O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 32
Capítulo 31 - Com Hugo em Hogsmead


Notas iniciais do capítulo

Boa Tarde!

Inicialmente, gostaria de pedir perdão aos leitores desta história. Foram tempos conturbados, que impediram a mim e ao outro Autor de continuá-la. Em respeito a vocês, que deram uma chance à história, decidi que irei terminá-la. Espero que aqueles que ainda estiverem acompanhando compareçam para deixar comentários. Postarei o próximo amanhã.

Obrigada pela compreensão, e o mais importante: Boa Leitura!

Atenciosamente,
Lana



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428781/chapter/32

Capítulo 31 – Com Hugo em Hogsmead


Quadribol, o esporte dos bruxos, começou como um jogo em que crianças bruxas voavam em vassouras tentando fazer gols com pedras. O jogo cresceu ao ponto de incorporar partes de outros jogos e se tornou oficialmente o esporte dos bruxos, deixando de ser apenas uma brincadeira de criança.
Em Hogwarts, o quadribol movimentava a escola com apostas em pequenos valores, os alunos se tornavam competitivos, principalmente entre casas rivais como Sonserina e Grifinória, Luffa luffa e Corvinal. Porém, o quadribol não era algo ruim, de certa forma os jogos uniam a escola, os alunos torciam, riam e se divertiam, depois até mesmo as mágoas da derrota eram esquecidas, afinal era apenas um jogo de escola, mas os jogadores ainda sentiam a pressão.
Nas semanas que antecediam aos jogos, os atletas estavam acostumados a sofrer pressão e intimidação por parte do time adversário, eu não era exceção. Por um breve período abandonei por completo as pesquisas infrutíferas sobre os fundadores e me voltei unicamente a me preparar para o jogo contra a Luffa Luffa, que estaria com um time muito forte, foram os campeões do ano passado.
A atmosfera era cheia de emoção, até mesmo Giovanna, que havia assumido uma postura melancólica e depressiva, parecia ter se animado um pouco, mas afinal havia dois anos que ela vinha sonhando... não, profetizado a própria morte. Isso acabaria com a personalidade de qualquer um.
Os treinos estavam puxados, meu irmão havia aprendido a importância da disciplina, pelo menos quando se tratava de Quadribol. Apesar de tudo já havia ganho sete detenções e seis advertências, embora mal tenha começado o ano. Somente um mês e ele explodiu um banheiro, colocou uma grande quantidade de feijões fedorentos na comida dos alunos da Sonserina, colocou tinta especial para cabelo na água da escola, garantindo que todos acordassem no dia seguinte com os cabelos multicoloridos, com listras, bolinhas e uma grande variedade de esquisitices, prendeu Filch em um armário de vassouras, entre outas travessuras. Agora quando se falava de quadribol, aí já era assunto sério.
Se tornou frequente naquela semana que antecedia ao primeiro jogo voltarmos exaustos para o dormitório tarde da noite, mas isso era um alivio, afinal quando eu voltava para a cama completamente exausta eu não sonhava. Ultimamente eu vinha tendo pesadelos envolvendo serpentes, quatro sombras que gostavam de sorrir e me fazer persegui-las e o pior de tudo, eu via a morte, não a minha, mas de alguém querido, embora eu não pudesse ver o rosto.
O clima de ansiedade se completava pelo fato de ser pouco tempo antes do primeiro fim de semana em Hogsmead, o que significava o meu “dia com Hugo”, algo pelo que eu não estava particularmente ansiosa, mas havia dado minha palavra.
Os dias se arrastavam com a pressão entre as casas, aulas e treinos exaustivos, quase sem nenhuma alteração. Eu voltava para o castelo depois de tomar um bom banho no vestiário, porém naquele dia foi diferente, eu me atrasei pois foi minha vez de guardar os equipamentos, então voltei sozinha.
Já era tarde, não estava ciente das horas, mas sabia que provavelmente levaria uma bronca do zelador caso fosse pega, mas como eu tinha um motivo, não seria o caso de detenção. Ainda assim tomei cuidado, Filch nunca estava de bom humor e ter sido trancado em um armário por meu irmão sem duvida o teria deixado mais espinhoso.
Enquanto andava em silencio pelo terreno da escola, desejei profundamente estar com minha capa da invisibilidade, porém havia emprestado a mesma para Alvo e meu sexto sentido me dizia que já estava na hora de pegar de volta.
