Androids escrita por Stella Nogueira


Capítulo 8
Você de novo ?




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   _Louis! Que prazer em revê-lo! – eu não devia ter saído de onde eu estava, assim que eu saí eu vi o filho da mãe na minha frente, Ian. O cachorro me achou, ele estava acompanhado de um cara de uns 25 anos, acho que o líder dos capangas dele, o cara tinha poderes, não me surpreenderia se ele também fosse como nós, o que era praticamente certeza.

  _Olá Sr. Whitestone! – fingi que no nosso ultimo encontro eu não tinha fugido pela janela do quarto e roubado uma moto dele. Dei meu sorriso mais falso e convincente.

  _Meu garoto! Por onde você andou?

  _Por aí, por aí – repeti já com uma enorme vontade de voar em cima dele, homenzinho cínico.

  _Ora, vamos comigo, eu reservei a parte VIP só para nós hoje – deu um sorriso torto horroroso, homem rabugento e triangular de tão gordo.

  _Claro, mas antes eu gostaria de apresentar meu amigo, Lucas – puxei ele que estava com metade do corpo atrás de mim. A careta dele foi memorável.

  _Huuum, Lucas meu caro – eu pensava num frango bem grande de um metro +/- (uma anomalia, claro) e com uma inscrição na carne “ Ian Whitestone”, suprimi um risinho e dei um soco mental (com luvas) no “Ian-Frango Whitestone”. – é um prazer conhecê-lo. – deu mais um sorriso falso, do tipo, ‘anda logo to cansado disso, eu quero vocês presos’. Seguimos o homem pela escada em caracol perto do palco e entramos numa sala, claramente a “Sala VIP” da casa, e com uns cinco caras com roupas parecidas com a do Paolo, acho que era o mesmo cara que ia me capturar na droga da mansão do Ian.

  _Então Ian, como nos achou? – perguntei assim que relaxei( só o corpo) na poltrona de couro claro no canto da sala e Lucas sentava, tenso, na poltrona ao lado da minha.

  _Do mesmo modo que você fugiu, ao léu. Sem rumo, além de que nosso grande caçador, Carlo, é ótimo para sentir a presença dos outros. – ele deu uma olhadela rápida no cara de cabelos pretos e pele bronzeada a um metro de mim. O cara deu uma ligeira abaixada de cabeça, como de agradecesse .

  _Hum, e eu ainda não sei o por que de você estar caçando-nos.

  _Na verdade eu quero apenas você – “DROGA” gritei mentalmente – e o porque você saberia se viesse comigo.

  _Bem, eu não iria mesmo, eu prefiro liberdade. E concerteza você me manteria preso não é mesmo Ian?

  _Se você pensa assim, eu gostaria de transformar o mundo num lugar melhor, com mais andróides, pessoas com mais poderes, mas acho que se depender de você neste momento... a evolução não começa.

  _Se a evolução me aprisiona... para algo que você – frisei bastante o você – quer, bem, eu acho que o mundo não vai pra frente mesmo que eu aceitasse. – ele deu um longo suspiro, olhou pra baixo e depois se virou para nós dois, Lucas estava morrendo de raiva, e bem, medo, assim como eu, mas eu não poderia fazer nada, seis contra dois, sacanagem...

  _Bem, se é assim, Paolo, essa é sua deixa. – assim que ele deu o primeiro passo pra nossa direção os outros cinco também deram, minha mente só me deu umas um segundo.

  Um deles pegou minhas duas mãos com uma força descomunal e as colocou nas minhas costas, as prendendo em uma das suas e passando o braço pelo meu pescoço. Lucas estava quase na mesma situação, a diferença é que ele era mais rápido que eu, ele foi direto no Ian e segurou energia o bastante na mão direita e a colocou no ombro dele, choque e o grito foram grandes. Whitestone recebeu uma carga suficiente para desmaiar. Lucas não ia matá-lo, era idiotice. O cara poderia ser uma mandado de alguém, ia ser pior pra gente. O tempo em que isso decorreu foram três segundos, o suficiente pra eu concentrar o frio nas minhas mão e quase congelar a mão que prendia meus pulsos, tudo uma questão de água, todo corpo animal tem água. Perdendo um pouco da força, o cara que apertava meu pescoço acabou afrouxando minhas mãos o suficiente pra eu me soltar e tirar o braço do cara do meu pescoço. Aproveitei que estava solto e dei um soco na tempora do cara o fazendo ficar inconsciente, não sei se foi impressão minha mas ouvi o cérebro dele batendo na caixa craniana. Não deu nem tempo de saber se era mesmo imaginação, outro cara estava tentando me dar uma rasteira enquanto outro dirigia o punho fechado na direção do meu estomago, com uma mão eu segurei o soco no estomago, a rasteira foi difícil, acabei me desequilibrando, dando brecha para o cara do soco colocar a mão na minha nuca/pescoço e pressionar os dois lados do meu pescoço.

