Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Então... o capítulo saiu cedo! Hehehe... apenas dois dias depois do outro! Espero que gostem! E então, Prim se vê cara a cara com os Idealizadores mas, como ela já previa, eles estavam bêbados...
Beijinhos e fiquem com o Capítulo 14!

Música do Capítulo:

Stronger - Kelly Clarckson

"O que não te mata te faz mais forte
Te faz sentir melhor
Não significa que estou só quando estou sozinha
O que não te mata te torna uma lutadora
Deixa os passos mais leves..."



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Eu não sabia o que mostrar para os idealizadores. Pena que fui descobrir isso tarde de mais. Eu não sabia se faria diferença, a final, estavam cansados o suficiente para não prestarem atenção em algo, quem dirá numa garota como eu! Mas eu entendia que, se não me mostrasse uma boa opção, eles me dariam uma nota baixa, fariam com que eu perdesse patrocinadores, ou a possibilidade de tê-los. Por isso, sentada na cadeira de ferro da sala vazia, decidi que impressionaria àquelas pessoas repugnantes da Capital. Era isso, ou a morte fácil.

Foi então que percebi o quão fascinada com a morte eu estava. O quanto falava dela, como se fosse uma velha conhecida, como se me fizesse bem falar dela. Eu sabia que não era bom, mas era inusitado, era involuntário. Ela entrava em minha mente tão rapidamente quanto saía, como se só quisesse me fazer lembrar de que seria dela, por completo, dali há alguns dias.

E então ela se entromete novamente nos meus pensamentos. Lembrando-me de tudo o que poderia acontecer, fazendo-me lembrar do que dissera à Peeta na madrugada anterior. Que a acolheria com felicidade. Que estaria de braços abertos para receber a velha amiga, assim como minha mãe costumava dizer que acontecia em romances literais de antigamente...

Eu não queria morrer, mas não havia escolhas, não havia outras opções, já que aquela era a única. Mas eu podia decidir o modo como aconteceria. E eu escolhi morrer por mim mesma, não deixaria que aqueles Tributos sujos colocassem as mãos em mim.

Eu não queria culpá-los... mas eles aceitavam aquilo por medo. Se decidissem que não haveria vencedor, talvez, poderíamos ter controle sobre a Capital... se ninguém resolvesse matar, talvez, todos vivessem... mas era impossível. Eles matariam e, se o contrário acontecesse, a Capital escolheria um vitorioso e poria fim nos que sobrassem. Demonstrando autoridade e sangue frio.

Levantei-me num salto, ao ouvir meu nome ser pronunciado pela mesma voz que pedia que nos preparássemos no Desfile.

— Primrose Everdeen, Distrito Doze. Apresentação Individual. Que a sorte esteja sempre a seu favor.

Assim dito, o grande portão de aço se abriu, revelando a enorme sala cheia de armas com as quais eu não sabia "trabalhar".

Caminhei em direção ao portão, arrumando as duas tranças que fizera em meu cabelo, sem querer, enquanto pensava sobre a morte. Endireitei o uniforme e a postura. Comecei a andar mais rapidamente. A bota em meus pés estava um pouco escorregadia, seria aquilo normal? Eu não sabia. Minhas mãos estavam suadas. Ótimo, agora só falta eu entrar em pânico... Penso, como se fosse voltar o almoço ali mesmo, mas eu sabia que precisava ser forte, eu teria tempo para vomitar depois.

Encaro a sala, parece intocada. Como se não tivesse recebido a companhia de vinte e três Tributos. Levanto um pouco meu foco de visão, os Idealizadores. Estão do modo como eu imaginava, despreocupados, se divertindo, bêbados, ocupados... como se não se importassem com a morte de muitas crianças. Talvez não se importassem... talvez fizessem piadinhas sem graça com os Tributos. Apenas eles sabiam responder essa... e eu não queria ficar muito tempo para descobrir a resposta.

Algo esbarra em mim, chamando minha atenção. Era Peeta.

— Oi... - ele diz, como se não se importasse com o que estava acontecendo.

— Oi... - respondo, a voz falhando. Indícios de que estava desesperada.

— Olha, Prim, o tempo é curto... então... seja o que for que vai mostrar pra eles... faça bem. - Peeta fala, olhando em meus olhos, como se ele tivesse a certeza de que eu poderia surpreender à todos. Dirigiu-se para a porta. Estava longe o suficiente para não conseguir ouvir, mas eu senti que ele era verdadeiro quanto aquilo. E merecia uma resposta.

— Eu vou... pode acreditar que sim. - Sussurrei, determinada.

Andei até o centro da sala. Ninguém olhava para mim. Era de se esperar. Bem, eu não deveria me preocupar muito com os olhares pois apenas um ou dois pareciam prestar atenção. Eu parecia estar confiante, mas sabia que essa confiança toda sumiria quando eu fosse mostrar meu "Talento especial".

— Hum... - pigarreei. - Primrose Everdeen, Distrito Doze. - me apresentei, chamando a atenção.

Naquele momento eu gelei. Queria sair dali. Aquelas pessoas todas me encarando não me fazia muito bem! Me deixavam apavorada!

E então me deu um branco total. O que eu faria? Pular de um lado para o outro que nem uma descompensada? Escalar? Nada, absolutamente nada, vinha em minha cabeça e eles ainda esperavam.

