Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Eu não disse que postava dois? Está aqui! :D beijos, aproveitem e agradeçam à volta da minha criatividade... kkk

Música do Capítulo:
With a Little Help from my FRIENDS - The Beatles.

"Eu vou longe com uma pequena ajuda de meus amigos
Tentarei com uma pequena ajuda de meus amigos..."



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— Quem está aí? – perguntei baixinho, com medo. A garrafa ainda em minha mão direita, pronta para ser atirada a qualquer momento. Foi quando percebi que nenhum caçador pergunta antes de atacar. Mas já era tarde de mais...

Ela deu as caras, como se se rendesse. Era uma menina, como eu imaginara. Estava muito assustada, pelo menos parecia, devia estar achando que fosse um Carreirista, mas era apenas a "sortuda" do Doze. Sua expressão se aliviou um pouco por saber que eu não fornecia muito perigo. Foi quando olhei para suas mãos. Estavam roxas. Primeiro eu pensei que fosse sangue... mas me lembrei de que sangue era, na maioria das vezes, vermelho.

— Você comeu alguma dessas frutinhas? - perguntei. A menina negou com a cabeça e, logo depois, coçou o braço e as duas pernas com a mão limpa. Abaixei a garrafa. - Não coma... – suspirei. – são venenosas.

Ela, que observei ter a fisionomia bem parecida com a de uma raposa: olhos estreitos e puxados, cabelo ruivo, nariz fino e comprido, hesitou por um momento, pensando se aquilo não poderia ser uma emboscada de minha parte. Me senti um pouco ofendida, afinal eu conversara com ela no centro de treinamento, ela confiou em mim e me contou coisas sobre o Distrito Cinco, mas eu também não esperava menos. Estávamos lutando pela sobrevivência! Foxface, como decidi chamar por pensamento até descobrir seu nome... (Katniss iria rir disso caso estivesse aqui), jogou as amoras que restaram em suas mãos no chão úmido.

— Obrigada! - Disse, sentando-se logo em seguida. Isso queria dizer que Foxface confiava em mim nem que fosse um pouco. - É agora que você me mata?
Perguntou.

— Acho que eu que deveria perguntar isso. É agora que você me mata?
Ela sorriu.

— Não, você me salvou... eu ia comer a frutinha se não tivesse chegado...

— Tudo bem, então... Haymitch conversou com você?

— Com Gregory, sim.

— Gregory?

— Minha mentora...

— Sua mentora se chama... - comecei, mas logo parei. Ela podia não ter senso de humor.

— Pois é... parece que os pais dela se confundiram. - ele ela gargalhou fininho. - Quando foi chamada para os jogos, a mulher que estava sorteando a colheita disse assim no microfone... - Foxface endireitou a postura. - Como é possível terem colocado um nome de garoto na redoma feminina? - Eu sorri com o sotaque usado. - Todos riram dela... - completou.

— Então... você é da aliança...

— Sim. - respondeu, sorrindo. - Que sorte, né?!

— É...

Ela não se encontrava diferente desde a última vez que nos falamos, só tinha um pouco de medo e desconfiança, mas falava da mesma forma divertida.

— Sabe de mas alguém que é? - perguntou.

— Peeta. - falei. - Mas não sei onde ele está. E você?

— Não sei... - falou, balançando a cabeça em negativa. - Gregory disse que eu saberia quando me encontrasse com eles. - droga!

— Haymitch me disse a mesma coisa.

Finalizei e fiquei olhando para os lados, para ver se alguém mais vinha. Foxface assentiu.

— Você pretendia se defender com uma garrafa?

Perguntou, sorrindo. O que também me fez sorrir.

— É térmica! - brinquei. - Era isso ou um pacotinho com nozes... - suspirei.

— Você tem comida? – perguntou, interrompendo a conversa que ela mesma iniciara. Esperança tomou conta do seu rosto.

— Sim.

Respondi. Foxface suspirou. Mas logo o seu olhar mudou, como se a esperança tivesse acabado.

— Por que ficou diferente? - questionei, encarando-a.

— É só que... você não vai querer dividir sua comida, que é pouca, comigo...

— Espera só um pouquinho, O.K.? - pedi. Ela assentiu.

Fui até o esconderijo sozinha, não deixando que ela visse o caminho ou que me seguisse, e peguei o pacote com as nozes. Separei-as em duas partes iguais.

Vinte pra mim, vinte pra ela.

