O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 23
Capítulo 22 - O sacrifício


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Chegamos a uma parte crucial da história, tenho certeza que vão gostar desse capítulo e ficarão muito ansiosos com o próximo!
Comentem galera

Boa Leitura ^^



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Capítulo 22 – O sacrifício

Ficamos ali parados em choque, até percebermos o movimento na sala. Os ocupantes saíram um a um, começando pelo auror, que se mostrou surpreso por nos encontrar, e em seguida os professores. O último foi Córmaco me lançando um olhar severo e cheio de desagrado, inquisitivo até, e eu o encarei, mas ali com os outros professores perto e o diretor ele não se atreveu a dizer nada e seguiu seu caminho.

O diretor Neville nos viu no vão da porta, permanecia sentado em seu escritório. A surpresa inicial de nos ver ali foi substituída pela curiosidade, o rosto redondo e gentil do diretor sorriu para nós.

– Sim? – perguntou o diretor, nos recuperamos do choque e entramos no escritório nos sentindo incomodados. O lugar era uma junção de escritório com uma selva de plantas, os quadros dos diretores nos observavam. Meus olhos procuraram o grande de Alvo Dumbledore, meus olhos se encontraram com os do retrato e o velho diretor deu uma piscadela antes que eu respondesse.

– Professor o que foi tudo isso que ouvimos? – perguntei chocada, Neville pareceu ligeiramente desconcertado. Parecia esperar pela pergunta, não se sentindo à vontade para nos responder com a verdade.

– Algo que não lhes diz respeito. Seu pai era exatamente igual, adorava meter o nariz onde não é chamado. – Disse o quadro de Severo Snape, de seu cavalete de armação ao fundo. Eu me virei, o homem que ajudou a manter meu pai vivo me encarava com seus olhos negros e inexpressivos, rosto macilento e nariz adunco.

– Acho... que vocês tem outros assuntos para tratar comigo... não? – perguntou Neville, ele estava incomodado e fugindo da pergunta. Mas eu não desisto tão fácil assim.

– Diretor, o Alexander é meu amigo! – eu dei um passo à frente.

– Desrespeitosa como o pai! – disse quadro de Snape, eu não lhe dei atenção.

– Lily – Eu me sobressaltei, quem falou dessa vez foi o quadro do professor Dumbledore – entendo que você possa estar preocupada com o seu amigo, mas passado é passado, e por mais doloroso que seja cabe a cada um lidar com ele a seu modo. Se o jovem senhor Alexander não dividiu seu passado, seria no mínimo uma falta de respeito para com seus sentimentos se meter nisso contra a sua vontade. Acho que você tem seus próprios motivos para estar aqui hoje, não?

Eu engoli em seco, Tabitha se adiantou e pediu para usar a penseira.

– A penseira? – perguntou Neville meio confuso.

– Sim, achamos que podemos provar a inocência do Alex. – disse Tabitha, eu ainda encarava o quadro de Dumbledore.

Então Hugo contou sobre o feitiço e como a página havia sido arrancada, de como precisávamos entrar em sua lembrança para ler a pagina por lá.

– Que esplêndida ideia! – disse Dumbledore.

– E como você tem certeza que a memória do seu irmão está alterada? – perguntou a voz zombeteira de Severo Snape.

– Por que o Alexander é inocente, ele mesmo me disse. – Rebati.

– Ah claro, o assassino alega a inocência, acho que todos devíamos acreditar nele. – disse o irônico Snape.

– Basta – disse Dumbledore – Diretor?

Neville acenou com a varinha e a bandeja de pedra saiu de dentro de uma das gavetas e aterrissou em cima da mesa. O professor Neville extraiu a memória de Hugo e se ofereceu para visualizá-la, porém, o trabalho foi lento e o contrafeitiço um tanto melindroso, de modo que o diretor precisou voltar a mergulhar na penseira exatamente dez vezes para que pudesse nos descrever toda a página, já que era impossível levar uma folha de papel e pena para dentro da memória.

O primeiro passo envolvia uma poção de reavivamento das lembranças que era feita com ingredientes um tanto perigosos de manusear, e talvez por isso o livro se encontrasse na seção reservada, mas o professor Slughorn foi muito solícito em prepará-la assim que o Sr. Longbottom pediu, embora fosse preciso que esperasse algum tempo para que a poção estivesse realmente pronta. Enquanto isso, estudávamos a segunda parte, que era a descrição de como executar o contrafeitiço que reverteria a memória do meu irmão, que, em palavras resumidas, era a emersão da verdade por trás da mentira plantada na mente de James.

