O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 33
Capítulo 32 – O Ultimo Grito da Velha Mansão


Notas iniciais do capítulo

Conforme prometido, aqui se encontra o capítulo!
Boa Leitura!!!



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Capítulo 32 – O Ultimo Grito da Velha Mansão

Eu devia ter olhado para trás. Eu devia ter prestado mais atenção, talvez as coisas tivessem acabado sem um duelo se eu estivesse atenta ao que acontecia ao meu redor, entretanto eu ainda estava em choque.
Sempre soube que Alexander tinha profundos problemas de personalidade, mas chegar ao ponto de tortura ia além do que eu imaginava. Eu quase podia sentir Hugo me olhando como se dissesse “eu te disse”. De fato, eu podia jurar que havia ouvido ele dizer isso. Enquanto olhava para a cena por um dos muitos buracos na madeira, vi Alexander se sobressaltar como se tivesse ouvido algo e por um momento achei que havia sido descoberta, não me dei conta de que o havia outros individuos na casa.
Senti Hugo me cutucando, mas não dei atenção, queria ver o que aconteceria na outra sala. Talvez ainda estivesse meio em choque, vi Alexander vir em minha direção com calteula, o assoalho podre rangia, que ajudava a disfarçar os outros intrusos. O que finalmente me despertou foi uma voz que veio por tras de mim.
— Avada Kedavra – meus ouvidos ouviram uma voz atras de mim dizer, meu corpo reagiu de forma lenta, talvez em algum ponto o choque do que ouvi tenha afetado momentaneamente meus reflexos, talvez meus pensamentos e ações estivessem descompassados, mas eu tive sorte.
Nem todo bruxo tem uma boa mira. Eu frequentei uma escola trouxa, por isso joguei alguns jogos de trouxas, principalmente com Beatriz. Nesse jogos geralmente a magia sempre acerta, mas na realidade não era bem assim: é necessario ter mira, saber o alcance dos feitiços. Se um bruxo disparar um feitiço estuporante e errar, quando atingir um certo percurso o feitiço vai sumir.
Claro que a maioria dos bruxos tem uma boa mira, afinal não tem dificuldade de apontar um pedaço de madeira para alguém e dizer uma palavra, mas alguns conseguem errar mesmo os mais fáceis alvos.
O raio verde passou longe da minha cabeça por um metro, consumindo a madeira podre e atravessando as paredes da casa abandonada como se todas fossem feitas de manteiga, vi Alexander retecer sua postura antes de tomar atitude.
A maioria dos bruxos pensa demais, claro que em um duelo não é só uma questão de usar magias, tem que ter estrategia, mas tem um certo momento em que confiar nos instintos e graças a Deus que os meus eram afiadíssimos, ou acho que eu e meu primo poderiamos ter “entrado pelo cano”.
A maioria das pessoas se vira para olhar quando um feitiço passa por cima da sua cabeça, de fato foi o que meu primo fez. Eu por outro lado agarrei o pescoço dele e mergulhei contra a parede de madeira podre, a madeira cedeu quando um segundo feitiço passou bem no lugar onde a cabeça de Hugo estava.
Eu e Hugo rolamos em meio aos escombros da madeira no outro aposento, a surpresa de Alexander desapareceu imeatamente quando ouvimos vozes.
— Você errou!
— Cala a boca! Ela se mexe!
— Ela estava parada na primeira tentativa.
Meio segundo foi só o que tivemos para trocar um olhar e entrar em um consenso de que qualquer coisa que fossemos discutir ficaria para depois. Eu e Hugo saimos de frente da porta ao mesmo que feitiços de luz verde eram disparados. Eu não pude deixar de pensar “amadores” atirando sem ver. Alexander ergueu a propria varinha e um raio de luz verde voou no na direção de onde vinham os feitiços, ele estava duelando para matar!
Mas naquela hora eu tive outras preocupações. A chuva de feitiços parou por alguns segundos, talvez os atacantes tenham ficado em choque, algo do tipo: “Como uma criança é capaz de algo assim?”, porém qualquer que fosse o motivo da pausa nos ataques ela não durou muito, eles voltaram a atirar feitiços contra nós de forma indiscriminada.
Duelos de bruxos geralmente não duram muito, é uma questão de minutos, porém aquele não foi o caso. A madeira podre servia como uma cobertura ruim e casa dos gritos possuia muitos comodos, tal como dois andares e um porão onde ficava a passagem secreta. Cada parede, cada porta velha e podre, cada pilastra era uma cobertura, então nenhum dos lados foi atingido.
