City of Demigods escrita por Tia Loly


Capítulo 10
Tina


Notas iniciais do capítulo

deu uma briga pra postar esse daqui
mas ok



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Tina

Nada como acordar com uma treta. Tretas são ótimas. Você já experienciou uma? Enfim, eu acordei umas quatro da manhã, com o som de meu celular que já ia acabar a bateria, vibrando por uma mensagem. Tateei em direção a luz com a minha mão e peguei para ver.

"Filha, adivinha que ótimo, eu consegui aquele cruzeiro com Jerry. Iremos hoje. Fique na casa de sua vó ou da suas amigas, eu não a quero sozinha em casa. Não desde a última vez, não é? Fique bem."

Eu suspirei pensando "Clássico de minha mãe". Da última vez, ela tinha ido para o Caribe e voltou um dia antes, quando eu estava dando uma festa lá em casa. Resumindo, eu nunca mais posso ficar sozinha em casa por um período maior que 12 horas. Mas minha vó me odeia. Tenho certeza, porque ela sempre fala de como Milly, minha prima, é tão inteligente, ou tão bonita, ou quanto ela é concorrida pelos rapazes. Eu nasci no mesmo ano que Milly, então é quase uma competição. Meu nome: Christina. O dela: Mildred. Eu comecei na frente, certo? Mas ela faz o básico de decorar uma coisa ou outra e tirar um 8,0 ridículo na escola fácil dela. Enquanto eu aprendo trigonometria, ela aprende equação de primeiro grau. Sim, no segundo ano do colégio. Linda essa ironia da vida contra mim. E ficar na casa de amigas? Que amigas? São todas loiras falsas com silicone e cílios postiços. Pra que me importar? Sim, eu até ando com elas, mas nenhuma é minha amiga. São meras conhecidas. Então eu respondi:

"Relaxa, mãe. Eu me viro. Beijos"

Parecia para mim que eu ia ter que ficar com o grupinho, querendo ou não. Eles eram minha passagem para não-ser-sem-teto. Depois da mensagem, eu só consegui dormir umas 6:30 da manhã, o resto do tempo eu fiquei me revirando na cama. As vezes meu braço sentia como se o demônio ainda estivesse o segurando e minha perna sentia como se tivesse algo se mexendo lá. São inúmeras as vezes que eu ascendi a luz para ver se não tinha um bicho na cama.

Mas voltando para a treta. Estava dando umas 7:00 da manhã que eu fui acordada pelo som de gente gritando e brigando. Eu só levantei e me olhei no espelho antes de sair. Meu cabelo estava enrolado nas pontas e minha roupa toda surrada e amassada. Eu fiz o meu melhor para desamassar aquilo e saí. De um lado, tinha Lanna brigando. Hanna gritava por algo que eu acho que era porque Leo que tinha a acordado. De outro lado era Lace brigando, porque aparentemente, Jace tinha comprado waffles com cobertura de baunilha e não de chocolate. Pft, amadores. Não sabem o que uma treta de verdade é.

–EI, PAREM DE GRITAR E SEJAM CIVILIZADOS! -eu gritei e todos me encararam tipo: de onde você brotou?

–Ah que ótimo, quem não ama uma briga matinal? -saiu Jason de um quarto, enquanto ria.

–Briga matinal? Você não sabe o que é uma briga -Hanna revirou os olhos.

–Vamos parar com isso, crianças -Nico chegou, arrumando a jaqueta dele. -Se preparem para viagem das sombras! -ele sorriu alegremente enquanto Hanna bufava.

–MasoqueéissomeuJesus? -eu falei um pouco rápido demais enquanto eu via formar tipo de uma filinha militar que todos formavam. Aos poucos aparecia todo mundo e quando chegaram todos, apenas me colocaram na fila e nem responderam minha pergunta.

–Prontos? -Hanna perguntou e todo mundo assentiu, menos Leo. Incrível como o amor é lindo. (Como assim "Olha quem fala?". Não te entendi, Hanna)

E a sensação de viagem das sombras foi incrível de legal. Foi de longe uma das melhores coisas que eu experienciara na minha vida. Se sente como uma montanha-russa indo muito rápido, e bate aquele friozinho em você. Sem contar o vento que te dá a ideia que seu cabelo está divando. Apesar do espelho discordar. Só sei que quando paramos, todos os outros, menos eu e os filhos de Hades, estavam tontos ou cambaleando. Inclusive Hodge, Liz e Jace, os nossos shadowhunters de plantão. Eu sempre lidei muito bem com tonturas e sentimentos de ...se sentir alta ou aérea.

Paramos em frente a um pilar grego. Que lá tinha uma escrita bem antiga, mas que eu entendi perfeitamente. Estava escrito "Camp Half Blood". Acampamento Meio-Sangue. Você olhava através do arco e via uma colina não tão grande, mas a área lá parecia infinita.