Um movimento repentino me fez me esconder puramente por reflexo, não foi difícil se esconder, pois Hogwarts ficava próxima a uma floresta. Além de uma grande gama de arvores na propriedade, haviam construções, arbustos, fontes, estátuas... Escondi-me atrás de uma estátua que no escuro não pude ver a forma.
O escuro somado à tênue cobertura que a estátua fornecia tornou-me relativamente invisível. Observei a fonte do ruído, achei que iria ver Filch chiando pelos jardins, mas o vulto que vi era relativamente mais jovem, uma nuvem se deslocou e a luz iluminou o estranho: era Alexander!
Ele saiu apressado contornando propriedade. Contive o impulso por alguns segundos, afinal um não andava sem o outro, pouco tempo depois Escórpio saiu atrás do amigo. O tempo estava tão escuro, que era relativamente fácil seguir ambos, sabia que havia algo, sempre havia algo, o problema é que sem a capa eu não podia chegar muito perto.
Eu hesitei, ir atrás dos dois podia ser bom, porém e se eu fosse pega? Esse pensamento me parou por alguns. “Será que eu devo?”. Porém eu segui em frente, afinal se eles me descobrirem não fariam nada, estávamos do mesmo lado e eu queria saber, enquanto caminhava no escuro eu pensava o que os dois estavam aprontando.
Felizmente não precisei andar muito antes que meus alvos parassem perto das estufas, ambos acenderam as varinhas e me escondi de novo atrás de um arbusto. “Como queria estar com a capa de invisibilidade...”. Fiz uma anotação mental de pegar a capa com Alvo ou pelo menos aprender um feitiço de desilusão.
A luz das varinhas passou por onde eu estava, mas os arbustos me esconderam, atrevi –me a espiar quando a escuridão completou minha camuflagem, no entanto ponderei ser aconselhável não chegar mais perto.
Ambos pareciam estar conversando. Eu desejava com todas as forças poder ouvir, sem dúvida eles não haviam feito todo esse caminho apenas para conversar, ou fariam algo ou estavam esperando alguém, o que era provável, afinal porque se arriscar a pegar uma detenção apenas para conversar escondido?
A confirmação para minha hipótese se veio pouco tempo depois, quando um terceiro aluno se juntou a eles. Os três conversaram alguns minutos antes do recém chegado entregar algo... Parecia um bilhete? “Que estranho” pensei. Teria realmente algum motivo para eles se encontrarem no meio da noite? A grande questão era “Como eu iria descobrir do que isso se tratava?”.
O que me restava era esperar que fossem embora e voltar para o dormitório sem ser vista. Foi relativamente simples, apesar de demorado. Tive que dar uma vantagem para eles, uma vez que estivesse dentro do castelo iluminado por velas seria impossível me esconder com sucesso.
Fui dormir depois da meia noite, consequentemente na primeira aula de DCAT a professora Circe me usou como exemplo do que não fazer em uma luta com lobisomens, o que incluía ficar desatenta. Minha raiva combinada com a vergonha serviram para me despertar, e por isso fui bem na próxima aula, Poções, onde consegui com sucesso preparar um leve antídoto e apenas para agradar completei com um bezoar. O professor Slughorn ficou muito feliz e disse que eu havia herdado o talento de meu pai. Isso me fez sorrir.
O pouco tempo que eu tinha passou em um passe de mágica, o resto da semana se foi e finalmente chegou o jogo. Foi uma vitória com folga, nosso time marcou cinco vezes antes de eu capturar o pomo, o que foi um alívio, acho que se perdêssemos esse jogo meu irmão iria fazer treinarmos desde já para os jogos do ano que vem. Foi uma noite agitada em que a sala comunal explodiu em festa e por aquelas breves horas eu me senti em paz.
***
Foi o frio que me acordou no meio da noite, eu me aconcheguei nos cobertores, porém já não conseguia dormir. Dentro de poucas horas eu iria para Hogsmead com Hugo... Isso era estranhamente aterrador, sentia que algo iria dar errado ou talvez o simples fato de ir a Hogsmead com Hugo erra um erro, mas eu havia aceitado por algum motivo e cumpriria minha palavra.
Me levantei sem acordar Esther e Petra. Minhas companheiras de quarto patricinhas iriam me encher o saco até o ano novo caso perdessem seu “precioso sono de beleza” e como eu tinha descoberto para meu pesar que não era uma boa ideia dividir o quarto com garotas sem nada na cabeça e de mal humor.
Encontrei Hugo no grande salão, ele andava de um lado para o outro da sala me esperando, o que me mostrou o quanto ele estava ansioso por isso. Eu me senti culpada, de forma alguma me senti ansiosa por isso... Na verdade parte de mim desejava não ter aceitado.