— A senhorita tem dez minutos para nos impressionar. - gritou um homem ao fundo. Soube quem era ao observar sua barba inconfundível. Seneca Crane. Idealizador Chefe.

Certo... dez minutos... o que eu devo fazer...? Pensei.

O tempo estava passando, as pessoas perdiam o interesse que, acredite em mim, já era pouco. Eu precisava fazer algo para, talvez, criar possibilidade de ter patrocinadores...

Foi quando algo antigo veio em minha mente. Era Gale... e ele falava comigo.

Construa um, eu sei que consegue...

Construa um... construa um...

madeira... faca... borracha...

Comecei a me movimentar. Procurei por madeira, peguei um pedaço do pedestal do boneco em que deveria atirar o que quer que fosse e comecei a moldá-lo em Y. Fui até um dos rostos de bonecos, percebi que eram de borracha. Cortei um pedaço da testa de um deles e amarrei a tira à um dos braços do Y, cortei outra e amarrei do outro lado. Testei a arma, esticando-a, para ver se era segura. Sim, era. Eu conseguira construir.

Um silêncio absurdo tomou conta do lugar. Olhei por sobre os ombros, observavam cada passo meu.

Ah, agora vocês me dão atenção... não é mesmo? Penso, um sorriso escapa de meus lábios.

— Cinco minutos... - gritou Seneca.

Só preciso de mais dois... Pensei.

Estava procurando algo afiado e pequeno, mas eles não imaginaram que aquilo ia acontecer e que eu construiria o que quer que aquilo fosse, precisando de algo pequeno e afiado... eu teria de construir minha munição também...

Fui em direção à outra armação de alvos e tirei, de um outro pedestal de madeira, três "gravetos" de, aproximadamente, uns dez centímetros e um de raio. Com a faca, afinei sua ponta, fazendo uma mini-lança... estava mais para uma agulha um pouco maior, mas O.K..

Coloquei o primeiro no espaço maior da borracha e estiquei, as outras duas "balas" eu segurava na minha boca. Eu deveria mostrar agilidade... faria três tiros em uma rapidez inexplicável... e estava pronta para isso, mas, por ironia do destino, algo de errado aconteceu e eu soltei a arma, dando a parecer que não soubesse como usá-la. Os idealizadores riam atrás de mim, mesmo sem saber o motivo de eu ter deixado aquilo cair. Olhei para minha mão, sangrava. Olhei para o lugar de onde o sangue vinha e percebi o que acontecera. Uma ferpa de madeira atravessara minha pele. Droga! Pensei.

Droga, droga, droga!

Sim, era uma droga. Mas eu mostraria a eles que poderia acertar.

— Dois minutos... - gritou Seneca.

Eu tinha apenas mais dois minutos para impressionar!? O.K., eu ia conseguir. Pensamento positivo, Prim... Pentei. Eu deveria conseguir... prometera à Peeta que sim!

Cortei mais um pedacinho de madeira e afiei as pontas. As outras duas ainda estavam em minha boca. Atirei a primeira e a segunda, quase que ao mesmo tempo, e me virei em direção aos Idealizadores.

Existem pessoas boas no mundo... Pensei. Eu sei que sim... Continuei. Mas nenhuma delas está aqui, nessa sala... Finalizei.

Sem pensar, ou pensando até de mais, mirei a última mini-lança na cabeça de Seneca, mas percebi que seria pior para mim. Aproveitei que não tinham percebido e mudei a mira para algo mais alto. Atirei com precisão e força... tudo o que era necessário para acertar o alvo, esses fatores vinham depois da mira, que era mais essencial que a força. Acertei um quadro de alvo que enfeitava a varanda.

Onde foi que a mini-lança tipo agulha aterrissou? No centro do quadro. Eu acertara no alvo. E impressionara.

Seneca me encarou, como se fosse me matar ali mesmo, mas, para minha surpresa, os outros não se importaram, eles gostaram... bem, pelo menos era o que parecia, pois aplaudiam. Seneca não tinha nada mais a fazer, a não ser aceitar o fato de que uma garota como eu impressionara alguém como ele... eu não falo dele, exatamente, eu quis dizer, gente como ele... sabe... Idealizadores e tal...

Isso é possível? Pensei. Quer dizer, é permitido que eles aplaudam? Perguntei-me lentamente, depois que percebera o que havia feito.

Eu não sabia me responder... mas eles estavam fazendo, eles me aplaudiam. Eu não sabia se era por causa da bebida, mas eu me senti privilegiada por isso.

— Primrose, seu tempo acabou. - anunciou. - É melhor que saia... agora mesmo. - berrou Seneca, o que era quase impossível de se ouvir, pois o local estava muito barulhento.

— Obrigada... - falei, não querendo que ninguém ouvisse ou lesse meus lábios. - Obrigada por isso... - completo, deixando a sala com, o que quer que fosse aquela arma, na mão.

Eu não sabia se era possível que eu levasse a arma para o lado de fora, mas a algazarra estava tão grande que eu acabei conseguindo passar pelos pacificadores com aquilo em mãos. Invisível, como eu disse antes de isso tudo acontecer. Eu parecia invisível... como se fosse pequena de mais para fazer uma proeza daquelas, pequena de mais para entender...

Foi então que eu me decidi. Eu viveria. Peeta que me perdoasse, mas eu queria voltar pra casa. E eu voltaria, custasse o que custar.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Beijos e até a próxima!!!