O principal problema era o aluno da Sonserina amarrado, obviamente ele não merecia morrer, então eu o empurrei com um feitiço de movimento, o corpo dele arremessado contra uma das paredes. Eu realmente tinha uma boa intenção, achei que ele ia ficar mais seguro em um comodo em que não estivesse chovendo feitiços, todavia do outro lado daquela parede podre havia uma escada... Ouvi um grito e tivesse certeza de que ele havia se machucado.
Em meio aos minutos que passavam, eu, Hugo e Alexander nos moviamos de cômodo em cômodo, fugindo, atacando e nos escondendo. De inicio eu achei que o maior problema eram dois bruxos adultos tentando nos matar, porém eu não percebi o problema que nós mesmos criamos. A casa dos gritos rangeu, não o rangido de nossos passos, mas a própria construção se moveu de forma tão súbita que podia jurar que uma das paredes em algum lugar havia desabado.
Nós três nos encaramos um pouco. Eu disse:
— Vocês não acham... – comecei.
— que a casa dos gritos... – continou Alexander.
— Vai desabar em cima da gente?! – completamos juntos.
— Temos que sair daqui! – gritou Hugo.
Mais feitiços voaram em cima de nossas cabeças. Isso era mais fácil falar do que fazer. Se simplesmente saíssemos por uma janela ou porta seríamos alvos fáceis, precisavamos sair de outra maneira... Eu sabia que sem as paredes para nos esconder corríamos sério risco, eu precisava de uma ideia, das boas e rápido, uma outra saida...
— Obrigada tio Roni! – deixei escapar quando percebi o que precisavamos, tio Roni sempre adorou contar as histórias dos tempos do trio de ouro. Claro que eu já havia ouvido sobre a casa dos gritos e a passagem secreta que levaria diretamente para Hogwarts. – Precisamos ir para o porão!
— Para o porão? Tudo pode desabar em cima da gente, precisamos é sair daqui! – rugiu Hugo.
Olhei para os rostos de meus companheiros, Hugo em panico e um Alexander frio e calculista, o que passou pelo rosto do garoto naquele momento? Eu me perguntei, dúvida? Não tinha certeza, talvez confiança? Ou ele apenas estava me avaliando para saber se fiquei louca?
— Confiem em mim! É a única saida segura! Precisamos encontrar a escada e rapido! – eu disse, a casa balançou de novo, dessa vez eu tivesse certeza que sem duvida uma das pilastras ou duas haviam rachado. – Não vai dar tempo...
Sem dizer uma palavra Alexander apontou a varinha para o chão, eu soube o que ele ia fazer antes mesmo de fazer.
— o que voc...? – começou Hugo mas ele não chegou a terminar, “reducto” foi o que saiu dos labios do garoto – AAAAAAA – Hugo gritou, quando o chão podre desintegrou, não quebrou, mas desintegrou totalmente, o feitiço Reducto deveria explodir ou quebrar objetos sólidos, mas aquela madeira estava longe de ser sólida. O chão desintegrou, acho que vi alguns cupins quando a madeira desapareceu e nós três caimos até atingir a madeira do piso inferior que também desabou e atingimos o porão.
— Vocês estão bem? – uma vez perguntou, não soube dizer se foi Hugo ou Alexander. Felizmente a madeira podre tende a ser macia, então fora muitos hematomas, eu não tive nada quebrado. Meu primo torceu o pulso e outro parecia ileso, embora cheio de sujeira e como eu provavelmente todo dolorido.
— O chão amorteceu minha queda – respondi, ouvi o som de uma risadinha que não era de Hugo, sorri em resposta ao som e olhei em volta... O aluno da Sonserina estava desmaiado no chão, o que foi bom, eu não queria deixar ele para trás, porém havia me esquecido dele.
— Qual o resto do plano? – perguntou Alexander.
— Tem uma passagem secreta aqui! Precisamos encontrar e rapido! – disse quando ouvi os atacantes discutindo nos andres de cima, eles chegariam aqui e logo.
Normalmente quando se perde algo em nossa casa é dificil encontrar, poís temos que ter um certo cuidado, do momento em que se tem liberdade para quebrar tudo, as coisas ficam mais faceis e agora, nada poderia nos impedir de colocar a casa abaixo, foi só uma questão de demolir pedaços do chão, alguns lugares teriam terra, mas em um único lugar havia a abertura que demolimos.
— Brilhante! – disse Hugo depois de encontrar a nossa rota de fuga, um burraco ligeiramente inclinado na terra – Vamos!
Hugo se meteu na passagem secreta sem cerimônias, Alexander me olhou.
— As damas na frente – ele disse, a casa tremeu e eu tive um arrepio, meus instintos femininos deram uma guinada, eu peguei o aluno da sonserina inconsciente e puxei ele para a saída, não ia deixar ele para tras.
— O que você vai fazer com isso?
