Vidas Em Guerra - O Falcão e o Lobo escrita por A Granger


Capítulo 21
A Falta de um Falcão


Notas iniciais do capítulo

Esse cap é dedicado a J.Lannister pela linda recomendação. É a primeira recomendação dessa temporada e me deixou muito feliz. Então por causa dela eu resolvi trazer de volta com mais detalhes alguns personagens que andavam meio sumidos. Eu não pretendia usar o Esquadrão Rapina tão cedo dessa forma, mas mudei de ideia depois da Recomendação.
Espero que vocês gostem.
Leiam as notas finais pfvr



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– Como você está? – perguntou Rendon sentado ao lado de Aria à beira do pequeno lago.

– Com remorso – resmungou a menina abraçada as pernas – Porque é que você não me convenceu a ir me despedir dele, heim Rendon????

– Eu tentei, ou você já esqueceu?

– Tentasse mais – reclamou a garota.

– Aria, você não me ouviria.

– Eu ouvi da ultima vez não ouvi??

– Era diferente, da ultima vez você não estava ameaçando me bater se eu te incomodasse de novo – murmurou o garoto fazendo Aria suspirar, no fundo ela sabia que ele tinha razão.

John tinha partido no dia anterior e Aria tinha passado a manhã toda num péssimo humor. Tommy ainda estava sumido em algum lugar, o garoto estava na biblioteca arrumando materiais para ele mesmo, mas ninguém sabia. Antes de John partir Aria havia fugido do pai, no fundo ela tinha medo do que ele pudesse estar pensando sobre ela e do que ele poderia falar sobre o dia do funeral, por isso ela fugiu. Entretanto, se arrependeu disso, mas quando já era tarde demais.

Poucos dias haviam se passado nessa altura, na verdade, muitos pra todos ali, mas temporalmente falando (N/A: acho que essa palavra não existe, gente....mas....as vezes pra dar uma ênfase no que merece isso a gente acaba tendo de recorrer à liberdade artística, fazer o quê) não era tanto tempo assim. Aria e Rendon estavam voltando do bosque quando a bagunça começou. Eram soldados correndo de um lado a outro um tanto desorientados e quando Rendon parou um deles pedindo informações só conseguiram saber que um grupo do exército chegava à cidade e vinha em direção ao castelo. Como bons curiosos os dois correram para o pátio frontal saber do que se tratava.

Ambos chegaram à frente do castelo ao mesmo tempo em que um grupo a cavalo atravessava os portões. Todos montados usavam roupas em tons de cinza e praticamente nada de armaduras, alguns com cotas de malha, outros com apenas os peitorais de metal, alguns deles trajavam como proteção apenas braceletes cobrindo os antebraços. A frente deles vinham três enquanto que os demais se distribuíam em um bolo atrás dos mesmos.

No meio deles estava um homem loiro de cabelos claros que caiam sobre seu rosto e olhos azuis alto e forte, apesar de mais esguio que a maioria dos guerreiros, ele três lanças presas as costas. Do lado direito dele estava outro homem, bronzeado, de cabelos pretos que caiam por seus olhos impedindo que se vissem a cor dos mesmos, esse era grande, mais alto e muito maior que o loiro e trazia uma longa e larga espada presa à cela do cavalo. E ao lado esquerdo do loiro estava outro homem, um tanto menor que o do lado direito; de pele muito mais escura e com o cabelo cortado muito rente e uma barba escura e espessa cobrindo todo o rosto, esse também trazia uma espada, mas menor e presa à cintura.

Eles entraram como se não se importasse com os guardas e em posturas firmes. Olharam em todas as direções enquanto o restante do grupo se acomodava as costas dos três primeiros. Aria e Rendon pararam no topo da escadaria que levava à entrada do castelo e ficaram a encarar para ver o que acontecia. O grupo pareceu confuso enquanto olhava de um lado à outro. Até que um dos que estavam no grupo de trás fez o cavalo avançar até estar ao lado do loiro. Ele parecia um tanto mais novo, com uma barba por fazer menos densa, com cabelos pretos curtos, mas ainda caindo sobre a testa. Ele encarou Aria parada ao lado de Rendon e a apontou para o loiro.

