Do or Die escrita por LadyThyssa, Dr Hannibal Lecter


Capítulo 1
Capitulo 1 - Fase 0


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos ao primeiro capitulo da fic, sei que ninguem le essas notas, entaoo ehushe. Espero que gostem, primeiro capitulo com POV da minha personagem ;D



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Os primeiros sinais de consciência surgiram depois do que se pareceram anos. Vultos de várias cores e sons surgiam logo na minha frente, junto de ruídos e estrondos tão fortes que obrigaram meus olhos a finalmente se abrirem em uma onda de choque e desespero.

O cenário mal iluminado de início me assustou, meus olhos se recusavam cada vez mais a analisar e se acostumar com ambiente. O choque momentâneo da minha consciência com a realidade fora tão forte e assustador que além de minha respiração estar ofegante, eu estava assustada.

Suspirei e engoli seco para tentar me acalmar, e só consegui quando percebi que logo a minha frente estava apenas uma parede velha e trincada em várias partes de um cômodo. Meus sentidos entorpecidos agora percebiam o quão frio aquele lugar era, e que eu estava sentada em um chão igualmente velho, frio e sujo de um pequeno cômodo mal iluminado.

Havia apenas uma pequena janela trancada no alto da parede oposta, onde a luz fria da madrugada entrava no cômodo. Era um lugar tão pequeno que se eu tentasse me esticar muito com certeza iria acabar batendo a cabeça na parede oposta. Bem ao meu lado havia uma porta de ferro envelhecido que estava entreaberta e levava para um imenso corredor. Tudo naquele lugar era frio, úmido e sujo. O cheiro da umidade depois de anos em um lugar fechado e sem luz... Era a sensação de estar ali.

Cambaleei quase cai quando tentei ficar de pé, apoiei minha mão na rígida parede e levei a outra à testa que estava molhada e fria. Não parei pra pensar como minha aparência deveria estar o que era assustador já que eu não fazia ideia de como eu era fisicamente, ou o pior de tudo, as perguntas que eu tentava evitar: que lugar era esse? Como eu vim parar aqui? Como... Onde...

Enquanto eu pensava sobre isso uma forte dor de cabeça invadiu meu corpo e eu estremeci. Arfei com a dor e por acidente virei minha cabeça violentamente para a direita e me deparei com uma vassoura.

"Isso aqui é apenas um armário de vassouras velho" pensei, aliviada.

Meu corpo se recusava, mas eu precisava sair daqui. A forte dor de cabeça voltou, mas esta não me impediu de continuar pensando. Precisava... Ir para casa? Não, depois de tudo o que aconteceu eles não me deixariam voltar para casa. Então por que, por que querer sair dali se não havia para onde voltar depois?

Eu sempre fui, porém, uma pessoa curiosa. Fechei os olhos por um momento e respirei fundo. Os últimos instantes de calma antes de tomar coragem e abrir a porta, seguindo em direção ao corredor sem fim.

Coloquei meu corpo para fora do pequeno cômodo, e olhei em volta. Tudo estava quieto no comprido corredor que tinha várias portas idênticas a de onde eu acabara de sair e se estendia até uma recepção típica de um hospital, porém tudo estava abandonado e nenhum sinal de vida, fora a minha, parecia existir ali. Até que uma garota desesperada passou correndo por mim e pelo armário de vassouras, ela gritava algo que eu não consegui entender enquanto corria com uma faca ensanguentada na mão.

Ela parou bruscamente ao perceber minha presença ali, e girou sua mão com a faca em minha direção.

– Quem é você? - ela exigiu, ameaçando minha resposta com uma voz rouca e autoritária. A garota tinha lágrimas nos olhos e um corte profundo no antebraço esquerdo. Ameaçava-me com a faca em evidencia na mão, dando passadas largas que diminuam cada vez mais os poucos metros entre nós. Quando ela se aproximou, pude ver que era apenas uma garota da mesma idade que eu, com o rosto de as roupas sujos de uma mistura engraçada de graxa e sangue, com vários arranhões, e como eu já disse antes, um corte profundo no antebraço que sangrava seriamente. Seu olhar e expressão mostravam sua ferocidade.