— Vamos? – ele me convidou estendendo um braço, eu fiquei ligeiramente envergonhada, “será que ele espera que eu vá andar o dia todo pendurada no braço dele como se fosse uma pulseira?”.
— Vamos – disse para ele e ignorei o gesto discretamente.
— Você está bonita – disse Hugo puxando assunto enquanto caminhávamos lado a lado saindo da propriedade, não que eu estivesse diferente, vestia meu uniforme, nem meu jeito de maquiar ou perfume era incomum, eu estava da maneira de sempre.
— Obrigada, você está – como Hugo estava? Bonito? A palavra que eu queria dizer era “normal”, mas achei que seria excessivamente grosseiro de minha parte e então completei – apresentável – isso fez meu primo sorrir e serviu para eu me sentir incomodada.
O passeio por Hogsmead não foi muito diferente do que seria se Tabitha estivesse conosco. Conversamos, visitamos as lojas, principalmente a Dedosdemel e por fim o Três Vassouras. Em todo o processo Hugo parecia estender a mão como se quisesse andar de mãos dadas ou que eu grudasse no braço dele, me encheu de elogios e depois me prometeu comprar algum presente que eu gostasse. Ele estava “forçando a barra”.
Enquanto estávamos no pub me aproveitei para manter uma certa distância, aquela versão grudenta de meu primo era consideravelmente desagradável e com uma cerveja amanteigada ele não precisava falar tanta abobrinha.
— Sabe esses dias? Depois do treino de Quadribol? – comecei, finalmente com a intenção de compartilhar o que vi a noite, não havia tido uma oportunidade antes entre aulas e treinos.
Hugo pareceu descontente com o rumo da conversa, mas eu não me importei, afinal ele também não tinha se importado com eu não ter gostado de nenhum dos outros assuntos que ele sugeriu.
— Então o que você acha? Será que eles descobriram algo? – perguntei.
— Não – disse Hugo meio seco.
— Por que não? – não me intimidei.
— Se eles tivesse descoberto algo teriam compartilhado – ele mexeu a garrafa de bebida se recusando a me olhar, fiquei com pena e não insisti.
Depois que terminamos no pub fomos dar mais uma volta no povoado e terminar o passeio na Casa dos Gritos. Essa parte do encontro não correria muito bem, em minha ansiedade para tudo acabar logo eu não percebi que estávamos sendo seguidos.
Andei pelas ruas e avenidas de Hogsmead com meu primo até que algo chamou minha atenção: havia luzes na Casa dos Gritos. A mansão que todos consideravam mal assombrada era inabitada a décadas, mas sem duvida havia gente na casa.
— Lily! Você não está pensando em entrar ali! – disse Hugo quando fui em direção a entrada.
— O que me denunciou? Ter vindo até o portão ou sacado a varinha? – perguntei inocente.
— É perigoso, a construção pode cair a qualquer momento, a madeira é velha, e... E se realmente tiver alguém ali?
— Pode ser alguém precisando de ajuda – respondi, não era bem o motivo de eu querer entrar, era mais algo como intuição.
— E se não precisar de ajuda? E se for perigoso?
— Eu vou entrar do mesmo jeito e você vem comigo, ou você vai deixar uma frágil e indefesa garota como eu enfrentar o perigo sozinha? – perguntei, mais para zoar com ele, fingi minha melhor cara de inocente e assustada. Foi imediato, Hugo tomou a frente com o peito estufado e varinha em punho. “Homens” pensei, mas o segui.
O primeiro passo fez o assoalho ranger, mesmo assim Hugo e eu seguimos em frente, a madeira estava podre em vários lugares, e eu tinha a terrível sensação de que a mais leve brisa poderia por o lugar abaixo, embora achasse que isso era de certa forma exagero, quando finalmente chegamos a sala próxima onde eu havia visto movimento pude finalmente ouvir vozes.
— Eu sei que você sabe para onde aquela aberração foi! Agora confesse! – disse a voz que eu reconheci de imediato, olhei pelo buraco da fechado para confirmar, mas já sabia mesmo antes de olhar, Alexander estava torturando um ex companheiro de Arika para descobrir o paradeiro da garota ! Um terrível sentimento de angustia se tomou conta de mim, eu não esperava o garoto capaz de algo assim, mal sabia que aquilo era o menor de meus problemas, não ouvi ou melhor, não dei atenção ao barulho do assoalho rangendo, o que significava que mais alguém havia entrado na casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado de Lily Potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.