Aria, ao ser encarada, encarou de volta fazendo uma expressão desafiadora. Rendon bem viu que a amiga procuraria problemas e a acompanhou quando ela começou a descer as escadas. Com um olhar para o lado o loiro encarou o homem moreno que logo depois acenou com a cabeça e gritou:

– ATENÇÃO! DESMONTAR!!!!

A ordem foi seguida com perfeição de forma que todos desmontaram ao mesmo tempo. Foi o loiro quem assumiu a liderança do grupo e se aproximou das duas crianças. Ele encarava Aria com uma intensidade que deixou a garota inquieta e apreensiva, mas ao mesmo tempo a fazia ficar irritada e agressiva. O homem se aproximou dos dois sendo seguido por todos os outros que encaravam mais à menina do que ao príncipe. Ao parar em frente às duas crianças o homem loiro encarou Rendon diretamente e então se ajoelhou colocando o punho direito sobre o ombro esquerdo e abaixando a cabeça.

– Saúdem o Príncipe Rendon GrayWolf – disse ele em voz alta num tom firme de comando e todos os outros repetiram o mesmo gesto dele.

– De pé – disse Rendon calmamente – Apresente-se senhor.

– Com seu perdão, majestade, mas.... – o loiro ergueu o olhar e encarou Aria – Criança.....você seria uma Hawkey??

– Como sabe??? – perguntou Aria com uma expressão de desafio e irritação.

– É ela..... – murmurou o maior deles encarando a menina – É a menina. A menina da Capitã. Criança, você é Aria Hawkey não é?

– Como você sabe quem eu sou?? – quis saber ela mais curiosa agora do que realmente agressiva.

– Eu sou Phillip Crensor. Esses idiotas atrás de mim aqui são o Esquadrão Rapina – disse o loiro com um pequeno sorriso – Viemos porque sua mãe nos chamou. Onde ela está? – ele perguntou com o mesmo sorriso calmo.

Aria abaixou o rosto e Rendon se virou para a amiga com um olhar preocupado. Phillip e todos os outros se olharam confusos, agora já de pé outra vez. Rendon suspirou fundo e se virou para os homens, pronto para contar sobre Sarah, mas então Aria ergueu a mão colocando-a contra o peito dele o encarando com um olhar calmo. Ela então encarou Phillip e os outros calmamente.

– Sinto muito que tenham chegado um pouco tarde – ela falou tentando e não conseguindo forçar, com um suspiro ela volta a encarar eles – Durante a missão........logo antes deles conseguirem chegar ao lugar seguro.... Houve um ataque – Aria tentou contar o que havia obrigado Elizabeth a dizer, em detalhes, à ela; mas acabou tendo que fechar os olhos para que não começasse a chorar.

Nenhum deles precisou de mais palavras do que essas. Os detalhes pra eles não eram importantes naquele momento, não quando a realidade os confrontava tão claramente. Kaill foi o primeiro e reagir, caindo de joelhos no chão com uma expressão desacreditada, se forças para reagir, nem mesmo para chorar. Nathan deixou as lágrimas descerem pelo rosto, apesar de nada, além disso, indicar seu choro. Phillip cobriu o rosto com a mão enquanto se ajoelhava também. Dalton se aproximou um pouco de Aria chorando bastante e colocou uma mão sobre a cabeça da garota fazendo-a erguer o olhar para ele.

– Quando? – ele perguntou se ajoelhando em frente a garota.

– Poucas semanas – sussurrou ela com a respiração entrecortada.

– Você tem os olhos dela – continuou Dalton chorando.

– É....já....me falaram muito isso – conseguiu dizer Aria.

