Vidas Em Guerra - O Falcão e o Lobo escrita por A Granger


Capítulo 28
Conselho Real


Notas iniciais do capítulo

Está sem revisão porque eu queria postar logo
Eu estou de férias agora.....e apesar da vontade de escrever não aparecer, eu vou continuar me forçando a escrever e assim começar a voltar ao ritmo....
Mas eu quero comentários.....tenho que saber se ainda estou conseguindo fazer o que tenho de fazer da forma certa.....
Boa leitura



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POV Narradora

Quando Eliot voltou trazendo a coroa do rei e com Tommy vindo junto dele Aria quase riu da expressão dos lordes do conselho. Elizabeth os ignorou completamente e, com um discurso simples coroou Rendon nomeando-o Rei e, sorrindo, se sentou novamente no trono da Rainha como se dissesse: Pronto, agora resolva o que tem a resolver.

O que foi exatamente o que Rendon fez. Foi resolver as coisas.

– Senhoras e Senhores – disse Eliot com voz alta e clara – Palmas para o Rei Rendon!

As pessoas começaram a aplaudir e logo depois Rendon ergueu as mãos fazendo-as parar.

– Voltem as suas vidas. Não vai haver comemoração ao meu aniversário. Existem coisas mais sérias a serem tratadas – ele disse e todos começaram, relutantemente, a sair do salão – Senhores Conselheiros; eu estou convocando uma reunião imediata – ele disse e começou a descer do trono – Vejo-os na sala do conselho em 10 minutos. Mestre Eliot e Tommy, vocês devem estar presentes também. Gostaria que fosse também mãe. Vejo vocês todos lá.

Dizendo isso Rendon saiu com Aria caminhando ao lado dele. Só quando os dois viraram em um corredor mais deserto foi que começaram a falar.

– Fica bem de coroa – disse ela fingindo estar falando sério.

– Poupe-me das piadas Hawkey – ele respondeu rindo – Nós dois sabemos que usar isso é ridículo, vou larga-la de volta no cofre da sala da minha mãe assim que essa reunião com o conselho terminar.

– É pra ela que precisa do livro? – perguntou a menina curiosa.

– Sim – ele respondeu pensativo.

– Vai fazer o que penso que vai fazer não é? – ela pergunta rindo baixinho.

– É, eu vou Aria – ele respondeu rindo também – Venha também. Esteja lá na sala do conselho comigo, seu avô e seu irmão vão estar lá, você também....

– Não Rend – ela cortou-o com um sorriso gentil – Reuniões, conselheiros, realeza; essas coisas não combinam comigo.

– Sei sei, seu lugar é com as armas, animais, guerreiros, não é isso? – ele pergunta brincando, mas no fundo se sentindo desanimado.

– É – ela responde colocando uma mão sobre o braço dele – Mas você vai se sair bem, eu sei disso. Enquanto eu, tenho umas coisas pra estudar e planejar. E, Rendon? – ela chamou sorrindo – Você vai ser o melhor rei que o Reino já teve. Eu acredito nisso.

– Ainda queria que você estivesse lá – ele disse com um sorriso fraco por causa do elogio.

– Eu sei que queria – ela responde suspirando – Mas, nessas horas, você sabe que eu não posso ajudar....eu acabaria brigando com aquele velho chato do Prencyton.

– Eu gostaria de ver isso – ele responde rindo.

– Meu avô não – Aria diz mais séria, mas acaba rindo também – Você vai se sair bem, nos vemos mais tarde.

Depois disso cada um seguiu por um corredor. Rendon foi direto para a sala de reuniões do conselho; ele não queria perder tempo. O que estava para fazer não podia esperar.

Depois de todos chegarem e se sentarem as coisas começaram a ficar tensas. Os olhares para Rendon não eram nada amigáveis, ao contrário, alguns chegavam até a parecerem ameaças. Prencyton era o que mais o encarava dessa forma e Rendon entendia muito bem o porque.

– Vamos acabar logo com isso – falou Prencyton num tom arrogante – O que quer com todos nós aqui?? Já não bastou a cena de agora a pouco?

– Eu poderia me sentir ofendido pelo seu tom, Lord Prencyton. Mas não estou, e nem vou me ofender – falou Rendon suspirando ao pensar que, do jeito que as coisas começaram, Aria não estar presente era realmente a melhor escolha – Quanto ao motivo de estarem todos aqui; bom, eu serei breve. Eu convoquei os senhores aqui para lhes dizer que estou desfazendo o Conselho Real.

– Você O Que?!?!?!?! – gritou Prencyton se levantando e batendo com as duas mãos em punhos contra a madeira da mesa.

– Exatamente o que o senhor ouviu. Até onde sei o senhor não é surdo Lord Prencyton e eu fui muito claro. O Conselho Real deixa de existir a partir de hoje – falou Rendon, ainda sentado, mas encarando Prencyton com um olhar calmo e impassivo.

