Mais um verão escrita por Mark


Capítulo 25
Uma pequena discussão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428779/chapter/25

PERCY (Point of View)

Annabeth e eu estávamos conversando sentados na areia. Passamos boa parte da tarde ali, enquanto Andrew e Sophia conversavam olhando para o mar. Quando eles voltaram, Annabeth estava em pé, pensando em um jeito de nos levar de volta ao Acampamento Meio-Sangue, junto com Andrew e Sophia.

– Não, isso não. – dizia Annabeth, andando de um lado para o outro.

– Ela está bem? – perguntou Andrew.

– Ahn? – não entendi o que ele quis dizer, até ele apontar o indicador para Annabeth. – Ah, sim. Está pensando em um jeito de nos levar para o Acampamento.

Ambos assentiram. Sophia sentou ao meu lado, e Andrew ao lado dela. Desde que os vi, pensei que eram namorados. Mas eles negaram, então não são.

Joguei-me para trás, deitando na areia morna. O sol já estava caindo, se Annabeth não pensasse em algo rápido, corríamos o risco de ter que dormir ali hoje. Fechei os olhos, e vários pensamentos vieram a minha cabeça. Pensei no Acampamento, quem será que ganhou aquele capture a bandeira que eles fizeram no dia que eu e Annabeth começamos a nossa jornada para vir a São Francisco encontrar esses dois semideuses? Talvez o grupo do chalé de Ares, talvez.

– Acorde Perseu. – falou Annabeth, e quando abri os olhos, o rosto dela estava praticamente colado no meu. Eu sabia que para Annabeth me chamar de Perseu, algo ruim havia acontecido. Este é meu esquema:

Cabeça de Alga – Tudo está bem, e eu não corro risco de morrer.
Percy – Annabeth está falando algo sério, melhor prestar atenção.
Percy Jackson – Tem algo errado.
Perseu – Tem algo muito errado.
Perseu Jackson – F*deu, o mundo está acabando.

– Eu não estava dormindo, o que aconteceu? – perguntei, sentando na areia, assim que Annabeth se afastou.

– Eu não faço ideia de como vamos voltar ao Acampamento. – Annabeth falava séria.

– Vocês vieram em um pégaso, certo? – perguntou Sophia.

– Sim, mas Blackjack não iria conseguir levar nós quatro. – disse Annabeth.

Black... O quê? – perguntou Sophia, eu sorri.

– Blackjack. – falei.

– É legal ter um pônei? – Andrew perguntou.

– Ele não é um pônei, cara. – falei.

– Ah, pégaso. Desculpe. – corrigiu-se o garoto que confundiu meu pégaso com um pônei. Nada a ver.

– E então, Percy? Pensou em algo? – Annabeth perguntou, e eu balancei a cabeça, negativamente.

– E se formos de avião? – perguntou Andrew.

– NÃO! – falei um pouco alto demais. – Q-quer dizer, não.

– Algum problema? – perguntou Sophia.

– Quando nos encontramos com Zeus há alguns anos, ele falou para Percy evitar viajar em aviões. Sabe, ele não gosta muito de Percy.

– Zeus... O deus do céu? – perguntou Andrew.

– O deus do ar, dos ventos e trovões. – corrigi-o.

– Ah. Mas eles existem mesmo? – perguntou Andrew, um pouco surpreso.

– Sim. Existem sim. – falou Annabeth, assentindo.

– Mas se não podemos ir à pégaso, e nem em aviões... O que nos resta? – perguntou Sophia.

– Acho que por hoje não vamos pensar em mais nada. Que tal alugarmos um quarto de hotel para passarmos a noite? – sugeri.

Todos concordaram. Andamos um pouco até a área que não havia sido vítima das explosões daqueles monstros, e encontramos um hotel com quartos disponíveis. A recepcionista não queria ajudar, mas Sophia falou de um jeito tão... Doce? É, doce. Sophia falou de um jeito tão doce que a recepcionista se convenceu à nos alugar um quarto. Pensei um pouco a respeito daquilo. Já estava suspeitando sobre algo... Alugamos um quarto só, por que o dinheiro que nos restou não era muito. Peguei uma roupa qualquer na minha mochila e fui tomar um banho, pois estava bastante sujo. Quando saí, Annabeth entrou no banheiro. Logo em seguida, Sophia, e por fim, Andrew. Quando já estávamos limpos, sentamos na cama e tentamos pensar em algo para nos levar de volta ao Acampamento. Até Andrew e Sophia, que não sabiam onde era o Acampamento, resolveram ajudar.

Pensei por alguns instantes, e então falei:

– Barco.

– O quê? – perguntou Annabeth.

– Que tal irmos a barco? – perguntei.

– Ah, essa é uma ótima ideia, você tem algum barco em sua mochila? – perguntou Annabeth, sarcástica.

– Eu... Ainda não havia pensado nisso.

– Claro que não! – disse Annabeth, irritada.

– O que você tem, hein? – perguntei.

– Nada! Só estou pensando: na única vez que você dá uma ideia, não há como executá-la! – falou Annabeth, e eu comecei a ficar irritado.