–Percy, faça as honras -Arya falou com uma cara de enjoo.

–Posso saber o nome de vocês? -Percy virou meio rodando para shadowhunters.

–Elizabeth Lovelace -Liz falou, se apoiando em Jace.

–Jonathan Herondale. -Jace falou.

–Jace é de Jonathan? -Leo comentou.

–Depois, Leo -Arya o repreendeu, dando uma cotovelada de leve.

–Okay....-Percy virou para o arco. -Eu, Percy Jackson, filho de Poseidon, permito a entrada de Hodge Starkweather, Elizabeth Lovelace e Jonathan Herondale, a fim de falar com Quíron sobre assuntos privados.

Assim, parece que um véu desceu do arco, abrindo caminho. Mas isso me subiu uma raiva. Por que não havia falado meu nome?

–E eu? Vou esperar aqui até voltarem? -eu avancei em Percy, com raiva.

–Você -ele olhou para o arco depois para mim. -Você é uma de nós. -ele sorriu e começou a entrar e subir a colina.

–------------------------------------------------------------------------------------

Eu não estava nem um pouco a fim de subir aquela colina. Eu não tinha dormido bem, e eu ainda estava dolorida. Mas eu me surpreendi demais quando cheguei no topo, que todo o meu desconforto e dor sumiram. Você olhava para a esquerda e via inúmeros chalés de diferentes cores e tamanhos, que faziam um círculo simétrico e perfeito. Olhava para a direita e via uma mansão azul com detalhes brancos, cheia de janelas e varandas grandes, como uma casa que mora uma grande família. E olhando em frente, primeiro havia uma arena enorme, cheia de crianças e adolescentes prodígios, lutando com espadas ou atirando flechas. Mais adiante, na mesma direção, via um bosque, uma plantação de morangos e se você olhasse ainda mais, veria uma praia com o mar profundo e calmo, com muitos rochedos lisos onde você via meninas (que eu depois descobri que eram ninfas da água) deitadas em cima. Eu realmente me surpreendi com aquele lugar.

–Eu vou cuidar das aulas ali -Percy falou. -Leo, leve todo mundo para Quíron, ok? -Leo assentiu e Percy saiu em direção a arena. Eu descobri depois que ele dava aula de esgrima para as crianças. Que legal, não?

–E eu vou dar uma olhada no meu chalé -Piper falou, suspirando.

–Eu posso ir te ajudar -Nico se ofereceu, com um pouco de esperança criando nele.

–Eu acho... que o que nos conhece devia vir junto -disse Liz, baixo.

–...claro. -Nico deu um passo pra trás e Piper fez uma cara ligeiramente desapontada.

–Eu vou -Hanna disse, acotovelando Leo para fora do caminho dela, propositalmente, e indo para o lado de Piper.

–Eu vou também. -disse Annabeth, sorrindo e acenando para geral. Todas desceram em direção aos chalés e Leo começou a guiar todo mundo na direção oposta, indo para a mansão. Hodge e os outros novatos olhavam curiosamente em volta, tentando decifrar o que aquele lugar tinha de tão peculiar para eles. No olho de uma pessoa de fora, qualquer um julgaria o Acampamento Meio-Sangue por um acampamento completamente normal, com certeza.

Ao chegar na varanda da soleira, Leo bateu na porta e alguns segundos depois, um homem de meia-idade, com os cabelos castanhos e emaranhados na altura do ombro, sem contar que ele estava numa cadeira de rodas, abriu a porta.

–Então, Sr. Valdez e companhia, em que devo o prazer? -ele abriu um sorriso.

–Pessoal, esse é o Quíron -Leo sorriu. -Dos novos temos, Tina, Liz, Jace e Hodge.

–Se você não estiver muito ocupado...-Hodge deu um passo para frente, polidamente. -Gostaria de discutir umas coisas com você.

–Claro que não estou ocupado -Quíron sorriu e abriu passagem. -Entrem, temos Diet Coke aqui.

Entramos numa sala confortável e aconchegante, com sofás e poltronas grandes o bastante para caber três de mim. Nós nos distribuímos pela sala e Quíron foi até uma parte que parecia até reservada para a cadeira dele. Ele parou e deu uma olhada individualmente em cada um de nós.

–Então, que tal explicar um pouco as novidades por aqui? -Quíron sorriu.

–Bem, acho que primeiro, devíamos deixar Hodge explicar a situação deles. -Arya estava do meu lado.

–Pois bem. -Hodge assentiu. -Somos da raça descendente do anjo Raziel. Respondemos por shadowhunters, caçadores de demônios e protetores de mundanos, livrando o normal daqui. E todos sabemos que as religiões colaboram entre si. Estamos aqui por... um acontecimento em comum.

