RedBeauty Day - Losing Your Memory escrita por Alice


Capítulo 10
Capítulo 10 - Memórias


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEEEEM! Eu tinha escrito metade do capítulo quando o carregador do meu notebook parou de funcionar e eu fiquei quase um mês sem usá-lo. Dessa vez eu me superei em azar.



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Ao ouvir o som da porta batendo, Belle não conseguiu conter o sorriso de iluminar seu rosto. Esses dias tendo Ruby como mais que uma amiga estavam cada vez melhores. Ruby... Deitada de bruços na cama, ela tentava se concentrar em sua leitura, mas quanto mais os passos se aproximavam, mais sua mente ficava atordoada, era esse efeito que Ruby tinha sobre ela.

E se suas emoções entraram em curto-circuito só com a chegada da outra, ela não saberia descrever o que sentiu quando Ruby pulou na cama, abraçando-a por trás e murmurou um olá enquanto distribuía beijinhos rápidos em sua nuca e ombros.

– Eu estou lendo. – Belle tentou provocar, mas os arrepios pelo seu corpo talvez tivessem denunciado que aquilo não a incomodava.

– Tenho uma sugestão melhor, algo que nós duas podemos fazer. – Belle virou-se totalmente para Ruby e arqueou as sobrancelhas. – Hey! Não foi isso que eu dizer.

Belle sentou-se e levantou as mãos, mostrando inocência. – Eu não disse nada.

– Mas pensou. Bem, não que eu estivesse reclamando, - Ruby deu um sorriso sapeca. - Mas planejei algo legal pra gente fazer. E você pode continuar sua leitura lá.

– Lá aonde?

Ruby apenas respondeu com um olhar de “você vai ver” e levantou levando Belle com ela.

Para elas o pôr do sol que assistiram enquanto montavam o piquenique não era nada comparado à beleza da lua cheia. Sob a luz dela, Ruby parecia mais linda, selvagem e apaixonante do que já era, se isso era possível. Era estranho como tão poucos dias haviam se passado, mas o que Belle sentia parecia estar ali há muito mais tempo, mesmo antes daquela estranha com curativos aparecer no seu quarto do hospital.

Ruby não podia estar mais feliz. Agora ela tinha a oportunidade de recriar todos os bons momentos que passara com Belle, e enxergar a felicidade nos olhos da outra era a melhor das recompensas. A Belle que estava ali não era mais a vítima do seu acidente de carro, nem só uma moça sem memória e muito menos a amiga com quem decidira dividir um apartamento. Aquela era apenas Belle, a mulher que amou desde sempre.

– Algum dia você vai me mostrar a minha aliança? – Ruby engasgou-se com o vinho diante daquela pergunta e Belle tentou se corrigir. – Quero dizer, não estou pedindo para me casar depois de algumas semanas, eu só... estou curiosa. – Ela deu de ombros. – Desde o dia que você me contou a verdade, eu sinto essa... coisa. Não sei explicar. – Belle respirou fundo, medindo suas palavras, ela não queria dizer algo cedo demais. – Acho que é a minha memória. O que eu sinto por você... Parece que está presente a mais tempo do que o acidente.

Durante todo seu pequeno monólogo, Ruby esteve o tempo inteiro quieta, escutando atentamente e, no final, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela se sentia tão amada e amava tanto em resposta que chegava a doer, mas era uma dor boa, como se servisse para lembrá-la de que tudo isso não era um sonho.

Ela não sabia como responder ao que Belle disse, nunca fora boa com palavras. Por isso a beijou, do jeito mais apaixonante possível, da mesma maneira que a beijou quando ela aceitou seu pedido de casamento naquela mesma praia. Quando o beijo se aprofundou, passou suas mãos do rosto de Belle para sua cintura. Ela queria sentir cada centímetro da pele que, naquela noite fria, estava queimando de paixão. Belle adorava deixar seus dedos passearem pelos cabelos de Ruby, e dessa vez, puxava as mechas com um pouco de força, trazendo a morena para mais perto. Quando precisaram se separar para respirar, Belle brincou:

– Você disse que eu poderia ler. – Mas ela realmente não tinha essa intenção, já se aproximava da outra, encostando as duas testas enquanto esperava sua respiração se normalizar.

– Mas já está tão escuro... – Ruby reclamou, ela roçou seus lábios nos de Belle sem beijá-la, provocando. – Você não acha que já está na hora de irmos pra casa?

Belle abraçou Ruby pela cintura, sentindo seu corpo contra o dela. Ela queria ficar ali para sempre, mas talvez voltar para casa não fosse lá uma má ideia.

Os raios de sol da manhã que Ruby sempre odiou foram bem recebidos naquele dia. A sensação de finalmente voltar a acordar ao lado da pessoa que amava a preenchia por completo. Ela deixou seus dedos passearem levemente pelo braço nu de Belle, apenas apreciando a presença dela.

Aquela sensação familiar fora a primeira coisa que Belle percebeu, Ruby a acordara com carinhos como sempre fazia. Vários pensamentos em poucos segundos invadiram a sua mente, programando a rotina do dia: ela desfrutaria de um ótimo café da manhã que Ruby gostava de preparar, depois iria para a biblioteca retomar seu trabalho e provavelmente passaria no Granny’s Dinner na hora do almoço, para conversar sobre alguns preparativos do casamento com a avó da sua noiva. Espera, o que? Uma súbita dor de cabeça serviu para interromper seus pensamentos e coloca-los no lugar. Ela se virou bruscamente, assustando sua companheira.

