Eu estava ansiosa.

Encontrava-me no avião particular dos Kabra em direção a Nova Iorque e a única palavra que vinha na minha mente era ansiedade.
Estava com muitos pensamentos na cabeça e precisava desabafar com alguém. Resolvi mandar uma mensagem para Ian, ele poderia me ajudar. Comecei a escrever:

"Ian, estou com medo, com muito medo!".

Em alguns instantes a mensagem de Ian chegou:

"Eu sei como é se sentir assim, Nat. Quando vim para Paris o medo me dominou,mas agora que estou aqui, está tudo às mil maravilhas!"

Pensei um pouco: meu irmão poderia até estar certo, mas...

"É diferente. Você já conhecia a Amy, eu não vou conhecer ninguém"

Já havia passado alguns minutos e Ian não estava respondendo.Já ia mandar uma mensagem para meu irmão perguntando o que aconteceu, mas não precisei.

"Bom, você que fez essa escolha,agora arque com as consequências. Beijos Nat. Amy está me chamando. Até outra hora."

Não respondi. Fiquei pensando em como seu irmão era um bobo apaixonado diante da Amy, afinal, os dois iriam se casar dentro de alguns meses. Também fiquei absorvendo as palavras de Ian: era verdade, eu que havia escolhido isso, poderia muito bem dizer ao diretor da revista que não queria, mas era uma proposta única e lógico que não iria recusa-la.

Nem percebi que o tempo já havia passado. O avião já estava pousando! Foi um pouso lento e tranquilo, e quando cheguei fui recebida por uma limousine de luxo. O prédio da revista não era muito longe do aeroporto, por isso cheguei bem rápido. Iria primeiro conhecer o prédio onde trabalharia por dois meses e depois conhecer o hotel.

Fui recebida por uma jovem moça de pele negra, cabelos castanhos e olhos azuis bem vivos:

–Srta. Kabra?

–Sim, e quem seria você? - falei com indiferença.

–Viviane, assistente do Sr. Peterson . Ele está te chamando. Vá ao escritório dele.

–Tudo bem. Onde fica?

Viviane me levou, ela parecia ser até legal...

Quando cheguei, bati levemente na porta, queria causar uma boa impressão. No mesmo instante, uma voz rouca saiu de trás da porta:

–Entre.
A sala do Sr. Peterson era bem... Como dizer? Aconchegante. Tinham pufes e poltronas espalhadas pelo grande escritório. No meio havia uma mesa com um grande computador e com vários papeis em cima.

–Eu vi que o senhor mandou me chamar...

–Sim Natalie. Espero que você se adapte ao prédio. Infelizmente nem eu nem Viviane iremos poder lhe mostrar o prédio.- percebi que ele era bem direto - Pedi para um rapaz que trabalha na seção de esportes lhe mostrar. Vá ao saguão de entrada. Ele estará lhe esperando lá.

Já sabia onde ficava o saguão, graças a minha memória. Quando cheguei lá, a princípio não vi ninguém, mas depois de um tempo reparei em um homem bem familiar sentado em uma poltrona do saguão. Não pude me conter de gritar bem animada:

–Dan!