Peeta Mellark, Panem Em Chamas escrita por Mandys


Capítulo 4
Capítulo 4, Uma Vastidão Chamada Distrito 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428661/chapter/4

Não posso dizer que Katniss seja um amor de pessoa. Nem que ela ás vezes não seja rude. Mas confesso que se ela explodiu com Effie, é porque enfrenta problemas.

Percebendo que todos á olhavam, ela diz:

–Bom, ninguém se importa mesmo!-ela se levanta e sai do vagão.

Um silêncio mortal se seguiu. Olhei para todos na esperança de que algum deles fosse atrás dela. Até mesmo Haymitch está mais ocupado com seu bolinho. Ninguém percebeu que ela está com problemas?

Me levanto.

–Peeta...-começa Portia.

–Deixe ele ir.-Interrompe rispidamente Haymitch.

Então saio. Percorro vários vagões até sair. Olho a paisagem e a vejo. Sentada. Mexendo com algumas folhinhas. Me aproximo.

–Eu não estou com saco para ouvir lição de moral!-diz ela sem me olhar.

–Vou tentar ser rápido.-digo me sentando com a dificuldade, imposta pela perna mecânica.

-Pensei que fosse o Haymitch.-diz ela.

–Não, ele ainda está concentrado naquele bolinho.-digo ainda ajeitando a perna no chão duro e irregular, sinto seu olhar convergir para mim- Dia difícil, hein?

–Não é nada.-diz ela.

Respiro bem fundo, tentando achar forças para conseguir dizer tudo que estou sentindo.

– Escuta aqui, Katniss, faz tempo que estou a fim de conversar com você sobre a maneira como me comportei no trem. Estou me referindo aquele último trem. O que trouxe agente de volta. Eu sabia que você tinha alguma coisa com Gale. Eu tinha ciúmes dele antes mesmo de conhecer você oficialmente.E nã era justo prender você ao que quer que tenha havido nos Jogos. Peço desculpas.

Ela parece aturdida. Seu rosto expressa surpresa e uma mescla de confusão.

–Eu também peço desculpas-diz ela após alguns segundos.

–Você não tem que pedir desculpas. Você estava apenas nos mantendo vivos. Mas não quero que agente continue assim,ignorando um ao outro na vida real e caindo na neve toda vez que há uma câmera por perto. Aí pensei que se parasse de agir como se estivesse tão, enfim, magoado, a gente poderia passar a ser amigos simplesmente. -termino, apesar de querer acrescentar:"Ah! Eu também te amo!" mas isso não seria coerente.

Ela pensa por um momento até responder:

–Tudo bem.

–E aí qual o problema?-pergunto.

Ela agarra algumas ervas de maneira evasiva, então entendo isso como um "Tinha que começar por aí?".

–Vamos começar com uma coisa mais básica. Não é estranho o fato de eu saber que você arriscaria sua vida para salvar a minha...e ao mesmo tempo não saber qual a sua cor favorita?-pergunto

A pergunta tola esboça um sorriso em seus lábios.

–Verde. E a sua?-diz ela.

–Laranja.-digo.

–Laranja? Como os cabelos de Effie?- pergunta ela com uma expressão estranha.

–Um pouco menos intenso. É mais tipo o pôr do sol.

Ela fecha os olhos por alguns momentos e os reabre, mas então permanece calada por mais dez segundos, hesita, e diz:

–Sabia que todo mundo fala maravilhas de suas pinturas?-ela começa- Eu acho muito chato não ter visto nenhuma delas.

–Bom tenho um vagão inteiro cheio delas.- me levanto, arrastando a perna artificial, e lhe ofereço a mão-Vamos lá.

Ela não hesita nem por um estante e segura firmemente a minha mão estendida. Seus dedos macios se fecham ao entorno dos meus e juntos retomamos a caminhada de volta para o trem. Ao chegar na porta ela hesita:

–Antes de mais nada preciso pedir desculpas á Effie.

–Não tenha medo de exagerar nessa parte.-digo.

.Voltamos ao vagão restaurante onde Katniss pede desculpas á Effie, que nem pensa direito no assunto e já ás aceita. Assim que elas terminam e conduzo Katniss ao vagão onde guardo minhas pinturas. Ao chegar lá ela fica perplexa com meus quadros. Ela observa atentamente cada um. Fecha os olhos fortemente em alguns e por fim tomo coragem e pergunto:

–O que você acha?

–Odeio tudo isso. A única coisa que faço atualmente é tentar esquecer a arena e aí você traz tudo aquilo de volta. Como é que você se lembra de todos esses detalhes?-ela pergunta por fim.

Respiro fundo. Só á ideia me atormenta.

–Eu vejo essas cenas todas as noites.-digo.

–Eu também. Isso ajuda alguma coisa? Pintar essas cenas todas?-ela pergunta.

–Acho que estou com menos medo de dormir á noite, ou pelo menos é isso que digo para mim mesmo. Mas eles não foram embora. -comento pesaroso.

–De repente eles nunca vão mesmo. Os de Haymitch nunca forma.-diz ela.

Haymitch dorme com uma faca, e não pode ser acordado bruscamente que acha que está sendo atacado. Dê bobeira um segundo e será decapitado.

–Não. Mas para mim é melhor acordar com uma pintura do que com uma faca na mão.Quer dizer você realmente odiou os quadros?

–Odiei. Mas eles são extraordinários. São mesmo.- ela acrescenta-Quer ver meu talento? Cinna fez um grande trabalho.

Esse é o talento dela? É claro que não passou pela minha cabeça a caça ou a venda ilegal, porque ela é realmente boa nessas coisas. Mas a moda definitivamente não é o forte dela. Essa ideia de um Katniss ligada em roupas me faz ris um pouco, o que a deixa feliz ou pelo menos aliviada.

–Mais tarde.-digo.

Uma forte camada de terra surge na janela.

–Vamos lá. Estamos quase chegando no Distrito 11. Vamos dar uma olhada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Recomendem por favor se gostarem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Peeta Mellark, Panem Em Chamas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.