– Escute aqui seu pirralho brincando de rei!!! – gritou Prencyton apontando o indicador na direção de Rendon – Eu Ajudei seu pai a manter esse reino inteiro enquanto você não, nem sequer um pensamento!! Esse conselho é a coisa mais forte e antiga que existe nesse Reino depois dessa coroa que você tem na cabeça!! Você não tem direito nenhum de desmanchar o Conselho. Essa sua brincadeirinha já está indo longe demais! Você não pode e nem vai desmanchar o Conselho Real por que......

– CHEGA! – gritou Rendon se levantando e batendo com apenas uma mão aberta sobre a mesa – Chega! – ele repetiu encarando Prencyton com um olhar que não combinava com o rosto de garoto que ele ainda possuía – Já chega dessa sua insolência! – esbravejou Rendon apontando dois dedos na direção de Prencyton – Eu agi com calma e me mantive calmo aturando essas suas palavras ofensivas no começo, mas agora chega.

– Ora seu.... – Prencyton tentou dizer algo, mas Rendon o impediu.

– CALADO! Eu sou a criança mesmo aqui?? Pois não sou eu que estou fazendo birra como um garoto mimado que está perdendo um brinquedo!

– A sua convivência com certa garotinha insolente está deixando-o com maus modos, majestade – disse Prencyton num tom arrogante quando Rendon parou para encará-lo.

Eliot, Tommy e Elizabeth encararam Prencyton com olhares de raiva, mas Rendon apenas começou a rir o que fez todos o encararem surpresos.

– Tem razão, Lord Prencyton – disse Rendon sorrindo, ainda em pé – Minha convivência com Aria Hawkey tem me feito perder certo tato social que costuma ser exigido entre a nobreza. Mas, acredite, eu não me importo nem um pouco em perder isso – Rendon então assume uma expressão séria e apoia as duas mãos sobre a mesa, se inclinando sobre ela – Eu sou o Rei, Prencyton. Se eu resolvo tratar bajulação com cortesia ou com intransigência é problema meu e de quem acha que um sorriso e um elogio bastam para me calar. E a “garotinha insolente” que o senhor mencionou é uma das poucas pessoas até hoje que tem coragem de me dizer certas verdades sem se preocupar com repreensão social. Quanto ao senhor; ou melhor, quanto a todos os senhores aqui. Todos vocês ocupam esses cargos como se fossem honrarias. Eles não são!

– Majestade o senhor está sendo.... – Trenton tentou dizer algo, mas foi impedido.

– “E dentre os homens de minha maior confiança eu tiro três conselheiros” – disse Rendon abrindo uma das páginas marcadas no livro que estava a frente dele e apontando para a página – E assim se criou o primeiro Conselho Real. Pelas mãos e atos do 12° Rei do Reino. Em seus primórdios o Conselho Real não era um cargo político ou nobre; era apenas uma denominação para os três homens de maior confiança do rei. Em algum ponto entre isso e a cerca de 100 anos atrás os membros do Conselho passaram a se manter nos seus cargos, mesmo quando a mudança no trono ocorria.

– Isso virou uma aula de história agora?? – interrompeu Prencyton já se exaltando outra vez – É só isso o que consegue fazer garoto?

– Este “garoto” a quem você está se referindo, está usando a coroa do Rei, tem o sobrenome dos Reis e acabou de assumir como Rei – disse a voz firme, grossa e alta de Eliot Hawkey – E eu sou um soldado do rei e se você tornar a ofender o nosso Rei eu juro pela lealdade que eu devo ao Reino e pela minha própria honra que o faço calar-se Lord Prencyton. E não será de uma forma gentil.

– Ponha-se em seu lugar Hawkey – se irritou Prencyton – Você nem deveria estar aqui, Se lugar é...

– É onde eu o colocar – interrompeu Rendon já suspirando por conta da falta de necessidade daquela discussão toda – O Conselho está desfeito. Pelo puro e simples fato de o Rei agora sou eu e os senhores não são os três homens em quem eu mais confio.

– Majestade...Nós viemos servindo ao seu pai e a sua mãe a tanto tempo... Fizemos um bom trabalho! – falou Lord Harytons – O senhor está sendo injusto conosco ao nos tratar dessa forma.

– Lord Harytons, eu não estou lhes tirando títulos, nem posses, nem reconhecimento – falou Rendon – Eu estou apenas liberando-os das suas responsabilidades de se manterem aqui a minha disposição.

– Mas o conselho sempre esteve presente para aconselhar o rei nas mais diversas demandas – insistiu Trenton.

