Do or Die escrita por LadyThyssa, Dr Hannibal Lecter


Capítulo 10
Capitulo 10 - O Dia que Eu Reencontro Theo!


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora! Fui viajar, o site entrou em manutenção e uma série de fatores levou a demora de um novo capitulo. Porém aqui esta, a fase esta na reta final e Voraz finalmente acha Theo. Espero que gostem, tenham uma boa leitura :)



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Theo! Esse nome vem me perseguindo a dias, desde o manicômio Como me esquecer de minha antiga equipe? Como esquecer de Jason virando um monstro? Como esquecer de Michael morrendo e gritando por minha ajuda? Como esquecer Cold carregando eu e Theo, para no final eu tacar ele em direção ao monstro? Como esquecer de Theo? Theo! O garoto que só chora, com seu cabelo enrolado e sua inocência, eu sinto algo muito forte por ele, talvez tivéssemos alguma ligação muito grande antes e agora ele esta pendurado a oito metros de altura em uma corda quase morto. Calma, calma, eu vou explicar melhor.


Logo após enfrentar aqueles malditos animais, entramos em um lugar muito estranho. O lugar era grande e um tanto quanto vazio, no meio tinham dois postes afastados um do outro com uma corda no meio. A sala tinha o mesmo estilo das outras, lona no teto e nas paredes. A sala não tinha armas, não tinha desafios, não tinha outros jogadores, somente a corda bamba e ao seu lado tinham várias passagens, vários corredores, porém o que eu queria estava bem la no meio. O que eu queria estava pendurado na corda bamba de ponta cabeça, por vai saber quanto tempo.


– Theo! - A primeira vez que eu o vi, entrei em desespero. Ele não se mexia, ele estava imóvel. O medo de ele estar morto me dominou - Theo! Responda-me! - Ele continuou pendurado pelas pernas, imóvel, com uma face gélida e ríspida - Eu preciso subir lá! - Fui correndo em direção a escada. Enquanto corria, minha mente começou a variar. Uma hora eu estava dentro do circo, outra em um lugar todo preto, uma hora eu estava correndo, outra eu estava parado na escuridão. Uma tontura muito forte me dominou, estava andando aos tropicões, enquanto tudo a minha volta girava. Se não bastasse a tontura uma dor de cabeça imensa me dominou, a escuridão ganhou e eu desabei no chão do circo

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– Voraz! - Abri meus olhos e estava em um lugar escuro, escuro feito a noite e aquela clássica voz falava comigo novamente - Trouxe você aqui com muito esforço. Preciso ser ágil. Não suba la em cima em nenhuma hipótese, não tente salvar o Theo. Tudo aquilo é uma... - A voz e a escuridão começaram a sumir, estava novamente no circo, deitado no chão.


– Voraz? Você esta bem? - A garota dos olhos cor de âmbar me fitava, com olhos esbugalhados.


– Estou bem sim... - A menina tinha salvado a minha vida varias vezes e eu nem sequer sabia o nome dela.


– Layla! - Ela me respondeu com um afetivo sorriso.


– Enfim... Estou só um pouco tonto, mas estou bem. Vou subir para salvar Theo e já volto... - Antes de eu terminar a frase Layla me interrompeu.


– Você esta louco? Não é somente subir, você terá de andar em cima da corda. Deixa que eu faço isso - Antes de eu conseguir abrir minha boca para contestar ela continuou - Sério, eu faço isso, deixa que eu me entendo bem com cordas - Assim ela fez, Layla foi subindo a escada e eu fiquei em baixo apenas observando. Ela conseguia subir rápido os degraus e ficava cada vez mais no alto.


– O que esta louca esta fazendo? Estamos perdendo tempo! Precisamos de chips! - Alaric conseguiu tirar meu foco e minha tensão de Layla. Ele estava ao meu lado com aquela sua clássica feição carrancuda, de velho rabugento.