– Aria, chorar não é sinal de fraqueza – falou Dalton a encarando e se virando para o resto do esquadrão que agora estava todo sentado ou ajoelhado consolando uns aos outros e chorando – Todos esses homens aqui.......Devem quem são à sua mãe.........Pra muitos deles....era a simples menção do nome dela que os fazia ser fortes numa época em que eles ainda não tinham toda a força necessária......Chorar não é fraqueza criança – ele completa se levantando e então se aproximando de Phillip e Nathan que estavam em volta de Kaill.

Aria balança a cabeça concordando com Dalton, mas ainda assim não se permite chorar. Apesar disso, segura a mão de Rendon com força. Alguns minutos depois o Esquadrão Rapina começou a se erguer, era como se estivessem interligados, o que na verdade estavam. Ligados pela memória daquela que os tornou melhores. Um por um eles foram se erguendo e, começando por Kaill, foram se aproximando de Aria. Que os encarou confusa e sem saber como reagir; sem notar ela continuou a segurar a mão de Rendon.

POV Rendon

Um a um eles foram se aproximando, entrando em fila sem ordem nenhuma, parecia haver um padrão, mas talvez fosse apenas impressão minha. Aria os encarou confusa e sem entender aquilo assim como eu, mas acho que por causa da confusão ela se esqueceu de soltar minha mão, então acabei tendo de ficar ao lado dela; não que eu quisesse estar em outro lugar. Então aconteceu uma coisa muito estranha. Cada um deles parou em frente à Aria, se ajoelhou para encará-la e bateu o punho direito fechado contra o ombro esquerdo enquanto encaravam Aria com olhares sérios.

Mas, era como se ela entendesse porque acenava com a cabeça positivamente a cada um deles antes que se levantassem e dessem lugar ao próximo. Foi assim até que todos os 32 se apresentassem diante dela. Só depois o tal Phillip se aproximou de novo, ajoelhando-se outra vez, mas era como se para que ela pudesse encarar os olhos dele, diferente de quando se ajoelharam pra mim. Não era só respeito, era algo mais....admiração talvez e acho que orgulho também.

– Cada um desses homens – disse Phillip Crensor ao se ajoelhar em frente à Aria – É o que é por causa da sua mãe. E hoje, estamos todos aqui por ordem dela. Sentimos muito não termos chegado na hora. Há muito tempo, quando a sua mãe se desligou da Academia, ela me deixou no comando do nosso esquadrão, contra minha vontade. Mas esse esquadrão nunca deixou de ser comandado pela Sarah. Agora....bem, um grupo que se intitula rapina não pode ficar sem um falcão.

– Podemos ver nos seus olhos a mesma coisa que víamos nos da sua mãe, criança – falou o mais moreno sorrindo – E não é apenas por causa da cor.

– Esse esquadrão estará sempre à sua disposição Aria Hawkey, assim como sempre esteve para a Capitã Sarah – continuou o loiro – Sempre que for preciso, vamos seguir você. O Esquadrão Rapina ainda tem um Hawkey. Com a sua permissão eu gostaria de levar a todos para a Academia.

– Minha mãe escolheu você para deixar no comando certo? – pergunta Aria num tom calmo que me faz encará-la para ter certeza de que era mesmo calma, afinal, a mão dela ainda segurava a minha com força, mas ela estava mesmo calma só não entendia ainda o porquê continuava segurando minha mão, mas voltei a prestar atenção quando ela voltou a falar – Então continue onde ela te deixou – disse Aria com um suspiro – Eu ouvi muitas histórias sobre vocês. E por causa delas eu sei de uma coisa: eu ainda não tenho habilidade nem conhecimento suficiente para liderar nada.

– Seu posto vai estar te aguardando quando se sentir pronta – falou o loiro sorrindo calmamente, mas ainda dava para ver a tristeza nos olhos azuis – Nós iremos até a Academia e depois de volta aos nossos lugares. Cuide-se criança.

