Kathe se afastou bruscamente dele e franziu o cenho enquanto encarava-o, ele parecia curioso e com aquele maldito brilho no olhar.

– Se fizer isso novamente te enfio a mão! - ameaçou ajeitando seu avental velho.

Zac mostrou-lhe um sorriso, parecia estar se divertindo com aquela reação da loura, mas soltou um longo suspiro e permaneceu observando a enquanto a jovem arrumava as louças do almoço do Duque.

– Não acha essa Condessa um tanto que reservada? – questionou-a enquanto encarava suas unhas.

Katherine parou de mexer nas louças, ele tinha razão, depois daquela conversa que teve com a Condessa ficara um tanto que apavorada de ficar perto dela. Respirou fundo tentando responder-lhe altura, girou sobre os calcanhares e o encarou de forma analítica.

– Todos têm seu jeito de ser, e não devemos ficar conversando sobre a vida dos patrões, Zac!

O louro atraente ergueu os olhos na direção dela, dava pra sentir a pontada de desgosto na voz da loura que ficou rubra quando se deparou com os olhos dele sobre os seus e tratou desviar para um canto.

– Confesso que ela é linda, mas tem um ar estranho que a cerca. - disse.

Kathe franziu o cenho, curiosa, queria saber o porquê daquelas palavras.

– Confesso que não gostei dela, a presença dela é ruim e tem algo atrás daquele sorriso. - disse enquanto limpava ambas as mãos no avental. - E devo alertar para permanecer bem distante dela.

Ele assentiu.

– Mas não sei se sabe que o velho que fora buscar é um antigo feiticeiro do vilarejo onde o ancestral do Duque nasceu. E sabemos da historia da bruxa da floresta, que alias sempre esta por perto. - disse enquanto mexia nos talheres que estavam sobre a mesa. - Segundo o que soube essa Condessa ordenou para que fossem buscar o feiticeiro para que quebrasse a maldição, mas o velhote não abriu o pico, apenas me disse que sou muito curioso e isso é prejudicial. - concluiu com um sorriso.

A loura encarava o com os olhos arregalados, lembra-se da marca que viu no pulso da Condessa antes de sair correndo do quarto, era idêntica ao da que estava nos pés da rosa dourada da biblioteca, sentiu seu estomago se retorcer.

– Ei! Está me ouvindo? - questionou Zac enquanto fazia gestos.

Kathe balançou a cabeça saindo daquele transe e o encarou sem graça, talvez fosse mera coincidência, pois seus sentimentos pelo Duque ainda estava lhe afetando a vida.

– Me conte sobre esse feiticeiro e a bruxa. - pediu.

Zac franziu o cenho surpreso com o pedido da jovem, mas não poderia negar lhe aquele pedido.

– Pelo que sei esse velho que venho conosco é um feiticeiro que eles pensavam que pode tirar a maldição, mas pelo que ouvi dizer a Condessa. - pausou tentando recordar-se da conversa, virou se na direção da jovem e continuou. - Que apenas o verdadeiro amor pode quebrá-lo, pois é a única solução, mas poderosa que existe.

Kathe desviou os olhos para o canto, de certa forma amava-o, mas não poderia forçá-lo amá-la de volta, pois estaria sento egoísta e nunca iria quebrar o feitiço. Zac respirou fundo e prosseguiu.

– Descobri que essa condessa provida de uma família real da Inglaterra é a irmã, mas nova do futuro rei. - disse enquanto gesticulava com as mãos. - E a vossa majestade negou o pedido vindo do Duque anos atrás o que gerou certa inimizade entre eles.

– Sabe até demais das coisas! - provocou a jovem. - Apenas queria saber se sabia sobre o velho e a Condessa e nada mais.

Zac não segurou o riso deixando a rubra de vergonha.

– A senhorita é curiosa e me chamas de mexeriqueiro? - questionou enquanto fazia careta. - Isso apenas nos coloca no mesmo circulo.

Kathe lançou lhe um olhar furioso, mas tinha que concordar, pois estava curiosa e precisava descobrir os planos daquela hospede.

– Então, apenas o amor verdadeiro pode salvá-lo... – murmurou. - Que bobagem! Pois quem vai amar um homem de péssimo humor e autoritário? - Zac lançou lhe um olhar.

– Não venha me dizer que... - ele soltou as palavras no ar.

Kathe sentiu suas bochechas queimaram e não esperou que completasse a frase, lançou lhe um olhar severo.

–NÃO. - disse de maneira mais alta.

Zac quase engasgou com suas palavras, e encarou a por algum segundo confuso com aquela reação da jovem.

– Apenas ia dizer que todos têm nosso amor verdadeiro. - encarou a com um olhar furtivo. - Mas por que dessa mudança de humor? Estava interessada no Duque ou acabou confundindo minha resposta com uma ofensa?

A loura desviou seus olhos para a pia, sabia que tinha soltado algo que nunca deveria ter expressado. - O que faço é problema meu, e sim isso me ofendeu! - mentiu.

“Ela era misteriosa, mal sabia ela que eu era louco por mistérios!” , pensou ele enquanto franzia o cenho.

Levantou se e caminhou na direção da jovem pegando0a de surpresa, pois estava de costa para ele, assim que sentiu o toque em seu ombro direito se virou e ficou cara a cara, tinha que confessar que ele era lindo e dono de um par de olhos verdes cintilantes, não era tão grande em estatura como o Duque, mas ostentava a pose de um jovem que estava se tornando um homem. Ajoelhou e pegou a delicada mão da jovem e a encarou.

– Peço lhe perdão por essa ofensa. - disse ainda de joelhos.

Kathe ficou petrificada com aquela atitude por parte do jovem, mas deixou uma leve risada escapar lhe dos lábios.

– Tudo bem, agora levante-se. - ordenou.

Zac assentiu e se levantou estava tão próxima a jovem que podia sentir a sua respiração, era quente e nervosa, antes que pudesse dizer algo.

– Vejo que atrapalhou o casal? - ouviu a delicada e melódica voz da Condessa Helena que permanecia parada próxima a porta com um olhar analítico.

Kathe desviou os olhos para um canto ficando envergonhada com aquele olhar acusador, enquanto Zac ostentava um belo sorriso nos lábios.

– Estávamos apenas me desculpando com esta linda jovem, Condessa. - justificou o jovem.

Helena assentiu.

– Espero que não façam isso novamente, pois o Duque pode não aprovar essa conversa. - disse com desdém. - Lembre-se que são apenas meros criados do castelo.

Kathe ergueu seus olhos na direção de Helena deixando evidente que não gostara do julgamento precipitado por parte da morena. Sentiu sua garganta queimar de ódio, mas permaneceu calada.

– Não irá acontecer de novo. - Zac afirmou, lanço um olhar secreto à Katherine que segurou uma risadinha e retribuiu o olhar.

Com o incentivo de Zac, a loura tomou coragem:

– Não mesmo.

– Claro que não. - a Senhora sorriu. - Porque eu não vou deixar.

E não deixaria.