– Ela foi salvar o amigo do Voraz que esta pendurado no meio da corda bamba - Pan disse com toda calma e tranquilidade, coisa que não era muito normal.


– Não me lembro de ter dado permissão para mais um entrar no grupo, nosso grupo ja esta cheio! - Enquanto um garoto morria la em cima, Alaric se preocupava de ter dado ou não permissão. Eu mal conhecia ele, porém já tinha uma certeza. Eu não suportava Alaric! Acho que ninguém suportava.


– Se você acha que o grupo esta lotado, aproveita e morre fofo - Pan disse com um enorme sorriso no rosto, com cinismo na voz. Alaric a encarou com olhos frios e carregados de ódio, achei que ele iria estrangular ela. Enquanto isso Pan sorria, com todo falsidade que conseguia juntar.


– Olha gente, Layla finalmente chegou no alto - Tentei quebrar o gelo do momento, antes que um voasse no pescoço do outro. Realmente Layla tinha chego, ela ficou parada em uma plataforma de madeira no poste encarando a corda bamba a sua frente. Quando ela finalmente foi colocar o pé na corda, algo agarrou ela. Alguém colocou uma faca no pescoço dela e a fez de refém. Alguém loiro, alguém com uma cicatriz bem acima do olho, alguém que eu conhecia... Cold!


– Que-quem é você? - Layla indagou tremendo e suando, Cold apenas aproximou a faca ainda mais de seu pescoço. Eu continuava abismado, Cold não poderia estar vivo, Cold não deveria estar vivo.


– Não tenho interesse nenhum em você menina! - Cold estava gritando - Eu quero Voraz! - Ele cuspia as palavras em direção ao meu novo grupo, com tanto ódio, que minhas pernas começaram a tremer - Aquele maldito! Eu quero ele! - Eu estava paralisado, tinha quase certeza que Cold tinha morrido, eu tinha jogado ele ao monstro. Como ele sobreviveu? Pan rapidamente pegou minha besta e mirou na direção de Cold


– Solta ela agora! Ou eu te mato com uma flechada! - Pan estava séria, Cold deu um leve riso e apertou ainda mais a faca na direção de Layla. Acho que Cold tinha a mesma certeza que eu, Pan não acertaria ele. Layla estava como um escudo para Cold, estava inteira em sua frente, ninguém do nosso grupo tinha mira suficiente para acertar ele oito metros acima de nós. Provavelmente a flecha iria direto no peito de Layla.


– Parem com isso! - Entrei na frente da besta na mão de Pan - Se sou eu que ele quer, será eu que ele terá - Tive de fazer muito esforço para falar essa frase inteira, ao invés de simplesmente sair correndo por algum corredor. Ajeitei ainda mais minha espada e comecei a subir a escada. Ignorando totalmente o que a voz tinha me dito.


Medo era uma palavra que me definia perfeitamente naquele momento, eu subia aquela escada com as mãos e os pés tremendo. Com um frio na barriga prosseguia metro por metro, Cold simplesmente me esperava no topo com Layla atras de sua faca. O que será que ele estava pensando? Entendo o ódio dele, eu joguei ele em direção a morte e ele sobreviveu.


– Venha aqui logo! - Ele me afrontava enquanto subia - Você não me jogou até o monstro? Você não tentou me matar? Então, me mate agora, quero ver - Estava subindo degrau por degrau, o que eu iria fazer? Derrotar Cold, para salvar Layla, para salvar Theo? Parecia fácil, só parecia.


– Cold - Tentei fazer um tom calmo e tranquilizador, coisa que eu estava exatamente o oposto - Cold, por favor, entenda. Nós não conseguiríamos derrotar aquele monstro, eu fiz aquilo por extinto, ou eu me salvava ou se salvava você...