– E precisa ficar brava comigo por causa disso? – perguntei, nessa parte já estava irritado.

– Gente... – tentou dizer Sophia.

– Espera! – dissemos eu e Annabeth, em uníssono.

– Você que pensa em tudo! Então por que não pensa em algo? – perguntei a Annabeth.

– Você poderia ajudar! – ela disse.

– Eu tento!

– Mas sempre que tenta, nunca consegue.

– ENTÃO AGORA VOCÊ VAI FICAR ME HUMILHANDO? – perguntei, levantando.

– NÃO ESTOU HUMILHANDO NINGUÉM, APENAS DIZENDO A VERDADE. – disse Annabeth, também levantando.

– ENTÃO POR QUE VOCÊ NÃO ENCONTRA UM NAMORADO MAIS INTELIGENTE? – falei bastante irritado.

A essa altura Annabeth e eu estávamos discutindo rosto a rosto, praticamente colados. Eu sei que Annabeth queria voltar logo para o Acampamento, mas eu estava tentando pensar em algo! Eu até dei uma ideia, mas notei que não daria certo. Só por que eu não estava conseguindo pensar em algo útil ela tem que ficar brava comigo? Não, é claro que não. Fui até a porta do quarto, e sai.

– PARA ONDE VOCÊ VAI, PERSEU JACKSON? – ela perguntou, gritando.

– VOCÊ NÃO É TÃO INTELIGENTE? DEVERIA SABER! – gritei.

Deixei o hotel e então, comecei a andar pelo litoral, deixando Annabeth, Andrew e Sophia no quarto.

*****

–Narrator-

Annabeth sentou-se na cama novamente. Algumas lágrimas rolavam pelo seu rosto.

– V-você tá bem? – perguntou Andrew, e Annabeth balançou a cabeça, negando.

– Claro que ela não está bem! – gritou Sophia.

– Uh, sim. Eu já sabia. – disse Andrew.

– Andrew, vá procurar pelo Percy, e diga para ele voltar aqui. – falou Sophia. – Annabeth, vamos conversar um pouco.

Andrew pareceu confuso no primeiro instante, Sophia estava usando aquela doce voz que deixava Andrew em transe. Pouco depois, o garoto levantou, assentiu e correu até a porta, deixando o quarto.

– Vai ficar tudo bem. – falou Sophia, sentando-se ao lado de Annabeth.

– Não tente usar seu charme comigo! – falou Annabeth.

– Meu o quê? – Sophia perguntou assustada.

– Não se faça de desentendida! Seu charme! Todas as filhas de Afrodite usam seu charme para fazer os garotos e até garotas atenderem aos seus pedidos e ordens! – disse Annabeth, entre soluços.

– Eu não faço a mínima ideia do que você está falando, mas sobre Percy... – disse Sophia, mudando de assunto rapidamente. - Você não acha que foi um pouco... Agressiva? – perguntou Sophia.

Annabeth assentiu, enquanto enxugava as lágrimas do seu rosto.

– Eu não devia ter dito aquilo tudo! Percy me protegeu durante a viagem inteira, destruindo os monstros... E aqui eu digo que ele não consegue pensar em nada! Claro que ele consegue, ele que teve a ideia de virmos até aqui no pégaso. – disse Annabeth, ainda chorando.

– Calma. Você só disse aquilo tudo por causa do momento. – falou Sophia. – Então... Vocês são namorados? – Annabeth assentiu.

– Pelo menos, éramos.

– Éramos? Você acha que Percy vai te deixar por causa de uma pequena discussão? – falava Sophia. – Eu senti! Também havia amor enquanto vocês brigavam!

– O que você está dizendo? – perguntou Annabeth.

– Olha: eu não sei explicar! Eu só sei que ele gosta mesmo de você.

– Como você sabe disso? Por acaso já conhecia o Percy antes de... – Annabeth levantou uma sobrancelha, e então foi interrompida por Sophia.

– Claro que não! Você acha que eu já conhecia seu namorado? Blah! – disse Sophia, sorrindo.

– Mas... – tentou dizer Annabeth.

– Você é muito ciumenta, sabia? – falou Sophia.

– Como você...

– Você está insinuando que eu já conhecia seu namorado.

Annabeth ficou sem palavras. Sophia sorriu.

– Quando ele voltar, você vai ter uma longa conversa com ele. – disse Sophia.

– Mas e se ele não...

– Annabeth! Você me parece bastante inteligente, mas não sabe de praticamente nada quando o assunto é amor! – disse Sophia, levantando e estendendo a mão para Annabeth. A garota loira sorriu.

– Está certo. Quando ele voltar, vou me desculpar. – disse Annabeth, enxugando as lágrimas que ainda caiam, e tentando sorrir. – Obrigado.

– Pelo quê? – perguntou Sophia.

– Pelo que você disse. Eu não devia ter sido tão dura com o Percy. Vou pedir desculpas, e perguntar se ele ainda...

– Claro. – interrompeu Sophia. – Ele ainda gosta de você. Agora vamos mudar seu visual... Por que não solta esse cabelo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mais um verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.