Cheguei lá e o Edward estava me esperando numa das primeiras mesas do restaurante. Fiquei com um pouco de vergonha, eu já estava quinze minutos atrasada. Assim que o vi não pude conter o sorriso, mas acho que ele não viu como fiquei boba quando o avistei, já que estava ocupado demais conversando com alguém ao telefone. Não me importei com isso, quem quer que fosse não deveria ser importante. Fui andando devagar em direção à mesa em que ele estava esperando que ele me notasse e desligasse o telefone. E foi o que ele fez.

– Está atrasada.

– É eu sei. Desculpa.

– Era... Minha namorada no telefone.

– O que?

– Só queria deixar esclarecido.

Deixar esclarecido. Ele era tão ridículo. Há quanto tempo estava namorando? Desde que me viu no circo? Não acredito que eu caí nessa. Ele não havia lembrado-se mesmo de mim? Meu Deus, isso é tão... Foi o dia mais importante da minha vida e ele nem se lembrava de mim. Talvez eu só esteja dramatizando um pouco, mas foi o primeiro garoto com que eu fiquei de verdade.

– Preciso ir ao banheiro

Depois, quando eu voltei, nós apenas jantamos. Sem falar nada sobre nada. Já eram quase dez da noite e eu só queria ir embora e dormir. O Ed também contribui com o “voto de silêncio”. Acho que nós simplesmente não sabíamos o que falar um para o outro. Eu, particularmente, só estava com muita raiva. Mas aí, quebrando totalmente a regra de ficar calado, ele resolveu falar.

– Eu queria contar a minha versão da história. Sobre o que aconteceu entre a gente. Mas não sei se temos tempo. Acho que está na hora de te deixar em casa...

– O que aconteceu entre a gente?

– Três anos atrás... Ah, você sabe muito bem do que estou falando.

– Arthur! Tem um amigo chamado Arthur?

– Hã? Ficou maluca de vez? Não, não conheço nenhum Arthur.

– Então não era você... Olha, esquece. Não precisa me deixar em casa, eu vou de taxi... Tchau, Ed. Espero que você e a sua namoradinha sejam muito felizes juntos.