– Eu matei o monstro sozinho! Como nós não conseguiríamos em grupo? Covarde! Era bem mais fácil me empurrar ao monstro do que enfrentá-lo! Você não sabe o que eu tive de fazer para sobreviver! Você não tem noção do quanto eu tive de lutar para matar aquela maldita criatura! - Neste momento eu estava me sentindo um monstro - Você me abandonou na hora que eu mais precisei Voraz, você vai pagar por isso. - Cold não falava com incertezas, ele falava com determinação sobre minha morte. Um arrepio tomou conta do meu corpo inteiro, parece que ele percebeu que eu sou verdadeiramente um covarde egoísta - Eu sequestrei seu amiguinho Theo. Eu sabia que se eu tivesse ele nas mãos, teria você também. Pelo visto eu estava certo, aqui esta você e ele nas minhas mãos. Eu finalmente posso matar os dois de uma vez só - O que aconteceu depois foi um Deus nos acuda.


Cold com um surto de loucura empurrou Layla de cima da plataforma, cortou a corda que Theo estava pendurado e empurrou minha escada para trás. Não sei ao certo o destino de Theo ou Layla, só sei que um pavor iminente tomou conta de todo o meu ser. A escada foi para trás, indo em direção ao chão e eu parti junto. Eu estava desabando, o meu mundo se inclinava para trás. O desespero me dominou, não tinha para onde correr, não tinha o que fazer, agarrei mais forte a escada. Eu iria morrer! Essa certeza estava óbvia em meu ser.


– Use sua espada! Crave ela no mastro, não desista assim tão fácil seu inútil! - A voz em minha cabeça me despertou para o mundo, precisava pelo menos tentar viver, não poderia dar a Cold o gosto de minha morte. Dei um salto da escada e cravei minha espada no mastro. Eu descia ao mesmo ritmo que minha espada destruía o mastro, farpas voavam em toda direção, descia em uma velocidade assustadora. As coisas a minha frente se tornaram borrões, eu estava em alta velocidade, se continuasse assim meu impacto com o chão seria mortal.


Minha mão suava, tentava enfincar ainda mais a espada, não poderia morrer. Não agora. A velocidade não parecia diminuir, o chão se aproximava cada vez mais. Fazia muito esforço para tentar parar, minha espada estava quase até o cabo enfincada. Com um gemido final e juntando toda a força restante, finquei a espada. Com um tranco eu finalmente parei, uma parada brusca e eu quase cai da espada. Dei um suspiro de alivio, um sorriso de satisfação, eu estou vivo. Minha felicidade acabou na hora que eu abri os olhos e vi o poste desmoronando, mais uma vez eu partia em direção ao chão.


Dessa vez cai no chão, não estava em uma grande altura e por isso não me machuquei muito. Cai de costas com a espada ao meu lado, assisti ao poste desmoronando. Assisti as paredes de lona ruírem, assisti as outras pequenas salas se desfazendo e juntando com a minha. Uma enxurrada de coisas invadiram o lugar, elefantes, palhaços, cuspidores do fogo e canhões com homens se arremessando nele. Uma multidão começava a invadir meu salão, levantei rapidamente e peguei minha espada. Sai correndo em meio a o emaranhado de pessoas e bichos. Desviava de tortas, flechas, redes e outras coisas. Corri desesperadamente e consegui avistar Cold carregando Theo nas costas, como ele continuava vivo e ainda com Theo junto dele eu não sabia. Parece que Cold é uma maquina de guerra, ter um inimigo assim não me agrada muito.


– Voraz? Cadê os outros? - Finalmente Alaric me despertou para o mundo real, precisava sair daquele lugar rápido.


– Siga-me! Agora! - Tive de gritar, o barulho da multidão estava intenso. Continuei correndo atrás de Theo e agora com Alaric junto. Cruzei toda a multidão, Alaric matou duas pessoas enquanto corríamos e conseguiu dois chips. Tínhamos 10 agora, só faltava 18 para a equipe inteira sair daquele inferno. Finalmente sai do imenso salão, segui em um corredor um tanto quanto escuro. Alaric, a menina ruiva com a lança e o menino gordo seguiam atrás de mim. Porém nesse jogo nem tudo são flores, atrás de nós quatro, um grupo de palhaços tentavam nos matar.