— Isso é uma pessoa!
— Existem controvérsias!
—Hurg! – eu joguei o aluno na passagem sem ajuda, Alexander pareceu descontente, mas repetiu educadamente.
— As damas na frente.
Meu instinto deu uma guinada novamente, o que ele queria fazer afinal? Muitas possibilidades passaram pela minha mente algo que ia desde espiar minha saia por tras até ficar e duelar até a morte? Algo indecente? Imaturo? Revirei os olhos e o empurrei, tenho que confessar que o gesto me deu muito prazer, algo equivalente a tirar um dez em uma prova difícil. Fiquei realmente satisfeita, ainda mais quando ele caiu passagem adentro e eu pulei em seguida.
— Reducto! – gritei enquanto caia, a casa deu o seu grito de protesto final antes do meu feitiço terminar o trabalho e eu cai em cima da algo macio e quente. Soube que não era a terra.
— Lumus.
Apontei a varinha em volta antes de olhar em cima do que eu havia caído. Era uma pessoa, para ser mais exata, era bem em cima de Alexander Miller que parecia realmente de mau humor, isso levantou ainda mais o meu astral.
— Obrigado por me pegar! – disse para ele – que cavalheiro!
— Disponha – ele respondeu de mau humor, parecia realmente estar tendo um dia ruim, eu me levantei sem nenhum machucado, Alexander fez o mesmo mas com alguns gemidos e foi assim que eu fiz o garoto torcer o tornozelo.
O resto do trajeto foi relativamente entediante, Alexander se recusou a aceitar qualquer ajuda para andar e enfaixou o tornozelo torcido com madeira e e bandagens conjuradas com a varinha, eu usei um feitiço de locomoção para levar o aluno da sonserina incosciente e Hugo caminhou ao meu lado pela passagem, no fim eu apertei o nó do salgueiro lutador e a árvore se imobilizou para nos deixar sair.
Quando já estavamos em uma distância segura, deixamos o Sonserino escorado no muro do castelo. Ele parecia estar bem, agora havia o problema: O que fazer? Afinal haviamos entrado de forma clandestina no castelo, o colega de escola havia sido torturado... eu devia ir contar ao diretor que vi Alexander torturando uma pessoa? Se eu guardasse segredo sem dúvida o aluno em questão iria contar. Antes que eu fizesse minha escolha algo inesperado aconteceu.
Alexander foi mancado até o aluno inconsciente e apontou a varinha para a cabeça dele, por um instante delirante eu achei que ele iria tirar a vida do aluno, porém ele disse “Obliviate” e a memoria do mesmo foi alterada.
— O que você fez? – Hugo perguntou.
— Alteirei a memória dele – respondeu Alexander.
— Hugo, chega! Vamos deixar as coisas assim. – eu disse uma vez que meu primo parecia querer continuar uma briga e eu havia tomado uma decisão. Parte de mim achava ser um erro, mas aquela ainda foi minha decisão, de toda forma, tinhamos um prato cheio, ir para a enfermaria, explicar porque não voltamos junto com os outros alunos e lidar com o fato de que tentaram nos matar de forma completamente inimaginável. Sem dúvida eu iria tirar aquela história a limpo, mas não naquele dia, tudo devia ter o momento certo.
Nosso trajeto a partir dali foi enfermaria e sala do diretor, onde inventamos uma grande história que resolvemos explorar uma das passagens secretas que levava a escola. Fomos pegos de surpresa com o fato de o diretor ja saber sobre a casa dos gritos ter sido derrubada, obviamente já era uma construção condenada, mas ainda assim muitos a consideravam um patrimônio histórico e o diretor foi capaz de ligar os pontos: recebemos a culpa e duas semanas de detenção. Quanto aos dois assassinos, não foram encontrados, mas muito sangue foi encontrado nos destroços e felizmente não era nosso, ou seja eles ficaram gravemente feridos, eu torcia internamente para que estivesse doendo muito.
Aquele foi um bom dia, apesar de nada de bom ter acontecido, pois enquanto estava na sala do diretor eu notei uma grande quantida de de livros em seu estoque particular, livros que o diretor julgava perigosos e removeu da biblioteca, assim como Dumbledore fez no passado. Foi naquele dia que percebi o porquê de nossa pesquisa dos fundadores estar sendo infrutifera, não é que não houvesse nada de útil sobre os fundadores em Hogwarts, é que não havia nada na biblioteca, os livros importantes estavam na sala do diretor, a única coisa que eu precisava era de uma forma de conseguir por minhas mãos neles com ou sem o consentimento do diretor.


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