Acabara de ter o coração partido, mas via naquele simples músico uma chance de ser feliz novamente. Eles mal haviam conversando, mas ele parecia uma pessoa bem bondosa!

Ela havia estranhado o fato de novos criados serem contratados, a cozinheira e a faxineira semanais, a tia e si própria, não eram o bastante?

Respirou fundo e lembrou-se do pedido de Helena, precisava ir mesmo?

Caminhou com passos rápidos na direção do andar superior onde a hospede estava, a loura sentiu suas pernas travarem ao se deparar com a sombra do Duque, segurou o corrimão, seu coração parecia querer fugir pela boca.

Respirou fundo e prosseguiu de cabeça erguida, mas assim que alcançou o topo da escadaria, observou ambos os lados para certificar que estava sozinha. Sentiu o alivio percorrer sua espinha, caminhou na direção do corredor, estava menos apreensiva diferente daquela manha.

Bateu três vezes na porta do quarto de hospede e aguardou autorização para que pudesse adentrá-lo o que não levou muito, a voz suave e aveludada de Helena lhe dar autorização para entrar.

– Vejo que é pontual. - observou enquanto um leve sorriso curvava lhe os delicados lábios pintados de carmesim. - Isso é muito bom, mas sente-se. - pediu apontando para a pequena cadeira. Kathe assentiu e obedeceu.

– Bom tenho algumas perguntas pra você. - começou a morena, enquanto caminhava de um lado para o outro na frente da loura. - Por acaso já ouviu falar na maldição que o Dimitri carrega, a fatídica noite de uma quarta feira a uns vinte anos atrás.

– Não! - Kathe fora direta na pergunta da Condessa que a encarava com um olhar de espanto. A morena se aproximou com passos ágeis e a encarou como se pudesse ler sua mente o que deixara Kathe estática.

– Esta mentindo da pra ver em seus olhos crianças, me diga ele te mostrou a rosa? - questionou novamente, mas um pouco impaciente. Kathe tentou se levantar, mas sentiu a mão da Condessa impedi-la, Helena mostrou lhe um sorriso nervoso. - Ele te mostrou a rosa? Vamos garota me fala de uma vez! - berrou. A jovem sobressaltou da cadeira encarando-a em pavor, seu rosto parecia se modificar, e seus olhos mesclavam, Kathe tentou permanecer calma.

– Já lhe disse, agora tenho que ir. - respondeu. Helena se afastou e encostou se na penteadeira de cedro libanês, cruzou os braços na altura dos seios.

– Sabe que essa maldição pode ser fatal ao pobre Dimitri... - anunciou com acides na voz. - E o pobre tem apenas poucos dias para quebrá-la...

Kathe sentiu uma vontade imensa que lhe esmagava o peito, para perguntar se ela iria ajudá-lo, pois vira como o Duque a olhava, não era ternura ou por uma simples amizade, mas para seu desespero sabia que ele sentia algo a, mas por aquela mulher.

– Vá! - ordenou. A loura não pensou duas vezes antes de sair correndo daquele quarto, mas quando abriu a porta acabou trombando de frente com o Duque, que não deixou a cair no chão, ao menos ele tinha reflexos rápidos.

– Esta tudo bem parece que viu um fantasma? - questionou-a. Kathe se desprendeu da forte mão do Duque e ambos ficaram se encarando. Os rostos perto o bastante para um beijo.

O Duque estranhava o comportamento da jovem, parecia assustada, como a expressão que esperava que ela fizesse ao vê-lo na claridão.

Com receio o milionário puxou a criada pela cintura e leveu a mão ao seu peito, sentindo sua respiração acelerada, atordoado beijou o pescoço da moça que caiu em seus braços.

– Desculpe-me, mas eu amo Helena! - sussurrou o Duque no ouvido da loura. - Desculpe-me, desculpe-me...

Ouvindo os gemidos de arrependimento do Duque, Katherine fugiu de volta para cozinha, afim de saber as funções dos novos contratados.

Enquanto o Duque via a jovem correr pelos degraus da escada percebera o quanto magoar um ser-humado magoava mais à si próprio.

Passou a mão pelos cabelos e seguiu em direção ao quarto de seu verdadeiro amor. Bateu na porta e ouviu o convite para entrar. Com um sorriso no rosto entrou no quarto e agarrou sua noiva e ambos se jogaram na cama para uma linda tarde de amor.

Zac observou Katherine entrar no corredor em direção a cozinha e correu atrás dela, agarrou seu braço e observou sua expressão de espanto com o ato, mas em seus olhos continha medo.

– A senhorita está com medo de... algo? - perguntou, Katherine olhou para a mão do jovem em seu braço e ele a soltou.

– Não. - mentiu Katherine. De certo modo não estava com medo, mas algo dentro de si a deixava assustada. - Deixe-me cuidar de meus afazeres!

– Ei, espera! Katherine, não?

– Sim.

– Pode me dizer onde é o quarto da Condesa? - perguntou. Katherine fechou a cara e cruzou os braços.

Zac observou os seios da menina sobressaltarem quando os braços dela os agarraram, ela era quente! Nem com esses três anos na rua conseguira ver alguém tão linda quanto ela...

E ela parecia bem interessada nele.