Faz mais de uma semana que não o vejo, quer dizer, isso não importa, eu não estou com saudades nem nada assim. E se eu tivesse eu ligaria para ele, mas eu não liguei. De qualquer maneira, o tempo passou tão rápido! Aprendi tanta coisa na faculdade de jornalismo, me tornei uma grande amiga da Sakura e já conheci três praias do Rio de Janeiro. Hoje vou comer sushi pela primeira vez, e enquanto espero a tia Cami se arrumar, falo com meus pais. Uma pena a passagem para Jaru ser tão cara.

– Vamos indo, Jade? Amanhã trabalho cedinho.

– É. E eu estudo. Só estava te esperando mesmo. Liguei para a mamãe, ela mandou um beijo para você!

Se existem duas irmãs que não se dão bem, são a Camilla e a Fernanda. A minha mãe e minha tia vivem em pé de guerra! Depois disso fomos em silêncio o caminho todo, a gente não é de falar muito, eu e minha tia. O lugar onde fomos jantar era muito bonito, e estava bastante cheio. Sentamos numa das poucas mesas disponíveis e fizemos o pedido, depois disso fui ao banheiro. Precisava lavar minhas mãos, é meio que uma mania minha. E questão de higiene.

– Você está me seguindo? – Ah, não. Edward de novo, não.

– Parece bem mais o contrário.

– Porque não ligou para mim... Jade?

– Déja Vu.

– O que?

– Eu já vivi isso. Eu lembro... Eu me lembro de você.

– É claro. No circo, e na faculdade.

– Quis dizer mais distante. Caramba! Você é o Ed! A gente... Três anos atrás? Não se lembra? Eu tinha quinze anos, e você, 17? Éramos melhores amigos desde pequenos. E aí você foi embora, para o Rio de Janeiro.

– É. Desculpa, mas... Eu preciso ir.

E aí você foi embora. Peixe cru não era tão ruim como eu imaginei, no entanto eu mal consegui comer. Sentia-me enjoada. Ele fugiu de novo. Será mesmo que o Ed não se lembrava de mim? Eu o conhecia! Talvez por isso as saudades, o magnetismo, a atração (eu sei, eu sei, isso é um tantinho clichê, e bem ridículo). Eu me apaixonei pela mesma pessoa duas vezes.