— Oh! – seus olhos se iluminaram quando pegou sua metade. – obrigada!

— Você é minha aliada, não é?

Não esperei uma resposta. Ela hesitava em comer as nozes. Sentei-me no chão e fiquei observando Foxface devorar duas delas logo depois que me viu mordiscando uma das minhas.

— Você me ajudou duas vezes... – começou novamente. – é a segunda vez no mesmo dia... – sorriu. – Obrigada, Primrose.

— Me chame de Prim, por favor. - falei, lembrando-me de Cinna poucos minutos antes de eu entrar para a Arena

— Sério?

— Já me chamou assim antes, lá no treinamento. – ela assentiu. Alguns minutos se passaram. - Olha, eu não sei seu nome... me sinto tão envergonhada por isso, afinal você sabe muitas coisas sobre mim...– recomecei na esperança de ela não pensar que eu estivesse com medo. – e também não posso ficar te chamando de Foxface... mesmo que seja por pensamento...

A ruiva gargalhou.

— É Rachel...

— Rachel... certo. É um nome bonito...

— Obrigada! – era o terceiro agradecimento que eu recebera dela. E eu nem dissera um “valeu” por ter me ajudado antes da Arena.

— Obrigada, também... – respondi. Pelo menos um... Pensei. Mais um tempo se passou. – você tem algo aí? - Perguntei, chamando a atenção da menina, a qual deu um pulo, assutada, quase caindo para trás. Estávamos sentadas num tronco caído.

— Hã? – respondeu recompondo-se.

— Tem Algo? Qualquer coisa que conseguiu arranjar na cornucópia ou em qualquer lugar?!

— Ah, sim! Algumas coisas que peguei de alguns Carreiristas idiotas antes de o garoto do Dez explodir metade dos suprimentos.

Eu sorri por causa do modo como ela se referia a eles. Rachel, quando terminou de dizer, me mostrou uma mochila daquelas que estavam na Cornucópia.

— Quando cheguei na pilha de alimentos eu derrubei uma maçã, sem querer... eles perceberam e eu tive que correr... vai ser difícil voltar lá depois do que aconteceu, eles devem estar mais atentos agora... além disso, eu devo pegar as coisas de forma que eles não notem tanta diferença. Por isso, só tenho o que consegui na Cornucópia, no banho de sangue, e algumas armas.

Assenti. Rachel tirou tudo o que tinha de dentro da mochila e começou a empilhá-las lado a lado. Uma corda, um saco de dormir, outra jaqueta, uma garrafa térmica como a minha, uma lanterna, um pacotinho vazio, cinco facas, uma espada, duas lanças e uma flecha.

— E você?

— Eu tenho algumas frutas comestíveis... aquelas que me mostrou no computador do treinamento, uma lanterna, a garrafa, as nozes, uma corda, alguns fósforos. Mas a questão é: por que apenas uma flecha? – perguntei, curiosa.

— Ah... eu não queria isso... mas a idiota da Glimmer, a garota do Um, atirou em mim... foi um presente... seria útil se eu soubesse montar armadilhas...

Assenti. Katniss saberia montar uma armadilha eficiente.

— Bem... eu treinei um pouco de construção de armadilhas no centro de treinamento... posso tentar montar uma, não garanto que funcione... mas posso tentar...

— Claro! – seu rosto se iluminou novamente. - por que é que me parece que já falamos dessas amoras antes? - disse, mudando o assunto.

— No centro de treinamento... você me ajudou com as comestíveis, me perguntou sobre quais eu sabia... e essa era uma das únicas venenosas que eu conhecia...

— Ah, então elas são assim...

Finalizou.

— Sabe quem matou Marvel? - perguntei, mudando o assunto novamente.

— Carl, o menino do Três. - falou, indiferente.

— Como?

— Eles se esbarraram e o garoto do 3 teve sorte.

— Sorte?

— É... a aliada dele, Izzy, estava caçando animais com alguns choques elétricos que eles fizeram e, quando ela voltou, encontrou os dois rolando no chão... Marvel quase matou Carl, mas Izzy foi mais rápida e deu uma chicotada elétrica no Carreirista. Logo depois, fugiram... e eu sabia que Cato estava vindo, por isso parei de espionar e fugi também.

Rachel voltou a atenção para a fileira de coisas que ela conseguira. Eu estava pasma, mas deveria me recompor.