– Ruby!!! Eu acho que minha memória está voltando aos poucos!

Essa frase fez Ruby se sentar na cama, com os olhos arregalados e brilhando de felicidade. – Como assim? O que aconteceu?

– Quando eu acordei, senti como se fosse normal acordar ao seu lado todos os dias e depois eu pensei na Granny e que eu tinha que falar com ela sobre um casamento eu acho. Então veio uma dor de cabeça repentina e essa sensação passou. – Belle ajeitou o lençol e sentou-se na cama também. – Ruby, eu acho que finalmente ficarei bem! Quanto mais a minha rotina voltar ao que realmente era antes, mais eu me lembrarei.

– Belle tome cuidado. – Ruby colocou as mãos em seus ombros e a olhou com preocupação. – Você citou essa dor... O doutor disse que algo do tipo poderia acontecer. Eu quero que você se lembre, muito mesmo, só não se esforce muito, por favor.

Belle tocou o rosto da outra com a palma da mão e lhe deu um sorriso sincero, agradecida por ela se importar com sua saúde.

– Pode deixar, eu nunca faria algo que te decepcionasse. Mas quero sua ajuda. Conte-me sobre nosso tempo juntas, devolva as fotos aos seus devidos lugares... – Ela provocou, levantando as sobrancelhas. Ruby riu, era inacreditável como Belle sabia quando tinha algo fora do lugar.

Um alarme interrompeu aquele momento, Belle colocou Ruby para se apressar, se não as duas estariam atrasadas para o trabalho.

A pequena se maravilhava cada vez que virava uma página daquele álbum. A cada foto que ela apontava, Ruby descrevia o cenário, os acontecimentos e qualquer memória que tivesse do dia. Era bem claro quais fotos ela tirara e quais eram obra de Ruby. Enquanto algumas focavam na paisagem do local ou na sua amada morena, outras tinham um dedo na lente ou capitaram Belle com as piores e mais engraçadas expressões. Ruby sempre usava a desculpa de que se distraía com a beleza dela, e Belle a perdoava.

– E essa aqui? – Belle indicou para uma imagem enquanto gargalhava. Nela, Ruby estava sentada no sofá que parecia ser do apartamento de Mary Margaret, ela estava rodeada por balões coloridos, decorações ainda por fazer e alguns papéis de presente. Seu rosto mostrava claramente que estava cansada e tentava bloquear a lente da câmera com uma das mãos.

Quando Ruby viu o que era, seus olhos se arregalaram e ela arrancou a foto das mãos de Belle. – Eu não acredito que ela conseguiu colocar aqui, eu disse para destruírem essa foto!

– O que? Quem? – A outra dizia enquanto tentava recuperar o fôlego em meio às risadas.

– Emma! Ela fez o favor de tirar uma foto minha depois que eu passei semanas cuidando da sua festa de aniversário surpresa.

Belle se comoveu pela dedicação. Ela evolveu a cintura de sua namorada e fez um biquinho provocador. – Own não precisa ficar assim. Aposto que a festa foi perfeita.

Ruby fez uma careta. – É, tirando o fato que você suspeitava dos meus planos para te fazer uma festa surpresa dois segundos depois de eu ter a ideia, foi perfeita sim. E... – Ela começou a se aproximar lentamente, dando uma atenção especial aos botões da blusa de Belle.

Para o descontentamento das duas, o toque do telefone interrompeu e Belle insistiu que Ruby atendesse, dizendo que poderia ser algo importante.

De frustração, as expressões de Ruby foram para choque e preocupação. Ela resumiu algo sobre Henry estar no hospital e pediu para Belle procurar as chaves do carro o mais rápido possível. No calor do momento, Belle saiu resmungando que Ruby nunca deixava as coisas no lugar certo, e entrou no quatro mexendo na cômoda e gavetas.

Ela não devia ter parado. Ela deveria procurar a chave, a situação era grave. Mas sua curiosidade foi maior. Belle não resistiu ao ver uma caixinha azul de veludo escondida no canto de uma gaveta. Pegou-a e abriu. Lá estavam duas alianças de ouro com os nomes “Ruby” e “Belle” gravados dentro delas. Belle pegou a menor, aquele deveria ser a sua.

Seus olhos se encheram de lágrimas antes de fecharem subitamente, com a intensidade da dor de cabeça que surgiu. Imagens confusas passavam pela sua mente como flashes, e Belle caiu de joelhos, gritando por Ruby enquanto lutava para continuar consciente.

Quando Ruby viu a caixa de veludo no chão ao lado de Belle, ela não se deu o trabalho de perguntar o que havia acontecido. Cobriu a amada com seu sobretudo vermelho, na esperança que ela se sentisse mais segura de alguma forma, e achou as chaves no bolso dele.

Ela carregou sua namorada escada a baixo e ajudou-a a entrar no carro, sempre dizendo que tudo ficaria bem.

E com o som do motor ligando veio uma brisa. De repente, era como se a cidade tivesse acordado de um sonho. A tortura na mente de Belle parou e ela virou-se, estupefata, para Ruby.

As duas estavam surpresas demais, felizes demais, para agir. Só conseguiam pensar em uma coisa: a maldição estava quebrada.


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Notas finais do capítulo

E aí? A história está chegando ao fim ):
Tenho que me decidir se vou escrever mais um ou dois capítulos.



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