– Qual o seu problema, garota? - Ela agora estava bem próxima a mim, tão próxima que avançou em um pulo e me empurrou contra a parede oposta, prendendo meu corpo contra a parede e colocando a faca logo abaixo do meu pescoço. Ela havia me encurralado.

– Quando eu faço uma pergunta - ela começou a falar, levando seu braço machucado para os olhos e limpando as lágrimas, tentando disfarçar que estava chorando até agora - Espero uma resposta, entendeu?

Assenti com a cabeça, sem saber o que fazer. O suor frio tomou conta do meu corpo quando ela carcava mais a faca contra meu pescoço. Por mais que eu quisesse dizer alguma coisa, eu não consegui. Algo sobre mim: sou péssima para agir sob pressão.

Ela me avaliou por um momento e depois soltou a faca para longe de mim, deu alguns passos para trás e continuou a me encarar.

– Agora me diga, qual é a sua pista? - Ela limpou o sangue da faca no casaco de couro e abaixou o olhar.

– Pista..?

Ela arqueou uma sobrancelha e guardou a faca no cinto. - Você é novata ou o quê?

Respirei fundo enquanto a encarei, sem saber o que responder. Não respondi nada, apenas recuperei o equilíbrio da parede onde ela havia me empurrado e a observei.

– Droga…! - Ela sussurrou - Você acordou a onde? Aqui dentro? - Ela invadiu o armário de vassouras e começou a vasculhar o lugar. Apoiei-me na porta para observa-la e assenti em resposta a sua pergunta.

Ela chegou até a vassoura e a tirou do lugar. Embaixo dela havia um cabo de aço quebrado e um pedaço de papel. - Essas são as suas pistas. - ela falou no mesmo tom que uma professora fala quando ensina alguma criança. A garota agarrou os dois itens e os jogou para mim.

– Sobreviva, chegue até o final, e avance. Cada vez que você chega no final de um mapa, você é levada para outro, e assim até conseguir sair. Não morra e não fique por último. Mate se necessário - ela mostrou a faca ainda meio suja de sangue e apontou para o machucado em seu braço - Ou seja, morta pelo primeiro louco que te encontrar. Isso é tudo o que eu sei sobre esse lugar.

Peguei o pedaço de cabo e o papel na mão e os observei. Pistas? Ah, claro.

– O cabo de aço quer dizer que cortaram o elevador. O cara que eu matei agora a pouco tinha uma pista que dizia para subir até o topo do prédio, e você tem uma dizendo que não podemos usar o elevador. - Ela disse olhando pela janela.

– Um prédio? E quantos andares temos que subir? - Perguntei, me surpreendendo com o tom da minha voz, era como se fizesse muito tempo que eu não a ouvisse.

– Você acordou no quinto andar, e eu no segundo. Tinha uma garota e um rapaz alguns andares abaixo, ele a matou porque ela tentou roubar as pistas dele.

– E você o matou. - acusei-a.

– Ele me atacou - ela defendeu-se. - Essa faca era dele.

Isso quer dizer que ele a havia atacado e a cortado, ah claro, isso acontece todos os dias! Mas... Por que ela estava chorando?

– Vai ler a sua pista e tentar subir ou não? - ela continuou a correr em direção a saída e emergência do prédio, onde ficavam as escadas. Ouvi seus passos até que sumissem no andar de cima.

Ridículo, pensei. Ela só pode estar inventando tudo isso… Como se ela mesma conseguisse matar alguém! - o que era estranho porquê eu nem a conhecia. Mas é claro que deveria ter um motivo para toda essa loucura, e eu precisava descobrir.

Guardei o bilhete intocado da minha pista do bolso da calça e joguei o cabo de aço no chão. Segui andando até o caminho onde ela havia seguido. Foram alguns passos pela escadaria estreita da emergência até que cheguei a porta do andar de cima que estava aberta.

Olhei para aquele corredor. Estava vazio. Era idêntico ao de baixo exceto pelas macas e aparelhos médicos no caminho, que não estavam no andar anterior. Isso é mesmo um hospital? Pensei. Como não vi nada por aqui, segui para o andar de cima.

Igualmente silencioso e deserto com salas um pouco maiores do que as dos andares de baixo, e o que mais me surpreendeu: um caminho de sangue fresco no chão, como se algo ou alguém que estivesse sangrando tivesse sido arrastado por ali. Mas não tive muito tempo de olhar. Havia gritos vindos do andar de cima.

