O tempo foi passando, e eu já completara os meus 13 anos de idade. Todos os dias naquela casa, era a mesma coisa do que conviver no inferno. Me obrigavam a fazer tudo, lavar, cozinhar, passar roupa, tirar pó, varrer o chão e entre todas as coisas que uma empregada doméstica faz. A única coisa que eu tinha em mãos, que eu sabia que realmente era meu, era um colar com uma imagem de uma menina, ela tinha a aparência sofrida, mas, eu gostava de olhar, e também, a roupa em meu corpo.
Aos meus 6 anos comecei a lutar artes marciais, e aquilo me ajudou muito quando eu precisava me defender. Frequentemente costumavam a me zombar na escola, porque será? Deviaser porque eu era quieto no meu canto, não dava boi para ninguém, e além do mais, vivia na biblioteca (aonde os garotos nunca vão) mas, o tempo foi passando mais e mais, e eu aprendi a não dar bola para esse tipo de coisa. Eu fingia que não me importava, mas por dentro, aquilo me destruía, e quando chegava em casa, eu dava "oi" para as minhas melhores amigas, as minhas navalhas e lâminas. Sim, eu me cortava, os cortes eram profundos, mas aquilo me aliviava. Eu tinha uma raiva enorme dentro de mim, eu queria matar a todos, (não sei como ainda não havia matado os meus tios).
Havia chegado a data do meu aniversário, e nem se quer recebi um presente, ou, um: "Parabéns", então, fui para um lugar aonde só eu conhecia, um lugar na beira do rio, aonde costumava ler, ou até praticar a minha automutilação.
Quando cheguei em casa, fui direto para o banheiro, tomar um banho, escutando os rumores: "Esse garoto só nos trás problemas" "Imiga está chegando muito tarde em casa" e outras coisas.Não, eu não comia, preferia comer em um restaurante, ou quando quisesse comer em casa, eu mesmo preparava.
Depois de tomar meu banho, fui para o meu quarto, tomei um copo de água com o meu remédio, para conseguir dormir. Eu tinha insônia quase todas as noites, e precisava tomar remédios para controlar isso. No meio da noite, por volta das 3hrs da manhã, eu acordei assustado, eu tive um sonho terrível, podemos dizer, um pesadelo. Eu corria de alguém, e por mais que eu corresse, ela me alcançaria de qualquer modo. E quando acordei, havia escutado uma voz: "Eu ainda vou te encontrar" e aquilo se repetiu várias vezes, até que eu despertasse. Tomei mais um comprimido e fui dormir.