Eu tinha até vergonha de mostrar o que eu tinha... foi quando coloquei tudo junto das coisas dela. Rachel ficou indiferente quanto à junção dos pertences e ficou encarando uma espada. Um minuto depois pegou-a e passou para mim. Eu não aceitei.

— Ah, qual é, Prim! Não pode continuar o jogo com apenas uma garrafa como arma...

— Eu não sei como usar isso! – exclamei. – são muitas... admito. E não sei como segurar nenhuma delas... quem dirá lutar com alguém empunhando-as.

— Só precisa saber mexer com uma... eles tem o dobro de armas que isso mesmo com a explosão. Prim, você precisa de algo para se defender... mesmo que a aliança deles tenha diminuído pra três. - ela parou por um momento e logo depois se virou para meu lado, novamente. - Com o que você sabe “trabalhar”? – perguntou. Sorriso no rosto.

— Não existe essa arma na Arena... nem nas outras Arenas deveria ter...

— Ah... – ela disse, decepcionada.

Foi quando eu pensei melhor, me lembrando de algo que ocorreu antes de eu ir embora e que me fizera ganhar um dez de nota na apresentação individual. “Construa um, eu sei que consegue.” Foi o que Gale disse. Ele deixou bem claro que confiava em mim. E eu provaria, pela segunda vez, que ele estava certo em ter feito isso.

— Me dê uma faca pequena! – pedi. Rachel me entregou a menor faca que ela tinha.

Peguei o pacotinho elástico de nozes vazio e cortei um retângulo de tamanho médio para usar como apoio para as agulhinhas. Fiz dois furos, um de cada lado, e apalpei o bolso à procura da borracha. Peguei a mochila de Rachel e coloquei na frente da minha perna. Ela hesitou em deixar, mas eu coloquei o dedo indicador nos lábios para pedir silêncio. Os espectadores pensariam que eu estava fazendo aquilo para não atrair outros Tributos, mas na verdade eu estava pedindo segredo. Abri o bolso e peguei a borracha. Eu me sentia bem por poder ter algo com o que me defender. Amarrei a borracha nos dois furos do retângulo que já fora um pacote.

Levei alguns minutos para escolher um galho forte o bastante e fácil de ser moldado. Comecei a fazer cortes na madeira, de modo que o galho se transformou num pequeno “Y”. Amarrei os dois elásticos nas pontas do “Y”. Levantei a nova arma para o alto e estiquei o elástico para ver se estava bem firme. Depois de alguns minutos puxando, percebi que estava perfeito. Peguei uma pedra de tamanho médio, coloquei-a no centro do retângulo e mirei em um pequeno pássaro que cantava em uma árvore bem próxima. Atirei. Acertei. O pássaro caiu no chão.

Procurei mais um. O mesmo procedimento foi feito. Mais um encontrou o chão. Voltei minha atenção para a faca. Não poderia me defender com pedras! Por mais que doessem, não machucava muito os humanos dependendo da intensidade. Fiz dezenas de mini-estacas com o resto do galho.

Me virei para Rachel, percebi que já estava quase que totalmente escuro, ela estava de boca aberta, incrédula com o que via. Hipnotizada pelos pássaros caídos.

— O que é isso, Prim? – perguntou, depois que parou de me encarar.

— A arma com a qual sei “trabalhar”... – respondi, sorrindo, vitoriosa.- vamos! Ande logo. Precisamos assar os pássaros antes que anoiteça por completo... será nosso jantar de hoje...

— Você sabe fazer fogo? – perguntou.

— Os fósforos, lembra? Agora vamos, não fique aí parada.. me ajude!
Ela sorriu.

— Para onde estamos indo?

— Um lugar onde não nos encontrem...

— Somos aliadas agora?

Perguntou, juntando as coisas na mochila.

— Eu pensei que já fôssemos... – brinquei.

— Sim, nós somos.

— Pois bem... somos aliadas... vamos, vou te levar para meu esconderijo...

— Esconderijo? – perguntou, animada.

— É... é onde passei as ultimas horas... é onde me escondo dos Carreiristas... chega de papo, Rachel, precisamos ir... sabe muito bem que fogueira à noite atrai matadores de plantão...

Ela assentiu. Pegou os dois pássaros e começou a retirar as penas dos mesmos. Eu já estava cansada de comer nozes e tinha saudade da carne. Os pássaros não eram lá muita coisa, mas aqueles eram gordinhos. Finalmente chegara o momento em que o cardápio mudaria.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem! :D Beijocas, seus lindos! O que acharam da primeira aliada da Prim?