Corri para as escadas e subi novamente. Pelas minhas contas, esse agora seria o oitavo andar do hospital. Quando abri a porta para esse andar, quase fui atingida por um chute de um garoto.

Recuei para trás e fechei a porta na cara dele. Ouvi a garota que encontrei agora a pouco gritar com alguém e logo minha curiosidade falou mais alto quando abri a porta. Eram dois rapazes e a garota que conheci a pouco lutando. Um contra o outro, poucas palavras eram ouvidas. Agora eles não pareciam me notar, enquanto socos e chutes voavam de um para outros. Alguns filetes de sangue pairavam casualmente no ar até que uma faca voou da mão da garota até o chão, e chegou aos meus pés. Abaixei e a peguei, quando um homem baixo veio em minha direção. Ele parecia alguns poucos anos mais velho, vestia uma roupa de universitário e tinha cortes recentes feitos pela faca na minha mão na boca e nos braços, principalmente nas mãos. Aposto que a garota o havia cortado daquele jeito. De qualquer modo, ele estava bem longe de mim quando começou a correr com uma investida de um soco muito mal calculado. Tive tempo de sobra para me esquivar e ainda golpea-lo por trás. Atordoado, ele grunhiu mal-humorado. Não entendi o que ele disse e prefiro assim. Ele acabou por ser mais rápido do que eu e conseguiu me jogar contra a parede. O impacto doeu muito e eu arfei ao bater minha cabeça em um extintor de incêndio. Um extintor...

O homem sorriu ao perceber que havia conseguido uma vantagem, e logo avançou de novo. Retirei o extintor da parede com toda a força e rapidez que consegui, me surpreendendo com a minha própria força, no mesmo momento que ele alcançou a faca na minha mão esquerda e me desarmou. No instante seguinte levantei o extintor e golpeei-o com força na nuca antes que ele pudesse pensar no que fazer com aquela faca. Ele caiu no chão, tomei a faca dele e segui em frente.

– Nada mal - Disse a garota suja de graxa que observava tudo da porta de um quarto, notei que agora ela tinha um olho roxo - Agora, minha faca?

Entreguei-lhe a faca de má vontade, ela sorriu.

– E o outro cara? Você o matou?

– Nan, mas aquelas enfermeiras com certeza vão - ela apontou para onde três enfermeiras lutavam contra o rapaz alto onde deveria ser uma recepção.

– O que… Elas são…

– Robôs, protótipos, estão hipnotizadas, tanto faz. Querem matar qualquer um que tente pegar aquilo. - Ela apontou para um quadro na parede, onde um cartão dourado estava exposto bem acima da recepção, onde as enfermeiras lutavam contra o rapaz. Uma delas havia acabado de conseguir joga-lo no chão, perto dos sofás de espera.

– Vão matá-lo! - reclamei, dando um passo para frente com o impulso de ajudá-lo.

– Ele é esperto. Agora me ajude a pegar aquele cartão para sairmos logo desse cenário. - A garota apontou com a faca para o lado da escada de incêndio onde havia um painel de vidro com um machado de emergência - Já sabe o que fazer, e traga o extintor também antes que aquele idiota acorde.

Corri sem pensar duas vezes, peguei o extintor que havia deixado no chão e usei-o para golpear o vidro onde o machado estava. Cacos voaram para todos os lados, e custou para eu conseguir alcançar o machado sem me cortar. Quando finalmente consegui, me surpreendi com o peso da arma: o machado vermelho que deveria ser usado para emergências pesava tanto que eu mal consegui ergue-lo. Ali havia também uma mangueira de incêndio, que poderia ser bem útil para amarrar aquele cara caso ele acordasse.

Acabei por levar o extintor com uma mão e o arrastar o machado com a outra. Quando cheguei perto da garota, ela pegou o extintor, piscou para mim e entrou no meio da luta.


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Notas finais do capítulo

Confuso, confuso, confuso. Desculpem por qualquer erro gramatical/de revisao. A continuaçao promete, nao deixem de acompanhar ;D Vale lembrar que comentarios, sugestoes e principalmente, criticas construtivas sao sempre bem vindas.