Depois de um aceno de Aria eles começaram voltar para seus cavalos, incluindo o loiro. Assim que todos estavam aos lados dos animais o maior deles parou e encarou Aria com um sorriso levemente divertido erguendo uma sobrancelha.

– Se ouviu histórias, sabe quem eu sou não sabe? – ele perguntou sorrindo.

– Dalton; o mais forte e o mais estúpido; opinião minha, mamãe só te chamava de idiota mesmo – falou ela dando de ombros.

– Bem, também sou o que tem a voz mais potente – brincou o homem rindo – Sou eu que grito as ordens sabe. O comandante ordena e eu grito. Porque não experimenta pra ver como vai ser daqui a alguns anos?? – ele sugeriu rindo alto e depois encarando Aria.

Para minha surpresa escutei o baixo riso vindo dela. Quando a olhei tive que sorrir da expressão no rosto dela. Era uma expressão que eu não via ha muito tempo no rosto dela. Uma expressão que me fez sorrir também. Era Aria voltando aos poucos a ser ela mesma. Vi aquele mínimo sorriso convencido e brincalhão aparecer, e o olhar que mostrava aqueles olhos cinzas analisando as coisas. Então Aria sorriu um pouco mais abertamente e disse numa voz alta e firme:

– Montar, senhores.

– Ouviram o Falcão!!! – gritou o tal Dalton – MONTAR!!!

Novamente eu os vi agindo como um e montando todos juntos. Eram o esquadrão mais bem treinado que eu já havia visto.

– Até Aria Hawkey – falou o menor deles com um sorriso gentil, então todos bateram os punhos direitos nos ombros esquerdos encarando o horizonte.

Logo depois estavam todos eles saindo do castelo. Me virei para Aria e ela tinha perdido o sorriso, mas os olhos continuavam com aquele velho brilho decidido.

– Vamos, Rend – ela disse me puxando, já que ainda não havia soltado minha mão – Temos coisas a aprender e muito o que fazer.

Sorri pra ela e a acompanhei para dentro do castelo.

POV Narradora

Depois disso soube-se que, na Academia, uma homenagem havia sido feita para Sarah ao se o Esquadrão Rapina como Esquadrão Especial do Exército Real, sendo Sarah Hawkey a primeira Capitã desse Esquadrão e ganhando assim uma placa pequena, até porque Phillip havia exigido que fosse assim dizendo que Sarah voltaria para atormentá-los se eles deixassem que fosse feito algo grande demais, com o nome dela escrito. Eliot começou a apertar Aria nos treinos de preparo físico. Posteriormente Rendon pediu ao Hawkey para ser treinado por ele também, passando assim à receber treinamento nos momentos em que Aria tinha que estar estudando o livro dos Hawkey’s.

Na guerra as coisas chegaram de novo à um ritmo constante, sem avanços, mas sem perdas. Algo que não agradava nenhum dos lados. Elizabeth continuava preocupada com a profecia que Sarah havia contado a ela e com a existência de espiões ou, pior, traidores. Entretanto, por algum tempo, as coisas seguiriam num ritmo constante e calmo.


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Notas finais do capítulo

Aconteceram certas coisas complicadas nesses últimos dias (por isso o atraso nesse cap que eu disse que sairia bem antes d hj). Não acredito que esses acontecimentos se resolvam muito rápido.....então peço desculpas adiantadas quanto a irregularidade de postagens que eu sei que vai acontecer daqui pra frente.
Vou me esforçar ao máximo pra não demorar demais nas atualizações da fic, até por conta da altura em que se encontra a história. Mas peço que entendam que estou com alguns problemas complexos e me perdoem por possíveis atrasos muito grandes.

Eu realmente amei a recomendação, e queria ter falado mais sobre isso. Mas...bem, as vezes nossa capacidade cognitiva sai prejudicada dependendo do nosso estado de espírito; nesses casos eu particularmente prefiro esperar para dizer as palavras certas do que dizer qualquer coisa.
Obrigado pela atenção. Até



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