Os antigos diretores, nos quadros, agora apenas observavam. Snape mantinha sua faceta de incredulidade, assumindo seu lugar de apenas enfeite que observa, ao passo que Dumbledore observava cada palavra que proferíamos ali. Eu gostaria de tê-lo conhecido.

– Estou impressionado com a determinação de vocês três. Eu mesmo não me lembrava dessa solução, pois os últimos anos foram muito tranquilos e não houve nenhum caso parecido com esse. Na verdade, se não fosse por vocês o garoto estaria perdido, até todas as paredes do castelo acreditam que ele seja o culpado. – Neville Longbottom pontuou.

– Menos as paredes que presenciaram a tragédia. O Senhor também acredita que não foi o Miller que matou a garota? – Foi Hugo quem disse, o que me fez finalmente acreditar em seu arrependimento.

– As evidências não ajudavam no caso dele, um garoto órfão e misterioso, com um passado sofrido, conforme vocês inevitavelmente escutaram, e que tinha certa fascinação pelas Artes das Trevas. Eu acreditei que tinha sido ele, de início, mas não é segredo que a única testemunha estivera com suas faculdades mentais comprometidas, e isso me fez duvidar. O novo depoimento do seu irmão será capaz de mudar tudo.

E então, James foi chamado para que se juntasse a nós na diretoria, enquanto o sol se escondia atrás da Floresta Proibida. Alexander seria declarado inocente do assassinato de Anna Lovegood, e isso fazia com que minhas mãos formigassem de ansiedade, eu parecia não ser a única.

A poção foi servida a ele em um pequeno tubo de ensaio, e todos o encarávamos com expectativas sobre o que aconteceria em seguida, quando James fez careta e apoiou as mãos sobre as têmporas.

– Que estranho, eu tento pensar naquela noite, mas meus pensamentos estão embaçados e escorregadios, parecem derreter. E fica pior a cada vez que tento focar em algo.

Slughorn, novamente presente entre nós, disse:

– São as memórias, provavelmente alteradas, sendo apagadas. Isso prova que realmente foram modificadas, e não utilizando um feitiço simples, acredito que tenha sido potencializado com magia negra, e portanto, precisamos tirá-lo de você para depois fazê-lo lembrar. Uma vez que fossem reais, com essa poção você não sofreria alteração cerebral nenhuma, o máximo seria uma diarreia.

Todos sorrimos brevemente, o que foi ótimo para descontrair o ambiente, antes tenso pela iminência da prova derradeira. Córmaco irrompeu sala adentro sem se dar ao trabalho de bater.

– Descobri sobre a conspiração de vocês e decidi que quero participar também. – Seu nariz torto permanecia em direção ao teto enquanto andava com seu queixo soberbamente levantado. Ninguém lhe deu atenção, o que o ofendeu, mas felizmente não disse nada.

– Quando não conseguir ver mais nada, nenhum borrão, avise, que será a hora de resgatarmos sua lembrança. – Neville avisou.

– O que pensam que estão fazendo? – O professor de Defesa contra as Artes das Trevas estreitou os olhos.

– Descobrimos que a memória de James Potter relacionada ao dia do assassinato da Srta. Lovegood foi alterada e estamos executando um contrafeitiço para descobrirmos a verdade. O testemunho do garoto é crucial para solucionarmos esse caso. – Esclareceu o diretor, em tom formal.

– Já sabemos que o culpado é o Alexander Miller. Por que fugiria caso não fosse o assassino?

– Não dá pra ter certeza, não agora. O menino provavelmente fugiu por medo, e com razão, afinal, foi seriamente acusado sem sequer ter sido ouvido. – McLággen se calou.

Com os olhos ainda fechados, meu irmão recostou a cabeça no sofá, agora com o semblante sereno e a respiração calma. O silêncio se instalou por um tempo que não consegui estimar, até que James falou, com a voz regular.

– Já não consigo me lembrar de nada.

Neville se levantou e preparou-se para executar o segundo passo, o feitiço em si, que faria com que a lembrança verdadeira ressurgisse. James fez sinal indicando estar preparado, e todos calaram-se para observar o feitiço raro. Neville concentrou-se e quando se sentiu confiante, sacou a varinha de dentro das vestes robustas e colocou-a à frente de seu corpo, quase tocando a cabeça de meu irmão.