–Em comum? -Quíron levantou mais os ombros na postura. -Bem, já que eu mandei meus campistas numa missão de buscar uma semideusa ontem, e eles dormiram fora. Eu julgo que não seria o menino que parece terrivelmente com Jason, nem a menina ao lado, pois ambos não parecem confusos.... eu julgo... você. -ele olhou para mim.

–Ahn... como você... quer saber, não. Não sei. Eu.... não me vejo como... uma de vocês. -eu falei confusamente.

–Ah, eu me sinto triste por isso. -um homem apareceu. Ele era alto, mas meio barrigudo. Usava uma blusa havaiana e uma bermuda, com chinelos e uma taça de vinho na mão.

–Olá, Sr. D. -Arya, Leo, Jason, Nico e Emma falaram simultaneamente como se fosse algo combinado.

–Campistas. -ele revirou os olhos.

–Quem é você? -eu perguntei, meio desconfiada com o homem.

–Deixe isso para depois. Alguém continue a histórinha de ontem, estava interessante para uma vida monótona assim. -ele falou e Quíron sorriu, como se ele entendesse. - Conte... você. -ele apontou para Liz.

–Bem... -ela começou.

–Olha, uma britânica -Sr D comentou na hora que ela falou, rindo. -Perdão, continue, minha cara Elizabeth.

–Como você...? -ela parecia confusa.

–Continue. - ele assentiu.

–Enfim....-ela balançou a cabeça.- Eu e Jace estávamos a caminho de um filme, e ouvimos gritos. Quando chegamos na...fonte dos gritos... -ela falou meio indecisamente.- Achamos Tina, sendo atacada por...

–Um demônio. -Sr D riu alegremente. -Claro.

–Sério, como você sabe? -Jace se inclinou para frente, curioso.

–Mais respeito ao falar comigo, menino. -Sr D nem olhou para Jace e continuava olhando para Liz. -Termine a história, querida.

–Ahn... okay. Quando finalmente lidamos com o problema do demônio, chegaram o grupo de campistas do Quíron...

–Meus campistas -Sr D falou com uma cara infeliz.

–Quando seus campistas chegaram -ela corrigiu. -Então estamos zanzando de lá para cá, procurando saber porque nós todos teríamos sido atraídos para o mesmo lugar -ela gesticulava muito com as mãos, enquanto explicava. Ela estava bem entretida no negócio.

–E então fomos ver com Hodge. -Leo decidiu continuar, voltando a atenção de todos para ele, que nem pareceu se incomodar por isso. -Hodge é tutor dos shadowhunters. O Sr, logicamente, já sabe deles, certo?

–É evidente, Leonard Valdez -Sr D riu, mas não um riso normal. Um riso seco de "eu me acho".

–Então... os shadowhunters, com Hodge, também não sabem dizer... porque nós todos fomos para o mesmo lugar ...-Leo continuou. -Estávamos querendo saber se o Sr ou Quíron saberiam...

–Sim -Sr D falou. -Afinal, por que não saberia?

–Pode nos explicar? -eu falei.

–Marina...tsc tsc tsc... olhe suas roupas -ele se virou para mim. -É assim que representa a família?

–Eu acabei de acordar e meu nome é Christina -eu controlei meu tom de voz. Não estava a fim de puxar uma briga.

–Me diga, como vai sua mãe? -ele olhou direto em mim.

–Vai... bem... por que pergunta? -eu estava confusa.

–Nada, nada mesmo -ele deu de ombros e voltou a atenção para os outros. -Deixe Quíron e Hodge discutindo a ideia sozinhos. Quero todos em seus chalés e os visitantes vão para onde quiserem -ele deu de ombros.

–Mas Tina não foi reclamada -Jason falou, elevando um pouco a voz para chamar a atenção do Sr D

–Ainda não? -ele riu.

–O que você liga para minha vida? -eu olhei para ele.

–Eu não ligo. -ele me respondeu, dando de ombros.

–Sua atitude. Anda por aí como se fosse uma divindade! -eu falei com raiva.

–Ahn... Tina...-Leo falou com uma careta.

–Deixe comigo, Valdez. -Sr D falou calmamente. -Eu sou uma divindade, querida.

–Como? - eu revirei meus olhos. Todos observando curiosamente o confronto. Os semideuses com cara de: eu não acredito que você tá fazendo isso, mas tu é burra memo heim bicho.

–Eu sou Dionísio. Deus do vinho, ciclos vitais, loucura e festas -ele numerava na mão. -E acima de tudo -ele apontou para o topo da minha cabeça, que aparecia um cacho de uva holográfica em cima. Primeiramente, eu achava que era um bicho ou algo assim. -Eu sou, querida Marina, seu pai.


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Notas finais do capítulo

fim
2134 palavras
que orgulho de mim *o*



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