ainda tremia. Meu organismo recém-carregado por uma carga de adrenalina não parecia capaz de suportar isso. Eu havia matado aquele cara, para salvar uma possível lembrança? Valeria mesmo a pena?

É claro que sim, meus pensamentos diziam. Li em um murmúrio o que estava escrito nos chips que Alaric recolhera: Fazer ou morrer. Do or Die. Eu não tinha outra escolha senão ter matado aquele cara.

Alaric estava revirando o corpo morto do rapaz, em seu abdômen, onde havia uma marca. Coma faca, ele mexia ali, do mesmo jeito que Tommy e o outro garoto retiraram do rapaz que havíamos matado anteriormente, só que esse era preciso um corte mais fundo, até que Alaric encontrou o quarto chip e sorriu para mim. Guardou os valiosos chips no bolso do casado, pegou o arpão no chão e apontou em direção da cabeça do garoto com a tatuagem de ‘v’. Ele ia puxar o gatilho, matá-lo. Ele estava com os olhos fechados, com medo? Acho que não. Mas não podia deixar Alaric matá-lo assim. Curvei-me um pouco próxima Alaric e sussurrei em seu ouvido: - Deixe-o. Temos que alcançar os outros e chegar até o circo. Já conseguimos os chips que precisávamos. Não vale a pena. – sussurrei para ele, e logo em seguia ele recolheu o arpão, guardou a faca no cinto e fez um sinal com a cabeça para que eu o seguisse.

Tommy estava voltando para procurar por nós, Alaric correu em direção a ele. Eu o segui, mas no ultimo instante olhei para trás, para o rapaz. O encarei por um instante enquanto guardava a faca ensanguentada no bolso e depois voltei a correr, seguindo Alaric e Tommy para o circo.


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Notas finais do capítulo

Obs: Tive que dividir o capitulo em 2, não foi intencional, sério. Meu computador deve estar louco e não queria copiar o texto todo. Enfim, deem um #AlôSeVocêLeu nos comentários. Sugestões, criticas, não deixem de comentar.



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