Foi então que murmurou:

– Obliviate!

Minha tia Hermione já havia usado tal feitiço, uma vez, quando decidiu ir atrás das horcruxes com meu pai e tio Rony. Porém, ela não utilizou o feitiço para fazer com que seus pais lembrassem de algo, como Neville acabara de fazer, mas para fazer com que seus pais a esquecessem e não sofrer se ela não voltasse. Certamente, fora uma decisão muito difícil.

James não mostrou nenhuma reação ao feitiço, apenas abriu os olhos e olhava para o nada, além do alcance das minhas vistas. Ele estava recordando, e então demos um tempo a ele.

– Revivi a noite da morte da Anna. Eu estava lá, discutindo com Alexander Miller por umas coisas sérias que fiquei sabendo, quando o desafiei para um duelo. Alexander sacou a varinha e eu também, mas o caos se instalou no local graças ao aparecimento de algumas pessoas, me lembro que a maioria usava o símbolo do Foop preso ao colarinho. Levantei minha varinha para atacá-lo, mas me distraí com um grito, que não era o da Lovegood, e quando me virei para a direção do garoto que eu confrontei, uma luz verde abriu passagem e atingiu a garota que havia acabado de descer as escadas. Ela morreu através de uma maldição imperdoável, que não saiu da varinha de Alexander, a luz e o grito “Avada Kedavra” vinham detrás dele, que foi arremessado ao chão, cerca de um metro de mim. Eu não consigo ver o rosto do assassino, estava encoberto, mas pela sua forma dá para perceber que é um garoto muito alto e magro, mas pude ver uma garota atrás dele gritando “Joriel!”, em tom surpreso. Ou seja, não foi Alexander.

Foi com um sentimento de vitória que voltamos para nossas respectivas salas comunais e nos recolhemos. Naquela noite, eu dormi com um sorriso no rosto imaginando que tipo de artigo sairia no profeta diário no dia seguinte, talvez algo como “Aluno inocentado, grande conspiração encontrada em Hogwarts”, mas não houve nenhuma menção, nem no dia seguinte, nem no próximo. Lembrei-me que o assunto se mantivera nos arredores de Hogsmeade, e dessa vez, nem a intragável Rita Skeeter conseguiu um furo de reportagem.

– Se isso está te incomodando tanto, por que não procura o diretor ou fala com James? – perguntou Tabitha quando mencionei a ela não entender a razão de até agora Alexander continuar foragido.

– Eu já fiz a minha parte, agora é só esperar – respondi.

Tudo o que restava era esperar, as decorações para o baile em comemoração à batalha em que Lorde Voldemort sucumbiu prosseguiam, convites eram entregues a alunos que deviam ser encaminhados aos pais, garotas eram vistas com frequência aos risinhos nos corredores, algumas pessoas ajudavam na decoração, entre elas Petra e Elia que tomaram posse de tudo o que havia para ser feito, desde a decoração até as músicas que seriam tocadas.

Eu obviamente não quis me envolver com a decoração, já havia muito que pensar. E finalmente, depois de duas semanas que a memória de James foi revertida, Alexander foi inocentado, mas ainda devia aparecer para prestar depoimento, e em seu lugar Joriel foi preso por aurores.

A prisão de Joriel e o baile eram os dois assuntos mais falados nos corredores, como se a festa tivesse o mesmo peso do assassinato, a recém provada inocência de Alexander acendeu uma luz de esperança: com o depoimento de James e a prisão do assassino e um bom interrogatório, a verdade sobre o FOOP poderia finalmente ser revelada.

Aurores eram novamente vistos na propriedade, e apesar de comprovada sua inocência, Alexander permanecia desaparecido. Comecei a ficar preocupada, afinal onde ele poderia estar? Uma semana após a prisão de Joriel um artigo no Profeta Diário saiu expondo todo o caso acontecido em Hogwarts, a confusão sobre o autor do crime, mostrando Alexander como inocente e Joriel como um assassino. O artigo também pedia à comunidade bruxa que ajudasse na busca pelo garoto desaparecido. Surgiram ate mesmo boatos de que ele poderia ter sido morto para conseguirem o seu silencio.

Como era de se esperar o FOOP praticamente não mais agia, não recrutava, e isso não era muito suspeito, tendo em vista de que um de seus principais membros foi preso, era óbvio que eles iriam ficar mais na surdina.