  A dor subiu pela minha nuca até na minha cabeça, repuxando o músculo, doeu pra caramba, Consegui me virar na direção do cara e lhe dei uma joelhada meio desajeitada por causa dele ainda segurar o meu pescoço, foi bem nas partes baixar, doeu até em mim vendo os olhos do cara lacrimejarem, ele soltar meu pescoço e abaixou o tronco, aproveitei e entrelacei minhas duas mãos e lancei-as bem entre o pescoço e as costas do mesmo, o fazendo cair, o cara que me deu uma rasteira (e que, ainda bem, segurei) fez a mão dele brilhar um pouco e encostou a mão nas minhas costas, querendo pressionar, desviei um pouco e ele só encostou, bem de leve, mas foi o suficiente pra ele conseguir pelo menos um quarto do que ele queria.

  Meu corpo começou a formigar inteiro, notei que era a hora de eu ir pro lado do Lucas e sumir, dei um chute com toda a minha força no diafragma do imbecil, fazendo ele praticamente voar. Corri pro lado do Lucas, que estava lutando só com dois caras enquanto Paolo assistia e lentamente tirava uma arma da jaqueta, uma arma igual a minha, mas vermelha e dirigia o olhar pra mim. Tremi ao pensar no estrago daquilo.

  Pela terceira vez na minha vida eu senti, mesmo meu corpo estar começando a perder os sentidos, senti como se eu estivesse fora de mim, eu olhando meu corpo fazer tudo, Paolo tremeu duas vezes com visível dor, muita dor, mas não cedeu, suas pernas bambearam enquanto ele abaixava a mão com a arma. Vi meu corpo, bem eu, fechar a mão esquerda e levanta-la na direção do Paolo. O grito foi pior que o do Ian, que tinha sido de susto, foi um grito de dor, como se ele estivesse sentindo que ia morrer, o pior grito que tinha ouvido até aquele momento. A sensação de ter voltado ao corpo era bem mais reconfortante, eu não agüentei a fraqueza que senti e ajoelhei no chão, apoiando o resto do corpo em uma mão. Lucas tinha deixado um dos caras inconsciente, com um choque e desviou do soco que o outro ia lhe desferir no rosto se abaixando e revidando com um outro soco, com jeito, no estomago do cara, e claro, algumas faíscas saíram de sua mão ao dar o soco, outro choque e outro cara inconsciente.

  Lucas veio correndo na minha direção me ajudando a levantar direcionando o olhar em Paolo, que tentava levantar o corpo estirado no chão, mas só conseguia gemidos ao mexer a cabeça.

  Se não fosse Lucas eu não teria saído de lá, ele simplesmente me carregou até a porta e fingiu estar tudo bem quando saímos. Ele passou no escritório do dono, conversou com ele e voltou com o cachê e uma expressão indiferente.

  Nenhuma palavra foi pronunciada enquanto ele pegava a minha moto e dirigia até o hotel comigo na garupa. Ele foi comigo lá pra cima e me ajudou a pegar nossas coisas, pagou a conta e me levou a uns dois km de distancia além dos limites da cidade na moto. Me largou entre algumas arvores longes da estrada e que mais pareciam uma cabana sem teto de tão fechadas. Ele virou as costas e falou, enquanto seguia, sem a moto, para a cidade.

  _Me espere por meia hora, se até esse tempo eu não estiver aqui, de um jeito de sair, vou buscar a moto e uma coisinha.

 

 

 

 

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Trezentos anos depois, atualizada...



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