– Sim, Lord Trenton. Esteve. E esteve da forma mais equivocada possível – disse Rendon encarando Prencyton diretamente – O Conselho não serve para dar apenas conselhos. Vocês representam a confiança do rei. E devo-lhes dizer, nos anos em que acompanhei o trabalho de vocês três, nenhum dos senhores nunca teve um conselho digno de nota. Ao mesmo tempo em que pareciam achar que suas vontades e suas ordens pudessem se equiparar as do ocupante do trono. Pois eu vou ser direto. Minha mãe como Regente não teve, em um único momento existente em minha memória a presença dos senhores como conselheiros; os teve apenas como acusadores enquanto impunham suas vontades que, os três, faziam ser como se fossem a verdade. Mas eu sou um GrayWolf. E se tem algo que eu aprendi, e aprendi com a “garotinha insolente” como o senhor prefere se referir a ela – disse ele encarando Prencyton com irritação – Se tem algo que eu aprendi com ela é que se eu quero ser bom no que eu faço, eu devo fazer isso do meu jeito. Eu sou um GrayWolf e o Rei do Reino e se tem algo que eu não quero, nem preciso, é dos senhores me dizendo o que devo ou não fazer baseados em suas próprias ideias e não nas minhas – Rendon puxou uma folha de dentro do livro e pegou tinta e uma pena de dentro de uma gaveta que havia ao lado dele – Eu não confio em nenhum de vocês, e como um GrayWolf e Rei eu estou desfazendo a instituição real que costumava ser chamada de Conselho Real – ele disse molhando a ponta da pena e assinando a parte de baixo da folha – Os senhores estão dispensados de seus “cargos” e de suas “funções”. E qualquer contestação a minha vontade será combatida com intransigência.

– Você vai se arrepender – disse Prencyton se controlando para não bater em algo – Vai se arrepender quando a guerra lhe fugir do controle e não houver ninguém a lhe aconselhar. E dai eu não vou.....

– Eu é que não vou – falou Rendon indicando a porta da sala – Não vou me amedrontar por palavras vazias de um homem com o orgulho ferido. Ou melhor, com as palavras de um homem que mais parece um menino perdendo o brinquedo preferido. Sabe qual o seu problema, Prencyton? Você acha que eu estou brincando. Mas os únicos que tinha um brinquedo nas mãos aqui eram os senhores. E eu estou tomando de vocês esse brinquedo, porque aqui não é lugar de birras nem de joguinhos. E os senhores que se acostumem a não terem um nome a mais pelo qual serem chamados. Agora retirem-se da minha sala de reuniões.

Não houve o que dizer depois disso. Os três antigos conselheiros se levantaram e saíram pela porta com expressões de revolta e raiva. Quando todos já estavam fora Rendon se permitiu respirar fundo e voltar a se sentar.

– Achei que você iria avançar contra o Prencyton quando ele falou sobre a Aria – disse Tommy com um sorriso brincalhão fazendo Rendon rolar os olhos.

– Eu não sou mais criança para querer resolver as coisas com uma briga Tommy – falou Rendon pegando uma vela vermelha para fazer o selo ao lado de sua assinatura no documento que desfazia o Conselho Real.

– Minha neta teve algo haver com a sua decisão, majestade? – perguntou Eliot num tom sério que assustou mais Rendon do que todos os gritos de Prencyton.

– Não, Mestre Eliot. Apesar de ela saber sobre o que eu planejava e pretendia; isso foi uma decisão tomada por mim antes mesmo de Aria saber que eu iria exigir assumir o trono aos 15 anos.

– E qual foi a opinião dela sobre isso tudo? – tornou a perguntar Eliot.

– Nenhuma – disse Rendon rindo – Nas palavras dela: “O rei é você, eu não tenho nada com isso”. Mas Aria me disse que, se eu fosse fazer algo, que fizesse do jeito certo....Ela confia em mim e não me fez sugestões nem perguntas.

– Filho....você sabe que o que fez hoje trará consequências graves não sabe?? – perguntou Elizabeth.

– Sei. Prencyton vai querer retaliar reduzindo o numero de soldados que dispõem para o Exército Real usar em batalha. Trenton vai ficar ofendido e provavelmente suba o preço de alguns dos seus produtos. E Harytons....vai se isolar e se manter inalcançável por algum tempo – disse Rendon – Por isso que eu fui tão rápido em fazer isso. Estamos em boa situação na guerra, até Prencyton cortar os homens que nos envia podemos avançar mais para sustentarmos uma boa posição. E depois......Não gosto da falta de informação que recebemos do Oeste. Já é hora do Rei voltar a tomar suas próprias decisões. O conselho vinha atrasando decisões que são cruciais nos momentos certos....perdemos território diversas vezes por conta do tempo que se levou para aprovar um envio de suprimentos ou armamento. Eu não vou mais permitir que isso aconteça.

– As crianças crescem....se tornam adultos....e quando vemos já estão pensando mais claramente do que nós mesmos – disse Eliot com um sorriso – Acho que Rendon não é o único a dar um passo a frente agora.

– O que quer dizer, vô? – perguntou Tommy curioso.

– Que eu já estava para pedir certos favores a sua majestade a Rainha Elizabeth porque preciso começar os duelos de Aria. E porque.....está na hora dela receber a carta da mãe dela – disse Eliot – Já que vamos enfrentar mudanças....vamos mudar tudo o que há para mudar de uma vez.


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