Mas a pergunta que não queria calar, onde estaria escondido Alexander Miller? Estaria ele realmente morto? Eu tinha dificuldades de dormir tendo pesadelos com isso, Giovanna também não sabia de nada.

O tempo foi passando lentamente, o dia do baile chegou e eu recusei exatamente cinco convites para o baile, me decidi não ir com ninguém. Hugo iria com Tabitha, segundo a amiga meu primo quis me convidar, mas foi aconselhado a não fazer, pelo que fiquei grata, eu simplesmente não queria ir com ele, não queria ir com ninguém. Apenas iria.

O baile aconteceu em um dia cinzento, nuvens de chuva grossa podiam ser vistas no teto encantado do grande salão, as pessoas estavam muito animadas, a notícia da prisão de Joriel se tornou algo do passado, havia acontecido meses atrás e com fim do ano letivo e o baile, ninguém se incomodava de questionar os motivos de um louco, eu estava decepcionada, afinal ate agora o garoto não havia aberto o bico, eu esperava que houvesse mais prisões.

Passei o dia do baile com meus pais, a festa mesmo seria a noite, meu irmão James estava bem animado agora com a memória plenamente restaurada. Alvo acabou com as mãos presas no livro e meu irmão pela primeira vez ganhou um castigo antes mesmo de chegar em casa nas férias, isso me animou um pouco. Meus pais pareciam notar meu estado de espírito, pois a todo momento me perguntavam se algo estava errado, e estava: segundo Giovanna Trelawney era hoje o dia do retorno de Voldemort e eu não sabia como impedir, nem como e onde iria acontecer.

Apesar de tudo nada aconteceu durante o dia, eu me arrumei e tive o cuidado de levar a varinha comigo para o baile, tinha a impressão que iria precisar dela. Á todo instante rezava para que as coisas dessem errado para o Foop e Voldemort não retornasse na pele de seu legado. O Salão Principal estava lindo, apesar do excesso de rosas que pendiam das paredes com inúmeras fitas, um verdadeiro exagero. Havia uma banda de verdade tocando varias músicas a pedido dos alunos, pessoas dançavam entre as mesas, pais de alunos que se conheciam na escola se cumprimentavam, e em meio a toda essa diversão eu fiquei sentada em uma mesa observando.

Olhei para os membros do FOOP que eu conhecia, Kirche parecia radiante, como se tivesse acabado de ganhar na loteria esportiva do Profeta Diário; “Anda, faz algo suspeito!” eu ficava pensando, queria que ela agisse logo, ali no meio do baile com tantos bruxos treinados seria perfeito, Voldemort voltaria e seria capturado no ato, pelo menos eu assim esperava.

Seria possível que o Foop perderia sua chance? Voldemort não voltaria... esse ano? Será que eles desistiriam? Eu continuava implorando silenciosamente para que as coisas fossem assim. Conheci vários pais de alunos, inclusive os de Petra que eram exatamente o que eu imaginava: dois esnobes ricos e metidos que estavam encantados de conhecer a filha de Harry Potter e depois o próprio; depois os pais de Arika, que parecia tão doente que era uma surpresa ela ter vindo no baile, e vários outros.

Alguém tocou meu ombro, eu me virei esperando dar de cara com algum pai de conhecido ou amigo querendo me apresentar os pais, mas dei de cara com Alexander. Ele usava um terno preto e sorria, tive cinco segundos para me recuperar do choque.

– Você... Como...? – perguntei então sorri – Você me deixou preocupada!

– Que tal uma dança? Eu posso te contar tudo enquanto a gente se diverte um pouco – ele disse, então nos dirigimos para a pista. Fiquei tão feliz de ele estar livre, vivo e bem, de finalmente ter aparecido, que me esqueci da minha vigilância solitária. Aquele foi meu erro, talvez meu maior erro. Se eu tivesse permanecido atenta, eu talvez pudesse ter impedido o desastre que aconteceu naquele dia.

– Por que você desapareceu durante tanto tempo? – eu perguntei enquanto dançávamos.

– É muito difícil encontrar um esconderijo decente... Aurores rondaram cada canto da escola e do povoado a minha procura... Eu não podia me dar ao luxo de ser pego. E você conseguiu provas minha inocência, conforme o prometido! – ele respondeu.

– Mas e depois de você ser inocentado? Por que permanecer escondido? – eu perguntei, ele me deu um sorriso sem graça.