Confesso que dei uma rápida encarada nos palhaços e posso contar como eles eram, ao invés de batom eles usavam sangue em volta da boca, seus olhos eram vermelhos, eles corriam dando risadas apavorantes, com uma roupa preta cheia de tintas coloridas, ao invés de dentes tinham presas, eles eram simplesmente apavorantes. Tacavam tortas explosivas, continuei a correr no rastro de Cold. Quando finalmente consegui me afastar dos palhaços me deparo com um lugar sem saída, Cold parado me encarava deixando Theo no chão. Não deu tempo de velhas rivalidades, os palhaços chegaram e sacaram suas armas.


Encurralado peguei minha espada, Cold pegou um tridente, Alaric seu arpão, a menina ruiva sua lança e o menino gordinho uma faca. Os palhaços forraram o chão a nossa frente de tortas, tudo começou a explodir. Comecei correr enquanto terra subia. O barulho era intenso, a menina ruiva foi arremessada com uma torta perto dela. Cold foi com outra, eu pulava as tortas e ouvia o barulho da explosão. Mais terra subia e o chão ficava todo esburacado. Finalmente cheguei perto de Theo e consegui pegar ele, viro para frente para e correr e uma torta esta bem a minha frente. Só deu tempo de tapar os ouvidos e sentir a explosão.


Eu fui jogado para um lado juntamente com Theo que continuava imóvel. Estava deitado no chão, meu cabelo tinha terra, minhas roupas estavam uma poeira só, meu braço estava com alguns ferimentos. Um palhaço musculoso pegou uma marreta e veio em minha direção. Levantei e tentei correr, ele deu uma marretada na parede ao meu lado. Ele erguia a marreta sem dificuldade nenhuma e vinha em minha direção, eu me jogava para o lado. Não dava tempo de atacar ou defender, apenas esquivar. Ele foi com toda força em minhas pernas, pulei e senti o vento da marreta passando perto das canelas. Tropecei e cai, o palhaço parou na minha frente, me encarando com a marreta na mão.


O palhaço ergueu sua marreta e foi com toda força em minha cabeça. Fiquei encarando e esperei a marretada esmagar minha cabeça. Meu corpo paralisou, assisti em câmera lenta a marreta se aproximando cada vez mais. A marreta estava a poucos centímetros de minha cabeça, porém uma lança atravessou o peito do palhaço. Aquela montanha de músculos caiu no chão, seus olhos se fecharam e ele morreu com a marreta ao seu lado. Atras dele Alaric estava em pé, com seu arpão na mão. Não deu tempo de agradecer e um palhaço esgueiro chegou perto de Alaric, apertou uma flor e um liquido estranho foi em direção ao braço do garoto do arpão.


Alaric se jogou no chão gritando de dor. A menina ruiva rapidamente enfincou sua lança no pescoço do palhaço, ele caiu juntamente com vários palhaços mortos. O ultimo palhaço foi morto. Ao longe vi Cold correndo, sem o Theo desta vez, ele tinha sobrevivido novamente. Porém Cold não era problema, se comparado ao braço de Alaric. Uma parte do braço do garoto antes era carne e agora era um buraco, sangue jorrava juntamente com pus, seu osso estava exposto. Alaric me fitou com uma feição que indicava uma dor profunda e balbuciou algumas palavras:


– Enfinque sua espada em meu peito - Sua voz era sofrida - Eu não vou aguentar essa dor por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Talvez demore um pouco para sair o próximo, afinal Gravelyn (não sei escrever o nome dela, então se escrevi errado desculpa) esta viajando. Peço que tenham paciência. Ah! Antes que eu me esqueço, se leu deixa um comentário, isso é muito importante para nós :D