Entrei naquela sala com um embrulho no estômago. Aquela grande sala com muitas pessoas me deixava nervosa. Entre elas tinham, Sam, Amanda, Julie, Kurt, Susan e a pequena Megan, que me olhava confusa. Me sentei ao lado da senhorita Vumbi, a advogada que Nick pagou, olhei para trás, onde os outros estavam sentados, e sorri.

- Obrigada. – sussurrei, e eles sorriram como resposta.

- Santana. – senhorita Vumbi chamou, eu a encarei. – Evite ter conversas paralelas.

- O que? Mas...

- Eu sei que eles são seus amigos, mas o juiz tem vigias por aqui, e seu caso ficará mais complicado se você conversar com outras pessoas.

- Está bem. – respondi com desânimo.

Um advogado com um ar autoritário entrou, sentou à mesa ao lado onde eu estava e olhou para mim.

- Boa sorte.

- Hum... obrigada.

O juiz entrou, todos se levantaram, eu não sabia se devia fazer o mesmo. Antes que eu me levantasse, ele se sentou e bateu o martelinho, logo todos se sentaram.

- O julgamento de Santana Lopez está em seção.

- Berry Lopez. – resmunguei.

- Senhor Lee e senhorita Vumbi, aproximem-se.

Eles levantaram e se aproximaram do juiz, olhei rapidamente para Megan, ela sorriu e se aconchegou em Kurt. Logo os advogados voltaram para seus lugares.

- Primeira testemunha, Santana Lopez. – um homem anunciou.

Olhei para senhorita Vumbi, ela afirmou com a cabeça e eu me levantei. Assim que me sentei na cadeira próxima ao juiz, o mesmo homem se aproximou com uma bíblia na mão.

- Levante a mão direita.

Assim eu fiz, mas com um pouco de dificuldade, pois meus pulsos estavam algemados.

- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?

- Juro.

Me sentei, o juiz olhou para mim e ficou sério.

- Santana, nos conte a sua versão.

Eu suspirei, olhei para Megan, que me olhava atenta, e contei, toda a história. Quando terminei, o advogado sério se levantou, olhou para mim e depois para as pessoas que estavam presente.

- Santana Lopez, certo? – ele perguntou voltando a olhar para mim.

- Berry Lopez, na verdade.

- Muito bem. Santana Berry Lopez. – ele parou em minha frente. – Você matou Quinn Fabray, certo?

- Sim. – respondi com tédio.

- É verdade que, ela amava sua esposa?

- Sim.

- E também é verdade que você ODIAVA Rachel Berry, no colegial?

- Eu não a ODIAVA, apenas não gostava dela. Rachel era uma perdedora, e eu era popular. – respondi com sinceridade.

- Então admite que não era amiga dela?

- Aonde você quer chegar com isso? – perguntei.

- Santana, responda a pergunta do senhor Lee. – o juiz disse.

- Não, eu não era amiga da Rachel.

- Durante quatro anos, você não gostava da Rachel Berry, mas pelas informações que tivemos, Quinn Fabray foi amiga dela.

- Acho que sim, descobri isso depois.

- É verdade que, você jogava raspadinhas em Rachel e a chamava de Hobbit, anã, gnomo...

- Sim. – eu o cortei, já com raiva. – Eu fiz tudo isso.

- E Quinn era o que?

- Para mim? – ele afirmou com a cabeça. – Quinn era uma “amiga”.

- Explique-se melhor.

- Nós nos odiávamos, brigávamos, discutíamos... coisa de adolescente. Mas quando eu precisava de alguém para conversar, Quinn era meu segundo porto seguro.

- Segundo?

- Sim, eu namorava a Britt, e ela é e sempre será minha melhor amiga.

Ele ficou pensativo, olhou para Megan, em seguida voltando a olhar para mim.

- Você tem um filho, certo?

- Não, tenho dois filhos. Joseph e Megan.

- Mas Megan é filha da Rachel. – eu o encarei. – Quinn sequestrou seu filho com a ajuda de Sidney.

