RedBeauty Day - Losing Your Memory escrita por Alice


Capítulo 12
Capítulo 12 - Mais que uma memória falsa


Notas iniciais do capítulo

EU VENCI A PROCRASTINAÇÃO



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Storybrooke não era mais a mesma. Antes, uma cidadezinha pacata, cheia de pessoas que tiveram sua esperança e felicidade sugadas por uma terrível maldição. Agora era o cenário do reencontro de famílias, amigos e amantes.

Depois do grande alvoroço de pessoas correndo e se abraçando, era hora de comemorar. Todos se encontravam no restaurante de Granny e pareciam muito felizes: Charming e Snow finalmente venceram o drama de casamento e traição; Ashley agradecia Emma por sua ajuda durante a maldição, seguida por Sean, e exibiam sua linda princesinha para quem quisesse vê-la; Jefferson estava tímido, pois sempre fora uma figura estranha em Storybrooke, mas Grace o arrastava de lá para cá, apresentando seu pai aos novos amigos. O único casal que parecia não estar junto no momento era Ruby e Belle, mas havia um bom motivo: logo depois de matarem a saudade e relembrarem os velhos tempos, Belle disse que queria conversar com Maurice e pediu que fosse sozinha, precisava desse momento entre pai e filha.

Uma sensação de infância invadiu o corpo e mente da pequena quando sentiu o aroma da floricultura. Aquelas flores eram exatamente iguais as que preenchiam os campos ao redor do seu antigo castelo. Ao entrar no estabelecimento, Belle encontrou Maurice fazendo um lindo buque de margaridas, as preferidas de sua mãe. Ela deu uma leve batida na porta já aberta, para sua presença ser notada; Maurice levantou-se subitamente, correndo para abraça-la, mas parou envergonhado pelas suas ações passadas. O resto do caminho foi percorrido por Belle, que queria esquecer todos os problemas com o pai por um momento, pelo bem dos velhos tempos.

Maurice chorou; no momento que notara a ausência da filha no castelo, percebera quanto o desespero o dominara, e seu comportamento em Storybrooke não ajudaria a reatar a relação dos dois. A única coisa que restava era um abraço apertado e um sincero pedido de desculpas.

Os dois passaram a tarde juntos; tomaram o chá das folhas que ele cultivava em seu jardim pessoal e conversaram com muito carinho e atenção.

“Sinto sua falta” dizia a mensagem que Belle recebera ao escurecer, claro que ela gostaria de passar mais tempo com seu pai, mas seu objetivo estava cumprido por agora, poderia voltar para Ruby e aproveitar mais a volta das lembranças.

Ao ver o pequeno e amoroso sorriso dela olhando para o celular, Maurice percebeu o quanto aquela mulher era importante para filha, por isso, convidou as duas para uma reunião, onde ele daria sua benção ao relacionamento e disse que estava orgulhoso de Belle por ter encontrado a felicidade.

Um espirro na frente da loja denunciou a chegada de Ruby; Maurice a cumprimentou com um aperto de mãos, reforçou o convite e pediu a ela para cuidar de sua filha e não o decepcionar, o que Ruby prometeu.

...

Ruby observava o céu escuro pelo terraço em cima da biblioteca, ela aproveitava o calor do chá e o colo de sua amada, tentando não deixar as preocupações tomarem sua mente.

– Você está pensando no lobo. – Belle deduziu enquanto acariciava as mechas da outra. – Não se preocupe Ruby, nós vamos achar sua capa.

– Não vamos. – Ruby respondeu com convicção.

– Por que todo esse pessimismo?

– Não é pessimismo, é certeza... Belle, eu preciso te contar uma coisa. – Ela respirou fundo. – Antes de a maldição nos atingir, eu fui até Rumplestiltskin.

Belle arregalou os olhos e endireitou a postura, surpresa com a revelação.

– Eu sei que não devia ter feito isso, mas estava com tanto medo...

– Ruby, o que você fez? – Belle perguntou com cautela.