– Eu demorei um pouco até descobrir que não era mais taxado como o culpado, mas assim que tomei conhecimento, quis investigar... Era mais fácil fazer as coisas na moita. Depois que resolvi me entregar para os aurores eles acharam que eu devia prestar depoimento e levou duas semanas para que eu saísse com a ficha limpa, não acharam que era uma boa idéia eu dar as caras na escola assim tão cedo, queriam interrogar o verdadeiro assassino... Ver se ele tinha cúmplices. No fim ele não disse nada.

Dançamos três músicas na pista antes de acontecer. Houve um estrondo em algum lugar no castelo tão forte que o próprio castelo pareceu tremer.

– O que? – eu perguntei.

Minha pergunta se respondeu sozinha, um frio inundou o lugar junto com um barulho de sucção de ar, a felicidade pareceu desaparecer do ar e eu me senti tonta, vultos encapuzados surgiram porta a fora, as pessoas gritaram, luzes prateadas em forma de animais dispararam de vários lugares da aglomeração.

– Dementadores!!! – alguém gritou.

Na comoção eu e Alex acabamos nos separando. Fui empurrada de um lado para outro, vi o veado prateado de meu pai galopar e atingir um dementador no peito. De pouco a pouco os dementadores pareciam recuar, mas eu percebi, era agora, estava acontecendo em algum lugar do castelo! O retorno de Voldemort!

Eu devia ter prestado mais atenção, esquadrinhei o lugar em meio ao caos o melhor que pude, esperava encontrar Kirche ou alguma dica de onde ir, o que fazer para impedir, mas é claro que o ritual não estaria acontecendo ali, naquela sala, mas estava acontecendo em algum lugar do castelo! Notei duas pessoas sendo arrastadas porta afora, eu segui no encalço do sequestrador. Devo ter sido a única a notar, pois ninguém seguiu.

Eu segui pelo corredor uma trilha de sangue que devia pertencer a uma das vítimas com a varinha na mão. Imprudente! Eu fui imprudente, devia ter pedido ajuda! Segui por três corredores e desci sete lances de escada até finalmente encontrar uma sala, nas masmorras, uma das partes mais profundas do castelo. A trilha de sangue seguia por baixo de uma porta de carvalho enorme, eu sabia o que encontraria ali e mesmo assim empurrei a porta, alguém estava em perigo e eu pretendia ajudar.

Empurrei a porta pronta para duelar com Kirche e impedir o ritual, mas Kirche não estava ali, era Arika e seus pais.

Por um momento eu encarei a garota antes que alguém me amarrasse e eu desabar no chão. Como eu fui idiota! Em algum lugar da minha cabeça eu achei que iria chegar aqui e duelar contra o sucessor do Lorde das Trevas e impedir o seu retorno, eu fui burra achando que seria capaz de detê-lo sozinha.

– Você? – eu perguntei, a monitora da Grifinória apenas sorriu para mim, seus pais também estavam ali no chão, amordaçados, e também o namorado da mesma. Notei alguns cacos de vidro espalhados no chão e chamas ardendo em tochas nas paredes, iluminando ardilmente o local.

– Quieta Lily... Eu tenho algo para terminar... – disse ela, notei que havia uma espécie de círculo no chão, e o quadro do Lord das Trevas estava em uma das paredes sorrindo, acariciando a cabeça de uma grande serpente.

– Avada Kedavra! – disse a menina, com um raio familiar de luz verde matou a própria mãe. Eu esperava que fosse haver alguma mudança, lágrimas, um sorriso talvez, até algo efeito de magia, mas a garota permaneceu igual, com a face de doente. E então, com um segundo feitiço matou o próprio pai, permanecendo inalterável como se para ela isso não tivesse significado nada.

O círculo de sangue brilhou vermelho e queimou, as feições de Arika se tornaram deformadas, ofídicas, os olhos se tornaram fendas vermelhas e a garota que antes podia ter sido considerada bonita já não existia mais, ali estava uma cópia quase perfeita do Lorde das trevas. A garota apontou a varinha para o garoto que antes foi seu namorado, finalmente vi uma fina lágrima escorrer dos olhos da besta.

– Eu apenas quero por um fim nisso...

– Avada Kedavra! – uma voz retumbou no ar. Por um momento eu achei que era Arika matando o próprio namorado, mas era Alexander que havia irrompido pela outra porta. Ele apontava a varinha para o que antes era Arika e tinha um olhar furioso, vingativo.


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