- Exatamente.

- É verdade que você tentou bater em Sidney?

- Sim.

- E você se defende com um ego chamado Snizz.

- Snixx.

- Sim.

Olhei para a senhorita Vumbi, eu estava confusa, e acho que ela também.

- Sabe o que eu acho? – ele disse, chamando minha atenção. – Você não ama sua esposa, apenas a usa. Quando soube que a perderia, matou Quinn Fabray e culpou esse seu outro lado.

- Hey! – gritei, me levantando.

- Protesto! – senhorita Vumbi gritou, também se levantando. – Ele está criando a história da minha cliente!

- Protesto concedido. – o juiz disse. – Senhor Lee, não faça mais isso.

- Me desculpe. Terminei por aqui.

O senhor Lee se sentou, a senhorita Vumbi se aproximou e suspirou.

- Santana, me fale sobre sua amizade com Quinn.

- Como eu disse. Brigávamos á todo momento. Às vezes eu achava que não nos suportávamos, mas quando uma precisava da outra, abaixávamos a guarda.

- Você sabia que Rachel e Quinn tiveram um caso na adolescência?

- Não. Descobri no dia que fui embora com Joseph.

- Rachel contou?

- Sim.

- Então você bateu em Quinn?

- Sim.

- Se Quinn não fosse atrás da Rachel, ou se Rachel não te contasse, diria que você não teria feito isso?

- Não, eu não teria feito.

- Você se arrepende pelo que fez?

- Não muito. Ela sequestrou meu filho, depois tentou matar minha esposa.

- Termino por aqui. – ela disse, voltando a se sentar.

- Santana, obrigado pelo seu depoimento. – o juiz disse.

Me levantei, voltei para o meu lugar e a senhorita Vumbi olhou para mim.

- Você foi bem.

- Mesmo?

- Sim.

O juiz fez uma anotação em um bloquinho que ele possuía, o outro homem parou no meio e leu o papel.

- Próxima testemunha, Nickole Pierce Vunderground.

Não contive uma pequena risada ao ouvir o nome todo da Nick. Ela entrou pela porta atrás de mim, sentou na cadeira próxima ao juiz e o homem se aproximou dela.

- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?

- Eu juro.

Ela se sentou, o juiz mandou-a contar sua versão, e assim ela fez. Quando terminou, senhor Lee se levantou.

- Nickole. Você é amiga da Santana, certo?

- Sim.

- Sabia que Rachel traiu ela?

- Rachel não traiu Santana.

- Como tem certeza disso?

- Rachel é muito fiel, eu a conheço à um bom tempo, e posso dizer que ela é fiel.

- Todos nós temos segredos, certo?

Olhei para a senhorita Vumbi, ela estava confusa, e eu também. O que todas aquelas perguntas tinham haver com o caso?

- Senhorita Vumbi, o que ele quer dizer com isso? – sussurrei.

- Não sei, mas coisa boa não é.

- Então Nickole, responda. – senhor Lee disse.

- Bem, sempre temos segredos sim.

- E você também tem segredos?

- O que? – ela gritou.

- Nada. Termino por aqui.

Nick olhou para mim, senhorita Vumbi se levantou e se aproximou de Nick.

- Nickole, certamente é amiga da Santana.

- Sim. – Nick respondeu um pouco nervosa.

- Você conhecia Quinn?

- Não literalmente.

- Pode explicar?

- Santana já me falou sobre ela, como eram no colegial, mas nunca a vi.

- Então não sabe muito sobre o ocorrido?

- Sei um pouco, mas apenas o que todos sabem.

- Muito obrigada, eu já terminei.

Senhorita Vumbi se sentou ao meu lado, Nick se levantou e olhou novamente para mim.

- Obrigado por seu depoimento, Nickole. – o juiz disse, e logo Nick saiu da sala.

Olhei rapidamente para trás e vi Megan dormindo nos braços do Kurt. Aquilo estava chato para ela, e também para mim, mas ainda ia demorar.