– Eu deduzi que se ele te deixou ir embora, era porque talvez não fosse tão cruel, pelo menos, não com você. O encontrei na cela do castelo da Snow, ele parecia louco, mas perguntei se podia fazer algo para que nós não fossemos afetadas pela maldição.

Belle exclamou, sabia que qualquer trato com Rumplestiltskin tinha um preço.

– Ele tomou sua capa.

Ruby afirmou com a cabeça.

– Ele disse que era impossível anular totalmente a maldição; não manteríamos nossas memórias, mas nos encontraríamos de uma forma ou de outra. Em troca, pediu a minha capa e é óbvio que não vai devolver, o trato foi cumprido.

– Me desculpe Belle. – Ela segurava as lágrimas. – Talvez, se eu não tivesse feito isso, nós não iriamos querer sair da cidade e eu não bateria o carro, então você não teria se ferido e...

– Ruby, shh... – Belle afastou os cabelos da namorada e a olhou intensamente. – É claro que estou preocupada por você fazer algo assim, quem sabe o que podia ter te acontecido? Aquele homem não é confiável. Mas não pense que seu sacrifício foi em vão. Como você disse, era impossível anular a maldição completamente e o acidente foi uma consequência dela. Imagina se nós nunca nos encontrássemos e eu tentasse sair de Storybrooke sozinha? Você não estaria lá para me salvar.

A morena sorriu levemente, sentindo a culpa deixa-la aos poucos.

– Às vezes eu acho que não mereço toda sua bondade.

Belle sorriu de lado, ela não acreditava que depois de todos esses anos, Ruby ainda tinha essa insegurança.

– Merece minha bondade e muito mais. Eu te amo Ruby, com todo meu coração e alma. Você já fez tantas coisas por mim, que seria injusto se eu não tomasse coragem para dar o próximo passo. – Ela mexeu em seu bolso, envolvendo uma caixinha de veludo com sua mão. – Sei que você fez isso primeiro, mas queria que esse momento fosse mais que uma memória falsa.

Tirou de lá os anéis tão importantes para o casal, aqueles que ficaram escondidos por meses agora estavam livres para representar o quanto se amavam.

– Ruby... Red. – Belle riu entre lágrimas, uma risada que se misturou com a da moça à sua frente, as duas não se continham de felicidade. – Você quer passar o resto da sua vida me escutando te contar histórias na frente da lareira; voltar para casar depois da lua cheia e me encontrar te esperando; receber café da manhã na cama quando estiver doente, mesmo que você insista que isso é impossível. – Ela provocou.

– Eu não fico doente. – Ruby retrucou, só ela mesmo para brincar numa hora daquelas.

– E eu ainda não terminei. – Belle colocou um dedo na frente dos lábios da outra. – Você quer se sentir envergonhada enquanto Granny me conta histórias constrangedoras da sua infância durante nossa rotina de manhã; me convencer a nadar com você no verão, por mais que eu não goste de andar de biquíni por aí; simplesmente ser essa pessoa maravilhosa que você é e que me ajudou a descobrir quem sou - Você que se casar comigo, Ruby Red Lucas?

Ruby não precisava responder, sua resposta era óbvia, mas o fez mesmo assim. Entre milhões de beijos, ela aceitou milhões de vezes.

Sentiu Belle tocar em cima de seu coração, como se com esse ato ela estivesse curando Ruby de todos os medos e inseguranças. As preocupações com sua maldição interna já não existiam mais, agora ela tinha um motivo permanente para nunca mais se deixar levar pela parte cruel de seus instintos. Belle não era mais sua amiga, sua namorada ou sua vítima, agora finalmente podia chama-la de companheira – aquela destinada a ser única na vida de uma loba – e esposa, condição selada com palavras de amor, que não precisavam ser promessas, afinal, sabiam que uma vez juntas, nada seria capaz de interferir.


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Notas finais do capítulo

É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte.
Eu pensei em postar o último capítulo no Red Beauty Day (dia que essa fic faz um ano), mas pensei que seria melhor fazer isso logo e guardar o dia pra postar algo novo.
Obrigada a quem acompanhou até o fim, vocês são demais!



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